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Nós sabemos muito bem que faltam ainda muitas rodadas para terminar o campeonato… sabemos também que uma vitória hoje ainda não é garantia de título para o Palmeiras – e nem para quem tem menos pontos do que ele.

Sabemos que hoje não é uma final, como a imprensa e o próprio Flamengo querem fazer parecer. Infelizmente, não é – adoraria que fosse. Há muito exagero em relação  nesse jogo. É um confronto entre dois candidatos ao título, e não uma guerra entre SP e RJ. O Palmeiras quer se manter líder, ratificar a sua excelente campanha, quer se aproximar um pouco mais do enea, e o Flamengo quer lhe tomar a liderança…

Já aconteceu isso antes neste campeonato. Primeiro, com o Inter, depois com o time da Lava-jato, com o Grêmio, depois com o Santos, e com o Galo… todos brigaram pela liderança com o Palmeiras, quiseram tomá-la do Palmeiras em algum momento, agora, é a vez do Flamengo. Não tem vida fácil, parmerada. Under pressure, all the time.

Nos últimos cinco anos, quase seis, foram 10 confrontos entre as duas equipes, o Palmeiras obteve 5 vitórias, empatou 4 vezes e perdeu em uma única oportunidade. De 30 pontos disputados entre paulistas e cariocas, o Palmeiras conquistou 19 deles, o adversário apenas 7. Auspicioso, não?

Vai ser um jogão certamente. E o Palmeiras tem tudo para conseguir um belo resultado, pra conquistar a vitória e mais três pontos; tem time, tem banco, tem técnico, tem jogadores talentosos, valentes, cheios de garra, tem uma baita determinação, experiência, tem uma sede enorme de conquistar o enea, seu nono campeonato brasileiro, e tem a torcida mais linda e apaixonada do mundo.

O confronto é no Allianz Parque… e quando o confronto é na nossa casa, já sabe como é, né? Uma l-o-u-c-u-r-a!

A rua Palestra Italia vira um rio, verde, pulsante… Corredor alviverde (vai ter corredor sim) iluminando a noite e o coração dos parmeras… luzes verdes, fumaça, camisas, bandeiras, chapéus, bares lotados, cerveja, alegria, vozes, muitas vozes, nossa gente cantando… olhos confiantes, apressados, sorrisos, abraços, muita reza, emoção à flor da pele e amor… uma quantidade imensurável de amor…

O Caldeirão do Porco esquenta uma barbaridade, a temperatura sobe na medida em que a torcida não para de cantar, na medida em que a energia verde deixa o Allianz Parque eletrizante… e o Palmeiras transborda por todos os poros, o Palmeiras ilumina todos os olhos, o Palmeiras se agita em todas as veias, o Palmeiras pulsa em milhões de corações…

O Allianz Parque estará lotado, vibrante, e a Que Canta e Vibra vai entrar em campo com o Verdão… vai dar mais um passo com o Palmeiras em busca do enea… a torcida vai jogar sim senhor!

Jailsão da Massa, Vitor Hugo e Mina, zaga atacante de raça… Zé Roberto – Animal, e Jean, talento e experiência… Duduzinho lindo, o cracaço da camisa 7… Menino Jesus (será?) nosso garoto artilheiro iluminado… Moisés, xerifão… Tche Tche, que vale por meia dúzia… Gabriel, o Pitbull… Barrião da Massa, o finalizador, Rafa Marques, dos gols decisivos, Thiago Santos, que desarma mais que a PM no Eliminates Arena… Allione, Cleiton Xavier, Roger Guedes, Matheus Sales, Arouca, Erik, Leandro Pereira, Egídio, Fabiano, Dracena, Thiago Martins, Fabrício…

Jogue quem jogar – o Cuca é quem sabe dos paranauês -,  o Palmeiras vai em busca da vitória, e nós vamos jogar com ele. De alguma maneira, e como sempre acontece, os milhões de palmeirenses espalhados pelo planeta estarão juntos no Allianz… de alma, coração, energia, e muita, muita vontade de vencer…

É HOJE! O CALDEIRÃO DO PORCO VAI FERVER! O PALMEIRAS VAI JOGAR, NÓS VAMOS!!

Boa sorte, Palmeiras! Boa sorte, seus lindos! RUMO AO ENEA!!

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Quando estamos em uma situação de perigo, quando somos atacados, chamamos a polícia… e o que fazemos quando é a polícia a nos colocar em perigo
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Sabemos que muitas torcidas aprontam um bocado, sabemos que alguns torcedores, baderneiros, privilegiam a briga, a disputa com torcidas rivais, e promovem muita desordem por aí…
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Mas sabemos também que policiais militares, em muitas ocasiões, abusam do poder, principalmente quando lidam com torcidas… eu mesma já fui testemunha, algumas vezes, de pequenos – grandes também – abusos da PM com torcedores.
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Quem não lembra do que a PM fez na final do Paulistão 2008, lá no Palestra, e da batalha campal que ela provocou na Turiaçu? Quem nunca viu ela chegar, do nada, e ir “ajeitando”, com cassetetes (!?!) e algumas cacetadas (!?!), os torcedores numa fila de entrada no Allianz? Eu mesma já contei aqui no blog sobre a truculência e rispidez com que fui tratada, em mais de uma vez, por causa de uma simples touca de porco.
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Mas, agora, quem abusou do poder e da truculência foi a PM de Minas Gerais, a mesma que, dizem, aprontou poucas e boas com a torcida do Atlético-MG, na partida diante do Corinthians, no Brasileirão 2015. 
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Filippe Rafael e Clara Paiva – um pai e filha, torcedores palmeirenses comuns (não são de nenhuma torcida organizada), foram assistir CRU x PAL, em MG, e, com os demais palmeirenses que estavam no setor destinado aos torcedores visitantes no Mineirão, viveram momentos de terror proporcionados pela polícia militar local.
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Existem muitos relatos de torcedores, esse, é o de Filippe Rafael:

Esta noite vivi um dos momentos mais absurdos após algumas décadas que frequento estádio de futebol.
A Policia Militar de MG, representada por alguns pseudos policiais, usou de extrema covardia ao atacar com balas de borrachas, bombas de efeito moral (que explodiram entre eu e minha filha), porretadas e gás de pimenta um grupo de aproximadamente 150 pessoas acuadas em um espaço físico que cabiam no máximo 20 pessoas, formadas na maioria por mulheres, crianças e torcedores comuns.
Um amigo, João, ao assistir tamanho absurdo, foi em um clarão pedir calma aos policias e prontamente também foi agredido com porretada.
Uma mulher grávida foi levada por este grupo covardemente bombardeado para 2 bombeiros que assistiam pasmos a barbárie. Ela tinha hematomas na barriga e dores.
E qual não foi a surpresa quando após todo este saldo de covardia (que não canso de repetir) ler uma matéria da Uol Esportes, há tempos o veículo de comunicação com menos credibilidade no meu conceito, colocar que houve uma briga interna da própria torcida. São loucos, mal informados e débeis mentais.

Uma leitura que faço disso é que a torcida do Palmeiras tem sido discriminada em diversas Cidades e Estados para inibir a voz do canto, o amor pelo clube e a festa das bancadas.

Mas os COVARDES membros da PM de MG que hoje “policiaram” o Mineirão, de uma forma ou outra pagarão pelo que fizeram, mesmo que seja ao entrarem em suas casas e não terem a honestidade de ao se olharem no espelho verem o quanto INESCRUPULOSOS são pelados, sem estarem escondidos atrás de armas, uniformes, capacetes, bombas e porretes.

COVARDES são julgados da forma mais justa, cedo ou tarde, quando verem algum ser não pensante como eles, agindo desta forma com os seus familiares.

C O V A R D E S !

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Veja o vídeo abaixo e o despreparo e truculência de alguns policiais mineiros na detenção de um torcedor palmeirense, que vestia uma camisa da MV, e se encontrava no setor destinado à torcida visitante, cuja maioria era composta de torcedores comuns – não era um espaço exclusivo para TOs.

É revoltante a covardia e o abuso de poder dos policiais, mais especialmente, de um deles.

Com que direito a polícia pode ser violenta, usar bombas, gás de pimenta, balas de borracha em torcedores que não estavam fazendo nada de errado? E num espaço onde haviam crianças, mulheres, uma delas grávida (atendida com hematomas na barriga!?!), torcedores comuns e também organizados, e em local com uma única saída? Como pode a polícia ser violenta com um torcedor que ela já tinha conseguido deter e imobilizar?
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A função da polícia não é a de dar segurança para os torcedores? E por que ela anda fazendo o contrário e, para deter uma única pessoa, coloca em risco a integridade das demais?
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Não encontrei a informação sobre o que o torcedor fez pra ser detido, mas imagino (e só imagino) que ele não foi escolhido lá no meio da torcida, ao acaso, à toa (não li nada sobre ele ter sido detido  injustamente), no entanto, ainda assim, ele não precisava ser detido da maneira que foi, não precisava ter sido jogado de bruços no chão e, já imobilizado, ter o policial pisando/se ajoelhando em suas costas o tempo todo. Se foi detido, se promoveu alguma desordem, deveria ter sido retirado dali e pronto. Havia policiais em número  suficiente para deter e retirar o torcedor sem causar confusão e sem usar de violência com os demais.
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As imagens mostram que ninguém acuou os policiais… Portanto, não havia necessidade alguma da polícia  se utilizar de bombas de efeito moral – jogadas na direção das pessoas que ali se encontravam -; não era preciso/NÃO DEVERIA a polícia bater com cassetetes em algumas delas e, muito menos, chamar todo mundo de vagabundo – só isso já é o absurdo dos absurdos.
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Essas são imagens dos fragmentos de bomba, utilizados pela polícia, e de uma das cadeiras onde uma bomba foi atirada,

Lamentável! Costumamos pensar que isso seja fruto do despreparo da PM e da covardia e ignorância de algumas pessoas que vestem a farda da polícia militar, mas está difícil de continuarmos acreditando só nisso, algumas coisas parecem até propositais…

E, se não bastasse a covardia dos homens da PM-MG, ainda vem aquela parte irresponsável da imprensa veicular notícias inverídicas de uma briga interna no setor onde estavam os palmeirenses. Todo mundo que estava lá desmente isso, as imagens não mostram briga também…
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Acho que está faltando uma boa dose de respeito, bom senso e responsabilidade por aí, não é mesmo?  Não se promove segurança atacando pessoas que nada fizeram de errado, dando cacetadas e atirando bombas nelas, muito pelo contrário, porque, se essas pessoas se revoltarem contra a arbitrariedade sofrida, aí é que a violência se generalizará.
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Eu sei que nem todos os policiais são maus profissionais e covardes, mas sei também que nem todos os torcedores são baderneiros e arruaceiros – a grande maioria não é.
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Acho que o que menos interessa ao futebol, às federações e aos clubes – a maioria deles, cheios de dívidas –  é que os torcedores, por medo – agora da polícia – deixem de ir aos estádios, não é mesmo? Não deve interessar a ninguém que esses cidadãos/torcedores sejam punidos por algo que não fizeram, sejam atacados, ou até mesmo feridos, apenas por terem ido se divertir num estádio onde a polícia é despreparada e age de maneira violenta e covarde.
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No entanto, é de grande interesse de toda a população, que o dinheiro que ela paga em impostos, e que banca a existência das polícias militares do país, seja usado para que a polícia lhe dê segurança, e não para que a exponha ao perigo .
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Que o Palmeiras e seus torcedores tomem todas as providências cabíveis, e que a Corregedoria da Polícia do Estado de Minas Gerais faça o mesmo.
 

Não é piração da nossa cabeça, não é carência também… O Palmeiras tem tudo para ser campeão.

E isso é tão verdade que nós, palmeirenses, estamos todos meio doentes, com “pobrema” de liderança. Acordamos líderes na terça-feira, passamos o dia líderes, almoçamos, tomamos banho líderes, fomos e voltamos do Allianz mais líderes ainda.

Fazia tempo, hein? E com o time jogando afinadinho, convencendo,  fazia mais tempo ainda… 22 pontos em 10 jogos, 7 vitórias, o melhor ataque (21 gols), o melhor saldo de gols (11), invicto há 5 rodadas (4 vitórias e um empate)… Tá uma delícia acompanhar tudo isso. E não queremos nos curar, de jeito nenhum, desse nosso “pobrema” de liderança.

Terça-feira de uma noite muito fria, jogo às 21h30, e quase 28 mil parmeras estavam no Allianz, cantando e fazendo uma festa linda. O amor e a força dessa torcida são intraduzíveis.

A imprensa dizia/insistia que Jesus, há apenas 3 partidas sem marcar, estava em jejum de gols. Ô vontade de botar pressão no nosso menino. Se for assim, o que dizer de Fred(ATL-MG), Vitinho(INT), com 4 gols,  Gabigol (SAN), Sasha(INT), Calleri(SPOW), com 3, Lucca (COR), Robinho(ATL-MG), com 2 (e isso já depois da 10ª rodada, na qual Jesus passou a ter 6 gols)? E sem contar os demais atacantes dos clubes “candidatos” ao título, que nem sequer conseguiram balançar as redes ainda, como Romero, Luciano, Guerrero… e tantos outros. Divide esse nada por 10 (rodadas) e verá o que é jejum mesmo.

O Barcelona, de olho em nosso menino Jesus, havia enviado representantes para acompanhar a partida (depois do que eles viram, devem ter colocado mais alguns jogadores na lista deles). XÔ, Barcelona!

Eu estava confiante que o Palmeiras iria jogar bem de novo, mas não imaginava que a esquadrilha verde fosse voar tanto – não deu nem pro juiz nos roubar, a não ser nas muitas faltas que os parmeras sofreram e que ele deixou de assinalar, ou quando Egídio sofreu falta, levamos a vantagem, mas o juiz parou a jogada para marcar falta.

Assisti ao jogo no Allianz, assisti ao VT, e, com exceção do Prass e do Dracena, não sei em qual posição jogam os parmeras. Qual de nós saberia dizer a posição de Tche Tche, Roger Guedes e Moisés? Pra qualquer ponto do campo que você olhe… lá estão eles. Dá a impressão que tem pelo menos uns três de cada.

Desde o início do jogo, mesmo com o América-MG tentando impedir que o Palmeiras jogasse, ele já dava mostras que o gol ia sair mais cedo ou mais tarde… as ações eram quase todas do Verdão, e a dinâmica do jogo era o Palmeiras pressionando e o América se fechando.

Os jogadores se movimentavam muito, Tche Tche e Guedes, velozes apareciam o tempo todo, e era assim também com Jesus e Dudu. Eu tinha certeza que o nosso gol estava madurinho…

E não deu outra. Aos 18′, Tche Tche desceu até a linha de fundo e cruzou, o defensor do América tentou tirar, a bola sobrou pra Jean, que tocou pra Dudu; o nosso baixinho craque, com um passe lindo, achou Guedes lá na direita, Guedes se livrou do marcador e mandou pro meio, CX desviou e Gabriel Jesus guardou. Um gol todo lindo, de jogada linda, em velocidade. Um gol do Palmeiras, que joga leve, inteligente, veloz… o Palmeiras de Cuca…

E Jesus exorcizou os “quase gols” das últimas três partidas, e explodiu na comemoração do gol que abria o caminho da vitória…

E que festa fazia o Allianz! E a torcida queria mais, e cantando empurrava o Palmeiras…

Nem dez minutos tinham se passado e o Palmeiras balançava a rede outra vez. Jogada maravilhosa… Moisés lançou Guedes na direita, e em velocidade ele tabelou com Dudu e tocou pro meio da área, Jesus apareceu, quase embaixo da trave e, à queima-roupa, só desviou pro gol. A bola entrou mansinha, mas foi tudo tão rápido que goleiro e zagueiro nada puderam fazer.

E o nosso menino Jesus, que planejara fazer 15 gols na temporada, observado por Raul Sallenhi, diretor do Barcelona (XÔÔ, Barça! Ainda não, ele vai conquistar mais títulos aqui antes) guardava o seu 15º gol… “Glória, glória, aleluia… é Gabriel Jesus”!!

Só dava Palmeiras, o América não conseguia neutralizar os verdes, ninguém conseguia segurar, Jesus, Guedes, Tche Tche, Dudu, Moisés e Cia… e Jesus balançaria a rede mais uma vez, aos 40′, o bandeira, no entanto, e para nossa tristeza, marcou impedimento.

O primeiro tempo estava quase no  fim, o Palmeiras, líder, vencia por 2 x 0, então, Jesus deu um extra pros olheiros do Barça e meteu uma  senhora  caneta pra cima do Hélder. Coisa linda esse menino!

Na segunda etapa, Jean(que joga muito) deu lugar a Fabiano. O jogo já tinha  começado e a torcida dava pela falta de Tche Tche, que entrou em campo  atrasado.

E as investidas eram todas do Palmeiras. As 5′, o goleiro fez uma baita defesa para evitar o gol de Edu Dracena (to “mi” gostando tanto dele), no rebote, quase Vítor Hugo Marcou, mas o goleiro defendeu também.

O juiz ignorava algumas faltas, duras, que o Palmeiras sofria e a torcida “homenageava” o homem do apito muitas vezes… “Ei, juiz… vai tomar caju”…

O Palmeiras já tinha criado três boas chances de gol, mandava na partida. Dudu desceu e cruzou para Jesus tocar de prima, o jogador do América entrou de carrinho e a bola bateu em seu braço. Parece polêmico, mas muita gente que trabalha com futebol acha que um lance desse deve ser marcado, porque o jogador se expõe à falta ao entrar de carrinho na jogada.

Embora o ritmo fosse menos intenso na segunda etapa, o Palmeiras não deixava de buscar o terceiro gol, e as investidas eram todas verdes. Jesus, sem querer aparecer para o dirigente espanhol, jogava sério e de maneira impecável, Roger Guedes jogava uma enormidade e com muita personalidade (guardadas as devidas proporções, nas descidas até a linha de fundo, onde ele driblava seus marcadores, ele me fazia lembrar de Edmundo), Moisés desarmava mais do que qualquer outro, Dracena também fazia uma bela partida, Fabiano tinha entrado bem no jogo, os Tche Tches todos corriam pra lá e pra cá (acho que o Palmeiras tem vários deles)… e o Zé entrara no lugar do Egídio.

Cruzamento na área e quase que Moisés faz o terceiro, o goleiro defendeu à queima-roupa…

O garoto Vitinho, revelado na Base, entrou em lugar de Cleiton Xavier, que saiu aplaudido.

Zé tabelou com Jesus, que saiu na cara do goleiro, mas mandou por cima…

O Palmeiras, inteligente, administrava, tocava a bola… e aos 48′, o juiz apitou o final.

Palmeiras, agora invicto há seis partidas, líder do campeonato… os 2 x 0 ficaram barato para o América, porque o Verdão sobrara na partida.

São outros tempos esses que vivemos, não é por acaso a boa situação econômica, não é por acaso os salários em dia, a torcida na arena, o time de qualidade, o futebol envolvente… e isso pode ser notado no semblante, maravilhado, de cada torcedor; pode ser notado no toque de bola de nosso time, num Tche Tche que se desdobra em vinte; num Guedes que faz uma partida “de fraque e cartola”, no menino Jesus – objeto de desejo do Barcelona, da Juventus de Turim -, que já tem 15 gols na temporada. pode ser visto na defesa segura, no craque Dudu – nosso Duduzinho lindo -, pequenino de tamanho e imenso dentro de campo; pode ser visto no gigante Prass, que termina os jogos com o uniforme limpinho, no técnico que, da lateral  do campo, comanda cada jogada da sua equipe.

Sim, são outros tempos… Tempos de liderança, tempos de coração mais leve (que já  está no CampeãoModeOn), tempos de poder sonhar, de verdade, com o título…

Eu esperei o restante da rodada pra escrever, pra confirmar o que eu já previa… os outros concorrentes tropeçaram e o Palmeiras assumiu a liderança isolada.

Agora será em MG, diante do Cruzeiro…

Auguri, Palmeiras… e VAMOS GANHAR, PORCOOOO!!

Não tive tempo pra escrever depois da 8ª rodada, mas tenho que deixar registrado aqui o que aconteceu com o meu time na ocasião…

O Palmeiras foi à Curitiba, enfrentar o Coritiba e, de novo, teve que enfrentar as “forças ocultas”. Isso não acaba nunca? O “garfo” de árbitros e bandeiras não tiram férias, não vão operar outros clubes?

Difícil assim, e ainda mais difícil quando dá um ataque de burrice galopante em alguns de nossos torcedores e eles ajudam as “forças ocultas” e o… adversário!

Antes do jogo começar, já podíamos ver que jogar ali não seria muito fácil. O gramado era um horror. Em muitos lugares do campo, ao invés de grama se podia ver apenas areia. O dono da casa alegava que tinha plantado grama de inverno há apenas duas semanas e que ela ainda não tinha crescido  – não deveriam permitir que fossem mandados jogos em gramados assim. E pensar que  reclamamos do gramado do Allianz.

Quando a bola rolou, o melhor ataque do campeonato logo abriu o placar, pra variar. Com seis minutos de jogo, Thiago Santos roubou a bola do “Radiador” e com um lançamento longo encontrou Roger Guedes, que descia em velocidade pela direita; Roger entrou na área, girou sobre o seu marcador e meteu a bola na rede, colocando o Palmeiras na frente. Um golaço, que viria a ser o gol mais bonito da rodada. A comemoração de Roger e dos seus companheiros foi em homenagem à Alecsandro, suspenso.

O Palmeiras me parecia melhor na partida, mas, aos 19′, numa cobrança de falta, os parmeras vacilaram na marcação – ficou todo mundo olhando a bola – e o jogador João Paulo, do Coritiba, de cabeça, mandou na rede do Prass.

O Palmeiras tinha mais posse de bola, acertava muito mais passes do que o seu adversário e, muito embora o Coritiba tentasse tirar os espaços do Palmeiras, era o Verdão quem tinha domínio das ações, era o Verdão quem desarmava tudo (estou gostando muito das partidas do Thiago Santos).

Mas, depois dos gols, o jogo ficou meio truncado; ainda assim, o Palmeiras manteve a superioridade na posse de bola. Já no final do primeiro tempo, o Palmeiras estava errando passes e a nossa zaga parecia assistir à algumas jogadas do Coxa, por conta disso Prass precisou aparecer no jogo e fez duas boas defesas, uma delas já nos descontos.

O árbitro tinha dado 5 minutos de acréscimo por conta do atendimento a Prass aos 13′ de jogo, depois do goleiro ter sido atingido pelo “Radiador” ao tentar fazer uma defesa – o curioso foi o Palmeiras, que teve seu goleiro atingido e ferido na testa,  ter que devolver a bola ao Coritiba em… fair play (totalmente equivocado o nosso entendimento de fair-play, não é mesmo?).

Na segunda etapa, Thiago Santos não voltou e Cleiton Xavier entrou em seu lugar. No primeiro lance, quase que Gabriel Jesus ficou com a bola de cara para o goleiro, mas o goleiro foi mais rápido e ficou com ela.

O jogo corria, as investidas eram quase todas do Palmeiras, que era melhor em campo e buscava o segundo gol. E Jesus teve outra chance, e quase marcou depois de um lindo lançamento de Moisés.

Cuca sacou Rafa Marques e colocou Cristaldo em campo… e quem não sabia o que Cristaldo faria?

Não fazia nem dez minutos que Cristaldo estava em campo quando Moisés cobrou lateral e mandou lá na área, Vitor Hugo desviou de cabeça e Cristaldo, iluminado, e com uma vontade imensa, ao ver a bola pingar à sua frente, meteu a cabeça nela (precisou até se abaixar), balançou a rede, desempatou a partida e colocou o Palmeiras na liderança do campeonato.

Que alegria eu senti! Tinha que ser ele… Cristaldo!! E que festa da torcida, que lotava o espaço destinado a ela. Quatro mil ingressos haviam sido vendidos para os parmeras, num estádio com público de 12.794 pagantes.

Tudo certinho pra gente, e o Coritiba, vendo jogo se aproximava do final, tentava ir pro tudo ou nada, mas sem grande perigo, seus jogadores já pareciam ter aceitado a derrota. O Palmeiras se fechava na defesa e segurava a vantagem, segurava a vitória, que, na era dos pontos corridos, ainda não tinha acontecido lá em Curitiba.

E então,  graças à uma burrice galopante de parte da nossa torcida – “até tu, Brutus?” – o jogo foi paralisado pela arbitragem.

Quem pode acreditar que uma torcida, cujo time vence o jogo em cima de um adversário já batido, já conformado com a  derrota, vai fazer a burrice de acender sinalizadores – que são proibidos – e aos 42′ do segundo tempo, para que o árbitro paralise a partida, para que o adversário tenha tempo de conversar e acertar algumas coisas, e para esfriar e  tirar a concentração do seu próprio time?

A nossa torcida – que sabe muito bem que as partidas são paralisadas quando torcedores fazem uso de sinalizadores, e esse é o detalhe mais decepcionante -, descartando completamente o uso do cérebro, fez isso, e atrapalhou o Palmeiras . E o pior, os demais torcedores não reclamaram disso e nem tentaram impedir que eles fossem acesos.

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O jogo ficou parado alguns minutos, o juiz deu 6 de acréscimo, nossa zaga, desconcentrada com a parada, vacilou numa bola levantada, e o Coritiba empatou a partida aos 49, com um chute de longe de Leandro (aquele, a calopsita). E pensar que a partida, normalmente, mal passaria dos 48…

Já vi torcedor fazer muita burrada, dar muito tiro no próprio pé, mas, ajudar o time a perder dois pontos, e quando ele briga pela liderança do campeonato – um campeonato que ele não conquista há 22 anos -, eu nunca tinha visto. Essa, foi uma “punhalada mas costas”, digna de quem tem orelhas de burro na cabeça.

E pra não perdermos  o costume, para o serviço que andam fazendo contra o Palmeiras ficar completo (quem é o mandante disso?),  o gol foi impedido, mas a arbitragem não assinalou o impedimento, mesmo com o bandeira tendo visão total.

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Não dá pra acreditar que isso é erro, que o bandeira, que faz curso pra ser bandeira, que é preparado pra ser bandeira e enxergar as infrações , não teve como ver o impedimento – um está à frente, e de camisa branca;  o outro está mais atrás, e de camisa verde verde. Sem contar que são dois jogadores impedidos e com a possibilidade de receber a bola. E sem contar também que o Palmeiras, na mesma partida, teve impedimentos milimétricos marcados em seus ataques. E como esse, escancarado, não foi?

Está dando na cara demais… em todas as rodadas as arbitragens “erram” contra o Palmeiras. E ficamos nos perguntando: Quem está por trás disso? Se a coisa parece orquestrada, essa coisa tem chefe, tem mandante… você não acha?

Um pontinho aqui, dois ali… no final, é um prejuízo imenso.

ABRE BEM O OLHO, PALMEIRAS! E COMPRA ESSA BRIGA!

Eu não via a hora de chegar o sábado… Vinte dias sem Palmeiras em campo estava sendo um castigo. Não via a hora, também, de ver como estaria o time depois do período em que o Cuca pôde treiná-lo; ver se o time estaria veloz, se teria um esquema de jogo que funcionasse, se os jogadores estariam numa “vibe” diferente…

Tinha muito boas expectativas para o jogo, mas o Palmeiras me surpreendeu. Jogou fácil, sem tomar sustos, se impôs, pra valer, em seus domínios (sim, o adversário teve medo do Palmeiras) e deu o primeiro passo, dos 38 que precisará dar, rumo ao título.

O Allianz Parque estava lindo, cheio de gente (34 mil parmeras). As camisas mais maravilhosas do mundo desfilavam diante dos meus olhos. Todos os modelos atuais, alguns antigos também, estavam ali.

Não sei se foi por causa da saudade, da abstinência, mas deu um nó na garganta quando o Palmeiras, de camisa nova (linda), entrou em campo. Em alguns trechos do nosso “hino nacional” eu só mexi a boca, porque a voz tropeçou na garganta…

Iríamos ver o Palmeiras que Cuca imaginou para o Brasileirão. O lateral Tche Tche faria a sua estreia, Roger Guedes vinha de titular em lugar de Dudu, que ainda não estava apto pra jogo, Cleiton Xavier estava de volta… a torcida, com letras verdes em camisetas brancas, mandava o recado “Estamos juntos rumo ao título”. Título, que o técnico Cuca nos prometeu…

E só deu Palmeiras! Se compararmos os dois tempos de jogo, diremos que o primeiro – parte dele – foi mais equilibrado. Mas foi delicioso ver o Palmeiras jogar os 90 minutos sem sustos, com o Prass tranquilão, praticamente “de folga”; com Jesus, pra variar, levando muitas botinadas, desde os primeiros minutos de jogo; com Tche Tche e Jean trocando de posição em campo muitas vezes; com Cleiton Xavier fazendo uma bela partida; com a velocidade de Roger Guedes; com Barrios jogando bem;  com Jesus, desculpe a heresia, matador…

O Palmeiras marcou muito bem o Atlético, que se viu obrigado a, muitas vezes, tentar com lançamentos mais longos (isso não funciona, e sabemos muito bem). E, quando  tentou ficar com a posse de bola, sofreu com os contra ataques velozes do Palmeiras.

Achei que o juiz  deixou os adversários baterem, e não gostei disso nem um pouco.

Mas não dava nem tempo de ficar com raiva… a alegria era a palavra do dia. Cleiton lançou Jesus,  que desceu pela esquerda e cruzou na medida para Roger Guedes guardar. A bola ainda bateria em Thiago Heleno, mas, ao contrário do que disse a “press”, quem chutou mesmo foi o parmera.

Gol-RogerGuedes

Os adversários batiam um bocado, mas o juiz, que deixava de marcar muitas faltas cometidas pelo Atlético, resolveu dar um amarelo para… Barrios. E um amarelo totalmente “non-sense”.

Jean cruzou pra Jesus e ele foi atropelado na área pelo goleiro, levando uma cotovelada na cabeça e precisando de atendimento médico. Juizão não marcou nada. Como pode? Jesus à frente, e o goleiro Wewerton, tentando defender, chega por trás, dá uma cotovelada na cabeça dele, joga o corpo em cima dele o jogando no chão, e para o juiz não foi nada? Não há nenhuma regra que obrigue o jogador a se desmaterializar em campo para facilitar a defesa de um goleiro, né? Então…

cotovelada-goleiro-em-Jesus

Thiago Heleno levantou o pé  no rosto de Roger Guedes e o juiz, não marcou nada (contra o Palmeiras pode tudo)… essas coisas dão raiva, precisam ser lembradas e ditas, porque, muitas vezes, atrapalham e prejudicam o jogo do time que o juiz deixa apanhar.

E o árbitro causou uma confusão em campo… Barrios foi atingido por trás por Paulo André; o juiz parou o jogo e sinalizou que daria amarelo para… Barrios (ele cismou com o parmera, né?)!! Seria o segundo, e ele teria que expulsar o palmeirense  – por ter sofrido falta de Paulo André, vê se pode? Então, ele se tocou, ou foi avisado, do absurdo que ia fazer e, consertando a lambança, voltou atrás e deu (só) amarelo para o Paulo André – que  deu um carrinho por trás em Barrios, quando ele teria chance clara de gol. O Atlético, na maior cara de pau, ainda ficou reclamando.

Mas o Palmeiras mandou na primeira etapa (Tche TChe fazia uma bela estreia), e muitos ataques verdes se seguiram até o juiz apitar o final do primeiro tempo.

Na segunda etapa, o Verdão voltou avassalador, veloz e determinado a aumentar o placar. Troca de passes em velocidade entre Cleiton, Jesus, Barrios, Cleiton (de novo), que cruzou na área pra Jesus guardar o segundo do Verdão. Que gol lindooooo! O décimo gol de Jesus na temporada. E com 22 segundos de jogo! Allianz explodia em festa.

O Palmeiras mostrava uma boa evolução era leve, rápido… Jesus estava impossível e, de cabeça, quase fez mais um; o goleiro conseguiu tirar. Um minuto depois, aos 7′, Cleiton Xavier cobrou escanteio e Thiago Martins, no primeiro pau e meio de costas pro gol, se antecipou, e de cabeça meteu a bola na rede pra fazer o terceiro do Palmeiras. A goleada se desenhava… e a torcida quase morria de felicidade.

Léo, que já tinha batido bastante nos parmeras o jogo todo, foi expulso por falta em Jesus. E, como se não tivesse feito nada, saiu dizendo que o árbitro era fraco (a press também diria que foi uma suposta falta)… Aham! E ainda ficou barato para o Paulo André, que já tinha amarelo, e também acertou Jesus…

Expulsão-poodle

Era Verdão e só Verdão em campo… Jean, quase… Roger Guedes, quase… O Atlético não sabia nem de qual caminhão de mudança tinha caído.

Cuca substituiu Cleiton Xavier (que pedira substituição) por Moisés, depois Barrios por Alecsandro.

As chances verdes se mutiplicavam… a torcida fazia festa em lateral, ataque, desarme… era só alegria no Allianz, e todos sabiam que ia sair mais gol.

Rafa Marques entrou no lugar de Roger Guedes. E foi ele, Rafa, que uns minutinhos depois, aos 41′, enfiou uma bola pra Gabriel Jesus dominar com estilo, entrar na área, fuzilar o goleiro, marcar o seu segundo gol e o quarto do Verdão. E Jesus saiu “atirando pra todo lado” na comemoração. Coisa linda esse menino!

E o jogo terminou assim… 4 x 0 pro dono da casa para alegria imensa de sua torcida.

Foi só o primeiro passo, de 38 que teremos que dar em busca do título. Sabemos que nem tudo serão flores em nosso caminho (nunca é, pra nenhum time),  no entanto, num campeonato de pontos corridos, é preciso ter regularidade. Que o Palmeiras sabe jogar, e bem, eu sei, eu vi nessa rodada (e não foi por acaso) mas o time precisa encaixar e fazer com que passe a ser rotina goleadas como essa, vitórias tranquilas como essa, um adversário com medo do Palmeiras, como foi o Atlético-PR.

Vamos em frente, Verdão! Temos um título a  conquistar!

BEM-AVENTURADOS OS QUE ACREDITAM NO PALMEIRAS, PORQUE É DELES O REINO DOS CÉUS!

E Jesus disse: Vai que é tua, Prass! Enfia no gol, Dudu! – Corintios 0 – 1

E pensar que um monte de palmeirenses profetizaram que o Palmeiras tropeçaria (!?!) diante do Rio Claro e também no derby que viria na sequência. E pensar que um monte de gente “caiu” o Palmeiras por conta própria… Hereges!

A vitória diante do Rio Claro, quando Jesus “andou sobre as águas” e marcou um golaço maravilhoso (o que tá jogando esse menino!), já tinha sido espetacular, os gols de Alecsandro (ele jogou um bolão) e Rafa Marques, idem. Ver Cuca fazer o Palmeiras jogar melhor, mais organizado, com a bola no chão, foi um alívio…

Ver o Palmeiras exorcizando qualquer possibilidade de ir parar na zona de rebaixamento e voltar à zona de classificação de seu grupo, fazendo os descrentes voltarem a crer, foi uma delícia. Saber que ele ia fortalecido para o clássico era reconfortante…

E o dia do derby chegou… A praça do Pacaembu estava cheia… de sol, calor, e daquela gente de verde e branco – azul, amarelo, limão -, com um grande “P” no coração…

Eu estava um pouco tensa, claro, afinal, clássico é clássico, e se é um derby, então. Entre Palmeiras e o time da Lava-jato não dá pra perder nem no par ou ímpar – os rivais tinham usado os reservas no seu jogo anterior só para descansar os titulares para o derby, e falaram até em golear o Palmeiras, vai vendo a empáfia…

Havia uma outra tensão no ar… antes do jogo, e em outros pontos da cidade, já tinha havido confronto entre alguns torcedores organizados, tinha havido um tiroteio, que causou a morte de um inocente, que apenas estava no local errado – na verdade, no local errado estavam os bandidos que o mataram. Esses, deveriam estar na cadeia.

Some-se a isso o “detalhezinho” de termos sérios problemas com as arbitragens sempre que jogamos contra eles…

Some também a imprensinha cantando uma bola, furada, de uma invencibilidade alvinegra de 21 anos no Pacaembu, sendo que por 16 anos, desses 21, o derby não foi jogado lá… Cantando uma bola de 8 vitórias pra eles, quando, na verdade, foram 7…

E conte também os ‘torcedores jornaleiros’, preocupados apenas em ser torcedores, sem o menor pudor e vergonha na cara de falar asneiras – quem sabe de futebol, sabe que ninguém ganha antes do juiz apitar o final do jogo, e sabe também  que em clássicos não existe favorito nunca, e se o torcedor for “itakera”, como um certo jornaleiro aí, não pode nem falar em goleada, né? E ainda mais por 6 x 1, coisa que ele nunca viu o time dele fazer no Palmeiras, coisa que o Corinthians, em 106 anos de existência, nunca conseguiu fazer no Palmeiras (mas já levou 8 x 0, e também um 6 x 0, no Pacaembu mesmo).

O “jornaleiro”,  que “se vivesse, veria”, viveu e não viu e, veja só, dizem que deletou a postagem depois… mas o print screen mandou lembranças pra ele.

Em campo, o jogo ia começar…”Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras…” cantava a parmerada no hino – dizem que os torcedores ‘itakeras’ estão doidinhos pra copiar a nossa ideia…

O “Çantu dus rivaus”, plagiando São Marcos, usava o número 12 às costas (rsrsrs why?) e tinha um uniforme igualzinho ao do Rogério Ceni (até agora não entendi essas coisas)… Quando olhei o “uniforme bambi” dele, pensei comigo: É hoje que alguém encobre ele… 

O jogo, embora não fosse na nossa casa, foi delicioso. A torcida, linda, cantava sem parar.

Se tínhamos alguma dúvida de como o Palmeiras se portaria em campo, desde o começo ela foi desfeita. Jogando com vontade, mais organizado e buscando o jogo, o time de Cuca deu trabalho para o rival, e não deixou ele jogar como pretendia, não lhe deu espaços e o obrigou a usar… chutões.

E se eles não  conseguiam jogar, dá-lhe botinada nos parmeras. Zé Roberto sofreu duas faltas duras, seguidas – uma do Fagner e outra do Elias -, Jesus (apanhou muito no jogo) também sofreu uma entrada pra cartão, mas o juizão fazia jus à tradição, e nada de cartão pra eles…

O Palmeiras pressionou desde o começo, mas, depois de uns 10/15 minutos, caiu um pouco de produção, atrasou umas bolas sem necessidade, deu uns chutões, no entanto, logo voltou ao normal (o nosso normal agora é bom).

E no NormalModeON, do jeito que a gente gosta, o Palmeiras foi rápido ao ataque, Alecsandro lançou Jesus, que entrou na área e mandou uma bomba; Cássio fez uma bela defesa e salvou o time de Itaquera, impedindo o Palmeiras de abrir o placar.

Prass deu um chutão lá pra frente e por pouco não pega o Cássio desprevenido. Na trave direita, ele precisou dar uma rebatida pra defender – Já pensou se o Prass me faz esse gol?

Embora tecnicamente o jogo não fosse tão bom, o Palmeiras era bem melhor em campo, faltava acertar aquele último passe para marcarmos o nosso gol… e o time do “grande estrategista”, que já tinha dado um chute perigoso no gol  do Palmeiras (a bola passou perto), não sabia com qual estratégia superar o Verdão.

Eu queria um gol de qualquer jeito, estava aflita por isso… e, naquelas coisas de torcedora, supersticiosa (só quando é com o Palmeiras), tentava sentir a minha intuição, buscar um sinal… olhava o céu e ele estava tão lindo, a luz da tarde deixava os prédios com cores tão bonitas… um deles, com vidros muito verdes que refletiam a luz do sol…

Mas o primeiro tempo terminou no 0 x 0 mesmo.

Durante o intervalo a gente ouviu o som de bombas lá na torcida visitante – vimos a fumaça também. A PM, que barra as toucas de porco das mulheres, e, quando cisma, os seus batons também, deixou mesmo os marmanjos entrarem com bombas? Como assim? E será que todos os repórteres, que têm o dever de reportar, reportaram esse fato?

Veio o segundo tempo… e o Palmeiras continuava querendo jogo – os adversários também queriam, mas a marcação adiantada do Palmeiras dificultava o querer dos alvinegros.

Elias, o “trunfo” do adversário para a partida, e que não rendeu nada, foi substituído. Eu queria que o Cuca também desse uma mudada no time, para ficar mais acertadinho, pra sair o nosso gol.

E se não fosse uma defesaça do goleiro ‘itakera’, Alecsandro teria aberto o placar. Jesus cruzou pra ele, da esquerda, e, na cara do goleiro, Alecsandro bateu de primeira. O S.C.Itaquera foi salvo pelo reflexo do goleiro. Na bancada, não acreditávamos que aquele gol não tinha saído. A torcida cantava mais forte ainda…

Cuca tirou Robinho, que não estava muito bem, e chamou o Duduzinho. Aí sim, Cuca!

Os adversários tentavam, mas os parmeras estavam espertos. Tite, o “grande estrategista” gritava para os seus atacantes:Tira do Vítor Hugo! Se algum palmeirense errava qualquer coisa, lá estava o Mito  consertando tudo. Ah, esse “zagueiro de série B”…

Eu estava tranquila em relação ao desempenho do Palmeiras, mas aflita pelo gol que não saía. Nós tínhamos que ganhar! Lembrei do meu terço verde que estava na bolsa.

Com o terço na mão, rezando para que os parmeras tivessem sabedoria para conduzir a partida e calma para chegarem ao gol, eu olhei pra cima, por sobre o meu ombro esquerdo, e percebi que o céu do Pacaembu se dividira em dois tons de azul… tão lindo… Na hora não entendi…

E se eu esperava que algo muito bom acontecesse, quase caí dura de desgosto quando o juiz assinalou pênalti de Thiago Martins no jogador do time da Lava-jato. E logo o Thiago Martins, que estava jogando muito. Na hora, ali atrás do gol, achei que não foi – se fosse para o Palmeiras, não dariam nunca – e xinguei muito o juiz.

Olhei pro terço na minha mão e pensei: Como assim?

O Pacaembu gritava o nome do Prass… Olhei o Prass ali, imaginei ele imenso, do tamanho do gol, fechando tudo…  Decidi que não veria a cobrança. Olharia para o céu e esperaria a minha torcida gritar. Meu coração não parava de dizer: “Pega, Prass! Pega, Prass!”.

E então, o Pacaembu explodiu no grito da minha torcida e nos abraços todos que vieram depois! Prass, maravilhoso, pegara mais um. Só estando no estádio pra ver a reação dos torcedores, pra ver os olhos, o rosto de cada um, o que cada um trazia se estampava no rosto… que emoção meu Deus!

PQP, é o melhor goleiro do Brasil, Fernando Prass!! Olhando o Prass no campo, comemorando, olhando a sua camisa, eu entendi o céu divido em dois tons de azul…

E um minutinho depois, um minutinho mesmo, quando eu ainda chorava de alegria pelo pênalti defendido por Prass, um outro “gigante”, pequenino, nosso duende favorito, meteu fogo no jogo, no nosso grupo do Paulistão, na rivalidade e fez o Pacaembu vir abaixo.

Alecsandro tocou pro meio, na entrada da área, Zé Roberto, de costas cabeceou lá pra frente. E então, a bola alta foi descendo… Dudu, com “meio metro” de altura foi pra bola, Cássio, com “dois metros e meio” também foi… e adivinhem quem encobriu quem e guardou no gol? Ele mesmo, Duduzinho lindoooooooo!

Se alegria matasse, teríamos morrido todos ali, naquele momento, um minuto depois do Gigante Prass pegar o pênalti. Era muita emoção para apenas 70 segundos,  tempo entre a cobrança de pênalti e o gol de Dudu. Era impossível não gritarmos, não berrarmos, era impossível contermos a emoção, escondermos as lágrimas… Loucura total entre os parmeras.

Alfacio

Borboletácio  – ou seria Alfácio? – não achou nada, e Duduzinho, nosso gigante pequenino, subiu o quanto pode e, de cabeça, encobriu o goleiro e guardou – encobriu um outro jogador também, que caiu dentro do gol depois. Duduzinho saiu comemorando, com “chapéu” e tudo (lembra da história do chapéu?)…

Dizem que, na transmissão, ficaram contando os milímetros tentando achar um impedimento do Dudu. Na Band, onde o insandecido Neto levou uma do Edmundo, os caras cortaram até um jogador da imagem (e parece que entortaram a linha mais do que a perspectiva exigiria), pra mostrar um impedimento que, na verdade, não houve…

Não entendo de geometria, mas sei que, pelo ângulo em que vemos a imagem, ela tende sim a se afunilar um pouco na parte de cima, a parecer mais larga na parte de baixo. Repare nas listras do campo. Mesmo assim, não há dúvidas quanto à posição legal de Dudu…

Gol-Dudu-legítimo1

Gol-Dudu-legítimo2

E ainda bem que os itakeras já estavam classificados e “não estavam nem aí pro jogo”, né? Ainda bem que eles “não gostam de Paulistinhas, só de campeonatos maiores”… Contar os milímetros tentando achar um impedimento, que não houve, é muy significativo.

Depois do gol, o “grande estrategista” colocou Danilo em campo, muito provavelmente por… superstição. Mas, não deu certo. Se o S.C.Itaquera já não podia fazer muita coisa antes, depois do gol do Palmeiras é que ele não pôde mais mesmo. O Verdão se portou muito bem em campo, correu, lutou, desarmou, deu bicão quanto tinha que dar bicão, segurou… e saiu com a vitória, de novo.

E a torcida, ah, a torcida… feliz da vida, rouca, cansada da “batalha” , foi comemorar a freguesia!!

VALEU, PALMEIRAS, SEU LINDO! É SÓ FAZER O MESMO NO PRÓXIMO JOGO, TÁ?  😉

Ontem, durante a partida na qual o Palmeiras venceu o Rio Claro por 3 x 0, o nosso preparador físico, Osmar Feitosa, foi expulso por ter se utilizado de um dispositivo eletrônico de comunicação, um “ponto”, com microfone, recurso que não é permitido no futebol desde o início dos anos 2000.

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Estaria tudo ok se o juiz não tivesse se inteirado do fato de maneira um tanto quanto “mediúnica”…

Ele não viu o dispositivo eletrônico, ninguém da arbitragem viu. Quem viu foi Thiago Maranhão, um repórter de campo, que falou sobre isso durante a transmissão; a TV mostrou as imagens e, quase na mesma hora, o juiz teve um insight: “Acho que o preparador físico do Palmeiras está usando um ponto eletrônico. Vou lá imediatamente tomar providências”… Aham…

Então, já sabendo do fato (como sabia?), o árbitro foi até o banco – Osmar já não estava mais com o tal ponto. O árbitro falou com Osmar, depois, confirmou com o quarto árbitro e então expulsou o profissional do Palmeiras.

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Quando o juiz vem direto e reto no Osmar, já sabendo do ponto, logo depois da TV ter falado sobre isso, ele nos mostra que foi avisado por alguém, confere?

Quando ele pergunta para o quarto árbitro, querendo uma confirmação, ele nos dá indícios de que não foi o quarto árbitro quem o avisou, correto (mesmo porque o quarto árbitro também não tinha visto)?

Bem… ele não viu, alguém o avisou logo que a TV mostrou e que o repórter falou sobre isso, e não foi o quarto árbitro…

Tão proibido quanto o uso de recurso eletrônico é a arbitragem se utilizar de imagens da TV, ou de informações de pessoas que não façam parte da arbitragem,  para apitar/conduzir uma partida. A Fifa não permite isso.

Já tivemos inúmeros casos de interferências vindas de fora das quatro linhas – lembra do gol anulado do Barcos? -, feitas por pessoas que nada tinham a ver com a arbitragem.

E ontem, todo mundo ficou com a impressão de que o repórter que trabalhava na transmissão teria avisado à arbitragem sobre o fato, e nem dá para se culpar muito as pessoas por pensarem assim, porque as coisas aconteceram quase na mesma hora, e também porque, não seria a primeira vez que uma presepada da imprensa  aconteceria; em outras situações já houve consulta até das imagens de TV,  de profissionais da imprensa que estavam no campo, já houve jornalista ligando pra tribunal pra “lembrá-lo” que um jogador poderia ser punido. Cachorro mordido de cobra…

E como esse tipo de interferência só acontece quando é para o Palmeiras ser prejudicado de alguma maneira, a torcida, que já conhece esse modus-operandi dos torcedores (rivais) profissionais de imprensa, ficou irada com o moço e ele foi criticado e xingado via Twitter.

A imprensinha, corporativista que é, correu defender o amigo de profissão – que garantiu não ter sido ele o informante -, mas ela esqueceu do mais óbvio, do mais pertinente à tarefa de um jornalista: investigar. Se não foi o repórter, quem então avisou ao árbitro sobre o ponto utilizado por Osmar Feitosa, e justo no momento em que o repórter falou sobre isso na transmissão? Essas perguntas a imprensa deixou de lado… mas algo ilícito aconteceu, e mais uma vez, e como sempre, num jogo do Palmeiras e com o Palmeiras.

Não pode usar rádio? Não pode. Ok. Não pode a arbitragem receber informação de fora? Não pode também. E por que só uma das infrações tem punição?

A mesma imprensa que costuma investigar e expor detalhes da vida privada de tantos atletas (e se cala sobre as propinas no Itaquerão – se calou quando a patrocinadora do time da Lava-jato foi descoberta sem CNPJ e, depois disso, sumiu do mapa), se omitiu agora, se esquivou de tentar descobrir qual foi a “mágica” para que o árbitro soubesse do “ponto”.

E tão “profissional” que é, achando um horror que o repórter fosse atacado nas mídias sociais,  passou ela, a imprensa, a “atacar”, a desmerecer torcedores, chamando-os de “primatas”, ignorantes, a falar sobre “honestidade”, a dizer que os palmeirenses “querem se valer de um recurso ilícito, justo num momento em que o país está sendo passado a limpo…), a desmerecer toda uma torcida…

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A moça em questão é setorista do Palmeiras, e  precisa da audiência da torcida que “nem dá pra chamar de torcida”, veja só. (se matar garotinho na Bolívia, aí dá pra chamar de torcida, moça?).

Tenho certeza que deve ter torcedores que passaram das medidas nas reclamações, mas tenho certeza também que não foram todos os torcedores. No entanto,  jornalistas podem generalizar (tem até os que provocam os torcedores), os torcedores não? Bem ‘democrática’ essa postura, e “justo quando o país está sendo passado a limpo”, não é?

Querem descer para o play, mas não querem brincar os liMdos? Como assim, press?

O corporativismo distorce a nossa reclamação, como se reclamássemos da expulsão, e não da informação passada ao árbitro só quando é, e porque é, o Palmeiras.

E a questão principal se perde, a imprensa não dá luzes à ela: COMO FOI QUE O JUIZ RECEBEU A TAL INFORMAÇÃO PARA EXPULSAR OSMAR FEITOSA?

Reza a lenda, e já vi um ex-árbitro falando a respeito, que existe alguém ligado à arbitragem, que assistiria aos jogos na TV, fora do estádio e que passaria as informações. Isso não é permitido. Não sei se é verdade, mas, supondo que exista mesmo essa pessoa que assiste na TV, por que é que não há interferência em partidas de outros times? Por que nunca ninguém avisou aos árbitros da tonelada de penalidades máximas que eles, erradamente, deixaram de marcar no Brasileiro 2015, por exemplo? (Seria por isso que as infrações cometidas por certos times, ajudados pelo apito e pelos comentários e notícias da imprensinha, nunca são mostradas na mesma hora – demoram um tempão -, e às vezes, são escondidas, como se nunca tivessem existido, enquanto as do Palmeiras são repetidas à exaustão, e por todos os ângulos possíveis?).

Por que razão não veem/viram outros “pontos” eletrônicos, onde eles são/foram absurdamente expostos? Por que não há repórteres tão “escandalizados” com a utilização do recurso ilegal por outras pessoas, de outros clubes?

André Rizek, do SporTV – aquele mesmo, que ligou para o STJD para perguntar qual seria a punição cabível para Valdivia, por ele forçar um terceiro cartão amarelo, mas que não fez o mesmo semanas antes, quando Paulinho tinha forçado um terceiro cartão a pedido de Tite, fato amplamente divulgado na imprensa – falando sobre as reclamações dos torcedores com o repórter, disse que “a função do repórter é contar o que está acontecendo, é reportar o fato”. Ele está certo.

E sendo assim, por que ninguém reportou que o Tite estava “ouvindo música” durante uma partida?

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Também não teve ninguém que reportasse que o Dorival estava “escutando as cotações da Bolsa” enquanto trabalhava?

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Por que será que ninguém se incomodou em reportar que Marcelo Oliveira usava um “radinho de pilha” durante uma partida?

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Esses, um árbitro só não vê se não quiser. Mas nenhum árbitro viu, e nenhum repórter, que tem a obrigação de reportar, reportou…

E é  disso que a gente fala… por que só com o Palmeiras??

(Meus agradecimentos ao Arthur Carvalho por pesquisar,  encontrar e me passar as imagens. Grazie, caro.)

E na manhã seguinte é outro dia… mas trazemos conosco os machucados e as dores do dia anterior…

Depois de tantos reveses, e em pleno domingo de Páscoa, teríamos o Água Santa (who?) pela frente, lá no Prudentão. Hora boa de vermos o nosso time diferente, de conquistarmos uma vitória, esquecermos as presepadas anteriores e ficarmos com o coração mais em paz… Santa inocência, Batman!

Sabe aquele lutador que, diante de um desconhecido e fraquíssimo adversário, leva uma porrada inesperada e baqueia? Aí, ele consegue encaixar um golpe, respira, e acha que vai pra cima, mas, na sequência, leva um cruzado, logo depois, um direto,  e vai a nocaute?

Então…

O Palmeiras começou melhor. Robinho, logo aos 2′, meteu bola na trave e o time do Palmeiras, ainda que apresentando falhas nas finalizações, no domínio de bola dentro da área, comandava as ações na partida. No entanto, aos 35′, após uma cobrança de escanteio – escanteio dado de presente, depois de um lance bisonho de Dracena, que caiu sozinho e não conseguiu interceptar a bola que sairia de campo -, e depois de um vacilão da nossa zaga (só vivemos de bola aérea e não sabemos marcar esse tipo de jogada?), tomamos um gol de cabeça. Aí, já viu… o time sentiu, ficou nervoso e a confiança amarelou… Aos 38′, Rafael Marques chutou o empate pra fora…

O empate do Palmeiras veio aos 43′, na cobrança de pênalti de Robinho, que Gustavo cometeu em Dracena. “Uffa! Foi só um susto, e agora vamos virar”, pensamos nós.

Que nada… Um minuto depois, Everaldo, (des)marcado por Lucas, desceu em velocidade, como quis, entrou na área, como quis, e meteu na rede, como quis – o pior é que o Lucas corria o máximo que podia, se esforçava – dava pra ver na TV -, mas o máximo dele não era suficiente para alcançar o adversário (a preparação física dos nossos atletas está adequada mesmo?). Uma cacetada nos parmeras esse gol.

A parte psicológica, que não sei porque não aguenta um revés, passou a ajudar o time a errar ainda mais… e o inexpressivo adversário, que era muito fraco, mas não era bobo, tratou de ir pra frente e se aproveitar disso.

O time do Palmeiras sentiu demais o segundo gol, mas a pane psicológica mesmo se daria com um erro da arbitragem… um terceiro gol do Água Santa, aos 48′, em total impedimento  e com as bençãos da desatenção da nossa zaga.

Se o time já tinha sentido o segundo gol, imagina tomar o terceiro, pouquíssimo tempo depois do segundo, e com um errão da arbitragem – se um bandeira, que tem total visão do lance, não sabe avaliar isso, faz o que em campo? Mas, nem por isso teríamos que deixar o adversário receber sem marcação alguma, né?

agua-santa-gol-impedido27-03-2016

Não fazia nenhum sentido e não tinha nenhum cabimento o Palmeiras estar perdendo para o Água Santa, afinal, ele não tem um time superior ao do Palmeiras, nem de longe, mas o Palmeiras dava tanto mole, que o time adversário nem precisava ser grande coisa para conseguir marcar os seus gols. Era uma facilidade só. E pra gente, tentar um gol era uma enorme dificuldade.

Lucas, numa fase tão ruim, que parece que não passa; Dracena, numa tarde horrível (como me disseram, talvez ele até possa jogar bem num esquema com três zagueiros, mas no esquema de ontem, nem pensar)… Roger ruim, Robinho bem fraquinho, Egídio, um dia bem, cinco ruins… o time todo devendo… a zaga fraca, as laterais idem… a bola parecia queimar nos pés alviverdes…

E dava uma saudade do Vítor Hugo… Dava saudade também do Valdivia, e dos atalhos no campo que só ele sabia achar; dava saudade do Jackson – que não era nenhuma Brastemp, mas era melhor do que os que vieram depois que ele saiu… eu sentia saudade até do Leandro Pereira (Mattos comeu bola em algumas dispensas e contratações)… Sem contar que a gente fica com a impressão  que, ao invés de jogarem os que estão melhores, tem alguns que são titulares pelo nome.

Difícil… vergonhoso o placar, porém, no segundo tempo, se o Palmeiras mudasse a postura em campo, se os jogadores conseguissem pensar e raciocinar melhor, se conseguissem se acalmar, a gente podia sim ir buscar o resultado.

Mas isso não aconteceu… O time não teve forças para vencer a si mesmo e continuamos a ser o nosso maior adversário em campo.

Eu já não conseguia prestar atenção no que via… olhava a TV mas era como se tivesse um véu na frente do meu rosto… e foi assim que vi o Roger, nosso zagueiro, fazer um gol contra, dando o quarto gol de presente para o adversário… Foi assim que vi o juiz apitar o final…

Como entender, como explicar essa goleada? Impossível. Esse time foi campeão há três meses, com uma força absurda, com uma garra imensa… não consigo reconhecê-lo agora. Não consigo entender o que acontece (não, eu não acredito em “jogar mal de propósito”, em preferirem ser execrados pela torcida do que aplaudidos), mas não consigo ver mudanças no esquema que o time jogava com MO e no jeito que joga agora.

Pra mim, ainda faltam peças. Falta o meia que chame a responsa – gosto de Allione, mas precisa um outro pra jogar com ele, e não acho que esse outro seja CX -, faltam laterais, faltam zagueiros… falta alguém pra cobrar esse time, falta o presidente cobrar o Mattos, que me parece ter carta branca até demais (de longe, é o que eu acho)… Falta todo mundo tomar consciência  que estamos lá na rabeira da tabela e isso é muito tenso.

Não dá mais para entrarmos no paraíso num dia e, dois meses depois, já irmos descendo aos infernos… Perder para 5 times pequenos, no Paulistão, é uma vergonha, correr o  risco de um rebaixamento nesse campeonato é inadmissível.

Dirigentes, técnico e time vão ter que se virar. Se jogavam com tanto sangue nos olhos em Dezembro, não é possível que pareçam anestesiados agora.

Não brinca, Palmeiras, a coisa é séria! Vamos à luta! E com os que estiverem melhores, com as armas que temos, e que não sei porque não estão mais sendo usadas.

Queremos aquela garra de volta, queremos a paciência para buscar o gol, queremos a bola rolando no chão, queremos o escanteio no segundo pau (escanteio curto não), queremos a disputa por cada centímetro do campo, queremos a vibração, queremos a energia que, lá da bancada, sentíamos vir do campo…

Em troca, vamos fazer o que sabemos, o que podemos e o que o nosso coração manda… VAMOS EMPURRAR O TIME!!

Estamos bravos, desapontados, tristes, mas sabemos que se não apoiarmos o nosso time (com quem quer que ele entre em campo), a coisa pode ficar pior… E se ficar pior,  seremos nós os que vão sofrer feito uns condenados pelo Palmeiras, mais do que já estamos sofrendo agora.

Portanto, gostando ou não do que estamos vendo, sabemos todos o que devemos fazer…  “Eu sempre te amarei e te apoiarei…”

Conte conosco, Palmeiras, mas, por favor, não nos deixe lutar sozinhos.

– Por que aquele jogador de preto não chuta a bola também, pai?

– Impedimento? O que é isso, “Fulano”?

– Por que aquele jogador, que tem roupa diferente, pode por a mão na bola, “Sicrano”?

– O que é pênalti, amor?

Sim, houve um tempo em que quase todas as mulheres não entendiam nada de futebol… e a maioria das que não entendiam, não fazia questão alguma de entender…

Houve um tempo em que pouquíssimas mulheres iam aos estádios assistir às partidas de futebol…

Houve um tempo em o futebol separava homens e mulheres – elas não entendiam a paixão deles por uma coisa tão “sem graça”, não aceitavam ficar em casa pra ele ir a um jogo… e tinham raiva só de ouvir falar em futebol.

Houve um tempo em que mulheres não eram muito levadas a sério  quando falavam de futebol…

Houve um tempo em que mulheres foram até proibidas de praticar futebol (e outros esportes), e por um Decreto-Lei, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1941…

Futebol… coisa de homens.  Um esporte criado por um homem, para ser praticado por homens, discutido por homens, venerado por homens… AHAM!

Os que pensavam assim não sabiam de nada. Não sabiam que, nós, mulheres, invadiríamos o “clube do Bolinha”, e passaríamos a frequentar estádios, mesmo, a gostar de futebol, mesmo, a jogar futebol, a entender de futebol, discutir futebol, a amar futebol…

Foi uma longa caminhada para chegarmos até os dias de hoje.

Nos primórdios do futebol no Brasil, no início do século XX, as mulheres compareciam aos jogos. Iam com seus maridos, pais…. O futebol ainda era uma novidade aqui.

Você sabia que foi por causa das mulheres, por causa da sua presença nos campos e estádios, que surgiu o termo “torcedor”?

Isso mesmo. As mulheres iam aos campos e estádios trajando vestidos, calçando luvas e usando chapéus. Por causa do calor, algumas delas tiravam as luvas e, quando nervosas com o decorrer da partida, torciam-nas. Passaram então a ser designadas como “torcedoras”, e a palavra acabou sendo assimilada pelo vocabulário futebolístico brasileiro.

Era promissor o início com a presença das mulheres nos estádios, com o destaque na maneira como “torciam”, mas, com o decorrer do tempo, passou a ser comum à maioria das mulheres o desinteresse pelo  futebol.

As  portas do futebol se mantinham semicerradas às mulheres… e eram em número reduzido as que se aventuravam  a ir aos estádios e campos de futebol. A mentalidade era mesmo a de que futebol era coisa pra homem.

Pra se ter uma ideia, meus pais tinham uma única filha, e minha mãe não estava muito interessada em uma nova gravidez, mas meu pai, que jogava futebol (era bom), que chegou a ser técnico do time da minha cidade, queria de todo jeito um menino para acompanhá-lo aos estádios, para conversar com ele sobre futebol… Na cabeça dele, minha irmã não servia e só um menino poderia ocupar esse lugar.

E foi assim que cheguei ao mundo… Não veio o menino que ele queria, mas veio a torcedora, que nasceu apaixonada pelo Palmeiras – não me lembro de ter virado palmeirense algum dia, sou palmeirense desde que me conheço por gente.

Provavelmente, meu pai deve ter se desencantado  quando soube que mais uma menina tinha nascido, mas ele não esperava que essa filha fosse gostar de futebol tanto quanto ele (se não mais), não esperava ir ao estádio com essa filha, ir à Academia,  não esperava as brigas todas por causa do Palmeiras  – ai daquele que criticasse o Palmeiras para o outro-, não esperava comemorar títulos com ela (deu tudo certo, pai)…

Palmeiras… não imagino a minha vida sem ele, e sei que muitas outras palestrinas se sentem assim também.

E tenho orgulho de saber que foi o Palmeiras, lá na década de 80, que deu um passo grande para trazer as mulheres para o estádio, para trazer as mulheres ao mundo do futebol. Ele foi o primeiro clube a não cobrar ingressos das mulheres, abrindo-lhes os portões do Palestra (tinha que ser ele o pioneiro),  e hoje, como consequência, ele tem as mais belas e mais apaixonadas torcedoras; hoje, ele conta com mais de 15 mil associadas ao Avanti. Não é maravilhoso isso?

Hoje, nós , mulheres, enchemos os estádios, assistimos aos campeonatos, jogamos, treinamos, fazemos comentários sobre futebol, produzimos e divulgamos notícias, escrevemos textos e livros, arbitramos jogos, podemos ser técnicas, jogadoras, assessoras de imprensa, repórteres de campo, jornalistas esportivas, patrocinamos clubes…

Hoje, podemos comprar camisas especialmente feitas pra nós, compramos bandeiras, chapéus, meias, livros, DVDs… e tudo o que se relacionar ao nosso time.

O futebol, pra nós,  é liberdade, é o espaço que conquistamos, sem campanhas, sem marchas, sem violência, sem ranço, apenas sendo nós mesmas, apenas fazendo valer a nossa vontade, fazendo valer o que somos e sentimos. Não tem mais essa de mulher pode isso, mulher não pode aquilo. Falamos palavrões no estádio com a mesma propriedade com que retocamos o nosso batom.

O mundo do futebol é nosso também, porque nós quisemos assim, porque nós fizemos assim.

E o futebol ficou tão mais bonito com as mulheres… trouxemos a ele, um esporte tão viril, a nossa sensibilidade, a nossa alegria, a nossa força. Trouxemos aquele “não desistir nunca”… trouxemos amor na mais profunda significação da palavra. E por isso, hoje, mulheres e homens choram juntos de alegria por um gol marcado, por uma defesa milagrosa, por um título conquistado; juntos, choram de tristeza também… e os homens não têm mais vergonha de mostrar o que sentem.

Elas, aprenderam a falar palavrões; eles, aprenderam a mostrar as emoções… e como isso junto ficou bonito!

As mulheres de hoje, as palestrinas especialmente, entendem de futebol, e entendem muito – entendem do que quiserem entender. E são apaixonadas pelo seu time.

Vai dizer pra uma delas, antes de uma partida, que o time delas não vai ganhar. Você vai arranjar uma encrenca e tanto.

Vai discutir futebol com elas, achando que elas não entendem nada do assunto. Você  certamente vai encontrar quem discuta, escalação, substituição e  esquema tático com  muita competência…

Hoje, elas sabem direitinho porque o homem de preto não chuta a bola, sabem se foi mesmo impedimento, se foi pênalti… e ai do juiz se não apitar direito.

Hoje, o futebol não é mais “coisa de homens”… hoje, é tudo junto e misturado – a palestrina já sabe disso desde criancinha.

Hoje, elas continuam sendo mães, amigas, filhas, namoradas, esposas, companheiras, profissionais… continuam sendo o que quiserem ser… e já cantam, vibram, choram e morrem de amor pelo seu clube de coração.

E tudo isso, de batom, unhas feitas,  e sem perder o charme…

Feliz Dia Internacional das Mulheres todos os dias, suas lindas!

Vocês são show de bola e escolheram o melhor time do mundo – e eu também!

Mari-Cacau

Flavinha-Clo

garotinha

ZonaLeste

Talitinha

Cotia

Marta-Márcia

Torcedora

Angela

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Final

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Clo-Glauco-Globo-A1

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PalmeirasTricampeão-PrassMonstro

“O amor conquista todas as coisas” – Cícero

Só agora estou voltando ao normal, arrebatada que fui por tanto encantamento… Só agora consigo falar a respeito do sonho, no qual entrei Prass nunca mais sair…

Aqueles que não conhecem os caminhos retos para se conquistar objetivos – campeonatos, por exemplo -, os que não sabem o que é caminhar com as próprias pernas, os que não têm história, jamais entenderão a magnitude desse momento do Palmeiras…

Era mais que um título, era mais que a Copa do Brasil… era mais do que a primeira volta olímpica da história do Allianz Parque… era mais do que ter chegado à final tendo que vencer adversários e arbitragens durante todo o campeonato… era mais do que viver um momento de prosperidade, de salários em dia, de casa sempre cheia… mais do que começar a colher os frutos da reconstrução do Palmeiras… era mais do que calar a empáfia e a dissimulação do adversário final… era mais do que poder desdizer os jornaleiros e seus prognósticos ridículos, mais do que fazer a imprensa engolir as suas chacotas, piadinhas, seu desdém… era mais do que mostrar a força do time que a imprensa insistia em fazer desacreditado…  era mais  do que mudar o fato de que em 40 anos só outros dois técnicos ganharam títulos aqui…  era tudo isso junto, era justiça, era uma questão de ser Palmeiras,  era(é) o resgate de um Gigante, que estava prestes a escrever mais uma linda página da sua gloriosa história…

Como foi difícil atravessar a noite e o dia que antecederam a final da Copa do Brasil…

Um certo passado, ainda recente, nos fazia ficar apreensivos; a razão, no entanto, nos lembrava que o adversário, que só nos vencera na primeira partida com a ajuda do árbitro, não era tudo aquilo que diziam dele; e o coração, ah, o coração… ele, que nunca erra, fazia os palpites palestrinos serem os melhores possíveis…

Por mais que eu tivesse imaginado mil vezes o final da noite do dia 02/12, não pensei que ele seria tão espetacular, tão épico, tão Palmeiras…

Desde que saí da minha casa, os palmeirenses pelo caminho eram incontáveis. Nas proximidades do Allianz, eram milhares, e traziam no rosto aquela ansiedade e  brilho nos olhos de quem está indo para uma grande festa.

A Rua Palestra Itália estava uma loucura! Entupida de gente… Muitas luzes de sinalizadores,  fogos, que espocavam sem parar… risos, alegria, ansiedade… todo mundo sabendo que a realização do nosso sonho já tivera o seu início…

PalmeirasTricampeão-RuaPalestraItalia

No entorno do Allianz, o ambiente era mágico, surreal. Nunca tinha visto nada igual, não daquele jeito. Era como se estivéssemos dentro de um sonho, numa outra dimensão, de luzes e névoa…

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40 mil pessoas no Allianz… Do lado de fora, na Palestra Italia/Turiaçu e arredores, outras 40 mil, se não mais, acompanhariam nos televisores dos bares..

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E tanto dentro do Allianz como fora dele havia uma energia única, arrebatadora, que deixava a gente tonto, como se tivéssemos ingerido alguma droga, cujo efeito colateral fosse a felicidade.

Eu olhava aquele gramado e me lembrava de outros momentos, sentia o Palestra Italia  vivo ali, sabia que um pedaço da antiga ferradura dormia embaixo das arquibancadas… passado e presente misturados…

Eram muitas risadas, conversas e corações a mil quando Prass entrou pra se aquecer, seguido pelos companheiros… A recepção a eles foi eletrizante. “O Palmeiras é o time da virada, o Palmeiras é o time do amor”. E quanto amor estava envolvido naquela final…

A nossa “droga da felicidade” ia fazendo efeito. A conexão entre o que se via e ouvia era feita diretamente na nossa pele, no sangue nas nossas veias… Os sons e imagens pareciam atravessar a nossa pele e tomar conta do nosso corpo. O cérebro, atordoado, tentava assimilar, classificar, entender aquele mundo mágico, de sonho, mas era impossível, só podíamos sentir…

A última batalha ia começar… Corações a postos, orações,  alguns olhos grudados no céu,  outros fechados, mãos que seguravam terços… nossa energia se tornando uma só. O lindo mosaico da torcida, que, com muita justiça, trazia Prass, apareceu no momento em que nosso “hino nacional” ganhou os ares… e ele nunca foi tão lindo, tão tocante…

“Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras”… era emoção demais…  As lágrimas nublavam os meus olhos e, muitas vezes, eu só mexia a boca, porque a voz não saía…

O juiz mal acabara de apitar o início e, com uns 10 segundos de jogo, Arouca achou Barrios lá na frente, ele deu um passe lindo para Gabriel Jesus sair na cara do goleiro e chutar pro gol, mas Vanderlei conseguiu salvar com os pés e tirar a bola por cima… Uhhhhh!

Era o Palmeiras mostrando que era o dono da casa, que ali a conversa seria outra; o Santos parecia assustado, mas foi pro ataque, Prass fez uma defesaça e, no rebote, a bola foi chutada na trave. Que susto!

O Palmeiras procurava não dar espaços para o Santos, desarmava, defendia, e era mais ofensivo, mais objetivo. O time tinha velocidade e uma vontade enorme. Do jeito que a gente queria, do jeito que as sardinhas e a imprensinha não contavam que  seria…

Mergulhada na “outra dimensão”, nervosa, eu enxergava diferente, como se tudo à minha volta tivesse uma outra luz, uma outra perspectiva… a respiração era curta, mais difícil… assistia com o coração…

Chance com Dudu… Chance com Zé Roberto, que recebeu carga do defensor do Santos e caiu na área… Chance com Barrios, de cabeça, e o goleiro defendeu de mão trocada pra evitar o gol certo…

Vaaaamos, Palmeiras! A Que Canta e Vibra dava um show e esperava pelo momento de gritar gol… a energia nas cadeiras do Allianz era absurda. O som era impressionante… “Eu sempre te amarei e te apoiarei, eu canto ao Palmeiras”… Time e torcida dando tudo e o melhor de si…

O Santos fazia muita cera, e o seu goleiro inventava mil e uma para parar o jogo. Com as bençãos do juiz, que fazia muito jogo de cena para parecer aborrecido, mas amarelo que é bom…

Jesus invadiu a área e David Braz meteu o cotovelo na bola, pra evitar que ela sobrasse pro palmeirense. Braço afastado do corpo, braço que desceu para acertar a bola com o cotovelo… E o juiz… nada! Que raiva! Não tinha sido suficiente o gambá Oliveira nos garfar e nos fazer sair em desvantagem na primeira partida?

Sentindo dores no ombro, Jesus, que fazia uma bela partida, saiu de campo aos 40′ para a entrada de Rafael Marques. Que triste perder nosso Menino Jesus e vê-lo  sair chorando…

O grito de gol se torcia em nossas gargantas, querendo escapar…. mas o primeiro tempo acabou 0 x 0.

E veio a segunda etapa… a decisão se aproximava do final…

O Santos, que tanto se gaba de um dia ter parado uma guerra, iniciara uma guerra estúpida e imbecil contra o Palmeiras – logo contra o Palmeiras, que parava até o Santos de Pelé – e se dera muito mal, porque não tinha bala na agulha para enfrentar o Palmeiras em seus domínios. E tremia na base… amarelava… se encolhia…

O falastrão David Braz já tinha saído machucado; Lucas Lima, das risadinhas irônicas, era engolido pelo brilhante futebol de Matheus Salles; Ricardo Oliveira, o imbecil “Viola da vez”, não conseguia fazer nenhum palmeirense entrar na sua pilha…

Por outro lado, Dudu e Barrios jogavam muito…  na verdade, o time todo do Palmeiras jogava muito e era bem melhor que o seu adversário. Seria só questão de ter paciência e sangue-frio. Mas sangue-frio só se fosse o das sardinhas amarelentas… porque o sangue verde pegava fogo e fazia o Caldeirão do Porco ferver.

Eu não vi como a jogada foi feita,  só vi a bola morrer na rede lá do outro lado e o grito de gol de 20 milhões de palestrinos (estavam todos lá) se livrar das amarras e explodir no Allianz. Eu me perdi no amontoado de abraços e lágrimas, e gritos de alegria…

Duduzinho, lindoooooo!! Dudu vibrava muito, aliás, vibração foi a palavra dessa noite épica… Com 11′, conseguíamos tirar a vantagem que Luís Flávio de Oliveira, o árbitro da primeira partida, dera ao Santos. E íamos buscar o título…

O Palmeiras jogava muito mais (que partida de Barrios!), merecia a vantagem, e com uma garra do tamanho da nossa vontade de gritar “É campeão”, ia pra cima das sardinhas falastronas…

O tempo passava… A tensão aumentava. Eu sentia tonturas… Barrios sentiu a coxa e deu lugar para Cristaldo. Minutos depois, Lucas Taylor entrou no lugar de João Pedro…

O jogo ia se aproximando dos 40′, e nós íamos ficando cada vez mais nervosos. Eu já não via mais o jogo direito… estava inquieta, rezava… a cabeça voava mentalizando o final de jogo, a festa da torcida.

E então, uma falta para o Palmeiras… Rafa, um amigo, me pergunta: Você lembra da falta em 98? Presta atenção. Sim, eu me lembrava…

Dito e feito! Robinho cobrou lá na esquerda, Vítor Hugo desviou de cabeça, Rafa Marques deu um toquinho e mandou pra área. Com três santistas ali, Duduzinho apareceu como um raio e guardou.

E o Allianz enlouqueceu e se abraçou com o Palestra Italia. Duduzinho, herói do jogo, emocionado, nos emocionava ainda mais na comemoração…  Nossa camisa 7,  finalmente podia sorrir orgulhosa e feliz…

Palmeiras x Santos Dudu (Foto: Marcos Ribolli)

Mas a vida queria fazer mais um herói…

Não entendemos isso na hora em que o Santos marcou  o seu gol, justo quando faltavam poucos minutos para gritarmos o tão sonhado “É campeão”… Não entendemos porque a sorte madrasta tinha levado a decisão para as famigeradas cobranças de pênalti…

Tinha que ser épico, tinha que ser no jeito Palmeiras de ser, e logo compreenderíamos isso…

Eu, que nunca tinha visto nada igual a esse jogo, à essa vibração, à essa  conexão time e torcida, à festa na entrada, olhava a torcida palestrina no Allianz e pensava comigo “não existe outro final pra essa história. O Palmeiras vai ser campeão”… “Prass vai pegar”… Nem Deus, nem Allah, Jeová, a sorte, o destino, o acaso… ou seja lá o que for, seriam tão cruéis com essa torcida tão linda e tão apaixonada…

E me enchi de coragem pra assistir… Ninguém nos tomaria esse título… Em nossa casa mandamos nós!

Com meus terços nas mãos, eu chamava até Oberdan para ajudar Prass, mas acho que ele já estava ali mesmo… eu pensava que todos os heróis palestrinos, até mesmo os que já se foram, estavam no Allianz naquele momento…

Marquinhos Gabriel foi cobrar (“ajuda o Prass, Oberdan”)… e chutou pra fora! O Allianz explodia em alegria…

Zé Roberto foi para a nossa primeira cobrança… e guardou!!! O sangue esquentava na veia. Estávamos em vantagem…

Meu coração estava lá dentro do campo…

Gustavo Henrique foi pra cobrança (“Pega, Prass! Pega, Prass! Você vai pegar!” Eu quase perdia a voz de tanto gritar)… e Prass , maravilhoso, monstro, defendeu! Os palestrinos pareciam em transe de tanta felicidade…

Eu era a criança que encontrara a bicicleta embaixo da árvore de Natal… Meu Deus que felicidade! Chorava, ria e morria de nervoso ao mesmo tempo.

Rafa Marques cobrou e o goleiro do Santos defendeu… Isso fazia parte dos planos da vida para fazer um outro herói…

A tensão era palpável… qualquer erro agora poderia ser fatal… Mas continuávamos em vantagem… era só acertar as próximas cobranças… Alguns torcedores choravam copiosamente…

Geuvânio cobrou e fez para o Santos…

Jackson, com muita competência, guardou para o Palmeiras… Bendito seja o zagueiro que cobra como atacante…

Lucas Lima fez para o Santos…

Cristaldo,  cobrando lindamente, fez para o Palmeiras… raça gringa no Allianz em homenagem ao técnico adversário…

O “rei da farsa e pastor nas horas vagas” fez o terceiro  do Santos, e por muito pouco o Prass não defendeu…

Faltava uma cobrança… se guardássemos essa, o Palmeiras seria campeão… Um chute a gol nos separava de um sonho… um chute a gol… só um…

A cobrança era de Prass, cobrança  do nosso goleiro; aquele, que, profeticamente, a Mancha Verde trouxe em seu mosaico… aquele, que a vida, merecidamente, queria brindar agora com uma página especial em nossa história…

As mãos santas de Prass tinham nos empurrado à final… e, agora, pelos seus pés poderíamos conquistar o título. Prass nos colocaria uma faixa no peito…

Eu não tive coragem de ver… Olhei para o céu, pedi a Deus, lembrei de Evair, que assistia à partida, imaginei que a sua energia estaria com Prass naquele momento… a minha energia toda estava com Prass…

Fernando Prass bate pênalti (Foto: Marcos Ribolli)

Olhando pro céu, prendi a respiração e  esperei o grito da nossa torcida… e nunca mais vou me esquecer da força com que ele ganhou os ares…

https://www.youtube.com/watch?v=RNEYMB3HNyE

Aquela camisa, metade Oberdan, metade São Marcos, com recheio de Prass, corria pelo gramado, enlouquecida de alegria. Prass entrava pra história do Palmeiras, e a gente soltava o grito guardado… É Campeão! É Campeão! Tricampeão!

O mundo ficou mais bonito, o mundo ficou todo verde…

O Gigante Palmeiras estava de pé! Tricampeão da Copa do Brasil, 12 títulos nacionais, o maior campeão do Brasil… E o Gigante batia no peito dizendo: Na minha casa não!

PARABÉNS, PALMEIRAS! PARABÉNS, TORCIDA QUE CANTA E VIBRA!! Foi limpo, legítimo e muito merecido! ¯\_(ツ)_/¯