Era dia da apresentação de Valdivia para a torcida. Um frio glacial tomava conta de São Paulo. Só os ‘parmeras’ mesmo para sair de casa, com um tempo desse. E só parmera mesmo, para levar tantas crianças recepcionar El Mago. Pena que o Palmeiras não pensou no torcedor em nenhum instante… Promoção no Setor Laranja, na frente do qual, nos disseram, o Mago seria apresentado. Que nada! Valdivia entrou no campo, lá longe, de frente para as tribunas e cabines de imprensa (de costas para o Setor Laranja), recebeu a camisa das mãos do Divino Ademir da Guia (um momento tão lindo, tão especial, e a torcida mal pode acompanhar) agradeceu, acenou para os torcedores e saiu. Nem uma volta no campo, para ser visto e homenageado pelos seus torcedores, ele deu. E nós (numeradas, arquibancadas), ficamos com aquela cara de quem foi logrado, de quem caiu no conto da apresentação. Quem é que “organiza” uma coisa dessa?? Decepcionante! Não sei como o Palmeiras consegue errar tanto com o seu torcedor…
Frustrações à parte, chegou a hora do jogo. O adversário era o Atlético/PR. Depois da bronca de Felipão da lavagem de roupa que o elenco promoveu, será que a bendita vitória chegaria? Eu achava que sim, afinal, Valdivia (como é maravilhoso tê-lo de volta!) tinha pisado no gramado e, tava na cara, já nos trouxera sorte! Felipão, sem poder contar com Kleber, tinha feito alterações muito significativas no time. Pensando uma formação diferente, ele barrou os titulares Vítor, Pierre e Ewerthon e desenhou um 3-5-2. Ao lado de Danilo e Maurício Ramos, Felipão escalou o estreante Fabrício, como um terceiro zagueiro (que muitas vezes aparecia na lateral esquerda cobrindo Rivaldo). Colocou em campo Márcio Araújo, pela direita, e Rivaldo pela esquerda. Na tentativa de equilibrar as laterais, Felipão ia procurar fortalecer o jogo pelo meio para, quem sabe, facilitar a criação das jogadas ofensivas. Edinho e Marcos Assunção, de características bastante distintas, seriam os volantes; Tinga, na meia; Luan e Tadeu (oh my God!) no ataque e Marcos, recuperado, de volta ao gol.
A torcida recebeu o time, com o amor de sempre, as comemorações de sempre… E nem deu tempo de enfiarmos as mãos nos bolsos, para esquentar, o Palmeiras foi prá cima e, num passe maravilhoso de Tinga (guarde esse nome), Danilo subiu mais que todo mundo e, de olhos bem abertos, cabeceou na diagonal, sem chance alguma para o goleiro do Atlético. Que gol mais lindo! Danilo parece ter um prazer especial em marcar gols no seu antigo cluble, que o deixara encostado, treinando em separado… Olha só o craque que deixaram escapar!
O Palmeiras, focado, determinado, continuou em cima do Atlético, e aos 15′, numa cobrança de falta de Assunção, Tadeu desviou de cabeça e a bola passou raspando a trave. Mas, aos poucos, o Palmeiras foi recuando e dando espaços para o adversário. Aos 28′, Marcos espalmou um chute de Branquinho; na cobrança, o Santo, em grande forma, espalmou mais uma vez. O Atlético não levava muito perigo e, por isso, o time de Palestra Itália tentava surpreender nos contra-ataques. A torcida empurrava o time e não parava de cantar. O frio era cruel, congelante!
Veio o segundo tempo e o Palmeiras voltou sem nenhuma alteração. Do lado adversário, Carpegiani, que já havia feito uma substituição ainda na primeira etapa, sacou Guerrón e colocou Maikon Leite. O Palmeiras veio pressionando o Atlético mas, aos 2′, Tadeu que já levara amarelo, ao disputar uma bola pelo alto, com Deivid, abriu demais os braços e tomou o segundo cartão, deixando o Palmeiras com 10. Era só o que faltava!! Eu, de onde estava, achei que ele não mereceu o cartão, mas o fato era que agora íamos jogar com um a menos (com Tadeu em campo já era mais ou menos isso, né?). Carpegiani aproveitou a deixa e mudou mais um.
Só que o Palmeiras continuou no controle da partida e Rivaldo quase faz o segundo, mas dominou mal dentro da área dos ‘poodles’; depois foi Luan (que tem qualidade, mas precisa tocar a p…. da bola de vez em quando!) quem desperdiçou um contra-ataque. Aos 10′, Marcos teve que espalmar uma cabeçada de Bruno Mineiro. O frio era absurdo! Mesmo estando bem agasalhada, eu mal podia suportar. O Palmeiras pressionava, mas o gol, nada de sair. Que saudade do Kleber… Aos 18′, Assunção (seu futebol vem crescendo sob o comando de Felipão) cobrou uma falta lindamente e a bola, caprichosa, acertou a trave. Felipão então, sacou Luan (bastante apagado) e trouxe Ewerthon pro jogo. Logo a seguir, o juiz resolveu expulsar Felipão (o STJD quer dar 6 jogos de suspensão a ele, mas a briga da gambazada, em campo, parece que os “homens” do tribunal fingiram não ver). Aos 29′, Assunção (de novo) cobrou escanteio na cabeça de Maurício Ramos, a bola passou pertinho… Durante todo o tempo em que buscávamos o segundo gol para sacramentar a vitória, uma personagem se destacava: TINGA!! Numa disposição absurda, ele chapelava, driblava, desarmava, e fazia belas jogadas. No momento em que mais precisávamos, Tinga incendiou o time e levantou torcida! Que bela contratação! Fiquei encantada com ele!
E, se a noite era de Tinga, tinha que ser dele a jogada para o segundo gol… 30′, e ele recebe na direita; vê o atacante se colocando e num belo passe, encobre dois adversários para servir o companheiro. Ewerthon só teve o trabalho de encher o pé e correr prá galera! Era o segundo do Palmeiras! Ewerthon comemorava com raça, batia no peito, mostrando para a torcida que ele quer, sim, o lugar no time! Nas numeradas, Felipão comemorava como se fosse um torcedor!! O nosso coração se aqueceu com aquele gol que matava a partida. Mas só o coração, viu? O frio castigava os palestrinos… Falta muita coisa ainda, eu sei, mas é o nosso Palmeiras voltando…
Foi uma bela vitória, não podemos negar. Ainda que o adversário fosse fraco, o Verdão venceu e convenceu! Jogou 45 minutos com um homem a menos. Mostrou a “cara” do Palmeiras que tanto o torcedor queria ver, mostrou o “nosso” Felipão no comando, cobrando time, árbitro e torcida; nos mostrou Danilo, o nosso zagueiro artilheiro, trouxe Marcos de volta, seguro, preciso; nos apresentou Fabrício e, principalmente, Tinga!! Tô botando a maior fé nesse time, na segunda partida diante do Vitória, pela Sulamericana.
VAMOS LÁ PALESTRINO, TORCER É O QUE FAZEMOS DE MELHOR!! QUE, NA QUINTA -FEIRA O PACAEMBU SEJA PEQUENO PARA A FORÇA DA QUE CANTA E VIBRA!!
P.S. Ajuda aí Deus, por favor, que na segunda fase tem Valdivia e Kleber!!!
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