CALMA, PALESTRINO, MUITA COISA BOA AINDA ESTÁ POR VIR…


Acalma o teu coração, muita coisa boa ainda está por vir

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O Palmeiras perdeu do Ituano…

E então… 11 em cada dez torcedores, dos que esqueceram de tomar o Gardenal e/ou o Rivotril, passaram a anunciar o apocalipse a “gritar” #VoltaCuca #ForaEduardo #DeramUmaFerrariProRubinho…

Vamos combinar… primeiro, e infelizmente, o Cuca não pode voltar; o Cuca quis/precisou sair… portanto, até que a situação dele mude, ele é carta fora do baralho e de nada adianta ou ajuda ficarmos pedindo a sua volta.

Segundo, Eduardo Baptista é o nosso técnico, a nossa realidade, e é muita ingenuidade acharem que o Palmeiras vai demiti-lo na primeira derrota (imagina se tivesse feito isso com o Cuca, que teve 4 derrotas no início?). E já que isso não vai acontecer, já que o Palmeiras não vai trocar de técnico por causa dessa derrota – pode até fazê-lo mais pra frente -, deixemos  o nosso técnico trabalhar e mostrar ao Palmeiras se é ou não capaz de comandar esse time.

Terceiro, o Mattos, f%dástico, sensacional,  que sabe montar uma Ferrari, que é mais esperto do que os chineses cheio de  milhões, é o mesmo Mattos que contratou o técnico… será que ele e a direção erraram tanto assim?

Mas eu concordo que foi uma vergonha e frustração o resultado e, mais do que ele, o futebol bem ruinzinho que o time apresentou. Eu sei que o técnico errou, armou mal o time  (Dudu e Guedes em lados trocados do campo?), mas, convenhamos, com esse time nosso, dava pra ganhar do Ituano (que não é tão ruim assim, como a nossa frustração faz parecer) até comigo como técnica, não é verdade? Dava pra ganhar até mesmo sem técnico no banco…

Achei que, além dos erros do técnico, as atuações individuais foram muito abaixo do esperado , com exceção do Guerra, que fazia a sua estreia e  teve bons momentos no jogo, de Felipe Melo e de Prass, o restante do time deu cada pipocada… alternaram acertos com erros bisonhos de passes, bolas quadradas em devolução à bolas redondinhas recebidas (as de Guerra, por exemplo), algumas vezes, não conseguiam dominar bolas fáceis, eram desarmados sem muita dificuldade… sem contar que alguns jogadores pareciam desinteressados (esse desinteresse pode ser efeito da armação diferente,  o jogador sente que assim não consegue jogar como sabe, não consegue render, e se desmotiva)…

Mas o primeiro tempo não foi de todo ruim (eu não achei), o Palmeiras imprimia velocidade no jogo e tentava fazer muitas jogadas pelo meio (essa parte me agradou), criou algumas chances de gol, porém não aproveitou – Guerra, Guedes e Willian (no chute de Willian, a bola passou lambendo a trave) desperdiçaram boas chances (teve uma penalidade no Guedes, que não foi marcada). No entanto, no comecinho do segundo tempo, numa vacilada master, tomamos o gol (como deixar aquele grandalhão livre, na cara do Prass, sem marcação alguma – ele nem precisou pular -); e o gol saiu numa cobrança de escanteio, situação em que todo mundo sabe mais ou menos o que o adversário pretende.

E se o time já estava esquisitão, aí é que a coisa desandou mesmo. Mas, sejamos justos, o Palmeiras correu, tentou ir pra cima – Keno quase marcou -,  no entanto, se atrapalhava com algumas bolas, errava passes pra caramba e a coisa não fluía. E se desorganizou de tal maneira, que em alguns momentos o time pareceu um catado em campo… até na parte física ficamos devendo, mas isso é compreensível num começo de temporada…

No entanto, mesmo com tudo isso, a régua com que medem o “visto de permanência do técnico no time”, não é muito exata e nem justa… ainda. É início de temporada, a segunda partida do time no Paulistão, a primeira derrota, o time com desfalques importantes (Tche Tche, Moisés e Mina fazem falta pra caramba), algumas caras novas, técnico novo… o sinal de alerta está aceso, sim, e nem poderia ser diferente, mas é injusto cravarmos um “serve” ou “não serve” agora, hoje.

E devemos nos lembrar, MO chegou aqui e conseguiu sete vitórias e um empate nas oito primeiras partidas que fez. Ficamos encantados e, depois – mesmo após a conquista da Copa do Brasil -, descobrimos que a coisa não ia, não era legal, que o trabalho dele não nos agradava nada, que parecia estagnado – mas não sem antes escracharmos os jogadores, chamá-los de “vagabundos” (muita gente fez isso), acusá-los de estarem fritando o técnico; Cuca, quando chegou, perdeu as quatro primeiras partidas… e quantos torcedores diziam: “Será que o problema do Palmeiras é o técnico mesmo?”

E, durante boa parte do campeonato brasileiro 2016 também, quantas reclamações de parte dos torcedores ‘apocalípticos’… “o Palmeiras está perdendo rendimento, Santos e Flamengo estão crescendo, não vai dar pra gente”… “se perdemos em casa, não vamos ganhar as partidas importantes fora”… “Tem hora que esse time lembra o do MO e fica dando chutão”… “Gabriel Jesus perde muitos gols, precisa ir para o banco”… “Nossa, o Zé não dá mais”… “Mesmo vencendo, faz tempo que o Palmeiras não joga bem”… “O Palmeiras não vai se segurar na liderança por muito tempo”…  E, a despeito de tudo isso, ganhamos o campeonato com o pé nas costas.

Essas coisas me fazem acreditar que, por mais que estejamos contrariados, desconfiados (desconfiadíssimos), nós temos que esperar mais um pouco, temos que dar ao técnico a chance de mostrar o que sabe, ou o que não sabe… afinal, na maioria das vezes, os imediatistas e apocalípitcos não têm razão. Por eles, não teríamos trazido e nem mantido no time titular o Vitor Hugo (falhou contra os gambás e quanta gente cravou que ele não prestava, que não ia dar nada aqui, que tinha sido uma péssima contratação?), não teríamos trazido Jailsão da Massa (“um goleiro, de time de série B, com 34 anos? Logo aqui que é Escola de Goleiros?”), não teríamos trazido o Zé Roberto (“é craque , mas já está na hora de se aposentar… não corre, não marca”), não teríamos contratado Moisés (“o Conca dando sopa e vão contratar esse Moisés, que estava na Croácia?”), nem Tche Tche (o Palmeiras contratou errado, o bom do Audax é o Bruno Paulo)… não teríamos trazido nem o Cuca (Abel é melhor, Mano é melhor… blá blá blá…)

Espero que o Eduardo tenha personalidade, assim como teve o Cuca, que fez o que acreditava ser o certo, e provou pra todo mundo – para a imprensa, inclusive –  que sabia muito bem o que estava fazendo. Espero que Eduardo tenha a mesma competência e coragem também… e o mesmo pulso firme com o elenco – não é fácil lidar com um time com tanto jogador bom, domar as feras todas. E espero que ele tenha muita sorte também.

Vamos ficar de olho, claro, mas não vamos perder a nossa essência… vamos torcer muito, apoiar muito, sem criarmos mais pressão do que a que já existe para os que acabaram de chegar, sem atrapalhar o time na sua caminhada…

Muita coisa boa ainda está por vir…

6 comentários

  1. Tânia,
    Eu vejo por esse prisma também. Acho que a nossa paixão muitas vezes supera o que deveria ser racional e nos precipitamos em conclusões.
    A primeira derrota também, no meu ponto de vista, teve também alguns ingredientes:
    1) O estágio físico do Ituano era muito mais avançado. Ficou evidente que toda a disputa de bola, fisicamente, eles levavam vantagens. Num time que ainda está ajustando a marcação, saindo de um “homem a homem” para uma marcação por zona, é evidente que isto pesaria. Quantas bolas, o adversário chegava na frente? E depois, marcar um time bem fisicamente é muito mais difícil do que acertar a marcação de um time em crescente físico.
    2) O Palmeiras é o time a ser batido, o campeão brasileiro, Isso fez e faz com que qualquer adversário encare o jogo contra nós como se fosse final de campeonato: o jogo que está acima da competição. Quem viu, observou o empenho de jogadores e técnico deles contra nós. Do nosso lado, querendo crer que faz parte de um planejamento e uma evolução tática e física, o que se viu é o treinador fazendo ainda “algumas experiências”: Jean no meio campo, Fabiano, Tiago Santos como zagueiro, inversão de Dudu e Roger, Willian e Alecsandro como centro-avantes. Eu creio que, para os grandes, a classificação é quase que certa e a hora de nos prepararmos para o que vem no ano é agora. Por outro lado, para o Ituano…
    3) Faltam entrar alguns dois que já estavam na espinha dorsal do time: Moisés e Mina. Quem duvida que fizeram muita falta? A possibilidade de perdermos o meio campo, como aconteceu com Moisés, Guerra e Felipe Mello como aconteceu e de tomarmos aquele gol de escanteio, certamente seria bem menor.
    4) Diferenças entre os treinadores. EB e Cuca são muito diferentes em forma de jogo. Eu, particularmente, por minha formação profissional e pessoal, simpatizo muito mais com o modo de pensar do Baptista: mais estudo, inteligência tática, desempenho individual… sem deixar, claro, de reconhecer os méritos de Cuca. O tipo de estrutura de equipe de Baptista ainda deve ser aprendido e bastante treinado. Temos tempo e condição técnica pra isso.
    Eu não tenho dúvida que, se não houver um fator novo como quebra de harmonia, ruptura interna e desequilíbrio no elenco:
    Nos classificaremos para a etapa seguinte do Paulista com o primeiro ou o segundo lugar, não importa e seremos campeões jogando o ” fino da bola” na hora certa. (temos que lembrar que não temos um bobo como diretor de futebol, que não encheria de jogadores, sem que fosse contratado um técnico adequado).
    A partir daí que poderemos ver e entender como será o Palmeiras que está se formando e que nos dará, como se espera desde já, muitas alegrias.

    1. Verdade, Gaetano, em relação ao condicionamento físico ainda não estamos 100% e isso ficou evidente. Também é muito verdade que o Palmeiras é o adversário a ser batido, e todo mundo leva mais do que a sério qualquer confronto contra ele – vimos isso até no amistoso contra a botinuda Ponte Preta.
      Moisés e Mina fazem muita falta, mas eu diria que Tche Tche faz mais falta ainda.
      Quanto ao Eduardo Baptista, ainda não tenho uma opinião formada a respeito do seu trabalho aqui, mas a Ponte Preta – comandada por ele -, de elenco bem mais modesto, que nos deu trabalho nos dois turnos em 2016, era bem arrumadinha. Quero crer que com jogadores mais qualificados ele possa fazer melhor. Talvez lhe tenha sido dada a oportunidade de usar o Paulistão como laboratório…
      Eduardo precisa nos mostrar se sabe ou não comandar esse time pra depois ser ou não dispensado. Precisa ter as chances que demos aos anteriores. Lembra do Gareca? Um bom técnico, todo mundo concordava, mas, porque faltavam algumas peças (um meia, principalmente), não conseguia fazer o time jogar com eficiência de jeito nenhum, perdeu uma atrás da outra, e teve que ser dispensado. Mas teve muitas chances antes.

      Vamos observar, e torcer. Imagino (espero) que a diretoria esteja bem atenta a isso.

  2. Simplesmente sensacional seu post Tânia. Não podemos sofrer de imediatismo como os outros clubes, somos o clube pioneiro do País, vamos mostrar que com gestão e profissionalismo tudo vai dar certo.
    Alexandre Mattos não teria trazido o Eduardo se não soubesse exatamente do que ele é capaz!

    1. É o que penso, Rodolfo.
      Uma pessoa que montou um time tão bom, não escolheria o técnico qualquer, sem cuidado na escolha (imagino que a diretoria também não), sem saber o que estava fazendo. Pode dar errado? Claro que pode! Até com o Guardiola isso poderia acontecer… Mas pode dar certo também.
      Teremos que esperar pra ver o que o Eduardo fará. Ele terá que usar todas as suas possibilidades – principalmente se os resultados não aparecerem – e então veremos se ele tem mesmo cacife para comandar o nosso time.

      Vamos torcer…

      1. Penso que agora o Eduardo se tocou do tamanho da pressão que irá ter sobre qualquer jogo, independente de Paulista ou Libertadores, com isso irá tomar as decisões para que o time vença e convença. Inteligente ele é, e como você disse, vamos continuar torcendo…

        1. Exatamente isso. Depois da repercussão que teve a derrota para o Ituano, depois da chiadeira geral da torcida, da pressão toda, ele vai ter que fazer bem melhor, né? Vai ter que tirar todos os coelhos da cartola. Senão, vai se complicar…
          Sinceramente, espero que ele consiga, que seja bem sucedido aqui. Não gosto dos técnicos que muitos acham qualificados, dos que são considerados “top”, que têm apenas nome… pra mim, a maioria é pra lá de ultrapassada. Gostaria que o Cuca tivesse continuado, mas ele não quis/não pôde… agora, torço pelo Eduardo, enquanto ele aqui estiver.

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