Apesar de andar meio sem tempo para escrever no blog (estou preparando uma matéria especial, que está me tomando muito tempo e atenção), não poderia deixar de escrever sobre o clássico diante do São Paulo – nosso adversário favorito no Allianz Parque -, que nesse início de brasileirão era líder, invicto, até encontrar com o Palmeiras na noite de sábado…
É verdade que andávamos bem ressabiados (alguns parmeras estavam surtando) com o Palmeiras por causa das duas derrotas nos dois últimos jogos, antes do clássico. Ressabiados mais com o futebol insosso que estávamos vendo o time jogar do que com o resultado propriamente dito – tem muita água pra passar debaixo dessa ponte ainda.
E, se por um lado, sabíamos que o Palmeiras, vindo de duas derrotas seguidas, deveria estar com a sua confiança abalada, enquanto o adversário, invicto e líder, vinha cheio de confiança, por outro lado, não podíamos nos esquecer que, desde a inauguração do Allianz Parque, já tínhamos jogado 6 vezes contra eles ali e obtido 6 vitórias – 18 gols marcados pelo Palmeiras (com algumas coberturas sensacionais) e apenas 3 sofridos. Era uma boa ocasião para conseguirmos a sétima vitória…
E foi um jogão… time e torcida bateram um bolão.
No primeiro tempo, a torcida jogou bem, mas em campo o jogo foi mais amarrado, o Palmeiras quase nada criou – Sidão faria uma defesa com quase 40′. O Palmeiras procurou ir ao ataque, mas sem criar “a” jogada de gol… o futebol ainda estava insosso. Faltava um meia pra jogar com Moisés (ele é volante). O São Paulo, por sua vez, de perigoso mesmo, também não tinha muita coisa. Na verdade, embora tentassem, os dois times não criavam. O São Paulo descia o pé nos palmeirenses. O árbitro matava a gente de raiva, invertia faltas, escanteios, sempre em prejuízo do Palmeiras – ele deixaria de amarelar muitos leonores na partida, alguns deles, merecedores do segundo amarelo.
Embora não agredisse o adversário, o Palmeiras não me parecia vulnerável. No entanto, com quase 30′ de jogo, o improvável aconteceu, e o Palmeiras deu um gol de presente para o inimigo. O jogador leonor cobrou um lateral mandando a bola na área, e Dracena, que poderia ter cabeceado a bola pra qualquer lugar longe do nosso gol, teve um insight errado e escolheu atrasar para Jaílson. Marcos Guilherme apareceu no meio do caminho da bola e nem ele e nem Jaílson a pegaram… e ela foi parar dentro do gol, sem ter tocado no pé de adversário algum – ainda que Dracena tenha errado, achei que Jaílson poderia ter sido mais esperto no lance (as chances de chegar na bola eram iguais pra ele e para o adversário), sem contar que faltou comunicação ali entre goleiro e zaga.
O Palmeiras sentiu o gol doado, e se desestabilizou no jogo (a torcida não conseguia acreditar no que tinha acabado de ver. Demos um gol pra eles e em uma jogada que não ia dar em nada)… o adversário, por sua vez, se encheu de confiança e cresceu no jogo. Jaílson se esticou todo pra fazer uma boa defesa e mandar pra escanteio um chute de Reinaldo.
Keno sofreu falta dura de Anderson Martins, que tinha que levar cartão – seria o segundo – e o juiz não deu. Mas deu para Felipe Melo e Dudu… por reclamação. Que filho da mãe. A torcida não se cansava de homenagear o árbitro, e não parava de cantar pra empurrar o Palmeiras também.
O Palmeiras até ensaiou uma pressãozinha, mas fomos para o intervalo no prejuízo… Roger ia ter que acertar as coisas, ia ter que trocar algumas peças…
Na volta do intervalo o time era o mesmo, e muita gente reclamava por isso, mas o futebol já começou a parecer diferente, melhor. Logo de cara, Bruno Henrique cabeceou pro gol e ela passou pertinho… Em seguida, Keno foi empurrado e derrubado na área, e o árbitro nada marcou… Maledeto! Mesmo sem ter feito nenhuma substituição, Roger parecia ter acertado mais o time. No entanto, esperávamos que ele mexesse na equipe também.
O Allianz cantava… a torcida chamava a reação…
A primeira substituição foi na marra… Diogo Barbosa, com dores, deu lugar para Victor Luís.
E, então, Moisés achou Keno lá na direita… ele desceu até a linha de fundo e cruzou rasteiro, o goleiro espalmou na direção de Willian, que, rápido, chutou e mandou pro fundo do gol… GOOOOOOOOOL!! O Allianz explodiu em gritos e alegria no gol do BGod!
Mas tivemos que esperar pela confirmação do gol. Até agora, não entendi de onde surgiu a dúvida de que o nosso gol legal pudesse ter sido irregular uma vez que, assim que a bola entrou, o juiz apontou para o meio, o bandeira não levantou a bandeira, portanto, nenhum dos dois viu nada errado no lance. E era só o que faltava, né? Uma interferência externa (?!?) para se anular um gol legal…
Os jogadores do Palmeiras correram até o bandeira, Antonio Carlos cresceu pra cima dele (adorei), a torcida chiava muito, xingava o juiz, enlouquecida com a possibilidade de (mais) uma mutreta pra cima do Verdão. O gol tinha sido legalíssimo. O que iriam inventar dessa vez? E então, depois de mais de 1 minuto, o gol foi validado. E o Allianz explodiu em festa de novo…
“O Palmeiras é o time da virada… o Palmeiras é o time do amor”… A Que Canta e Vibra não economizava a voz… O Allianz ia se tornando mágico, eletrizante – a gente sempre sente o momento em que a energia parece mudar, e, assim como mandamos a nossa energia para o campo, sentíamos a energia que vinha do nosso time…
Os leonores, que estavam só se defendendo no início do segundo tempo, sentiram o gol, e sentiram muito. Dava pra percebermos lá da bancada. O Palmeiras fez o gol na hora certa, nos primeiros dez minutos do segundo tempo e ia crescer na partida. Tinha tempo de sobra pra virar o jogo.
Keno, que tinha sentido dores no lance do gol, deu lugar para Hyoran… e Hyoran faria uma bela partida (já tá merecendo a camisa titular).
O Palmeiras ia chegando… e o Allianz não parava de cantar… Sabíamos que o segundo gol não demoraria… E foi um golaço! 22 minutos… Hyoran tinha a bola e procurava um espaço, mas deixou a bola correr um pouco mais, Militão chegou chutando, pra dividir, e na dividida, a bola chutada por Militão bateu em Hyoran, espirrou, e sobrou pra Willian lá na frente (ele estaria impedido caso, e se, Hyoran tivesse feito/tentado fazer o passe pra ele, ou se o toque fosse de forma deliberada, intencional, o que não aconteceu. A bola, na dividida, veio do jogador do São Paulo e bateu no parmera, o que não tira e não coloca um jogador em impedimento). O BGod, jogando muito, pegou de primeira e virou o placar. Golaço!
Aí a torcida enlouqueceu. Mais de 32 mil torcedores cantando forte, empurrando o Palmeiras para a vitória…
Sabe aquelas coisas que de tão deliciosas parecem inacreditáveis? Então… 2 minutinhos depois, quando ainda comemorávamos o golaço de Willian, Moisés mandou uma bola ‘daquelas’ para Hyoran lá na direita, Hyoran avançou com a bola dominada e deu um passe perfeito para Dudu, que entrava do outro lado… o “dono” (artilheiro) do Allianz, tão logo a bola chegou à sua frente, deu um mergulho, e de ‘peixinho’ mandou a bola pro gol… que gol espetacular!
Quase morremos de felicidade… Amigos se abraçavam, desconhecidos se cumprimentavam… todo mundo gritando de alegria… os sorrisos imensos, que não cabiam na boca, não cabiam no Allianz…
E o baixinho surtou no gol, comemorou como nunca – e como sempre -, bem na minha frente. Quase morri de emoção, fiquei toda arrepiada, chorei, vendo a explosão de Dudu, que gritava muito, vendo o time todo vir comemorar com ele, vendo os reservas todos saírem lá do banco e virem festejar com Dudu (sinal de que ele é importante para o grupo, né?)… que momento lindo! Lindo, porque era gol do Palmeiras, e porque era o gol que selava a nossa vitória – o Palmeiras estava ‘on fire’ e sabíamos que não perderíamos aquela partida de jeito nenhum… lindo, porque estávamos vencendo o SPFW pela sétima vez consecutiva no Allianz, e porque era gol do de Dudu, nosso craque, que estava jogando um bolão, e que merecia tanto aquele gol. Eu poderia viver o resto da minha vida naquele momento…
Achei até que o Palmeiras faria mais gols – e quase fez mesmo -, tamanha era a disposição do time (quando o esquema se acerta, quando as peças se acertam, o Palmeiras sobra em campo mesmo), mas o São Paulo, abatido e batido, caprichava ainda mais nas faltas – Dudu e Hyoran eram alvos de muitas botinadas -, com a benevolência do juiz.
Moisés, que fez uma partidaça, também sentiu dores e deu lugar para Thiago Santos.
Eu só esperava por mais um gol nosso, ou pelo final do jogo. Sabia que nada diferente disso aconteceria. O Palmeiras dera um gol de presente, é verdade, mas depois disso não deixou passar mais nada… e, aos 49′, o jogo acabou, com muitos aplausos da torcida para os jogadores do Verdão.
https://www.youtube.com/watch?v=5RIRQKrk2n8
E no final daquela noite de sábado, que já era quase domingo, um mar de gente vestindo verde e branco ganhou as ruas… um mar de pessoas encantadas com os gols do Palmeiras, com a virada do Palmeiras… gente que comprava cerveja e pizza no meio da rua, e que falava alto, rindo, gesticulando… falava do jogo, dos lances, dos gols… aquela gente toda ia pra casa, ou ia continuar os embalos de sábado à noite, leve, rouca, feliz da vida… e contando… 7 vitórias… 21 gols marcados… 4 tomados (e 1 deles foi de lambuja)…
É “tabu” que fala, né?