NÃO É HORA DE SE DESTRUIR NADA… A HORA É DE UNIÃO

Eu não assisti ao dérbi… Depois do resultado arranjado por Daronco na reta final do BRA 2017, e do esquemão na segunda final do Paulista (o Palmeiras foi prejudicado pelo apito nos dois jogos da final), meu conceito de rival mudou bastante em relação ao Lava jato e perdi até a vontade de acompanhar o jogo. Aquele certo respeito, que você tem pelo grande rival (todos os torcedores se sentem assim em relação aos seus rivais), acabou. Agora, saber que tem um dérbi não é algo que me deixa apreensiva como deixava antes, que me tira o sono na véspera… não sinto mais nada mesmo, acabou o tesão pelos dérbis. É um jogo como outro qualquer, onde só temos que temer a arbitragem, ou a nós mesmos… mas vale três pontos e precisa ser jogado com seriedade. E não é porque eu – e muitos outros torcedores também – me sinto assim, que os jogadores devem encarar a partida como se não valesse nada, nem os três pontos, não é mesmo?

Ainda que eu não tivesse assistido ao jogo, vendo algumas imagens depois e lendo alguns torcedores pude saber mais ou menos o que aconteceu. O Palmeiras deu uma facilitada na vida dos adversários, deu uma pipocada. É isso.

Ao contrário do que se esperava, e com exceção do coice que Henrique deu em Borja e ele deixou passar (mais uma vez, Henrique pôde agredir sem ser punido), Daronco não prejudicou o Palmeiras. Talvez, não tenha sido necessário (o campeonato está no começo ainda), mas o fato é que a arbitragem não interferiu no resultado dessa vez – o que não ameniza e nem anula as picaretagens de dérbis anteriores.

E um time que, segundo as estatísticas, tem 31 desarmes certos contra apenas 7 do seu adversário, que meteu 3 bolas na trave (certamente, foi por afobação, que elas não entraram – por sorte do adversário também) não foi tão ruim assim, né? Mas, por outro lado, esse time não conseguiu criar muitas jogadas de gol – com apenas 7 desarmes certos do Lava jato, não creio que tenha sido por mérito do adversário que isso aconteceu… Falhamos na criação, Lucas Lima deixou a desejar na criatividade, no ousar achar outro caminho…  De qualquer maneira, esse time não poderia deixar livre um jogador adversário, um garoto da base,  para iniciar, como bem entendesse, uma jogada que acabou resultando em gol… Faltou mais atenção, faltou (assim nos pareceu) aquela vontade maior… Esse time parece que perdeu pra ele mesmo, não é? Perdeu para a sua inoperância (no segundo tempo, o Palmeiras ficou devendo), ou falta de tesão.

Como não assisti ao jogo não sei se o Palmeiras jogou assim o tempo todo, mas tenho visto algumas vezes o Palmeiras com mais de um jogador na mesma bola, deixando buracos na defesa, deixando adversários livres de marcação (adversários livres de marcação podem se posicionar pra receber e nós sempre vamos ter alguém correndo, atrasado, para onde devia estar e não estava por estar ajudando o outro a marcar… a bola), como aconteceu no drible de Pedrinho em Bruno Henrique e Thiago Santos. Dois jogadores experientes, que foram na mesma bola e não conseguiram desarmar e nem parar um garoto que, até aquele momento, bem marcado por Diogo Barbosa, pouco participara do jogo – depois ele cresceria no jogo. E aquela “regra” que diz “ou passa a bola, ou passa o cara. Os dois, de jeito nenhum”  foi totalmente esquecida pelos parmeras.

Com um primeiro tempo mais ou menos amarrado, de poucas chances, de times arriscando pouco, um primeiro tempo bastante equilibrado, e quando o relógio já passara dos 35′ – no lance seguinte à bola que Thiago Santos, cometendo um pecado e perdendo um gol incrível, mandara na trave – o Palmeiras ficou atrás no placar. De uma jogada bem trabalhada do adversário, é verdade, mas que poderia ter sido evitada lá no seu início. Moral da história: Desperdiçamos a nossa grande chance e, no contra ataque, logo em seguida, o adversário aproveitou a dele.

No segundo tempo, o  Palmeiras teria que pressionar o adversário, que já tinha recuado. Logo no comecinho, Bruno Henrique chutou pro gol, e a bola, de novo, pegou a trave. A criação do time alviverde deixava muito a desejar. E esse “não criar” – a falta de inspiração que Lucas Lima apresenta há algumas partidas – deixa o time com menos ações em campo, faz o time render menos, chegar menos com perigo ao gol, ainda mais estando atrás no placar, porque, o time que quer empatar fica mais afoito, nervoso, a bola redondinha não chega, e os chutes não saem tão precisos; por sua vez, o time que tem a vantagem, tem mais tranquilidade para tentar, e também se fecha mais. E nessa hora, penso eu, a alma tinha que estar toda em campo, o tesão também… Acho que nossa maior falha, além de deixarmos Pedrinho passar por dois jogadores nossos, residiu nisso.

Com o jogo amarrado, morno, o Palmeiras passando muito tempo tocando a bola, tocando de lado,  e a coisa não ia. Muita cautela dos dois times. Roger colocou Guerra no lugar de Lucas Lima, Tchê Tchê no lugar de Thiago Santos, e um pouco depois, colocou Willian no lugar de Borja, mas não adiantou… o Palmeiras não conseguia chegar. E já que o Palmeiras não ia… o adversário, então, tratou de tentar pressionar o desorganizado Palmeiras. Jaílson fez duas grandes defesas. O Palmeiras não dava muita pinta de que o resultado adverso o incomodava, de que ele ia tentar empatar, nem que fosse na marra… Isso era esquisito. O resultado não me incomodaria tanto se o Palmeiras tivesse deixado a alma em campo, mas pelo que vi e li, não foi isso que aconteceu…

Finalzinho de segundo tempo, Dudu levantou na área, Antonio Carlos subiu mais que os zagueiros, cabeceou pro gol, mas a bola… pegou a trave, pela terceira vez. Tava tudo certinho, Cássio não ia nem se mexer, mas a trave “resolveu defender”… além do tesão, faltava sorte também…

E não teve jeito, o Palmeiras saiu derrotado do Itaquerão.

Claro que ficamos muito desapontados, que ficamos bravos… o adversário não é tudo isso, nós é que ficamos devendo mesmo (de novo), faltou aquele algo mais do nosso time… faltou Roger e os nossos jogadores terem assistido Lava Jato x Independiente, pra verem com que facilidade os argentinos jogaram contra o time que se defende… faltou o “ter raiva dessa p… de Cu rintia”, como dizia Felipão, para jogar o(s) dérbi(s) na frequência certa.

Mas, nem por isso, vou me deixar cegar e achar que o ano está perdido, que está tudo errado, que temos que trocar de técnico, de jogadores… nada disso. Os números mostram que o trabalho está rendendo. Podemos, e devemos, cobrar sim, claro, mas sem esse exagero de querer arrasar o que está sendo feito… isso só vai atrapalhar. E já tivemos muitas provas disso em outras oportunidades.

Por mais que nós não aceitemos perder os clássicos – e a gente fica p… da vida mesmo, eu também fiquei -, por mais que isso afete o nosso orgulho, o dérbi não é “O” campeonato, é um jogo de um campeonato, campeonato que ainda está no começo e no qual temos todas as chances de nos sairmos bem. O Palmeiras fez a melhor campanha no Paulistão, foi sacaneado pelas arbitragens nas duas partidas da final (a segunda foi a vergonha das vergonhas, o esquemão filmado e fotografado)… o Palmeiras, até aqui, faz uma campanha excelente na Libertadores, foi o primeiro time a se classificar, empatou um jogo e ganhou os outros todos, venceu as três partidas fora, é líder de pontos no geral…

Não é hora de se destruir nada…  a hora é de união.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.