“Eeeeeem 74, nós ganhamos o Paulistão… foi em cima dos gambás… “ 🎶

Num 22 de Dezembro… há 44 anos… #AFreguesiaVemDeLonge

Decisão do Paulistão 1974… O Palmeiras tinha conquistado os campeonatos Brasileiros de 72 e 73 (cheio de craques, com um time chamado de Academia, os títulos eram rotina na vida do Verdão), já o adversário, perdera espaço entre os grandes, estava sem ganhar títulos desde 1954 (é por isso que, hoje em dia, seus torcedores chamam de “títulos de fax” as conquistas – de campeonatos brasileiros, principalmente – de outros clubes nas décadas em que eles ficaram na seca. Pra eles, nesse período, era como se o futebol não existisse. Todo mundo brincava, menos eles).

Sendo assim, a pressão pra vencer era toda do nosso adversário. Mas com o empate por 1 x 1 no primeiro jogo, muita gente achou que a fila ia acabar… A torcida deles lotou o Morumbi, a festa estava preparada… Imagina qual era a postura da imprensa na época? Veja o que disse Leivinha na ocasião:

Nós percebíamos que a imprensa preferia e gostaria de ver o Corinthians campeão. E naquele momento o Palmeiras estava acostumado a ser campeão, e o Corinthians, não. Mas tudo mudou para esse jogo e éramos considerados carta fora do baralho. A festa estava toda pronta para eles, mas as pessoas esqueceram que do outro lado estava o Palmeiras .

Todo mundo dizia que o Corinthians ia ser o campeão. Para nós, a expectativa era normal porque o Palmeiras era campeão quase todo ano. E naquele dia tinha mais de cem mil pessoas no Morumbi (120 mil) e a grande maioria era de torcedores corintianos. Acho que a cada mil torcedores, cem eram palmeirenses. Eles imaginavam que a vitória já estava garantida para eles – diz Jair Gonçalves.

E não foi só a mídia e a torcida adversária em maior número que queriam fazer o Palmeiras perder o título… Teve até ameaça para Leivinha, antes do jogo. Ele recebeu uma carta de alguém que se dizia corintiano e que afirmava que se ele fizesse gol, a pessoa ia matá-lo e ia matar a família dele também.  Ele levou a carta para a diretoria do Palmeiras que disponibilizou dois seguranças para acompanhá-lo de casa para o clube, do clube para casa, por um tempo. Até o presidente do Palmeiras, Paschoal Giuliano, teve um problema em sua casa quando alguém colocou fogo em seu quintal.

‘Tranquilinho’ aquele derby , não é?  E nesse climão, o Palmeiras foi pro jogo buscar a vitória, e abriu o placar com Ronaldo, depois de Jair Gonçalves levantar na área e Leivinha ajeitar pra Ronaldo (Jair e Ronaldo não costumavam ser titulares), calando a grande torcida adversária presente no Morumbi. Depois disso, como contara Leão, o adversário ficou mais preocupado em não tomar o segundo do que ir pra cima do Verdão.

Eles tinham um bom time também. Nós fizemos 1 a 0 e achei que o Corinthians viria para cima do Palmeiras. Mas isso não aconteceu. Eles tinham tanto respeito e tanta preocupação com o nosso ataque, que era bom, que eles ficaram na deles, tentando jogar de igual para igual, mas para não tomar o segundo gol .

E não teve jeito. De nada adiantou a imprensa fazer lobby para o adversário,  a  torcida deles ser maior no estádio… de nada adiantaram as ameaças a Leivinha… de nada adiantou o árbitro, Dulcídio Vanderlei Boschilia, anular um gol legítimo do Verdão (seria o segundo do Palmeiras e o segundo de Ronaldo)… O Palmeiras venceu por 1 x 0 e a festa foi verde no Morumbi.

Pra se ter uma ideia da importância daquela conquista, depois do jogo, por precaução, Leivinha (que já tinha recebido ameaças) e Ronaldo, o autor do gol, seriam colocados pelo pessoal do Palmeiras em um carro todo fechado. Dois policiais iriam dirigindo, com metralhadoras no chão, para que eles saíssem escondidos do Morumbi. Seriam levados para as suas casas com a orientação para sair só no dia seguinte.

O Palmeiras, com a sua maravilhosa Academia, ganhava mais um título, e o adversário, que já estava na fila há vinte anos, ia ficar mais um…

E a torcida esmeraldina cantava: “Zum zum zum… é 21! Zum zum zum… é 21!

(Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2014/08/memorias-do-centenario-o-chute-que-calou-mais-de-100-mil-corintianos.html)


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Foi num 05 de Novembro… um domingo… de um distante 1933…

Nascimento, Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Tuffy; Avelino, Gabardo, Romeu Pellicciari, Lara e Imparato, sob  o comando de Humberto Cabelli… escreveram um capítulo glorioso da história do Palestra Italia…

Jogo válido pelo Campeonato Paulista-1933 e também pelo segundo turno do Torneio Rio-São Paulo – uma semana antes de o Palmeiras conquistar as duas competições enfrentando o São Paulo da Floresta…

No Parque Antarctica (no terreno onde hoje existe o Allianz Parque)…  com quatro gols de Romeu Pellicciari, um gol de Gabardo e três de Imparato, o Palmeiras venceu o Corinthians por 8 x 0…  uma vitória sensacional… a maior goleada aplicada no rival… goleada que, até hoje, 85 anos depois, ainda não foi superada.

Salve, Palestra Italia/Palmeiras!! 👏👏👏👏👏👏👏👏

…………

 

“Eeeeeem 33, nós jogamos o Paulistão… foi em cima dos gambás… foi uma surra… 8 x 0 pro Verdão” 🎶

Tá bom, vamos encerrar o assunto e a discussão sobre a vitória do Palmeiras no derby.

Não foi falta no Prass – ele não estava com as duas mãos na bola, e não levou um tranco do Felipe nem uma cabeçada na mão, e o Tite nem ficou com cara de b…. quando viu a imagem.

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Preste atenção na imagem, o jogador ‘lava-jato’ não acertou o Prass… De onde tiram essas ideias?

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E o Tite “não reclamou nadinha da arbitragem” ontem, porque ele “é muito sensato”, “não é hipócrita” e “não costuma falar sobre arbitragem”. Em 2015, ele cansou de repetir que “não fala sobre arbitragem”…

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Também não sei como podem querer comparar o lance de ontem do Felipe (COR) sobre o Prass, com o lance do Jesus e o goleiro do Flamengo. Foi “tão diferente”… por isso que, na ocasião, ninguém da imprensa – ao contrário do que muitos fazem agora – queria que o gol do Palmeiras fosse validado. Nem mesmo os jornaleiros palmeirenses, que agora “não dariam a falta em Prass”… Porque a falta do Jesus no goleiro do Flamengo “foi diferente da falta do Felipe no Prass”.

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E tem mais, no início da jogada, antes da falta que “não aconteceu” no Prass,  o Felipe “não estava impedido” – é ilusão de ótica o que a gente vê na imagem…

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O fato de só o Felipe estar na parte mais escura da imagem abaixo, não significa que ele estava impedido. Ele parece estar à frente, mas na realidade não está. É só “o cérebro da gente sendo enganado pela imagem”. Como ver impedimento nisso? Lance muito “duvidoso”…

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E ocorre mais um engano quando se fala sobre a agressão de Fagner. Fagner não agrediu Dudu, ele “só visou a bola”, nem abriu o braço bem antes, nem deixou o cotovelo preparado, o tempo todo, pra acertar o palmeirense.  O juiz “acertou” em não dar um vermelho para o jogador ‘lava-jato’.

Pode reparar, quando Dudu ia subir pra cabecear, o Fagner estava olhando só a bola, o cotovelo dele estava levantado por acaso… Na verdade, foi o Dudu quem se direcionou ao cotovelo do Fagner e trombou com ele… não foi o Fagner quem andou de cotovelo já armado com a intenção de agredir Dudu… a imagem mostra que ele nem viu Dudu direito de tanto que olhava a bola…

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Nem sei porque o Gaciba, na transmissão, falando sobre a “falta que Dudu fez no cotovelo de Fagner”,  disse: “ele (Fagner) está um pouco acima da temperatura do jogo”…

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Portanto, amigo leitor, estão aí as imagens, e elas não mentem.

Felipe “não estava impedido”… Felipe “não fez falta em Prass”…   Fagner “não agrediu Dudu”…  E minha mãe é homem…

E não se fala mais nisso.

 

E o Senhor falou: Se uma porta te é fechada, eu abrirei duas outras; se você não comer a Asa na quarta, eu te darei a Galinha inteira no domingo. – Coríntios 0, 2

Quem diria, foi mais difícil enfrentar a Asa do que a Galinha inteira. O Parmera foi passear em Itaquera, de novo.

Oswaldo escalou o time direitinho (até que enfim, né OO?) e, com time escalado direitinho… a coisa funciona, é óbvio. O Palmeiras tinha os desfalques de Victor Ramos Robinho e Dudu, por suspensão, de Gabriel Jesus e João Pedro, na seleção sub-20 e ainda continuava sem poder contar com Allione, Tobio e Mouche,  que estão no DM há um bom tempo

Nem bem o jogo começou, jogaram – a torcida do Corinthians jogou – uma latinha de cerveja no Prass (isso é proibido, né?). O goleiro entregou a lata para o árbitro, todo mundo viu, porém, nos dias que se seguiram à partida, o STJD, do procurador e paladino da Justiça, Paulo Schmitt (tá metido nuns rolos o sujeito), faria de conta que nem ficara sabendo do caso.

Na TV, narrador e comentarista, mencionavam o fato de que a lata atirada no jogador do Palmeiras, poderia causar perda de mando para o dono da casa, e, PASMEM, a repórter da emissora argumentou que a cerveja era sem álcool!?!? A repórter inventou uma  exceção para a proibição de se atirar objetos no gramado! Vai casar com o Neto essa! Se jogarem uma latinha de cerveja, sem álcool, na cabeça dela, tudo bem? O problema é a lata ser de cerveja com álcool? Se não for assim, beleza? Acho que ninguém contou  pra ela que nos estádios só vendem cerveja sem álcool. E que se é proibido atirar objetos no gramado, isso vale pras latas de cerveja sem álcool também, of course.

Pois é… tem cerveja sem álcool, tem cara que é de pau, e tem cabeça que parece sem cérebro…

O Palmeiras nem deu bola pros itakeras, pra latinha de cerveja “sem álcool”,  pro celular, que jogariam no campo mais tarde, depois do gol de Zé Roberto…

Só deu Verdão no “Istádio dos Quatro Tobogãs”.

Comecinho de partida, jogada bonita de Lucas e Arouca, e o Kelvin, nosso Edmundo afrodescendente, chutou pro gol, fazendo a bola passar raspando a trave. Sim, o Verdão não tinha ido brincar em Itaquera.

O Palmeiras marcava a saída de bola do adversário, e marcava em cima. O time ‘itakera’, sem oferecer perigo ao Palmeiras, era desarmado em muitas oportunidades e não conseguia fazer as jogadas.

O jogo corria e o Palmeiras mandava na partida.

O árbitro amarelara Arouca na sua segunda entrada mais forte, porém, as entradas “mansinhas” no Mago, no Kelvin, as entradas por trás nos parmeras, não recebiam cartão nenhum.

O Verdão, com boa movimentação, passou a ficar cada vez mais próximo da área inimiga… e, numa jogada de mago, do Mago, uma matada na coxa, e a bola levada na embaixadinha, no meio da gambazada – que lindo -, Kelvin foi lançado e cruzou perfeitamente para “Benzemarques”, que estava do outro lado. E ele,  fulminante, por trás da zaga, cabeceou pro fundo do gol de Cássio. QUE GOL LINDO!!!!

O Palmeiras, sobrava no Esmolão, e eu pulava de alegria em casa. Na TV, Milton Leite parecia um balão murchando – de tristeza – na hora de gritar o gol do Palmeiras.

Rafael Marques foi comemorar com a sua gente, e como foi emocionante vê-lo abrir os braços de frente pra Que Canta e Vibra, enlouquecida de alegria, e e bater no peito, porque o PALMEIRAS é grande!!

Rafael Marques (“mi” gosto dele)… já fez mais gols no Itaquerão do que “artilheiro do amor”… Ele, que já chega e “abre a geladeira” na casa  do rival, daqui a um tempo, vai poder “ir ao banheiro de porta aberta”.

Os itakeras perderam o rumo depois do gol, e batiam sempre que podiam; Valdivia levava cada traulitada e o juiz… nada de cartão. Fagner aproveitou uma dividida e acertou a mão no rosto de Egídio, o juiz estava pertinho do lance, mas o cartão ficou no bolso; Kelvin sofria faltas duras, Gabriel também, e o cartão continuava no bolso do juiz.

Enquanto o Palmeiras se mantinha calmo e tocava bem a bola – Rafael Marques, Mago e Zé Roberto comandavam o jogo -, os itakeras eram anulados pela defesa esmeraldina e não conseguiam passar pela marcação; ficavam nervosos e jogavam menos ainda. O time do Palmeiras, compacto, com bom volume de jogo, marcando forte, estava acertadinho em campo. A área dos itakeras era assombrada o tempo todo, por Rafael Marques, por Valdivia, por Zé Roberto, às vezes por Kelvin, que apareciam sempre com boas chances de marcar.

Um drone, com uma camisa do Guaraní, do Paraguai, que eliminou da Libertadores o time “que pode jogar a Champions” , sobrevoava o Itaquerão… e a parmerada fazia a festa com ele.

Só aos 38′, o juiz lembrou que podia dar amarelo pros adversários também, e Ralf levou o dele. Logo depois, Egídio, por uma falta em Fagner, foi amarelado também (merecidamente) – o Fagner já tinha acertado o rosto do Egídio, lembra? A cobrança dessa falta foi o lance que mais eriçou a torcida rival no primeiro tempo, pra você ter uma ideia do “volume” de jogo deles.

Só que o “Parmera” era melhor em campo, e, embora já tivesse cadenciado o jogo, já tocasse mais a bola, esperando o final da primeira etapa, aproveitou um ataque, aos 46′, originado num tiro de meta comprido de Prass. Zé tocou de cabeça pra Valdivia, e correu lá pra frente, o Mago desceu pela direita e cruzou de volta pro Zé, já no meio da área. O Zé saiu da marcação, deixando o Edu Dracena no chão, chutou, Cássio defendeu, ficou no chão também e, no rebote, antes que Bruno Henrique chegasse, o Zé pegou a sobra e guardou de cabeça na rede ‘itakera’.

Golaço do Zé! 2 x 0… fora o baile.

No segundo tempo, a dinâmica do jogo foi a mesma. O rival até que tentou reagir, mas parava em Vítor Hugo, Jackson, Egídio, Lucas, Arouca, Gabriel… no Mago, que ajudava a desarmar, no Zé, no Rafael Marques, no Kelvin… Prass quase nem precisou trabalhar.

Já o Palmeiras, se aproveitava dos contra ataques e dos espaços que encontrava, e por pouco não goleou o rival. Cássio foi quem impediu fazendo boas defesas. Como quando se esticou todo pra mandar em escanteio uma falta cobrada pelo Zé; ou quando Valdivia – ele jogou muito – deu um passe de gênio pro Zé Roberto e, por pouco, não saiu o terceiro. Cássio foi quem impediu.

O time todo do Verdão fazia uma boa partida, mandava no jogo, dentro da casa do adversário. Valdivia, Zé Roberto e Rafael Marques, incansáveis, se movimentavam muito, e ditavam o ritmo do jogo. Valdivia, aliás, fez uma partidaça (Vamos renovar com ele, hein Palmeiras? Não dá pra perder um talento desse nível).

Últimos minutos de jogo… Um monte de “fiéis” já tinha desistido de torcer fazia tempo, e a parmerada fazia a festa… “Olé! Olé!”

O juiz deu quatro minutos de acréscimo, depois deu mais um, mas não teve jeito. O Palmeiras, muito seguro em campo, tranquilo, não deu o mínimo espaço pro adversário.

O juiz apitou o final da partida. E o Palmeiras saiu com 3 pontinhos na conta, deixando lá em Itaquera a encheção de saco, da imprensa, pelas 3 partidas sem marcar; acabando com a invencibilidade do dono da casa no Brasileirão; acabando com o papo furado de “eliminou o Corinthians no Itaquerão, mas não venceu”…

https://www.youtube.com/watch?v=jbyySzgv17g&list=PL2RjbjKuG1xTuBXmVfmA99raPkDNiMivW

Segura a crise aí, Cu rintia! Caiu em Itaquera, o porco atropela!

ÔÔÔ  O FREGUÊS VOLTOOOOU!

Uma raposa faminta entrou num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se penduravam, muito alto, acima da sua cabeça.

– Essas uvas parecem muito suculentas. Tenho que comê-las. – disse a raposa.

Tentou apanhá-las saltando o mais alto que pôde, mas elas estavam fora do seu alcance. Por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las.

Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e, fingindo estar desinteressada, disse:

– Pensei que estavam maduras, mas vejo agora que estão muito verdes… não prestam.

É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.                                                                               La Fontaine

E foi assim que a raposa virou gambá, e o Paulistão virou “paulistinha”…

Acho que depende da fase da Lua, do movimento das marés, da direção dos ventos… talvez dependa de Saturno estar no signo de Escorpião, dos planetas estarem alinhados…

Ninguém explica o fenômeno que acontece com o campeonato paulista. Uma hora é importante, é Paulistão, é queda de braço entre os grandes paulistas, vira filme, é comemorado, antigas conquistas são lembradas décadas depois; outra hora é paulistinha, campeonato pequeno, ninguém quer…

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E na semifinal do Paulistão 2015, decidida num derby – clássico de maior rivalidade do país e do mundo -, aconteceu o fenômeno de novo, e num prazo de pouco mais de 90 minutos.

A imprensa e todos os torcedores já falavam no clássico semanas antes. Apontavam o favorito…  Era partida importante, havia muito mais em jogo…

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Era Paulistão, e o “Estádio dos Quatro Tobogãs” iria ser palco da primeira eliminação de um dos dois grandes rivais.

Até a “raposa” peruana esquecia a Libertadores para pensar no jogo diante do Palmeiras, empolgadinha no #vaicorinthians #domingoénosso.

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Era Paulistão, com aproximadamente 40 mil pessoas no estádio…

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Era Paulistão, e a torcida comemorava, efusivamente, os dois gols que os itakeras haviam marcado no Palmeiras. Era Paulistão, o único campeonato que  o S.C.Itaquera conseguiu conquistar até 1990.

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Era Paulistão, na comemoração do gol de Danilo. Comemoração que, diga-se de passagem, teve a participação até dos reservas…

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Era Paulistão, e valia até dançar para comemorar um gol…

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Era Paulistão, valendo vaga na final e, por isso, o goleiro gritava de felicidade no gol do seu time…

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Era Paulistão… O técnico itakera e seu jogadores comemoravam alucinados a vitória parcial e possibilidade de sair da partida com a classificação e a eliminação do maior rival…

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Era Paulistão… e, na disputa das penalidades, que definiria o classificado à final, os jogadores se ajoelharam  em campo…

Era Paulistão, e ir à final era o objetivo. E isso ficou escrito na expressão de quem foi derrotado, nas lágrimas daqueles que foram batidos…

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Era Paulistão, de eliminação sofrida, dolorosa…

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Mas… os planetas se desalinharam (e isso teve início antes dos primeiros 15 minutos de jogo). As marés foram mudando as águas de lugar, os ventos enlouqueceram e passaram a ventar em todas as direções… a Lua mudou de fase abruptamente e passou a brilhar em verde… Saturno se mandou de Escorpião…

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E aí, pronto… apareceram algumas “raposas”, e o Paulistão virou “Paulistinha”, campeonato pequeno, perdeu toda a sua importância, e as “uvas” ficaram verdes (bem verdes, aliás)…

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A “raposa peruana”, que parece desconhecer que o seu time conquistou apenas campeonatos estaduais até 1990, deveria ter avisado aos  quase 40 mil bobocas que foram lá sofrer e torcer por eles, que eles não gostam de campeonatos “pequenos” (era só não disputar, né?). Assim, todo aquele nervoso, choro, tristeza e frustração teriam sido evitados.

E, gostem de Paulistão ou não, as “raposas” sabem muito bem que nada poderá apagar ou mudar o fato de que o Palmeiras eliminou o S.C.Itaquera, dentro do Galinheiro, diante de 40 mil pessoas, marcou seu gol de número 500, ficou com a vaga na final do campeonato e, de quebra, levou metade da renda…

Grazie mille!

“Ôôô… o freguês voltooooou!” – Olavo Bilac 

Tinha sido difícil pegar no sono na noite anterior… Palmeiras e Corinthians, mais uma vez, se enfrentariam pra decidir uma vaga na final do Paulistão (era Paulistão o jogo todo, virou “Paulistinha” tão logo acabaram as cobranças de penalidades).

Que friozinho na barriga… Tanto para uma torcida quanto para a outra, no clássico de maior rivalidade do mundo, perder para o rival é algo bem difícil de administrar. E pode estar valendo um saco de pipoca… que dirá uma vaga na final.

Jogo lá nos entulhos do Palestra, com estádio lotado de itakeras, e apenas 2.000 mil parmeras – eles valeram por 20 milhões. Jogo pra decidir. Um, ia se dar bem; outro, ia dançar… O Palmeiras tinha a missão de vencer a primeira decisão entre os dois, em pleno Esmolão, diante de muitos milhares dos seus inquilinos…

Eu vivia uma sensação dúbia, conflitante… a razão, me fazia apreensiva, tensa, por tudo o que a partida significava, por todas as dificuldades que por certo encontraríamos (ah, a arbitragem…);  o coração, me deixava numa ansiedade monstra pra que chegasse logo a hora e eu pudesse ver o Palmeiras vencer – sim, o coração sabia. Ele sempre sabe…  a gente é que teima em não acreditar nele.

S.C. Itaquera, invicto (graças às arbitragens), blá, blá, blá… “jogando que nem o time de Telê”, nhe, nhe, nhe… E eu me lembrava que, na maioria das vezes em que um derby decidiu classificação ou título, o Palmeiras levara a melhor… informação gravada na alma, no sangue, na história…

Estava difícil lidar com a emoção… Tudo em relação ao Palmeiras, sejam dores ou alegrias, é grandioso demais, ultrapassa todas as fronteiras. Mas eu sabia que, time por time, eu não tinha o que temer, o do Palmeiras é bom. O time de “Itakera”, que também é bom, tinha  a vantagem de jogar junto há mais tempo, de estar diante da sua torcida, e de ser favorecido pelas arbitragens em inúmeras partidas – era esse “detalhe” que me deixava mais tensa.

O  bicho ia pegar…  E, bicho por bicho, que fosse o porco a pegar o gambá.

E eu ficava tentando imaginar, tentava “ouvir” o que seria a preleção daquela tarde… e me emocionava… Mas, eu tinha uma certeza, eles jogariam com a alma (e como jogaram!). Quem veste essa camisa, e sabe o valor que ela tem, se agiganta em momentos assim…

E  foi o Palmeiras quem começou dando as cartas no “Estádio dos Quatro Tobogãs”… Rafael Marques, abusado, viu Cássio um pouquinho adiantado e chutou lá do meio de campo. O goleiro pegou sem dificuldade. Mas, imagina se ele faz o gol? Só iam sobrar os entulhos do Palestra lá.

Os times se observavam… De olhos grudados na TV, vi Valdivia enfiar uma bola pro veloz Dudu, mas um itakera mandou pra lateral.  O Palmeiras marcava bem a saída de bola, tinha mais qualidade com a bola no pé…

E então, aos 13′, depois de um escanteio de Robinho, Victor Ramos cabeceou, a bola bateu no jogador itakera e voltou para o zagueiro palmeirense de novo. E ele, como se fosse um Evair, botou a bola no pé e  estufou a rede.

Eu quase entrei na TV pra comemorar com ele… Meu Deus! GOOOOOOOOOOOOOOOL, VICTOR RAMOS, SEU LINDOOOO! Minha cabeça rodava de emoção e alegria… E a adrenalina subia de vez…

Achei que juiz mudou de postura e ficou mais enérgico em campo depois do gol (será que ficou aborrecido?).

O jogo ia ficando mais pegado. Mendoza, nervosinho, se estranhava com Arouca… E então, um absurdo.  O árbitro matou um ataque do Palmeiras. Sim, o juiz “esqueceu” a lei da vantagem e parou um contra ataque perigoso do Palmeiras, quando Dudu ia sair livre na área e tinha chances de fazer 2 x 0, para marcar uma mísera falta, que nem cartão mereceu, beneficiando claramente o infrator. Depois que a gente fala…

Muitas faltas para o Palmeiras não eram marcadas. O jogo entrara em JuizModeON. O nervoso ia aumentando…

Victor Ramos já estava sangrando, com um corte no nariz, causado pelo cotovelo de Vagner Love, numa disputa de bola.

O futebol do Palmeiras estava meio esquisito…  o posicionamento parecia estar errado. Embora os jogadores fossem os certos, a coisa já não fluía bem, errávamos passes, a bola não passava pelo meio e ia direto lá pra frente lá. E, assim, os adversários foram chegando…

E empataram com Danilo, aos 33′, após uma cobrança de falta de Jadson, que ele, Danilo, livre, cabeceou pro gol do Prass.

Quase em seguida, o Mago aproveitou uma saída errada e tocou pro Dudu, mas ele, que dava um trabalho danado pros itakeras, mandou ela pelo alto. Eu já não conseguia mais assistir direito…

O primeiro tempo estava acabando, os times pareciam meio “contentes” com aquele resultado parcial, quando Mendoza arriscou um chute de fora da área, acertou no cantinho do gol de Prass e virou a partida.

Agora, a p…. tinha ficado séria… Era a hora do meu Verdão mostrar todas as ‘armas’.

Corri no meu quarto buscar o terço benzido pelo Francisco… “Cristaldo” já tinha sido colocado num local estratégico…

Para o segundo tempo, Oswaldo tinha chamado Cleiton Xavier para o lugar do Lucas, Gabriel se posicionava na direita, e Dudu e Rafael Marques jogariam pelas pontas. Arouca, Robinho, Cleiton, Mago… Aeeee, Oswaldo! Segura o porco!

Num vaivém incessante… eu entrava e saía da sala seguidas vezes. Não conseguia mais assistir, tampouco conseguia não assistir.

Os itakeras se retrancavam, claro, esperando contra atacar. Na TV diziam que era muito difícil furar essa retranca deles. Sei…

Valdivia tabelou com Dudu e cruzou rasteiro. A bola passou toda linda na frente do gol, só esperando quem a colocasse na rede, mas ninguém chegou; Cleiton deu um lindo passe pro Dudu, ele chutou pro gol, mas Cássio deu uma desviadinha na bola, e ela tocou a trave e… saiu. Eu ia ter um infarto. Sentia um calor no peito inexplicável.

O Palmeiras se acertara e ia pra cima… e eu chorava vendo o meu Palmeiras, valente, guerreiro, crescer cada vez mais lá no Esmolão. E não tinha como não me lembrar de 2000. Galeano, cadê você?

A nossa torcida fazia barulho e empurrava o time. Tínhamos que fazer um gol… Eu mal conseguia respirar, e já tinha usado todos os meus argumentos tentando convencer Deus que o Palmeiras é quem merecia a vaga…

Saiu o Mago, entrou Jesus; saiu Wellington, entrou Kelvin… Oswaldo, mexia, ousava… e o time ia pra cima.

O relógio corria, quase trinta minutos, e nada do nosso gol…

E então eu ouvi o som que vinha da TV: “… agora teve o cruzamento, o lançamento pro Gabrieeeeeeeeeeeeeeeeeeeel!! Gooooooooooooooool (corri lá), Rafael Marques…”.

Deus do céu! “Galeano” tinha aparecido!! Rafael Marques colocava o Palmeiras na disputa e saía vibrando feito doido. Que gol lindo! Dudu, lá na esquerda, levantara a bola no segundo pau. Ela passou por Gabriel  (achei que foi derrubado) e sobrou pro RM, praticamente deitado, tocar de cabeça. Cássio só pôde olhar…

Eu chorava, cheia de esperança, como uma mãe que vê o filho pela primeira vez… RAFAEL MARQUES, SEU LINDOOOO!!

Vamos virar, Palmeiras! Meu corpo formigava… mas, embora o Palmeiras tivesse pressionado muito, o 2 x 2 se manteve, e fomos para os famigerados pênaltis…

“Valei-nos São Marcos! Que a luz que sempre o iluminou, ilumine o Prass agora”. Longe da TV, eu ouvia, e depois ia ver o replay…

Robinho perdera o primeiro, chutando muito por cima do gol… Deus do céu! Logo ele, que chuta tão bem?

Fábio Santos mandou na trave, mas ela entrou. Como assim, Deus?

Rafael Marques cobrou lindamente, no ângulo.

Tínhamos que defender um pra igualar…

Renato Augusto chutou forte e converteu.

Victor Ramos, com uma categoria danada, guardou o dele…

Fagner bateu, Prass acertou o canto e quase pegou.

Cleiton Xavier, glacial, esperou Cássio se decidir e guardou…

Ralf guardou o dele também.

Faltava uma cobrança de cada pra terminar a série… Dudu tinha que acertar ou acertar, e Prass tinha que defender ou defender. “Deus, agora é com você. Precisamos acertar esse e o Prass tem que fazer duas defesas para sairmos classificados”. Meu coração me fazia lembrar de 2000, e a esperança aumentava…

Era Dudu quem ia bater. Que vontade de ir lá ver, mas eu não conseguia. Vai, Duduzinho lindo!

Dudu chutou bem, guardou no cantinho e o recado foi dado… O Palmeiras estava vivo e ia buscar!

Os itakeras pareciam com um quê de “hoje não vai dar”… De joelhos, lá na copa, com as mãos segurando o terço que o Papa benzeu, com o coração imóvel, sem bater (ele me garantia que não ia acabar ali),  eu esperei… O babaca do Elias ia pra bola… Ah, Prass, essa você tem que pegar…

E não deu outra… DEFENDEU, FERNANDO PRAAAASS!!!

Parecia até o Marcelinho diante do Marcão… Prass, vibrando com a defesa, se ajoelhou com os braços apontando o céu…  Quando vi a imagem, eu tive certeza que a vaga  era nossa. Já podiam vir as cobranças alternadas. O freguês tinha voltado.

Kelvin foi pra cobrança… goleiro de um lado, bola  de outro. Ah, garoto!

Gil cobrou e guardou.

Jackson, com uma baita categoria guardou também (coisa linda esses zagueiros do Parmera).

Aí, eu decidi que queria ver. Ia acabar ali, eu sabia, e não perderia aquilo por nada desse mundo. A vida colocara os dois maiores rivais nessa disputa, pra que o Palmeiras mostrasse, em grande estilo, que ele está de volta.

Petros, cara de derrotado, foi pra cobrança…

Xô Petros!! Vai errar! vai erraaaaaaar! Eu gritava na sala! Foooora! Foooora!! Pega, Prass! Peeeeega!

Prass dizia para o adversário: “Acabou, Petros. Acabou”. E mostrava o canto onde ele queria que o ‘itakera’ batesse.

E então…

“Lá vai Petros. Partiu, bateu, pé direito na bola… DEFENDEEEEEEU PRAAAAAAAAAAAASS!! FERNANDO PRASS DEFENDE E O PALMEIRAS ESTÁ NA FINAL!!”.

Luz, muita luz!! Todos os espaços se encheram de luz! Prass, maravilhoso,   nos garantia na final. Meu coração nem cabia mais no peito.

O time inteiro do Palmeiras saiu correndo, comemorando enlouquecido, em direção à torcida. O Palmeiras, esbanjando grandeza e vontade de vencer,  eliminava os ‘itakeras’, dentro do galinheiro, e ainda ia levar metade da renda.

Valdivia, acreditem, caiu, literalmente, nos braços da Mancha! Sensacional a cena! Depois dessa, é título, minha gente!

As imagens de jogadores comemorando junto à Que Canta e Vibra falavam  ao nosso coração: TODOS UNIDOS PELO PALMEIRAS!

Foi heroico, catártico,  redentor! Relembrou 2000 e tantas outras “decisões” em que o Palmeiras levou a melhor sobre o rival.

Essa partida, os gols, as defesas, os jogadores, a torcida, entraram todos para a história da Sociedade Esportiva Palmeiras. E serão lembrados ‘Prass’ sempre…

Descanse em ‘Prass’, Cu rintia! Quem vai disputar o “paulistinha” agora é o Verdão!

ÔÔÔ VAMOS BUSCAR, PORCOOOOO!!!

Você já ouviu falar sobre os motivos – eles não são verdadeiros – que fazem a Globo pagar cotas de transmissão para dois clubes, com valores absurdamente maiores do que o que paga para os demais não é mesmo? E são esses os mesmos “motivos” que levam a emissora, detentora dos direitos de transmissão dos campeonatos no Brasil, a transmitir uma overdose de jogos dos dois times na TV…

Segundo o que alega a emissora platinada, eles dão muito mais audiência (cê jura, platinada?) e, por isso, recebem cotas maiores. Ainda que fosse verdade o lance da audiência, e não é, a distribuição das cotas estaria sendo feita da maneira errada e em prejuízo do futebol brasileiro, uma vez que ajuda a fortalecer apenas dois clubes, ajuda a vender a marca de apenas dois clubes, ajuda a valorizar os atletas de apenas dois clubes, ajuda a despertar o interesse dos patrocinadores em apenas dois clubes, e enfia na cabeça dos torcedores que existem apenas dois clubes, o que vem a ser a chamada “espanholização” do futebol brasileiro, que tanto querem fazer. Quem perde com isso é o futebol brasileiro. Por que será que a Alemanha deu um vareio de bola na última Copa, não é mesmo?

Na Alemanha, por exemplo, as TVs pagam cotas praticamente iguais aos clubes, para que todos se fortaleçam,  o que faz com que o futebol daquele país vá ficando cada vez mais forte. O 7 x 1 no Brasil, a superioridade da seleção alemã sobre a outrora “melhor do mundo”, do outrora “melhor futebol do mundo”, do outrora “país do futebol” (faz tempo isso, hein?) não foi mero acaso. E, pela mentalidade da emissora que detém os direitos de transmitir futebol no Brasil, pela mentalidade dos dirigentes que comandam o futebol no Brasil, as coisas por aqui vão continuar caminhando ladeira abaixo. Taí o Botafogo, falido, que não me deixa mentir; estão aí os clubes devendo meses de salários  aos seus atletas (direito de imagem faz parte dos vencimentos de um atleta, a maior parte deles, aliás), estão aí os desaparecidos patrocinadores dos clubes,  que não me deixam mentir.

Mas voltemos aos motivos da emissora para enfiar dinheiro em dois únicos clubes no Brasil, especialmente no seu protegido e empurrado time de Itaquera… A AUDIÊNCIA!! E o que acontece com os times do estado de São Paulo muito nos interessa.

Você sabia que a vitória magra dos “itakeras” por 2 a 1 sobre o Criciúma, no sábado, garantiu a eles uma marca negativa? E que o time tido como o mais popular do estado (porque será que os números não andam comprovando isso?) se tornou dono da pior audiência do campeonato brasileiro deste ano, levando-se em conta todos os jogos transmitidos para São Paulo?

Foram apenas 16 pontos de média, sendo 13 na Globo e 3 na Band. E valia uma escapada da pré-Libertadores, e era na TV aberta (“di grátis”), mas nem assim o torcedor do time de Itaquera quis assistir – o gol do Inter aos 49 minutos do segundo tempo , no outro confronto do sábado, diante do Figueirense, acabaria com as pretensões do time alvinegro.

Até então, a pior audiência era de outro jogo do Corinthians: 0 x 0 diante do Coritiba, no início de agosto, em Curitiba. Na oportunidade, a Globo teve 13 pontos e a Band 5 – cada ponto equivale a 61.952 domicílios sintonizados, de acordo com o Ibope. Os dados de medição representam apenas a audiência na região metropolitana de São Paulo.

Mas o que talvez você não saiba é que a média de audiência do time de Itakera, o favorito da Globo, teve o pior desempenho no ibope na era de pontos corridos. Foram 16,87 pontos na Grande São Paulo (e, reza a lenda, que na Grande São Paulo é onde ele teria mais torcida). Foram melhores os números de Palmeiras (17,1), São Paulo (17,0) e Santos (16,93)  – o Ibope arredonda e iguala os quatro clubes em 17 pontos.

Dos 38 jogos do campeonato brasileiro em 2014, a transmissão em TV aberta ficou nessa ordem:

Corinthians – 20 jogos – 16,87 pontos na Globo –  5,4 na Band

São Paulo   – 17 jogos – 17  pontos na Globo  – 4,7 na Band

Palmeiras  –   5 jogos  – 17,1 pontos na Globo – 5,3 na Band

Santos       –   3 jogos  –  16,93 pontos na Globo  –  5,2 na Band

Se somarmos as audiências das duas emissoras, o Palmeiras é o clube com os melhores números no ibope: 22, 4 pontos, o Corinthians teve queda de 5%; o Santos, queda de 2%;  São Paulo teve um aumento de 7,6%.

E mesmo que se tivesse levado em conta os números da audiência de 2013, quando o Palmeiras jogou a segunda divisão e teve seus jogos transmitidos no sábado, dia em que a audiência é menor mesmo, a conta ainda não justificaria a diferença gritante no número de partidas transmitidas pela Globo em 2014:

Corinthians – 17,8 / São Paulo – 15,8 / Palmeiras – 10,1 / Santos – 17,3 . De 2013 para 2014, o Palmeiras teve a sua audiência aumentada em 70%, o São Paulo teve um aumento de 7,6%, enquanto o Corinthians teve queda de 5% e o Santos, queda de 2%.

Como você pode ver, caro leitor, não existe motivo algum para que haja diferença nas cotas de patrocínio pagas pela TV, tampouco para que haja essa discrepância no número de partidas transmitidas na TV aberta. Não existe motivo para que o Palmeiras tenha 5 jogos na TV e o Santos tenha 3, enquanto itaqueras e leonores tenham, 20 e 17 respectivamente.

Tá na hora dos clubes acordarem (né Palmeiras?) e passarem a exigir a revisão e o ajuste dessa distribuição de dinheiro e de jogos transmitidos na TV para 2015. Se o Palmeiras foi o clube que mais audiência deu, vai ter que ser o clube que vai receber mais dinheiro e que vai ter mais jogos na TV aberta, afinal, não é esse o critério utilizado? Não cola mais esse enrolation global para favorecer alguns times e prejudicar outros. Uma marca que nunca é vista, dentre outros inúmeros prejuízos, não atrai patrocinadores.

E se a Globo quer continuar protegendo seu clube favorito e prejudicando outros, que morra abraçada com ele e seus baixos números do ibope, vamos buscar uma outra emissora que saiba, e pague, quanto o Palmeiras vale.

Quando a Globo acordar, o futebol terá virado um “esquenta”… que ninguém mais vai querer assistir.

 

 

No momento em que escrevo essa postagem, está a todo vapor o julgamento de Palmeiras e Corinthians no famigerado Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a nossa conhecida “Capitania Hereditária” (quando você me ler, por certo já existirá uma punição para o Palmeiras, e só pra ele), por conta das 258 cadeiras do Itaquerão que a torcida do Palmeiras danificou. Os clubes (os? Tem certeza, Ximit?), pasmem, correm o risco de perder até 10 mandos de campo (Oi?? Esperar o quê de um julgamento, quando o promotor já ameaça o time ao fazer a denúncia?) e ainda receber uma multa que pode chegar a R$ 100 mil.

Os dois clubes foram enquadrados no artigo 213 do CBJD, por “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto”. Porém, o primeiro parágrafo do mesmo artigo prevê que, preste atenção nisso, “caso a desordem seja feita pela torcida da entidade adversária, tanto a entidade mandante como a entidade adversária serão puníveis, mas somente quando comprovado que também contribuíram para o fato” (“enrolation”, para muito provavelmente punir só o Palmeiras, como sempre, e, como sempre também, por coisas que as torcidas de todos os outros times fazem, inclusive a do Corinthians, e que não servem de motivo de punição para os seus clubes).

Como não houve gravidade na ocorrência, e, segundo o promotor que adora encher o saco do Palmeiras, é provável que a punição seja apenas uma multa (o que não teria cabimento, uma vez que não houve contribuição alguma dos clubes, principalmente do clube visitante, para que as cadeiras fossem quebradas). Eu não questiono haver punição para o absurdo que é torcedores quebrarem cadeiras, depredarem arenas, sejam elas de adversários ou dos seus próprios clubes. No entanto, como não houve grande desordem, violência, e a depredação de algumas cadeiras não interferiu no andamento da partida, penso que a punição deveria ser para as torcidas responsáveis pela infração (a torcida do “dono” também danificou cadeiras no estádio).

Também não vou questionar a quantidade de cadeiras danificadas… as imagens mostram um número pequeno; logo após a partida disseram que eram 25 cadeiras danificadas, e, de repente, viraram 258. Imagino que o Palmeiras tenha ido lá conferir se foram 258 mesmo – eu teria ido -, que tenha visto as imagens das câmeras de segurança do Itaquerão mostrando o vandalismo…

Outra coisa que nem vou questionar também é a péssima qualidade das tais cadeiras. A arena, construída com 1, 2 bi de dinheiro público, foi inaugurada em Junho, e até hoje, menos de dois meses depois, já foram danificadas mais de 800 cadeiras por lá. A própria torcida do “dono” do Itaquerão danificou cadeiras na partida de estreia da arena, e também na partida diante do Palmeiras. Parecem cadeiras feitas de papelão ou isopor – um amigo que esteve lá, durante a Copa, me disse que elas são muito frágeis e de qualidade bem inferior.

Também não vou questionar o fato de que a torcida do “dono” do Itaquerão já danificou cadeiras de vários estádios, botou abaixo as grades do Pacaembu, fez arruaça e depredação em aeroporto, meteu fogo em carro alegórico de escola de samba… e eu nunca soube que o Corinthians tenha pagado coisa alguma, tenha ressarcido os muitos prejuízos causados por seus “fiéis”. Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço, não é mesmo?

Nem vou dar muito destaque ao fato de que o “Cara de Areia” cantou a bola sobre cadeiras quebradas durante toda a semana que antecedeu o Derby. Já falava em cobrar o prejuízo (que ele nunca pagou quando foi a sua torcida a depredar patrimônio alheio) antes mesmo dele existir, e, ainda assim, nossos “muy espertos” torcedores fizeram exatamente o que ele esperava (queria?) que fosse feito.

O que questiono aqui, e que precisa ser questionado sempre, é a maneira dúbia de se fazer justiça no STJD. O Palmeiras se encarregou de cobrir os prejuízos no Itaquerão e mesmo assim ainda vai ser julgado. Se há regras para se denunciar, julgar e punir os clubes, quando os seus torcedores brigam, depredam… como é que não me lembro de ver outros clubes ressarcindo prejuízos alheios? Também não me lembro de ver seus atos de vandalismo e violência serem denunciados multados e punidos pelo tribunal, por promoverem desordens, depredações e até mesmo incêndios como esses, mostrados nas imagens abaixo (existem muitos outros casos, inclusive com torcedores feridos gravemente)?

Para não cometer nenhuma injustiça, já que não me lembro muito bem se houve ou não denúncia e punição para alguns casos, vou passar a bola pra você, amigo leitor. Por favor, me ajude a lembrar, quais foram as punições para os clubes dessas torcidas cujo vandalismo e violência causaram o que as imagens mostram? Quanto eles pagaram de multa, quanto pagaram para ressarcir os clubes prejudicados, e quantos mandos perderam?

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Tão logo fiz essa postagem, a “Capitania Hereditária” já tinha dado o seu veredito: Corinthians, o responsável pela segurança do/no estádio, absolvido, e multa no valor de R$ 50 mil para o Palmeiras. O Verdão concordou em pagar o prejuízo, e, ainda assim, foi multado?

Estou começando a achar que precisamos de uma Justiça Desportiva com promotores que venham da Alemanha… Afinal, lá, o futebol é conduzido com muito mais seriedade do que aqui.

 

Quando fico aborrecida ou desapontada, procuro escrever um ou dois dias depois, quando já pensei e pesei melhor os acontecimentos… quando a poeira já baixou…

Perder o Derby não foi a pior coisa que nos aconteceu em campo na tarde do último domingo. Não. Afinal, em clássicos, e todo mundo sabe disso, qualquer resultado é possível. O problema foi o Palmeiras não ter  jogado nada, ter deixado a alma no vestiário, ou em qualquer outro lugar. Muito pior do que a derrota, foi a ausência… de futebol, de Palmeiras… e nenhum de nós esperava por isso…

Acho que foi o pior Derby dos últimos anos. O primeiro tempo foi amarrado; o Palmeiras, justiça seja feita, marcava bem e não deixava o Corinthians achar um espaço sequer. Gareca tinha escalado o time mais ofensivo, mas isso acabou sendo inútil, uma vez que o Palmeiras nada criava. E porque não criava, o ataque era pouco e mal acionado, uma vez que as tentativas de ligação com os homens da frente eram feitas diretamente da defesa; e porque o ataque não era acionado, a bola acabava sendo perdida nos muitos erros de passe, e voltando mais vezes para os adversários; e porque a bola voltava mais vezes para os adversários, a defesa acabava sendo muito mais acionada… então, o Palmeiras tratava de se fechar, e tentar os contra ataques. Uma dinâmica nada satisfatória,  e com cara que ia acabar dando errado…  Com um técnico tão bom quanto Gareca, que falta o time sentia do Mago, ou de alguém como ele.

O árbitro era daqueles que, jogada de ombro em que a bola sobrava para um palmeirense, era falta do palmeirense; se quem ficava com a bola era o corintiano, seguia o jogo. Além disso, marcava faltas o tempo todo, e conseguia irritar os vinte e dois jogadores em campo.

Embora tivessem disponibilizado apenas dois mil e poucos ingressos para os palmeirenses, o restante da “Arena dos 4 Tobogãs”  estava com muitos setores vazios. O time arrendatário do estádio (dono, só quando pagar), com aquela “grandeza” que lhe é peculiar, se recusou a colocar o distintivo do Palmeiras no placar eletrônico, e só depois dos 20 minutos (quase 30) do primeiro tempo é que resolveram consertar o deslize (mas pedir carona no jatinho do presidente do Palmeiras, pode, né Andrés?). Ainda bem que a PM achou que só as máscaras cirúrgicas usadas pela torcida do Palmeiras serviam como provocação…

O jogo se arrastou, chato pra caramba, com muitos erros de passes, do Palmeiras principalmente,  com os dois times jogando um futebol bem mixuruca e nada aconteceu na primeira etapa. Foi até um alívio quando o juiz apitou.

No começo do segundo tempo, numa vacilada da nossa defesa (desfalcada de Lúcio), o atacante corintiano, livre, sem marcação alguma, recebeu a bola de frente para o Fábio, e tomamos um gol. Se a coisa já estava difícil, porque o time não conseguia ir à frente, ar algum trabalho para o espectador goleiro adversário, ficaria mais difícil ainda tendo que sair pro jogo de qualquer maneira. Gareca sacou Mendieta e colocou Leandro.

As bolas não chegavam com qualidade nos atacantes palestrinos. Algumas poucas chances apareciam, mas não acontecia nada. Guerrero disputou uma bola com Wendel, deu um chega pra lá nele, e, quando viu que o juiz apitou, interrompendo o lance, deu um “migué”, meteu a mão no peito do parmera e começou a gesticular, cobrando Wendel, como se ele tivesse feito algo escabroso. Wesley ficou uma fera, Felipe Menezes também, foram lá pra cima do Guerrero, e aí os ânimos ficaram todos exaltados. O juiz deu cartão amarelo para o Wendel e pro Guerrero, que quase causara uma confusão à toa.

De jogo mesmo… nada! Assim como no primeiro tempo, o Palmeiras tinha menos posse de bola. A falta de volume de jogo do Palmeiras, que nada tinha a ver com o bom trabalho de Gareca, criava a falsa sensação de que o adversário jogava melhor na segunda etapa; mas era o Palmeiras mesmo que facilitava a vida deles. E porque nada funcionava para o nosso time, os jogadores pareciam perdidos, apáticos em campo.

Ficava claro que o que comprometia o bom trabalho de nosso técnico, era  a falta de algumas peças no time, um armador criativo e inteligente principalmente. Não dá para se fazer um bolo sem fermento, na verdade, até dá, mas vai ovo pra caramba…

A torcida, brava, com razão,  escrachava o time inteiro nas mídias sociais, mas, se colocarmos as peças certas onde falta qualidade (um meia, um lateral direito…), muita gente do time pode subir de produção.

O jogo estava nos acréscimos, quando o adversário fez mais um gol, num lance em que o espaço dado pelos palmeirenses foi determinante para a realização da jogada. Fábio foi na bola, mas ela bateu na trave, depois nas suas costas, e entrou. E o jogo logo acabou.

Não chutamos a gol, não criamos nada, não podemos nem reclamar do resultado ou do juiz. E o pior é que o adversário jogou bem pouco…

Eu sei que existem mil motivos, anteriores à essa gestão, que nos atrapalham agora, que nos fazem ter que dar um passo atrás algumas vezes, quando queremos andar pra frente. Sei que muita gente responsável por ter contribuído para essa situação, hoje, livre, leve e solta, se faz de besta, faz ‘cara de paisagem’ e ataca quem está na administração tentando consertar as picaretagens que esses mesmos espertalhões deixaram pelo caminho.

Mas, de alguma maneira, o futebol tem que caminhar, afinal, ele é o motivo disso tudo, é a razão de existir do Palmeiras, e de milhões de pessoas que vivem pelo Palmeiras, a razão de estarmos aqui; eu, escrevendo, e você, me lendo. Podemos até não conquistar um título, mas temos que ter pelo menos condições de sonhar com ele.

O fato é que perdemos 7 partidas, e isso deve servir de alerta, deve servir para que todos os olhos fiquem bem abertos, para que todas as providências sejam tomadas, para que todos os telefones verdes toquem, para que todos os departamentos se mexam. Uma coisa é você não ganhar títulos enquanto reconstrói o clube (aceito isso numa boa, embora queira ardentemente ver o Palmeiras campeão), outra coisa é você ter um prejuízo histórico e moral imenso por conta disso. 

É óbvio que esperamos e queremos que alguém dê jeito nisso (calma, Gareca, vamos chegar lá), afinal, sabemos que temos pessoas mais capacitadas cuidando do Palmeiras, e, por isso mesmo, é delas que esperamos/cobramos o coelho saindo da cartola. São elas que têm que fazer a diferença e encontrar a fórmula para reconstruir a instituição Palmeiras, sem deixar que o seu futebol seja destruído, sem esquecer dos milhões de corações que batem mais forte pelo Verdão, que morrem por ele.

É ano do centenário, presidente! Só queremos ver o Palmeiras jogar futebol, de verdade! Ajuda a gente aí!

Depois que fiz a postagem com a “capivara” dos nossos anti-éticos, deselegantes e desmemoriados vizinhos, para rebater os comentários ridículos do seu presidente, apareceu um monte de torcedores deles aqui. É óbvio que seus comentários não serão aprovados, uma vez que esse espaço é de uma palmeirense, destinado a torcedores palmeirenses. E de maneira alguma vou permitir que o blog vire um local de bate-boca entre torcedores de times rivais.

Alguns torcedores adversários listaram um monte de bobagens, como se fosse o Palmeiras quem estivesse se vangloriando por ter trapaceado um rival, e tivesse chamado um outro clube de ‘clube pequeno’ (essa falta de ética e de classe “queimou o filme” do presidente vizinho e falastrão, e, consequentemente, do seu clube também. Parece que nem o patrocinador gostou). Helloooo, leonores, quem fez isso foi o “desmemoriado” e “ético” presidente do “Dona Wilma F.C”.

Selecionei duas coisas para trazer a você, leitor…

“… o Palmeiras era um time racista nos primeiros anos após a sua fundação, e não aceitava jogadores negros”

Parece que houve um tempo que era assim mesmo, mas isso não era algo que acontecia exclusivamente com o Palmeiras, a sociedade brasileira era racista, esse era um problema da época (infelizmente, existe racismo no país até hoje). Dizem que o Fluminense, por exemplo, naquele tempo, ganhou o apelido de “pó de arroz” porque o jogador Carlos Alberto, mulato, tentando disfarçar a cor da pele, passava o cosmético no rosto antes de entrar em campo. Um horror isso, não é?

Graças a Deus, o Palmeiras consertaria logo as coisas. Og Moreira, em 1942, foi o primeiro negro a jogar pelo clube. Foi ele, aliás, que sofreu o pênalti que fez o São Paulo fugir do jogo, na final do Campeonato Paulista, momento espetacular da nossa história, que ficou marcado como “Arrancada Heroica”. Liminha, o autor do gol que  deu o título ao Palmeiras no primeiro Torneio Mundial de Clubes Campeões, em 1951, também era negro. Na galeria de imortais do Verdão estão craques maravilhosos, de futebol inesquecível, como Djalma Santos, Luís Pereira, Edu Bala, Nei, Jorge Mendonça, César Sampaio, Cleber, Djalminha… e o maior de todos, o Divino Ademir da Guia, filho de Domingos da Guia.

E atribuir a condição de racista à uma instituição cujos membros sofreram na pele a discriminação, apenas mostra que o jogo baixo não é privilégio da direção do tal clube vizinho, mas do pensamento comum de quem se identifica com ele.

Ou vamos fazer que não sabemos que os  italianos também sofreram com o preconceito, com a xenofobia? Especialmente, na época da guerra, quando qualquer italiano residente e trabalhador no Brasil, passou a ser “inimigo da pátria”, a ser perseguido, a ter os seus bens confiscados. O Palestra Italia também foi perseguido pelos quatrocentões da época, apenas por ser o “time de italianinhos”, “time de colônia”…

E foi por isso mesmo, para tentar se aproveitar da perseguição que havia aos italianos, e do confisco que faziam dos bens desses imigrantes, que os nossos atuais vizinhos tentaram tomar o estádio do Palestra Italia (as pessoas que lideravam o movimento para que o Palestra perdesse seu patrimônio eram todas ligadas a eles. E vale lembrar, o patrimônio do Palmeiras foi adquirido com recursos da sua gente e não com favores de governos). E isso tudo é história, é real, não é a torcedora palmeirense que inventa, por mais que os torcedores leonores queiram ‘berrar’ o contrário (e não foi só com o Palestra… Tietê em 35, Juventude da Mooca em 38, Associação Alemã de Esportes em 40 e em 42 a tentativa sobre o Palestra. Esse é o perfil deles).

E ainda hoje, o racismo, o preconceito, não são problemas resolvidos na sociedade brasileira, tampouco estão resolvidos no resto do mundo. Apesar de hoje, graças a Deus, essas demonstrações de preconceito serem consideradas atraso e ignorância, serem combatidas, ainda temos acompanhado várias situações de racismo e preconceito, principalmente no futebol. Entre as mais recentes, podemos citar a banana jogada em Daniel Alves e  a declaração do presidente “classudo” e “sensato” do SP (olha ele aí, de novo), que disse querer contratar o jogador Kaká porque ele tem todos os dentes na boca, porque ele é bonito (se precisa ser bonito, o que o goleiro faz lá há tanto tempo?) e sabe falar bem (ele quer um jogador ou um marido?)… a parte técnica do atleta parece nem ser levada em consideração… seria engraçado se não fosse uma baita demonstração de preconceito, não é mesmo?

Mas o absurdo “hors concours”, o suprasumo da falta de informação e da ignorância – uma vez que esse assunto já foi esclarecido e desmentido diversas vezes -, foi esse:

“… o Palmeiras se originou do Corinthians…”

Como diria o Chaves: “Que burro, dá nota zero pra ele(s)!”

O Corinthians foi fundado em 1910, por operários da região do Bom Retiro – principalmente da “São Paulo Railway” -, que praticavam o futebol em clubes da várzea dessa região. O objetivo era fundar um clube para continuar atuando na várzea (até porque era sabido por todos que a Liga da elite tinha enorme preconceito contra equipes populares da várzea).

O referencial dessas pessoas não era a etnia, mas sim a classe social e a região; eram todos operários, e duma mesma região. E entre eles haviam espanhóis, portugueses, italianos, e até ingleses.

Na fundação do Palmeiras, os objetivos eram totalmente diferentes e mais arrojados. Em 1914, já haviam vários clubes italianos na cidade (25% da população era vinculada a esses imigrantes), mas eram todos varzeanos, clubes de operários que praticavam o futebol pelos campos disponíveis da cidade. Nas ligas da elite paulistana desfilavam apenas equipes representantes dos ingleses [Mackenzie], escoceses [Scottish Wanderers], alemães [Germânia] e da burguesia da cidade [como Paulistano e São Bento].

Depois da visita ao país de duas equipes italianas, que encheram a colônia de orgulho ao enfrentarem as poderosas equipes da elite paulista,  surgiu a vontade de se criar uma equipe que pudesse representar toda a colônia na cidade de São Paulo e jogasse na Liga da elite; um clube que pudesse reunir os vários atletas de origem italiana, espalhados por vários clubes da cidade, montando uma equipe única, competitiva, capaz de brigar por títulos contra as grandes equipes da elite.

Como você pode notar, a forma como os dois clubes foram criados e os seus objetivos na fundação eram totalmente diferentes. Vejamos agora, quem foram os seus fundadores e pioneiros.

Na reunião de fundação do Corinthians, em 1910, estiveram presentes:

Ambrósio, Joaquim
Bataglia, Miguel
Bataglia, Salvador
Campbell, Jorge
Correia, Anselmo
Desiderio, Afonso
Lopomo, Salvador
Lotito, Emilio
Magnani, Alexandre
Nunes, Antonio Alves
Pereira, Antônio
Perrone, Rafael
Silva, Carlos
Silva, João da
Teixeira, Alfredo
Valente, Felipe

Na reunião de fundação do Palmeiras, em 26/08/1914, eram esses os participantes:

Cervo, Luigi [Secretário-Geral]
Marzo, Luigi Emmanuelle [Vice-Presidente]
Ragognetti, Vicente [Diretor Esportivo]
Simone, Ezequiel [1º Presidente]
Aulicino, Antonio [vice-secretário]
Cileno, Francesco Vicenzo [inspetor de sala]
Giangrande, Oreste [revisor de contas]
Giannetti, Guido [revisor de contas]
Morelli, Francesco [2º mestre de sala]
Nipote, Francisco De Vivo [tesoureiro]
Rebucci, Armando [revisor de contas]
Silva, Alvaro F. da [1º mestre de sala]
Azevedo, Alfonso de
Betti, Delfo
Bucciarelli, Amadeo
Camargo, Francesco
Ciello, Michele A.
Del Ciello, Clementino
Ferré, Fábio
Gallo, Eugenio
Gallucci, Antonio
Giannetti, Giorgio
Giannetti, Giulio
Izzo, Adolfo
Izzo, Alfredo
Izzo, Luigi
Lamacchia, Giovanni
Lilla, Onofrio
Maninni, Battista
Médici, Luigi
Migliori, Alfredo
Mosca, Alfonso
Nigro, Giuseppe
Pareto, Leonardo
Prince, Giuseppe
Rizzo, Vicenzo
Rosario, Luigi M. F.
Romano Filho, Gennaro
Romano, Oreste
Rossi, Giovanni
Russo, Ercole
Tavollaro, Michele
Vaccari, Aughusto

E, agora, para concluirmos o assunto, aqui vai um passatempo do Blog da Clorofila…

Procure na lista de fundadores do Palmeiras (em verde), os “dissidentes do Corinthians”, da lista em preto, que ‘teriam fundado o Palmeiras’, e ligue os nomes. Quem encontrar nomes iguais nas duas listas vai ganhar um autógrafo do Valdivia.

Encontrou?

Não? 

Leia com calma…

Presta atenção…

Procura mais um pouquinho…

Nada ainda?

Oh, oh… Não tem, né?

Touché!!!  😉