A água nem era muita, mas o Palmeiras resolveu se afogar assim mesmo…

E na manhã seguinte é outro dia… mas trazemos conosco os machucados e as dores do dia anterior…

Depois de tantos reveses, e em pleno domingo de Páscoa, teríamos o Água Santa (who?) pela frente, lá no Prudentão. Hora boa de vermos o nosso time diferente, de conquistarmos uma vitória, esquecermos as presepadas anteriores e ficarmos com o coração mais em paz… Santa inocência, Batman!

Sabe aquele lutador que, diante de um desconhecido e fraquíssimo adversário, leva uma porrada inesperada e baqueia? Aí, ele consegue encaixar um golpe, respira, e acha que vai pra cima, mas, na sequência, leva um cruzado, logo depois, um direto,  e vai a nocaute?

Então…

O Palmeiras começou melhor. Robinho, logo aos 2′, meteu bola na trave e o time do Palmeiras, ainda que apresentando falhas nas finalizações, no domínio de bola dentro da área, comandava as ações na partida. No entanto, aos 35′, após uma cobrança de escanteio – escanteio dado de presente, depois de um lance bisonho de Dracena, que caiu sozinho e não conseguiu interceptar a bola que sairia de campo -, e depois de um vacilão da nossa zaga (só vivemos de bola aérea e não sabemos marcar esse tipo de jogada?), tomamos um gol de cabeça. Aí, já viu… o time sentiu, ficou nervoso e a confiança amarelou… Aos 38′, Rafael Marques chutou o empate pra fora…

O empate do Palmeiras veio aos 43′, na cobrança de pênalti de Robinho, que Gustavo cometeu em Dracena. “Uffa! Foi só um susto, e agora vamos virar”, pensamos nós.

Que nada… Um minuto depois, Everaldo, (des)marcado por Lucas, desceu em velocidade, como quis, entrou na área, como quis, e meteu na rede, como quis – o pior é que o Lucas corria o máximo que podia, se esforçava – dava pra ver na TV -, mas o máximo dele não era suficiente para alcançar o adversário (a preparação física dos nossos atletas está adequada mesmo?). Uma cacetada nos parmeras esse gol.

A parte psicológica, que não sei porque não aguenta um revés, passou a ajudar o time a errar ainda mais… e o inexpressivo adversário, que era muito fraco, mas não era bobo, tratou de ir pra frente e se aproveitar disso.

O time do Palmeiras sentiu demais o segundo gol, mas a pane psicológica mesmo se daria com um erro da arbitragem… um terceiro gol do Água Santa, aos 48′, em total impedimento  e com as bençãos da desatenção da nossa zaga.

Se o time já tinha sentido o segundo gol, imagina tomar o terceiro, pouquíssimo tempo depois do segundo, e com um errão da arbitragem – se um bandeira, que tem total visão do lance, não sabe avaliar isso, faz o que em campo? Mas, nem por isso teríamos que deixar o adversário receber sem marcação alguma, né?

agua-santa-gol-impedido27-03-2016

Não fazia nenhum sentido e não tinha nenhum cabimento o Palmeiras estar perdendo para o Água Santa, afinal, ele não tem um time superior ao do Palmeiras, nem de longe, mas o Palmeiras dava tanto mole, que o time adversário nem precisava ser grande coisa para conseguir marcar os seus gols. Era uma facilidade só. E pra gente, tentar um gol era uma enorme dificuldade.

Lucas, numa fase tão ruim, que parece que não passa; Dracena, numa tarde horrível (como me disseram, talvez ele até possa jogar bem num esquema com três zagueiros, mas no esquema de ontem, nem pensar)… Roger ruim, Robinho bem fraquinho, Egídio, um dia bem, cinco ruins… o time todo devendo… a zaga fraca, as laterais idem… a bola parecia queimar nos pés alviverdes…

E dava uma saudade do Vítor Hugo… Dava saudade também do Valdivia, e dos atalhos no campo que só ele sabia achar; dava saudade do Jackson – que não era nenhuma Brastemp, mas era melhor do que os que vieram depois que ele saiu… eu sentia saudade até do Leandro Pereira (Mattos comeu bola em algumas dispensas e contratações)… Sem contar que a gente fica com a impressão  que, ao invés de jogarem os que estão melhores, tem alguns que são titulares pelo nome.

Difícil… vergonhoso o placar, porém, no segundo tempo, se o Palmeiras mudasse a postura em campo, se os jogadores conseguissem pensar e raciocinar melhor, se conseguissem se acalmar, a gente podia sim ir buscar o resultado.

Mas isso não aconteceu… O time não teve forças para vencer a si mesmo e continuamos a ser o nosso maior adversário em campo.

Eu já não conseguia prestar atenção no que via… olhava a TV mas era como se tivesse um véu na frente do meu rosto… e foi assim que vi o Roger, nosso zagueiro, fazer um gol contra, dando o quarto gol de presente para o adversário… Foi assim que vi o juiz apitar o final…

Como entender, como explicar essa goleada? Impossível. Esse time foi campeão há três meses, com uma força absurda, com uma garra imensa… não consigo reconhecê-lo agora. Não consigo entender o que acontece (não, eu não acredito em “jogar mal de propósito”, em preferirem ser execrados pela torcida do que aplaudidos), mas não consigo ver mudanças no esquema que o time jogava com MO e no jeito que joga agora.

Pra mim, ainda faltam peças. Falta o meia que chame a responsa – gosto de Allione, mas precisa um outro pra jogar com ele, e não acho que esse outro seja CX -, faltam laterais, faltam zagueiros… falta alguém pra cobrar esse time, falta o presidente cobrar o Mattos, que me parece ter carta branca até demais (de longe, é o que eu acho)… Falta todo mundo tomar consciência  que estamos lá na rabeira da tabela e isso é muito tenso.

Não dá mais para entrarmos no paraíso num dia e, dois meses depois, já irmos descendo aos infernos… Perder para 5 times pequenos, no Paulistão, é uma vergonha, correr o  risco de um rebaixamento nesse campeonato é inadmissível.

Dirigentes, técnico e time vão ter que se virar. Se jogavam com tanto sangue nos olhos em Dezembro, não é possível que pareçam anestesiados agora.

Não brinca, Palmeiras, a coisa é séria! Vamos à luta! E com os que estiverem melhores, com as armas que temos, e que não sei porque não estão mais sendo usadas.

Queremos aquela garra de volta, queremos a paciência para buscar o gol, queremos a bola rolando no chão, queremos o escanteio no segundo pau (escanteio curto não), queremos a disputa por cada centímetro do campo, queremos a vibração, queremos a energia que, lá da bancada, sentíamos vir do campo…

Em troca, vamos fazer o que sabemos, o que podemos e o que o nosso coração manda… VAMOS EMPURRAR O TIME!!

Estamos bravos, desapontados, tristes, mas sabemos que se não apoiarmos o nosso time (com quem quer que ele entre em campo), a coisa pode ficar pior… E se ficar pior,  seremos nós os que vão sofrer feito uns condenados pelo Palmeiras, mais do que já estamos sofrendo agora.

Portanto, gostando ou não do que estamos vendo, sabemos todos o que devemos fazer…  “Eu sempre te amarei e te apoiarei…”

Conte conosco, Palmeiras, mas, por favor, não nos deixe lutar sozinhos.

4 comentários

  1. Tania, apesar do Palmeiras, espero que você e seus familiares tenham tido uma feliz Páscoa, todos bem e com saúde; quanto ao Palmeiras, não é difícil dar o diagnóstico e é antigo: 1) O Palmeiras, não é de hoje, não sabe contratar. O clube tem que ter um cadastro de jogadores inteligentes, versáteis, que tenham nível intelectual para entender o jogo, personalidade para fazer o que é preciso e nem sempre o que o treinador manda e, principalmente, hoje é necessário ter atletas físicamente aptos ao choque físico, ao vigor que uma disputa exige, tanto em força quanto em velocidade (o jogador Sérgio Manoel do Água Santa, parecia um trator em campo, ganhava todas e ajudou muito seu time); 2) não é o treinador que deve indicar jogadores; é o clube que tem que oferecer os recursos humanos ao treinador e tem que ter gente especializada para fazer o cadastro dos jogadores com perfil ideal. TReinador vem e vai e acaba deixando heranças insatisfeitas. Hoje, no Palmeiras, tem jogador do Gareca, tem jogador do Oswaldo, tem jogador do Marcelo; 3) Quanto ao time atual, ao contrário do que Paulo Nobre fala, é bem mais fraco do que o do ano passado (isso é preocupante, pois ele achar isso, demonstra total falta de feeling, de percepção para futebol). Pra mim, as dispensas de Vitor Ramos (pra mim o melhor zagueiro que o Palmeiras teve nos últimos anos-imbatível no jogo aéreo, ainda jovem, rápido por baixo, personalidade, tivemos a melhor defesa do brasileirão com ele e Vitor Hugo de zagueiros), de Jackson, de Valdívia, de Leandro Pereira, enfraqueceram o time pois as reposições foram inferiores; 4) A questão física no Palmeiras tem que ser questionada: Arouca no Santos se antecipava, era veloz, batia a gol, um baita volante; e no Palmeiras? Lucas, Edu Dracena, um ex-jogador em atividade, os eternos contundidos, enfim, não vejo os nossos jogadores ganharem uma dividida, sempre chegando atrasado, marcação com os olhos, enquanto os adversários voam pra cima da gente; 5) Há também a questão da vibração, de entrar em campo interessado em ganhar (no jogo passado, o centroavante do água Santa deu uma entrada sem bola em Fernando Prass, podia tê-lo contundido e ninguém peitou o cara, não foram pra cima como fazem os outros times, poderiam forçar o juiz a dar um cartão e……nada). Ficou a impressão que o Água Santa queria ganhar o jogo de qualquer jeito e o Palmeiras era só indiferença. Esses são apenas alguns aspectos que tenho visto mas devo dizer que prefiro ser feliz no final dos campeonados e que esse começo pode ser mudado.

    1. Obrigada, Luiz Antonio. Espero que a Páscoa tenha sido feliz para vc e os seus tb, mesmo com a presepada do Palmeiras.
      Olha, quanto à declaração do presidente, ele não poderia dizer outra coisa, não é mesmo? Não poderia depreciar o elenco.
      Mas eu concordo com vc, em relação ao time do ano passado, esse, de agora, é mais fraco. Perdemos o Mago, e é meio difícil encontrar alguém com o talento dele, que chame a responsa em campo como ele fazia; perdemos o Tobio, e trouxemos Leandro Almeida; perdemos o Jackson e o Vítor Ramos e trouxemos o Dracena e o Roger… as substituições foram inferiores mesmo. Ainda tivemos a saída do Leandro Pereira. Somado a isso ainda temos a preparação física. Eu acho que há algum problema em relação a isso. Primeiro, por causa do grande número de lesionados que sempre temos; segundo, porque os nossos parecem não aguentar em bom ritmo o jogo todo. O lance do segundo gol do Água Santa me chamou a atenção, porque o Lucas parecia dar o máximo de si e não era suficiente, o outro corria mais.
      E ainda teríamos mais um fator a nos atrapalhar: o psicológico. Parece que no primeiro infortúnio em campo, o Palmeiras desiste. Isso é confiança abalada.
      Mas, como eu disse no texto, acho que faltam peças no time para fazê-lo funcionar direito. No nosso casso, falta um meia, que seja criativo, que nos traga alternativas em momentos difíceis, que saiba segurar mais a bola para que os atacantes possam ir para a frente sabendo que vão receber um passe bem feito, no pé; faltam os nossos laterais melhorarem de rendimento, ou o Mattos contratar outros, e falta pelo menos um zagueiro, mas xerifão mesmo. Dracena, nesse esquema com dois zagueiros, parece não aguentar. E Leandro Almeida, nem pensar, né?
      Se Mattos tivesse contratado umas 3 peças, boas mesmo, no começo deste ano,acho que estaríamos jogando bem melhor.

      Mas vamos apoiar… o Palmeiras só depende dele mesmo pra reverter isso. Quem sabe na próxima partida não se apresentem melhor?
      Eu vou estar lá, e por falta de apoio é que não vai ser.

      Um abraço.

  2. Desculpe ocupar mais um pouco o teu espaço Tania, mas aqui pode-se ter diálogo em alto nível. Acabo de ler que a Mancha foi suspensa e não poderá entrar nos estádios nos próximos jogos do Palmeiras e, incrível, a pedido do próprio Presidente do Palmeiras. Houve uma invasão do CT por alguns e foi “pacifica” (não sei se quando há invasão, isso pode ser pacífico), pois não houve arrombamento ou qualquer dano nem agressões, logo, deve ter sido consentida. Sou fã do Paulo Nobre mas as vezes ele se deixa dominar pelo ego e pela escola Mustafaniana. Impedir a torcida de apoiar o time e todos sabem da festa que a Mancha faz nos estádios é dar um tiro no pé. Advertência, multa, punir as pessoas que invadiram e que foram identificadas seria mais justo e mais inteligente. Há conflitos demais no Palmeiras, com a construtora (deveria ser parceira e não adversária e agora concorrente pois lançou plano de venda de lugares cativos no estádio), com a patrocinadora Crefisa, enfim, o Palmeiras não precisa de inimigos já que tem uma vocação enorme à autodestruição. Pelo jeito, Tania, nunca teremos paz!

    1. Luiz Antonio, não sei o que exatamente ocorreu lá. Uns dizem que entraram normalmente, outros dizem que portões foram forçados. Eu não vi o que aconteceu. Posso apenas supor.
      E suponho que se o Cícero abriu os portões sem que houvesse confusão, a polícia, que deve ter ouvido as pessoas lá, deve ter ouvido o Cícero também.
      Por outro lado, se houve qualquer forçada de barra, a torcida está errada, e é obrigação do Palmeiras proteger a Academia, ou seja, proteger atletas e funcionários em seu ambiente de trabalho. No entanto, se o presidente passou o caso à polícia sem necessidade, não fez o certo.
      Tô igual à Glória Pires no Oscar, não posso opinar porque não tenho mesmo informações nas quais eu possa acreditar e sustentar uma posição a respeito.
      Não sei qual foi o resultado da avaliação da polícia, e se ela tomou essa posição arbitrariamente ou não. Seria uma boa ideia multar as pessoas responsáveis, mas como fazer isso? Quem teria autonomia pra multar torcedores? Acho que nem a polícia…
      De qualquer forma, vc tem razão, tudo o que não precisamos agora é de problemas. Já bastam os que temos. O momento deve ser apenas de união. E os que não se gostam precisam pelo menos se tolerarem, terem muito boa vontade pra se tolerarem, pelo Palmeiras.

      E mais confusão pode vir por aí… li agora que a polícia prendeu um integrante da MV, que ela, polícia, diz ser um dos suspeitos do ataque ao presidente da organizada do nosso rival e ao secretário da torcida. E isso justo às vésperas de um clássico entre os times dessas duas torcidas. Os ânimos ficarão acirradíssimos.
      Complicado… que domingo elas estejam em paz, e façam o que sabem fazer de melhor, torcer pelos seus times.

      E que o Palmeiras vença o derby!

      Ah, e quanto à construtora, o torcedor palmeirense tem que ser muito ingênuo para dar dinheiro pra ela. Nos associamos ao Avanti pelo Palmeiras, porque é do Palmeiras. Não somos torcedores da construtora. Eu não daria um centavo a ela.
      E vc está certo, a gente nunca tem paz… tá doido. Quando não é uma coisa, é outra.

      Abraço

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