O FANTASMA AGORA É VOCÊ, PALMEIRAS!! TREMEI GAMBAZADA!


Nem eu mesma sabia o tamanho do medo que trazia no peito…

Oficialmente, o jogo contra o Bahia lá em Salvador, seria o último jogo “fácil” para o Palmeiras. Depois dele, nos sobrariam dois clássicos, daqueles em que tudo pode acontecer, inclusive o juiz nos meter a mão descaradamente. Mas, jogo fácil era maneira de dizer, né? Porque jogar contra o Bahia, na sua casa, quando ele também luta para se manter longe da zona de degola, de fácil não tinha nada. Ainda mais depois de termos nos enroscado em tudo quanto é jogo fácil que jogamos neste segundo turno.

Famintos de vitórias, amargando um jejum doído e incômodo, fomos todos lá para o Pituaçu – sim, além do bom número de palestrinos que se encontravam no estádio, de alguma maneira toda a Nação Alviverde estava lá, com o coração esperando por um gol para poder voltar a bater, tensos e olhos grudados no que acontecia em campo.

Eu estava muito nervosa. A minha esperança, brigando com o medo que eu sentia de não vencermos a partida, queria um gol do Palmeiras de qualquer jeito, fosse do craque ou do perna de pau, com jogada linda ou com chute de canela, de bico, sem querer, contra… mas tinha que sair um gol. Como ele aconteceria, era algo totalmente irrelevante.

Mesmo tendo trancado a sete chaves o meu senso crítico e analítico, mesmo fazendo um esforço danado para não tentar entender porque Carmona não estava em campo ao lado de Valdivia, mesmo tendo me preparado apenas para torcer muito, eu achei que o Palmeiras marcava bem, estava mais arrumado em campo, mais organizado taticamente. Também, com Valdivia (e seus belos passes) no time, o papo é outro, as jogadas deixam de ser previsíveis, os avanços da equipe ficam mais interessantes e, os adversários, preocupados com quem pode desequilibrar, passam a te respeitar mais. Não era a toa que Fael não desgrudava do Mago que, mesmo muito marcado, e apanhando um bocado, dava um jeitinho de servir seus companheiros.

O Bahia tentava com Lulinha (aquele que os gambás juravam que tinha proposta européia de 30 milhões de euros) e com Camacho. Já o Palmeiras, além das bolas paradas do Assunção, apostava na visão de jogo do Mago, nos seus passes inteligentes, e na velocidade de Cicinho, Gerley, Luan e Ricardo Bueno.

Embora errássemos muitos passes, o Bahia errava mais. Isso me pareceu de bom agouro. Normalmente, somos nós quem erramos mais passes. O Palmeiras me parecia mais vibrante, confiante, sei lá… Éramos superiores na partida.Parece que a chegada do César Sampaio deu uma melhorada no astral da equipe.

E aos 20′, o grito de gol  explodiu entre os palestrinos! Assunção cobrou escanteio, Luan, de cabeça, mandou na trave. No rebote, Ricardo Bueno (que foi quem deu o último toque), Thiago Heleno e a bola foram todos parar dentro do gol. Graças a Deus o Palmeiras saía na frente! Eu tremia de emoção e alegria…

Com o Mago, ainda que bem marcado, as jogadas começaram a aparecer. Ora ele lançava Cicinho, ora tabelava com Luan. A mesmice dava lugar à criatividade. O Bahia levava perigo com Lulinha, mas Deola e a zaga tratavam de destruir as tentativas do adversário.

Assim que começou a segunda etapa Luan invadiu a área, chutou forte e quase fez o segundo. Patrik pegou o rebote e mandou por cima do gol. E foi então Valdivia apareceu, de vez!! O nosso Mago, de sempre, meteu um axé chileno pra cima dos desnorteados defensores do Bahia, e começou a deitar e rolar em campo. Isso fez o Palmeiras mais forte e me quase me mata de alegria.

E o Palmeiras começou a martelar o Bahia (que trazia perigo também). Aos 7′, Valdivia, do meio da rua soltou uma bomba. O filho da mãe do goleiro mandou pela linha de fundo; aos 8′, o Mago deu um passe lindo para Patrik, que dominou e bateu cruzado, o goleiro defendeu. As jogadas se sucediam… Luan com Valdivia, Valdivia com Cicinho… com Gerley, que recebeu um passe espetacular do Mago, pelo meio da zaga, que o deixou na cara do goleiro; ele bateu cruzado e Lomba salvou. Eu tava quase tendo um infarto… Acho que poucas vezes na vida eu desejei tanto um gol como aquele segundo, que não vinha nunca para acalmar meu coração…

Valdivia tocou na área com Ricardo Bueno, ele driblou pra lá, driblou pra cá, e a bola atravessou a área sem ninguém para empurrar. O gol palestrino parecia amadurecer, mas e o medo do Bahia empatar? Eu tremia…

Aos 27′, Cicinho cruzou e Valdivia apareceu livre na área para guardar; antes que eu caísse dura de alegria pelo gol do meu ídolo (com quem eu tinha estado na sexta feira e para quem eu tinha pedido ajuda para nos livrar da segundona), o desgraçado do juiz, assinalando impedimento, anulou o gol do Mago. No minuto seguinte, após cobrança de falta e um desvio de cabeça, Junior tocou para o gol de Deola. Antes que eu pudesse compreender que o gol tinha sido anulado, senti meu coração gelar. Já não conseguia mais assistir ao jogo normalmente. Até mesmo respirar ficava mais difícil…

O relógio parecia parado… não andava nunca! O Bahia pressionava, mas o Palmeiras segurava a bola e o jogo. “Acaba juiz!!” Com a adrenalina a milhão, eu até sentia tonturas.

Ainda era 37′ (maldito relógio preguiçoso), quando Valdivia dominou, girou e cruzou buscando Dinei, a zaga cortou e Luan emendou de primeira. O goleiro salvou. Felipão tirou Valdivia, o melhor jogador em campo, e colocou Chico. Imagina se ele não ia querer segurar o 1 x 0? Achei tão arriscado…  Eu já nem tava vendo mais nada direito, só queria mais um golzinho, de qualquer maneira, e pedia a Deus que ele saísse quando o Palmeiras teve uma falta a seu favor. Assunção foi para a cobrança e guardou!! Meeeu Deeeus!

Foi só então que eu me dei conta do peso que tinha o medo que eu sentia, só quando ele saiu de dentro do meu peito com o grito de gol, só quando a sensação de relaxamento invadiu o meu corpo e as lágrimas começaram a cair… Eu me sentia cada vez mais leve e, quanto mais leve me sentia, mais vontade de chorar eu tinha… Um estranho tipo de felicidade… Estávamos livres daquele fantasma horroroso! O ano já podia acabar…

Ooops! Talvez nosso ano não tenha acabado ainda… Na última rodada enfrentaremos a gambazada que disputa o título com o Vasco. Sabemos das maracutaias todas. Conhecemos o que vem com o “Bolsa Istádio”…

Mas, livres do fantasma da Segundona, podemos nos transformar no fantasma do pior pesadelo deles… E agora, leves, sem pressão, acho que dá para ajudarmos os amigos cariocas, hein? Seria simplesmente sensacional!

Vamos lá, Vascão! Faça a sua parte! O PARMERA VAI TIRAR O DOCE DA BOCA DOS GAMBÁS!!

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