Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento. – Érico Veríssimo

Que dia especial foi esse 21 de Janeiro de 2013…

Paulo Nobre foi eleito presidente do Palmeiras!! Chorei de alegria e comemorei como se o Palmeiras estivesse conquistando um título… e acho que ele conquistou mesmo! Nos dois primeiros dias de gestão ele fez mais do que o Tirone fez durante os dois anos em que nos atormentou e envergonhou. Em matéria de profissionalização, Paulo Nobre já fez mais do que os dirigentes dos últimos 20 anos. O Palmeiras já respira profissionalismo.

Esperamos por isso desde 2011, quando os conselheiros resolveram colocar no poder um candidato inventado – sem ter sequer um plano de gestão -, para impedir que Paulo Nobre fosse eleito, para impedir que as suas propostas de mudança chegassem ao Palmeiras.

Era véspera da eleição de 2011, quando fui apresentada a Paulo Nobre. E ele foi bastante cordial, simpático e, cheio de entusiasmo, nos falou de seus projetos, e eu vi nele uma pessoa preparada, consciente, que queria chegar ao poder por amor ao Palmeiras. Na época, eu escrevi sobre esse encontro.

Quis o destino, e mais 148 (des)conselheiros, que não queriam que o Palmeiras mudasse, 148 conselheiros preocupados com os seus próprios interesses, que um amador e incompetente, que estava mais preocupado com a fama de ser presidente do que com o trabalho que iria realizar, chegasse ao poder. Nem preciso falar sobre o tsunami que varreu o Palmeiras nesses dois anos… Nem preciso falar de todas as vergonhas, da revolta e da tristeza que se abateram sobre a Família de Sangue Esmeralda…

No ano passado, como integrante da Chapa Academia, pude ter mais contato com Paulo Nobre, que ainda era apenas presidenciável, e pude ter certeza que a impressão que eu tivera dele dois anos antes, estava correta. Ele  era mesmo uma pessoa  bem intencionada, inteligente, determinada e absurdamente apaixonada pelo Palmeiras.

E, dois anos depois, Paulo Nobre era outra vez candidato! E, de novo, era o melhor deles, com o melhor programa de gestão, incluindo o projeto de dar voz aos que amam o Palmeiras. E, de novo, se conduziu de maneira limpa, correta. Falaram tantas bobagens; distorceram tantos fatos tentando fazê-lo parecer o que ele não era, tentando macular o seu caráter; algumas declarações “cutucavam” o candidato favorito da maioria dos torcedores… mas ele se manteve polido, cordial, e manteve em alto nível a sua campanha, a conduziu de maneira digna e respeitosa, como o Palmeiras merece, como nós palmeirenses merecemos. E ganhou ainda mais a minha admiração.

E, se em 2011 eu disse pra você, amigo leitor, que estava ao lado de Paulo Nobre, que o achava com o perfil do dirigente que eu gostaria que o meu/nosso Palmeiras tivesse, que o achava uma pessoa íntegra, capaz, não tinha porque mudar de ideia agora, não é mesmo? E eu torci muito por ele, torci muito pelo Palmeiras.

Na segunda feira, dia da eleição, eu estava bastante ansiosa. Torcia para que o Palmeiras recebesse de Deus o presente de ser cuidado com amor, com dignidade, com profissionalismo, de ser administrado sem amarras. Torcia para aquele torcedor, que saíra das arquibancadas, poder cuidar do seu time de coração. E pensava: Será que o Palmeiras ia entrar no século XXI, ou será que ia continuar patinando no “mais do mesmo”, nas mesmas desculpas esfarrapadas, nas mesmas encenações de mudanças, nos mesmos conchavos e cargos loteados? E eu pedi a Deus que dessa vez, intercedesse pelo Palmeiras, há tanto tempo amarrado no atraso, há tanto tempo, impedido de caminhar.

Acompanhei a eleição através das informações da internet, através de sms dos amigos… Estava ocupada com algumas coisas quando alguém me avisou que na boca de urna tinha dado Paulo Nobre… que nervoso! Durante toda a a campanha, diziam que seria pau a pau a disputa (depois eu vi que isso  não era verdade), mas eu tinha quase certeza que Paulo Nobre ganharia. Não era possível que os conselheiros, mesmo os que costumavam pensar nos próprios interesses, aqueles que tanto criticamos, quisessem continuar a ver o Palmeiras do jeito que ele estava. Que raio de palestrinos seriam eles? A ansiedade era mesmo a de uma final de campeonato…

E em meio à uma tonelada de sms trocados (enviei alguns até para os destinatários errados) chegou o recado ansiosamente aguardado: “Paulo Nobre ganhou!!!”. Como assim? Já?  Liguei para uma amiga e ela me confirmou; choramos juntas ao telefone, rindo e falando sem parar. Logo depois, um amigo me ligou de lá da Academia, em prantos, para me dizer que era lindo o que acontecia lá, todo mundo chorando de alegria, cantando o hino…

Que felicidade!! O Palmeiras, a torcida e Paulo Nobre eram os vencedores! Meu coração não cabia no peito, não cabia na sala da minha casa… não cabia em lugar nenhum. Naquele momento, o meu coração tinha o tamanho do Palmeiras… era imenso!

Paulo Nobre “fez o melhor tempo” e com sobras, resistiu às intempéries do Palestra, conseguiu avançar pelo terreno difícil, conseguiu contornar as curvas que ocultavam os mais difíceis obstáculos… e o Palmeiras venceu o “campeonato”!! E a nós, torcedores, coube a comemoração, coube a alegria do grupo que tanto batalhou para dar ao Palmeiras uma administração decente, profissional, coube a esperança que vem, outra vez, espiar do lado de fora do nosso peito… coube sonhar com o fim do tempo de vergonha, do escárnio dos rivais, da dor  de ver o Palmeiras espoliado do seu direito de ser grande.

E, no dia 21 de janeiro de 2013, o século XXI, finalmente, começou para o Palmeiras! Os ventos de mudança começam a soprar, é hora de construirmos os nossos moinhos de vento!

Muito boa sorte, presidente Paulo Nobre!! Deus o conduziu à cadeira de presidente, porque sabe que você é capaz de uma grande tarefa, a de trazer o nosso Alviverde Imponente de volta, e de ajudá-lo a escrever mais uma linda página de sua história.

Que Ele o ilumine e abençoe.

Hoje temos a final da Copa Sulamericana e o Palmeiras não está nela… Teremos a “final” do Brasileiro, no final de semana, e o Palmeiras também não estará nela… Faz tempo, hein? Com exceção do Título Paulista/08,  a “trave” no Brasileiro/09, e essa mesma Sulamericana, onde caímos na semifinal, o torcedor palestrino sobrevive apenas de alguns momentos felizes (uma vitória aqui, outra ali; a chegada de Kleber, Felipão, Valdivia…) uma tonelada de amor ao clube e mais nada.

Sabemos muito bem onde se originam nossos problemas, não é mesmo? São anos e anos de planejamento feito “nas coxas”, com times sempre remendados. No Brasileiro/07, não tínhamos um centroavante; no de 2008, venderam o nosso meia antes da metade do campeonato; 2009, continuamos sem um verdadeiro meia, improvisando um volante com a camisa 10; em 2010, não temos um único “9” que saiba fazer gols, não temos um time inteiro e nem peças de reposição; em compensação, temos inúmeros jogadores que jamais poderiam ter o direito de vestir a nossa gloriosa e vencedora camisa. Quanta lambança…

E nós, meros mortais, achamos que ao presidente, bastaria apenas ter amor ao clube, para que as coisas entrassem nos eixos. E vimos que Belluzzo e os seus, blindados pelo escudo de serem grandes palmeirenses, chegaram ao poder e abusaram do direito de errar. Abusaram do direito de se omitir em momentos cruciais. A Belluzzo faltou coragem e pulso (e seu coração sofreu com isso), aos outros, faltou colocar o Palmeiras acima dos seus mesquinhos interesses. A todos eles faltou competência. No espaço de um ano contratamos os três melhores técnicos do país, dois deles foram demitidos, e suas multas rescisórias geraram uma despesa enorme aos cofres palestrinos. Times foram montados e desmontados no meio de campeonatos, jogadores sumariamente demitidos, outros eternamente perdoados…Contratos de patrocínio não respeitados… E começamos a ver alguns negócios estranhos, de difícil explicação,como foi a ida de Léo  para o Cruzeiro, em troca de Leandro Amaro, sem que o Palmeiras recebesse nadinha do time mineiro. E, vale lembrar que Léo, veio ao Palmeiras em troca de uma dívida de 7 milhões que o Grêmio não tinha como nos pagar. Leandro Amaro vale todos esses milhões?  E some-se a isso  aumentos de salários, dados para alguns jogadores (Lenny,Max…) simplesmente sem motivo aparente que os justifiquem…  O imbróglio do nosso time B (o que acontece ali?)… E teve mais, teve o time que nunca foi dado a Muricy… A modernidade que nunca saiu das palavras… Jogadores contratados que não fizeram mais que duas partidas (lembram do Henrique?)…

E assim está o Palmeiras… Com dívidas, sem dinheiro, sem títulos, sem um time principal, sem banco, com um DM que tem deixado muito a desejar, com um baita técnico, poucos jogadores bons, sem brilho, sem crédito e, por sorte, com uma torcida maravilhosa, loucamente apaixonada pelo time, que o tem conduzido como a um clube que ganha títulos todo ano. Essa sim, o grande patrimônio da Sociedade Esportiva Palmeiras.

E agora a nossa “final” vai acontecer. Nas próximas semanas, os Conselheiros Palestrinos (que venham a diretas!) escolherão o futuro Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras. Sabemos que dentre esses Conselheiros, existem muitos que também não colocam o Palmeiras acima de tudo, que não honram o direito de serem chamados palestrinos, presos que estão a conchavos, ao desejo de poder, aos seus egos inflados, à podridão de décadas, prá Shakespeare nenhum botar defeito. Nós só podemos torcer para que esses homens, que escolherão os rumos do Palmeiras, não esqueçam a honra em casa na hora de votar, tampouco a vergonha na cara e o escrúpulo.

Os candidatos estão aí: Salvador Hugo Palaia, que deverá oficializar a sua candidatura, de “salvador” não têm nada e, parece que não é unanimidade nem mesmo dentro da situação; Arnaldo Tirone, representando a oposição de Mustafá Contursi e de Afonso Della Mônica (quem diria, hein Della Mônica?), daquele tipo de administração que já conhecemos tão bem e que levou o Palmeiras à Segunda Divisão; Paulo Nobre, que  os torcedores  apenas conhecem da Equipe Palmeirinha de Rally, é candidato por uma terceira via, e pode significar uma nova mentalidade, novos ares nos corredores do Palestra Itália, saturados de falta de amor ao clube.

Não vou dizer que Paulo Nobre continuará o processo de modernização, simplesmente por achar que Belluzzo não o fez. Sua administração, confusa, de atitudes impensadas e alianças mantidas à custa de muito prejuízo ao  clube, ainda que não tenha sido essa a sua intenção,  acabaram sendo “mais do mesmo”. Mas acredito que, ainda que seja uma incógnita, Paulo Nobre significa esperança e  é, sem sombras de dúvidas, a melhor das opções.

Pois que venha o Paulo Nobre! E faça jus ao sobrenome que carrega, conduzindo o Gigante Palmeiras com a nobreza que ele merece!