I was born to love you with every single beat of my heart” – Freddie Mercury

Houve um tempo, em que chamávamos de “modinhas” os torcedores adversários (na nossa torcida eles não existiam) que só apareciam quando seus times ganhavam títulos, só se mostravam torcedores apaixonados quando tinham do que se gabar…

E não é que, agora, com a Geração PS4, com os millenials (frágeis, que não sabem lidar com nenhum tipo de frustração, e que sempre têm que culpar, massacrar alguém quando a sua satisfação não atinge os níveis que a sua alta régua de expectativas impõe) temos os “modinhas” em nossa torcida também?

Fracos que são para lidar com o inesperado, com o improvável, com a dualidade êxito/fracasso, eles estão sempre profetizando o apocalipse, abdicando cada vez mais da capacidade de raciocinar e de dar amor e apoio incondicionais ao time. Que triste…

E com as mídias sociais, acompanhar os jogos do time de coração, que antes (no começo do Twitter, por exemplo) era um prazer, uma diversão, passou a ser insalubre. A busca incessante por aprovação e likes, foi fazendo com que muitos torcedores passassem a ser (a acreditar que são) apenas “analistas de futebol”. E são muitos os que precisam demonstrar, durante o jogo inteiro, e mesmo com o time ganhando, que estão vendo erros, falhas que outros não estão vendo, são muitos os que só sabem criticar e criticar (sem contar a perseguição a jogadores unicamente por ideologia política. E essa é uma das coisas mais canalhas que um torcedor pode fazer ao próprio time)…

E, como se fossem experts na arte da bola rolando, ficam enfurecidos porque o jogador chutou assim, mas tinha que ter chutado assado… porque ele olhou pro lugar errado na hora de chutar, porque o jogador não quis passar pro Fulano, pro Cicrano… porque o goleiro caiu errado… porque o técnico não escalou/substituiu como eles acham que deveria ter escalado/substituído… porque um gol foi perdido (como se os demais clubes fizessem gols a cada vez que têm uma oportunidade)…

E aí – a parte mais disgusting da coisa -, vale fazer a piada mais jocosa sobre o próprio time(!?!), vale denegrir  o jogador X, o Y, o técnico, o clube (cada um tem o cristo preferido para crucificar)… vale adivinhar (e a partir disso, jurar que é verdade absoluta) que o jogador está mascarado, que é mimadinho, que ele pensa assim, pensa assado, que ele quer fritar o técnico, que não se dá bem com os companheiros… 

E é um tal de “Ainnn, venceu mas não mereceu”… Ainnn, nem comemoro um título conquistado assim, nos pênaltis (igualzinho conquistamos a maravilhosa e inesquecível Libertadores 99)… Ainn, vai perder o jogo na quarta… Vai perder o jogo no começo do ano… Ainnn, nem vou assistir pra não passar raiva… A régua da excelência, exigida para os outros, cada vez mais alta, menos para eles mesmos. 

É tudo líquido, sem duração alguma, até mesmo o amor e respeito ao clube… Torcedores virando algozes do próprio time…

Furos, furados, de contratações, de desfalques… memes são criados depreciando time e jogadores… O que importa mesmo, até mais que o respeito ao clube de coração (de coração!?), são os likes, as interações que isso possa gerar… a fama (que não vale pra nada) conseguida nas redes…

Palmeiras, e só ele – todos os outros já foram eliminados em alguma das competições -, disputando três campeonatos…

Palmeiras, fazendo 27 jogos nos últimos noventa dias – em apenas dois meses sob o comando de Abel Ferreira, e com um aproveitamento de 70,8% (10V, 4E, 2D). 16 jogos… em 52 dias (1 jogo a cada três dias).

Pra você ter uma ideia, nos últimos 90 dias, os quatro semifinalistas da Libertadores 2020, tiveram a seguinte agenda: Boca Juniors – 15J / River Plate – 15J / Santos – 23J / Palmeiras – 27J. O Palmeiras fez quase o mesmo número de jogos que os dois times argentinos juntos.

E, nesses quase dois meses, desde a chegada de Abel Ferreira ao Palmeiras – sua estreia foi no início de Novembro – além da maratona de jogos, da falta de tempo para treinar, além dos muitos problemas de lesões, de jogadores convocados para as seleções de seus países e do elenco curto, o Palmeiras ainda teve um surto de Covid-19 (20 jogadores testaram positivo) e precisou fazer malabarismos mil, precisou usar a garotada da Base, para colocar o time em campo, E SEM PEDIR O ADIAMENTO DE UM JOGO SEQUER… E, claro, que isso também atrapalha o rendimento dos jogadores/do time (e não só no Palmeiras)…

E, mesmo assim (mesmo com vários prejuízos no apito também), o time está aí, na briga pelos títulos da Libertadores e da Copa do Brasil, na sexta posição do Brasileirão (com um jogo a menos que INT, ATL, SAO)…

P….!! Isso é motivo de orgulho! É para batermos no peito e dizermos: Aqui é Palmeiras! E, ainda que a situação fosse outra, jamais poderíamos deixar de dar nosso apoio e nosso amor ao Palmeiras, de acreditar no nosso time. Que torcedores seremos nós se nos acovardarmos e dermos o nosso time como derrotado antes do jogo acontecer?

Nenhuma equipe tem a garantia da vitória, da conquista antecipada de um título, antes de a matemática assim determinar, ou antes de uma final de campeonato ser jogada. Vimos, ano passado, na final da Libertadores, um time jogar muito mais do que o outro e, em duas vaciladas, duas falhas no final da partida, tomar dois gols, perder o jogo e o título. Não há certezas absolutas no futebol. E é isso que o faz tão apaixonante.

Na verdade, existem algumas certezas (e não queiram mudar isso, por favor)… o torcedor morre pelo seu time, dorme e acorda pensando nele, ainda mais quando uma partida importante está próxima, faz qualquer coisa para ele, por ele… vibra muito, reza muito, ri, chora, come unha, usa a camisa/meia da sorte, reza mais ainda, sente emoções indescritíveis, e nunca para de cantar (se der certo, ótimo; se não der, aí a gente vê o que faz com a tristeza). O torcedor está sempre fechado com o seu time. O torcedor abraça o seu time em qualquer situação, como se time e torcida fossem um só. Ainda mais agora que nem podemos ir ao estádio.

E é assim que temos que estar com o Palmeiras agora… unidos.  E é assim que eu vou estar nos próximos jogos… e sempre! De longe (por enquanto), mas pertinho de coração… e fechadíssima com o Palmeiras… para o que der e vier!

Booooora, parmerada! O Palmeiras precisa de nós! VAMOS ABRAÇAR O VERDÃO E JOGAR AS SEMIFINAIS COM ELE!! Essas batalhas são nossas também!

“Eu tô fechada com o Verdão e agora não tem mais conversa…” 🎶🎵

“O essencial é invisível aos olhos” – Antoine de Saint-Exupéry

Era uma vez uma mãe e seu filho… e o amor dos dois pelo seu clube de futebol…

Assim, com “era uma vez”, começam algumas maravilhosas histórias que encantam e emocionam corações… assim começou a história que encantou e emocionou um profissional de imprensa, que estava trabalhando no Allianz Parque, em 2018… ele, lá do campo, olhou para as cadeiras, viu uma mãe e seu filho. A mãe narrava o jogo para o filho, que é deficiente visual e tem um pequeno grau de autismo. Seu coração logo percebeu a beleza do que ele via… Então, ele “contou” a história para outras pessoas, e a coisa foi crescendo… a torcida do Palmeiras se encantou e se emocionou com ela, os brasileiros todos se encantaram e se emocionaram com ela…

Hoje, quando essa mãe ganhou o prêmio “Fifa Fan Award”, de Melhor Torcedora, na premiação “The Best Fifa”, o mundo todo se encantou e se emocionou com a história também…

Silvia Grecco, a guerreira da nossa história, certamente não pediu para que isso acontecesse, não planejou, não desejou… Estava lá no Allianz Parque, como tantas outras vezes já estivera, sem ter sido notada, sentada ao lado de Nickollas, seu filho, narrando o jogo pra ele…

O profissional da Globo,  Marco Aurélio Souza,  flagrou a mãe narrando o jogo para o filho, seu coração percebeu a beleza daquele momento…  as imagens foram mostradas na TV e uma história linda, de amor de mãe e filho, de amor de torcedores por seu clube, uma história de respeito e inclusão passou a nos ser contada… 

…….

Mas essa história começou bem antes, em 2006… Silvia, desejando ser mãe novamente (ela já tinha uma filha), querendo cuidar de uma criança, dar amor, tomou a decisão de entrar na filial da Vara de Infância de Mauá para adotar uma criança. Meses depois,  já em 2007, ela foi chamada para conhecer um bebê. Um bebê que, por causa de um aborto provocado, havia nascido aos cinco meses de gestação, com um pouco mais de 500 gramas… e que por ser tão prematuro teve um problema na formação de suas retinas… um bebê, que havia passado seis meses em uma UTI, um bebê, que teve parada cardíaca, entre outras complicações, e que, segundo o médico, muito provavelmente teria outras sequelas… um bebê, que já havia sido rejeitado por outros 14 casais…

Reza a lenda das histórias maravilhosas, que guerreiros reconhecem um ao outro à primeira vista… E foi o que aconteceu. Assim que Silvia viu o bebê, ela se apaixonou por ele… “No instante em que o médico o colocou no meu colo, senti que era meu filho, não tive dúvidas”, diria ela depois.

…………………………

E Nickollas ganhava um presente de Deus, ganhava uma mãe para lhe dar um amor imenso e lutar com ele as suas batalhas… uma mãezona, que cuidando dele com amor, com respeito, procurava fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para que ele, deficiente visual, entendesse o mundo e se sentisse integrado a ele. E ela, palmeirense,  começou a levá-lo aos jogos do Palmeiras no Allianz… com rádio e fones de ouvido. Até o dia em que ela notou que faltava algo para que ele sentisse mesmo o jogo, o clima, para que a experiencia do filho no estádio fosse plena… então, ela teve a ideia de narrar pra ele o que acontecia no campo –   ela narra de um jeito diferente, descrevendo o ambiente, dizendo para que lado os jogadores estão, onde tem bigode, manga comprida, narra os gols também, as faltas, os passes, descreve os técnicos, os jogadores, seus uniformes… e Nickollas se sente bem no Allianz, fica feliz quando sabe que vai ao jogo… lá, junto do seu time, ouvindo o som da sua outra “família” ele se sente livre, integrado…

E foi assim, num derby,  em 2018, com a Silvia escondidinha lá no meio de milhares de parmeras, narrando o jogo para o seu filho,  que ela e Nickollas foram vistos pelo profissional da TV… um close os mostrou para todo o Brasil… um close e estava confirmado que é muito mais do que futebol, que o Allianz é onde o Nickollas gosta de estar, que o Palmeiras dá a ele uma felicidade enorme e que o futebol pode sim transformar a vida das pessoas… um close, e a Silvia personificou o amor maior… um close, e não precisávamos de mais nada… nos apaixonamos por eles e pela história de amor, doação, escolha e respeito que eles protagonizavam… Lindo demais! Num mundo onde parece que o amor vai perdendo espaço a cada dia, a Silvia e o Nickollas nos encheram de  esperança… 

A história ganhou o mundo… e o mundo se encantou com ela. O Palmeiras os levou à Academia, mãe e filho conheceram os jogadores do Verdão, conheceram Felipão, que se emocionou também… No Natal, o Palmeiras deu ao Nickollas um óculos que transforma a imagem em aúdio… A Fifa os indicou para concorrer ao Fifa Fan Award… Eles foram na concentração da seleção brasileira, Nickollas conheceu Neymar, de quem ele tanto gosta…

E hoje (23/09), lá no Teatro Scala de Milão,  na solene premiação Fifa para os melhores do futebol, a Sylvia, merecidamente, ganhou o Fifa Fan Award. Mãe e filho subiram ao palco, e ela descrevia pra ele tudo o que via… na plateia estavam Messi, Alisson, Van Dijk, Martha, Mbappé, Rapinoe, Modric, Marcelo, Mourinho, Jürgen Klopp… os(as) melhores jogadores(as) do mundo, os melhores técnicos… a nata do futebol ali reunida, de olhos úmidos ouvindo o agradecimento daquela mãe, da melhor torcedora… o mundo do futebol aplaudindo Silvia Grecco e Nickollas…

Me emocionei muito acompanhando a premiação, ouvindo a Silvia falar… Que história linda e emocionante… Que orgulho da Silvia e do Nickollas. Que alegria por eles terem vencido. Quanto respeito e admiração eu sinto por essa mulher, essa supermãe, esse ser humano maravilhoso, que não pensou duas vezes para adotar a criança que tantas outras pessoas haviam rejeitado – e por todas as outras, espalhadas pelo mundo, que, assim como ela, são guerreiras, cheias de amor incondicional, e que se doam totalmente para tornar melhor e mais leve a  difícil vida de seus filhos.

Parabéns, Silvia e Nickollas, vocês fazem o mundo ser muito melhor! Obrigada por nos mostrar que nada supera o amor! Vocês são realmente THE BEST! E parabéns, Palmeiras, por ter torcedores como esses! #FamíliaPalmeiras

 

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“E di dirti tranquillamente, de dirtelo finalmente, che ti amo e che di amarti non smetterò mai…” – Lucio Dalla

 

Que sensação maravilhosa é essa leveza pós título…  ainda estou saboreando e revivendo a tarde de domingo…

Depois de alguns amargos anos em que uma classificação para a Libertadores era o máximo que algumas administrações palestrinas nos permitiam sonhar, lá estava eu a caminho da festa do título do Palmeiras… O terceiro título nacional em quatro anos, o segundo Brasileirão conquistado em 3 temporadas… a décima conquista de campeonato brasileiro (chegamos nos dois dígitos) na gloriosa e vencedora história do Palmeiras.

Decacampeão… e parece que foi ontem mesmo que começamos a nos acostumar a falar em eneacampeonato.

Quando cheguei na Estação Palmeiras-Barra Funda, já parecia que eu entrava em outro mundo… o meu mundo. Camisas do Palmeiras, de todos os modelos, alegres, vaidosas, festivas, ansiosas, apressadas, com faixas de campeão, eram vistas pra todo lado… Muitos ambulantes vendiam faixas de decacampeão de todos os tipos e modelos. Parei para escolher uma e, eram tantos vendedores disputando a cliente,  que, mesmo sem pedir desconto algum, eu comprei a minha pela metade do preço.

Bandeiras, bonés, chaveiros, placas, camisas, faixas, cavalinhos vestidos com camisas do time e faixas de campeão permeavam o caminho… Palmeiras pra onde quer que se olhasse, e o nome Palmeiras sendo ouvido a cada vez que algum deles gritava oferecendo a sua mercadoria: Boné do Palmeiras! Cavalinho do Palmeiras! Que sensação maravilhosa trazia aquele “caos” no caminho.

Céu encoberto, uma tarde quente, meio abafada… Um “formigueiro” na rua, uma enormidade de gente, que vinha de todos os lados se dirigindo ao Allianz Parque… Aquelas pessoas todas, vestidas de verde e branco, que transitavam de maneira desordenada pelas ruas e calçadas,  iam para a mesma festa…  e com o mesmo sentimento no coração…

Quando cheguei na Matarazzo, a minha emoção resolveu espiar o movimento, e era com olhos marejados e um grande nó na garganta que eu caminhava por ali, observando os reflexos dessa nova conquista do Palmeiras, observando tudo o que eu pudesse pra guardar na memória e no coração… os óculos escuros escondiam as lágrimas que eu tentava segurar. Quanta gente indo para o mesmo lugar, quanta alegria nos rostos, quantos sorrisos, quantos olhos brilhantes, cheios de vida, e que sorriam também… o ar rescendia a felicidade, a amor… as pessoas pareciam estar ainda mais vivas. O Palmeiras já tinha conquistado o título na rodada anterior, e agora, na última partida do campeonato, ia encontrar a sua torcida em casa, ia receber a taça de campeão e o amor da sua gente… e a torcida estava louca para se encontrar com ele.  Não, não é só futebol…  É algo maior,  que nos move,  nos une, eleva e nos transporta para uma dimensão diferente, como se uma porta se abrisse para um mundo totalmente verde, com cheiro e gosto de paixão.

A festa já começava ali mesmo, na rua. A parmerada estava numa alegria só… Encontrei os amigos, ganhei uma garrafinha de cerveja e, apesar de não costumar beber, aceitei a cerveja gelada, brindamos o momento, bebemos, jogamos alguma conversa fora, rimos bastante, abraçamos o amigo que ia pra outro setor e entramos… E, claro, compramos o copo comemorativo do Palmeiras Campeão Brasileiro 2018.  “P-a-l-m-e-i-r-a-s  C-a-m-p-e-ã-o” era o delicioso som que se repetia, inúmeras vezes, dentro da minha cabeça…

Última rodada do campeonato… Eu imaginava que os dois times, por motivos muito diferentes, claro, deveriam jogar meio na ressaca. O Palmeiras chegava na partida campeão, de dever cumprido, e já fizera até uma grande festa para comemorar o título, devia estar literalmente de ressaca… o seu adversário, em compensação, chegava já rebaixado no campeonato, naquela ressaca de tristeza… De qualquer forma, era o melhor ataque da competição, contra a pior defesa.

Allianz Parque lotado (quebra de recorde na arena), transbordando felicidade… Torcedores de cabelos verdes, barbas verdes, de máscara de porco, nariz de porco, chapéus de porco, de perucas verdes, unhas e bocas verdes,  envoltos em bandeiras… todo mundo se enfeitara de alguma maneira para a ocasião tão especial… Os jogadores palmeirenses se aqueciam no gramado quando algumas faixas verdes e brancas  começaram a descer lá do anel superior… a arena também se enfeitava para a festa. E foi nesse momento que os primeiros gritos de “É campeão” começaram a ecoar forte no Allianz… aí, não deu pra não chorar…


Times em campo, Palmeiras festejado, aplaudido… o hino, arrepiante, à nossa moda… “Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras”… Tínhamos total compreensão de que estávamos dentro de um sonho… real.

Como não poderia deixar de ser, o jogo era todo nosso, mas não era tão pegado… o Palmeiras tinha mais posse de bola e procurava mais o gol – fez algumas jogadas tão lindas – , e o Vitória tratava de se defender e tentava atacar o Palmeiras com chutes de longe. Nós queríamos só comemorar, e, por isso, queríamos o gol pra incendiar a festa – o time também queria – e ele não saía. A torcida cantava feliz… com a leveza de ser dez vezes campeã brasileira.

E então, já no finalzinho do primeiro tempo, Lucas Lima fez boa jogada pela direita e tocou para Bruno Henrique chutar de fora da área. A zaga desviou e a bola sobrou para Duduzinho na esquerda. O craque do Palmeiras e do campeonato gingou na frente de seus marcadores e, com a mesma precisão de um passe que tivesse sido feito com as mãos,  levantou a bola na área, na medida, para Edu Dracena (sua segunda tentativa de gol na partida), saltar, cabecear pra baixo e estufar as redes do Vitória. O Allianz explodiu no som de mais de 41 mil vozes. Abraços campeões eram distribuídos nas arquibancadas…  que alegria! Era o gol de número dois mil do Palmeiras na história do Campeonato Brasileiro. E o Dracenão da Massa que o assinou.

No segundo tempo, Felipão voltou com Deyverson – de cabelo verde – no lugar de Borja. E o time do Palmeiras parecia ter voltado com mais pegada. Nos primeiros minutos, Dudu (que craque ele é. #FicaDuduzinho) quase marcou o segundo num chute colocado. Minutos depois, Deyverson deu uma caneta linda no jogador do Vitória, foi atingido na sequência, dentro da área, mas deu um “duplo twist carpado no vácuo” bem mandrake ao ser atingido e o árbitro nada marcou. No entanto, com a encenação (totalmente desnecessária) ou não de Deyverson, o árbitro tinha que marcar a falta que ele sofreu.

Mas nem precisamos esperar muito pra ver a rede baiana balançar pela segunda vez. Depois de uma cobrança de falta que parecia ensaiada, Dudu tocou para Scarpa, que chutou de pé esquerdo e guardou o segundo do Verdão. Na hora, tive a impressão que o goleiro falhara, mas a bola tinha dado uma desviadinha no meio do caminho. Era só festa no Allianz.

E porque o título já tinha sido conquistado na partida anterior, porque o Palmeiras vencia o Vitória por 2 x 0, porque o segundo tempo já estava na metade, o time deu uma relaxada, diminuiu o ritmo, deu espaço para o adversário. Antonio Carlos fez uma falta, fora da área e o árbitro marcou pênalti (adivinha quem era o árbitro? Ele mesmo, Heber Roberto Lopes, aquele, que nos garfou na reta final do BRA 2017. Nos garfava de novo, e no segundo lance importante, em pleno jogo de entrega da taça). O Vitória cobrou e guardou. Nem cinco minutos depois, aproveitando que o Palmeiras ainda parecia meio relaxado, sem intensidade, Luan (Vit) recebeu na entrada da área, fez a jogada individual e chutou forte. Weverton nada pôde fazer.

A partida estava empatada, e a torcida palmeirense continuava comemorando o título do Brasileirão… Nada nos abalava naquela tarde… nosso Palmeiras era decacampeão. Nossos dias, desde a rodada anterior, quando o título fora conquistado diante do Vasco, eram de festa, de coração em paz, de alma levinha, levinha… mas, claro, queríamos vencer sim.

Felipão, que já tinha colocado Moisés – de cabelo verde também – no lugar de Scarpa,  sacou Lucas Lima e colocou Guerra em campo. O jogo ia chegando ao fim… Foi então que Bruno Henrique resolveu que não podia ter água no nosso chopp. Num contra-ataque do Verdão, ele recebeu de Guerra e, de fora da área e de primeira, mandou uma bomba pro fundo da rede do Vitória. Um golaço! E a festa no chiqueiro pegou fogo! Minutos depois, o jogo acabou. O Campeão Brasileiro 2018 conquistava mais uma vitória, na última partida do ano.

“É Campeão”… “É Campeão”… gritava o Allianz Parque…  E o sonho, real,  tomou ares de fantasia… Os nomes de todos os jogadores do elenco eram gritados… de Felipão também… Fogos explodiam em volta do teto do Allianz, o céu se enchia de “nuvens”coloridas, de luzes coloridas… nada mais parecia real… como crianças, ficávamos olhando tudo aquilo, encantados. No campo, nossos heróis comemoravam muito, faziam muitas fotos, e também viviam um sonho… era difícil saber qual deles estava mais feliz. Tinha gente que chorava, tinha gente que não conseguia parar de sorrir, muita gente gritava, batia no peito… Eles e nós… nós e eles… e todos sabíamos os caminhos que tínhamos percorrido para chegarmos até ali.

Nossos heróis iam recebendo as suas medalhas – o presidente eleito da República, Jair Bolsonaro, convidado do Palmeiras para assistir ao jogo, era um dos que colocavam a sonhada medalha no pescoço dos jogadores… e, então, finalmente, o capitão Bruno Henrique levantou o tão cobiçado troféu…  o ar se encheu de papel verde picado… os pedacinhos de papel voavam por toda a arena… a visão era linda ali… fogos explodiam no céu, nosso coração explodia de amor… a festa dos jogadores era enorme no campo, todos queriam segurar a taça de campeão, todos queriam extravasar a alegria daquele momento, daquele primeiro Brasileirão na carreira de alguns de nossos atletas… os jogadores davam a volta olímpica, Felipão dava a sua volta por cima… o presidente Galiotte, dando a volta no campo também, cumprimentava os torcedores… a torcida, orgulhosa, louca de felicidade pelo decacampeonato, dava uma volta no paraíso… o Allianz se tornara surreal… nosso mundo estava todo ali… o Palmeiras, nosso amor pra toda vida, exercia o seu imenso poder de nos fazer esquecer de todo o resto lá fora…  poderíamos viver pra sempre dentro naquele momento…

E nada no mundo poderia ser melhor… Palmeiras, dez vezes Campeão Brasileiro! Que lindo, Palmeiras! Que lindo!

E que venha o próximo!

 

“I was born to love you with every single beat of my heart…” 🎶 – Freddie Mercury

Que eu amo o Palmeiras em qualquer situação, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza…todo mundo sabe… Mas quando ele faz bonito, e sobra, num campeonato longo como o Brasileirão, campeonato que já está no finalzinho, aí o coração não cabe no peito de jeito nenhum…

35 jogos… 71 pontos conquistados… 20 vitórias… 11 empates… 4 derrotas… Melhor ataque da competição (56 gols marcados)… Melhor defesa (24 gols sofridos)… Melhor saldo de gols (32)… 5 pontos à frente do segundo colocado,  6 à frente do segundo… 20 jogos invicto – a maior invencibilidade da história do Brasileirão de pontos corridos – e faltando apenas três rodadas. Esse é o meu (nosso) Palmeiras… que depende só dele mesmo para conquistar o decampeonato.

Isso mesmo. Se o Palmeiras continuar no ritmo nas últimas quatro rodadas da competição, ele conquistará o seu décimo campeonato brasileiro. Uma coleção de campeonatos limpinhos, limpinhos… legítimos.

Temos três “match points” a contar de hoje, três chances de colocarmos mais uma taça em nossa Sala de Troféus. Já os adversários, que também têm chances ainda, precisam ganhar as suas partidas e torcer por tropeços do Palmeiras… No entanto, se considerarmos as últimas três partidas dos três clubes que disputam o título, o Flamengo só conseguiu diminuir 1 ponto da diferença entre eles, o Inter, por sua vez, permaneceu com a mesma diferença.

É impossível que, nós, palmeirenses, fiquemos indiferentes aos números, que fiquemos indiferentes a esse momento, não é mesmo? Que nos mantenhamos com os dois pés no chão.  É impossível não “ouvirmos” que o deca está, sim, batendo à nossa porta…

A tarefa da torcida palestrina, nessas três partidas que faltam, é apoiar, cantar muito, torcer muito, rezar, aplaudir… é fazer do Allianz Parque hoje um caldeirão fervente… Nossa missão é “entramos em campo”, de alma e coração, jogarmos com o nosso time, e, com muito boas possibilidades, levarmos o Palmeiras na direção de mais um título.

No entanto, dependendo dos resultados da rodada, o Verdão pode ser campeão hoje mesmo. Já pensou? Hoje pode vir a ser  o dia de escrevermos mais uma página linda da história do maior campeão do Brasil… Tomara. Mas são três batalhas que teremos pela frente, três “match points”… Temos que fazer a nossa parte, com calma, jogando sério,  com muita luta, sabendo que ninguém ganha antes do apito final; temos que aproveitar as nossas três oportunidades, conscientes de que só dependemos de nós.

Está chegando a hora da sua volta por cima, Felipão! Tá chegando a hora de sermos muito felizes juntos, de novo!

O “deca” está batendo aí na porta, Verdão! Abre a porta pra ele!! #RaçaPorco

 

 

 

 

 

“Feliz daquele que sabe que o caminhar é constante… e que amar é para sempre…”

……………………Image may contain: one or more people and outdoor

Fui ao Allianz de coração aberto… para o que desse e viesse. Sabia que era difícil reverter aquele resultado indigesto que tínhamos trazido da Argentina, mas sabia também que era completamente possível que o Palmeiras conseguisse virar o jogo nos noventa minutos  aqui.

No entanto, não queria criar expectativas de já ganhou… nada disso. Só queria acreditar que podíamos. Só queria estar lá e poder torcer… muito. Esperar acontecer… Esperar a alegria nos arrebatar, caso ela viesse…

O cenário era perfeito. As ruas cheias de parmeras, aqueles inúmeros vendedores ambulantes, pelo caminho, a nos oferecerem cerveja, água, refrigerante, bonés, chaveiros, cavalinhos do Palmeiras (ah, Brasileirão), camisas, bandeiras…

Eu caminhava apressada, saboreando tudo o que meus olhos podiam ver… e conforme me aproximava do Allianz podia ouvir muitos rojões, gente ansiosa conversando… nas catracas, a torcida cantava forte, feliz… Sim, o Palmeiras, o nosso Palmeiras, estava de volta. Voltava a ser protagonista nos campeonatos.

Entrei no Allianz e ainda não tinha muita gente lá dentro… a faixa de led, logo abaixo do anel superior, era a surpresa do Allianz Parque para a torcida… num muito aceso verde e branco, um  “oleeeee oleeee porcoooo” percorria a arena… o “rascunho’ do mosaico da torcida podia ser percebido nas cadeiras…
………………..Image may contain: stadium and outdoor

Por falta de festa, de apoio, é que não foi… Como conter a emoção quando o Palmeiras entrou em campo, quando  o Allianz se vestiu de milhares de vozes, se enfeitou com dezenas de fogos de artifício? Uma festa para os nossos sentidos…

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………………..

Infelizmente, não deu certo… e a partida terminou empatada. Perder uma vaga na final, acontece… mas perdê-la, podendo não tê-la perdido, é meio complicado…

Teve de tudo no jogo, foi um carrossel de emoções… uma alegria do tamanho do mundo, quando Dudu cruzou para Bruno Henrique mandar pro fundo da rede, no comecinho de jogo, logo aos 9 minutos. A gente pensa até que vai morrer nessa hora, de tanta felicidade… apreensão, quando percebemos que o VAR avisara ao árbitro que havia alguma irregularidade… decepção, quando o nosso gol foi anulado… tristeza, pelo doce que nos arrancavam da mão… tensão, quando o Boca abriu o placar numa vacilada de Luan… alegria, quando Luan empatou o jogo, ainda no comecinho do segundo tempo… uma alegria maior ainda, quando o juiz marcou pênalti e Gustavo Gomez virou o jogo… teve esperança, mas muita esperança mesmo, principalmente depois do segundo gol – se tivéssemos feito o terceiro, o Boca não iria aguentar… mas nos jogaram um balde de água fria depois, quando os argentinos empataram de novo… pelos critérios da competição, pelo agregado, teríamos que fazer mais três gols…

O malfadado jogo na Argentina pesou na segunda partida… mas não achei que o Palmeiras foi mal, ele lutou muito; achei que faltou fazer algo, além do óbvio, para pegar os argentinos de calças curtas, porque eles estavam marcando como loucos, sempre com dois, ou até mais jogadores, em cima de qualquer parmera que estivesse com a bola, para evitar mesmo que fizéssemos as jogadas, para evitar que aproveitássemos o talento de Dudu, por exemplo (em cima dele sempre tinha três ou quatro adversários). 

Não podemos reclamar do VAR se Deyverson estava mesmo impedido – lá na hora, confesso que não vi a irregularidade. Mas o fato é que, quando anularam nosso gol, o time sentiu, acabou vacilando e deixando o Boca abrir o placar alguns minutos depois, mas Luan, que falhou no lance, poderia ter tido a proteção de mais algum parmera ali… era jogo valendo a “vida” na competição.

Empatamos… viramos… e o Allianz, que já estava eufórico, barulhento, ficou ensurdecedor. A torcida estava linda! Um show! E é assim que tem que ser mesmo, independente de resultados. Se fizéssemos o terceiro, o Allianz iria “eletrocutar” os argentinos, o Boca não ia segurar em campo… Tinha bastante tempo ainda e as chances estavam abertas pra nós, mas descuidamos de novo… e de novo com o jogador “maledetto” que já tinha enfiado dois na gente no jogo de ida. Só por aqueles dois gols ele não poderia ter vida fácil em campo no segundo jogo, né? Felipe Melo, que parecia ter cansado na partida (poderia ter sido substituído por isso), e por quem o maledeto passou facilmente, também podia ter tido um ‘help’ de mais alguém… era preciso que tivéssemos um olho no gato e outro na frigideira, assim como faziam os argentinos que não deixavam nenhum palmeirense no mano a mano.

Apesar de eu ter pedido tanto o Lucas Lima no primeiro jogo da semi, e pra esse também, achei que ele foi muito previsível, tocou de lado, pra trás… esperava mais dele, esperava o imprevisto pra colocar a bola no pé dos atacantes enganando a marcação cerrada dos adversários… esperava que ele reeditasse a partidaça que tinha feito na Argentina, quando ganhamos do Boca por 2 x 0, na Fase de Grupos.

Achei também que as muitas bolas que levantamos para a área não tiveram utilidade alguma com as “casquinhas” do Deyverson. Nessa partida, ele subia pra cabecear, cabeceava de qualquer  jeito, pra qualquer  lugar, sem proveito algum para os demais companheiros, para o ataque.

Apesar dos dois gols bobos que tomamos aqui, o estrago mesmo tinha sido feito no primeiro jogo… 

Enfim, mesmo sem ser um p&ta time, o Boca, copeiro que é, passou, e a gente não…

Mas agora não dá tempo para ficarmos reclamando, para ficarmos curtindo a ressaca, e muito menos pra querermos crucificar esse ou aquele, pedindo a cabeça desse ou daquele, mesmo porque não há motivo pra isso.

TEMOS UM BRASILEIRÃO PRA CONQUISTAR!  E o Palmeiras precisa de nós!

Ano que vem tem Libertadores outra vez e estaremos lá… e tem gente que já não vai nem participar da próxima, né? 😉

Vamos em frente… que atrás do Palmeiras tá cheio de gente.

Apesar de andar meio sem tempo para escrever no blog (estou preparando uma matéria especial, que está me tomando muito tempo e  atenção), não poderia deixar de escrever sobre o clássico diante do São Paulo – nosso adversário favorito no Allianz Parque -, que nesse início de brasileirão era líder, invicto, até encontrar com o Palmeiras na noite de sábado…

É verdade que andávamos bem ressabiados (alguns parmeras estavam surtando) com o Palmeiras por causa das duas derrotas nos dois últimos jogos, antes do clássico. Ressabiados mais com o futebol insosso que estávamos vendo o time jogar do que com o resultado propriamente dito – tem muita água pra passar debaixo dessa ponte ainda.

E, se por um lado, sabíamos que o Palmeiras, vindo de duas derrotas seguidas, deveria estar com a sua confiança abalada, enquanto o adversário, invicto e líder, vinha cheio de confiança, por outro lado, não podíamos nos esquecer que, desde a inauguração do Allianz Parque, já tínhamos jogado 6 vezes contra eles ali e obtido 6 vitórias – 18 gols marcados pelo Palmeiras (com algumas coberturas sensacionais) e apenas 3 sofridos. Era uma boa ocasião para conseguirmos a sétima vitória…

E foi um jogão… time e torcida bateram um bolão.

No primeiro tempo, a torcida jogou bem, mas em campo o jogo foi mais amarrado, o Palmeiras quase nada criou – Sidão faria uma defesa com quase 40′. O Palmeiras procurou ir ao ataque, mas sem criar “a” jogada de gol… o futebol ainda estava insosso. Faltava um meia pra jogar com Moisés (ele é volante). O São Paulo, por sua vez, de perigoso mesmo, também não tinha muita coisa. Na verdade, embora tentassem, os dois times não criavam. O São Paulo descia o pé nos palmeirenses. O árbitro matava a gente de raiva, invertia faltas, escanteios, sempre em prejuízo do Palmeiras – ele deixaria de amarelar muitos leonores na partida, alguns deles, merecedores do segundo amarelo.

Embora não agredisse o adversário, o Palmeiras não me parecia vulnerável. No entanto, com quase 30′ de jogo, o improvável aconteceu, e o Palmeiras deu um gol de presente para o inimigo. O jogador leonor cobrou um lateral mandando a bola na área, e Dracena, que poderia ter cabeceado a bola pra qualquer lugar longe do nosso gol, teve um insight errado e escolheu atrasar para Jaílson. Marcos Guilherme apareceu no meio do caminho da bola e nem ele e nem Jaílson a pegaram… e ela foi parar dentro do gol, sem ter tocado no pé de adversário algum – ainda que Dracena tenha errado, achei que Jaílson poderia ter sido mais esperto no lance (as chances de chegar na bola eram iguais pra ele e para o adversário), sem contar que faltou comunicação ali entre goleiro e zaga.

O Palmeiras sentiu o gol doado, e se desestabilizou no jogo (a torcida não conseguia acreditar no que tinha acabado de ver. Demos um gol pra eles e em uma jogada que não ia dar em nada)… o adversário, por sua vez, se encheu de confiança e cresceu no jogo. Jaílson se esticou todo pra fazer uma boa defesa e mandar pra escanteio um chute de Reinaldo.

Keno sofreu falta dura de Anderson Martins, que tinha que levar cartão – seria o segundo – e o juiz não deu. Mas deu para Felipe Melo e Dudu… por reclamação. Que filho da mãe. A torcida não se cansava de homenagear o árbitro, e não parava de cantar pra empurrar o Palmeiras também.

O Palmeiras até ensaiou uma pressãozinha, mas fomos para o intervalo no prejuízo… Roger ia ter que acertar as coisas, ia ter que trocar algumas peças…

Na volta do intervalo o time era o mesmo, e muita gente reclamava por isso, mas o futebol já começou a parecer diferente, melhor. Logo de cara, Bruno Henrique cabeceou pro gol e ela passou pertinho… Em seguida, Keno foi empurrado e derrubado na área, e o árbitro nada marcou… Maledeto! Mesmo sem ter feito nenhuma substituição, Roger parecia ter acertado mais o time. No entanto,  esperávamos que ele mexesse na equipe também.

O Allianz cantava… a torcida chamava a reação…

A primeira substituição foi na marra… Diogo Barbosa, com dores, deu lugar para Victor Luís.

E, então, Moisés achou Keno lá na direita… ele desceu até a linha de fundo e cruzou rasteiro, o goleiro espalmou na direção de Willian, que, rápido, chutou e mandou pro fundo do gol… GOOOOOOOOOL!! O Allianz explodiu em gritos e alegria no gol do BGod!

Mas tivemos que esperar pela confirmação do gol. Até agora, não entendi de onde surgiu a dúvida de que o nosso gol legal pudesse ter sido irregular uma vez que, assim que a bola entrou, o juiz apontou para o meio, o bandeira não levantou a bandeira, portanto, nenhum dos dois viu nada errado no lance. E era só o que faltava, né? Uma interferência externa (?!?) para se anular um gol legal…

Os jogadores do Palmeiras correram até o bandeira, Antonio Carlos cresceu pra cima dele (adorei),  a torcida chiava muito, xingava o juiz, enlouquecida com a possibilidade de (mais) uma mutreta pra cima do Verdão. O gol tinha sido legalíssimo. O que iriam inventar dessa vez? E então, depois de mais de 1 minuto, o gol foi validado. E o Allianz explodiu em festa de novo…

“O Palmeiras é o time da virada… o Palmeiras é o time do amor”… A Que Canta e Vibra não economizava a voz… O Allianz ia se tornando mágico, eletrizante – a gente sempre sente o momento em que a energia parece mudar,  e, assim como mandamos a nossa energia para o campo, sentíamos a energia que vinha do nosso time…

Os leonores, que estavam só se defendendo no início do segundo tempo, sentiram o gol, e sentiram muito. Dava pra percebermos lá da bancada. O Palmeiras fez o gol na hora certa, nos primeiros dez minutos do segundo tempo e ia crescer na partida. Tinha tempo de sobra pra virar o jogo.

Keno, que tinha sentido dores no lance do gol, deu lugar para Hyoran… e  Hyoran faria uma bela partida (já tá merecendo a camisa titular).

O Palmeiras ia chegando… e o Allianz não parava de cantar… Sabíamos que o segundo gol não demoraria… E foi um golaço! 22 minutos… Hyoran tinha a bola e procurava um espaço, mas deixou a bola correr um pouco mais, Militão chegou chutando, pra dividir, e na dividida, a bola chutada por Militão bateu em Hyoran, espirrou, e sobrou pra Willian lá na frente (ele estaria impedido caso, e se, Hyoran tivesse feito/tentado fazer o passe pra ele, ou se o toque fosse de forma deliberada, intencional, o que não aconteceu. A bola, na dividida, veio do jogador do São Paulo e bateu no parmera, o que não tira e não coloca um jogador em impedimento). O BGod, jogando muito, pegou de primeira e virou o placar. Golaço!

Aí a torcida enlouqueceu. Mais de 32 mil torcedores cantando forte, empurrando o Palmeiras para a vitória…

Sabe aquelas coisas que de  tão deliciosas parecem inacreditáveis? Então… 2 minutinhos depois,  quando ainda comemorávamos o golaço de Willian, Moisés mandou uma bola ‘daquelas’ para Hyoran lá na direita, Hyoran avançou com a bola dominada e deu um passe perfeito para Dudu, que entrava do outro lado… o “dono” (artilheiro) do Allianz, tão logo a bola chegou à sua frente, deu um mergulho, e  de ‘peixinho’ mandou a bola pro gol… que gol espetacular!

Quase morremos de felicidade… Amigos se abraçavam, desconhecidos se cumprimentavam… todo mundo gritando de alegria… os sorrisos imensos, que não cabiam na boca, não cabiam no Allianz…

E o baixinho surtou no gol, comemorou como nunca – e como sempre -, bem na minha frente. Quase morri de emoção, fiquei toda arrepiada, chorei, vendo a explosão de Dudu, que gritava muito, vendo o time todo vir comemorar com ele, vendo os reservas todos saírem lá do banco e virem festejar com Dudu (sinal de que ele é importante para o grupo, né?)… que momento lindo! Lindo, porque era gol do Palmeiras, e porque era o gol que selava a nossa vitória – o Palmeiras estava ‘on fire’ e sabíamos que não perderíamos aquela partida de jeito nenhum… lindo, porque estávamos vencendo o SPFW pela sétima vez consecutiva no Allianz,  e porque era gol do de Dudu, nosso craque, que estava jogando um bolão, e que merecia tanto aquele gol. Eu poderia viver o resto da minha vida naquele momento…

Achei até que o Palmeiras faria mais gols – e quase fez mesmo -, tamanha era a disposição do time (quando o esquema se acerta, quando as peças se acertam, o Palmeiras sobra em campo mesmo), mas o São Paulo, abatido e batido, caprichava ainda mais nas faltas – Dudu e Hyoran eram alvos de muitas botinadas -, com a benevolência do juiz.

Moisés, que fez uma partidaça, também sentiu dores e deu lugar para Thiago Santos.

Eu só esperava por mais um gol nosso, ou pelo final do jogo. Sabia que nada diferente disso aconteceria. O Palmeiras dera um gol de presente, é verdade, mas depois disso não deixou passar mais nada… e, aos 49′, o jogo acabou, com muitos aplausos da torcida para os jogadores do Verdão.

https://www.youtube.com/watch?v=5RIRQKrk2n8

E no final daquela noite de sábado, que já era quase domingo, um mar de gente vestindo verde e branco ganhou as ruas… um mar de pessoas encantadas com os gols do Palmeiras, com a virada do Palmeiras…  gente que comprava cerveja e pizza no meio da rua, e que falava alto, rindo, gesticulando… falava do jogo, dos lances, dos gols… aquela gente toda ia pra casa, ou ia continuar os embalos de sábado à noite, leve, rouca, feliz da vida… e contando…  7 vitórias… 21 gols marcados… 4 tomados (e 1 deles foi de lambuja)…

É “tabu” que fala, né?

 

 

 

 

 

“Se existisse um campeonato de torcidas, alguns “palmeirenses”  – como uma meia dúzia de bobocas que andam envergonhando a Família Palmeiras na Argentina -, acabariam com as nossas chances na competição. Com o Palmeiras líder em seu grupo na Libertadores, precisando de apenas uma vitória para se classificar, os debiloides foram xingar um jogador do próprio time, tumultuar o ambiente, às vésperas de um jogo importante, contra um rival argentino… na Argentina. Os hermanos, da imprensa, inclusive, acostumados com torcedores de verdade,  de amor incondicional aos seus clubes, horrorizados disseram não ser capazes de imaginar um torcedor do Boca, por exemplo, fazendo algo parecido… Vergonha, né? E burrice também…”

184 Jogos… 46 Gols…  44 Assistências…  Campeão Brasileiro e Campeão da Copa do Brasil (com dois gols na final), titular nas duas competições…  o capitão do time… driblador… o maior artilheiro do atual elenco, o maior artilheiro na era Allianz Parque…  o maior garçom do elenco, o líder em assistências no Allianz, desde a sua inauguração… No Brasileiro 2018, que se iniciou há pouco,  o Palmeiras tem dois gols marcados, ele marcou um deles e deu a assistência do outro…

E se fosse só isso… Além dos números e da regularidade em seu rendimento, nesses anos em que ele defende o Palmeiras, da importância dele no time,  ele ainda é caçado em todos os jogos, o tempo todo. Os adversários, que se preocupam tanto com ele, não o deixam sem marcação um minuto, não o deixam sem receber uma falta a cada vez que ele tenta sair jogando, e o provocam o quanto podem  (com a única intenção de tirá-lo do jogo)…

Mas ele é mais do que isso… e tem todas aquelas coisas que são tão caras ao torcedor, aquelas coisas que nos falam direto ao coração sem que a gente se dê conta disso… Escolheu o Palmeiras quando dois rivais nossos brigavam por ele, e enquanto ele era dado como “certo” em um desses clubes, chegou no Palmeiras dando chapéu nos dois… É raçudo pra caramba, é marrento, não tem medo de cara feia – nem mesmo dos zagueiros brucutus e grandalhões de alguns times…  é o jogador  que mais recebe faltas nas partidas – apanha muito (com a conivência dos árbitros na maioria das vezes)… e não foge do pau, não afina pra ninguém, nunca…  Tem dia bom, dia ruim, mas não fica tocando de ladinho e nem voltando bola pro goleiro… tá sempre procurando jogo… É o jogador para quem todos os outros jogadores do time sempre enfiam a bola (isso é muito significativo)… O melhor camisa 7 depois de Edmundo…  Ele briga, se for preciso brigar… reclama se tiver que reclamar… chora quando a emoção é muito grande… é bom de grupo… veste a camisa do Palmeiras com amor… nos representa o tempo todo.  É um torcedor em campo…  merece todo o nosso respeito (tofo jogador que vestir a nossa camisa merece o nosso respeito).

E tem algo muito errado com o torcedor que acha que um jogador como esse é um problema em seu time, né?          #DuduzinhoLindo #GuerreiroDoVerdão #AhGrazadeus

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Desci na estação Mal. Deodoro e a chuva, que já fazia um tempinho que tinha parado, recomeçou… Fraquinha, a principio, que me permitia ir caminhando numa boa. Mas começou a apertar e tive que pegar a capa que trazia na bolsa. E foi só eu pôr a capa que a chuva não se fez de rogada e começou a cair mais forte…

Eu olhava pra baixo pra não entrar água pelo capuz e, na noite molhada, caminhava o mais rápido que podia… a água escorrendo no meu rosto, nas minhas mãos, molhando a barra da minha calça e os meus tênis… As luzes da rua e dos faróis dos carros faziam a calçada brilhar… e ao iluminar a água nas pedras do calçamento, fazia parecer que vários pontos acesos estavam no caminho… Do outro lado da rua, a caminhada, ininterrupta, de dezenas (centenas?) de estranhos seres vestindo verde e branco e  envoltos em plástico… Todo mundo tinha pressa…  todo mundo queria se livrar da chuva que caía sem parar, todo mundo queria chegar logo… e todo mundo, como se fosse para uma festa, parecia ter o semblante feliz…

Pensamentos tão diversos e confusos povoavam a minha cabeça… Mas um deles persistia… Semifinal do Paulistão… a partida da volta contra o Santos, valendo vaga na final… naquele momento, ali, na rua, eu parecia meio anestesiada, como se soubesse que o final acabaria sendo feliz pra mim.

Dentro da capa o calor era insuportável, e o Pacaembu parecia ainda tão longe… Água, água e mais água… ela era a dona da noite…

Tínhamos a vantagem de uma vitória por 1 x 0 sobre o rival conquistada na primeira partida;  e, vantagem, seja ela qual for, é sempre uma coisa boa. Mas era uma vantagem pequena, sabíamos disso. As nuvens carregadas choviam sobre as poças d’água na rua e na calçada… choviam sobre os apressados seres envoltos em plástico…

A praça do Pacaembu estava repleta de torcedores, as barracas de comida e bebida estavam cheias de pessoas espremidas no espaço coberto… Meus amigos já estavam lá dentro do estádio. E mesmo com todo mundo parecendo igual  no uniforme das capas de chuva, consegui encontrá-los facilmente. O jogo logo começaria…

Times em campo, chuva chovendo… e o  nosso hino… “Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras…” quase 37 mil vozes cantavam o hino nacional à moda palestrina. A chuva não dava uma trégua…

O jogo teve início… Se, pela escalação, o Santos parecia que seria bem ofensivo, na hora do jogo ele fez o oposto, ficou mais atrás, esperando o Palmeiras, esperando um erro nosso, e cometendo muitas faltas também –  algumas, no decorrer da partida, seriam bastante desleais, e não receberiam a punição devida.

Nos primeiros minutos de jogo, o Palmeiras era melhor. Foi avançando e já trocava passes no campo do Santos… Keno já aparecera com perigo depois de um lançamento de Felipe Melo… Parecia tudo tranquilo. No entanto, aos 13′, numa vacilada  enorme nossa, e muito por causa dela, na primeira descida santista no jogo os adversários abriram o placar. Sasha, sem marcação alguma, recebeu tranquilamente um cruzamento que veio da direita e cabeceou pro gol, sem que Jaílson pudesse fazer alguma coisa.

Quase nem deu tempo de ficarmos contrariados… Três minutos depois, Tchê Tchê, batendo lateral, mandou a bola lá na área, Pitbull tentou interceptar, a bola bateu no zagueiro e sobrou para Bruno Henrique, na entrada da área, mandar um canudo pro fundo do gol. O Pacaembu quase veio abaixo no grito de gol… Ufa! Voltava tudo ao normal.

O jogo esquentou com esse empate – o Santos sentiu o gol tomado – e o Palmeiras passou a ter mais posse de bola ainda. Ao Santos cabia ficar mais na defesa esperando o Palmeiras… os dois times marcavam muito e no meio-campo o jogo ficava mais truncado, não fluía…

Cabeçada de Thiago Martins… Tabela de Victor Luís e Keno… Troca de passes entre Lucas Lima, Bruno Henrique, Keno, e quase que o Pitbull faz…

O Palmeiras marcava mais a saída de bola e o Santos se complicava perdendo a posse várias vezes… Dudu recebeu no ataque, achou Felipe Melo, e ele arriscou, de longe, e a bola passou raspando a trave…

Os palmeirenses sofriam muitas faltas, e o juiz relevava muitas delas… O Santos, ainda que tivesse muitos atacantes no time, não jogava um futebol muito ofensivo (Gabinongol era uma nulidade), procurava fechar os espaços e esperar o Palmeiras ir pra cima…

Mas, aos 39′, uma outra bobeada do Palmeiras e tomamos o segundo gol. Os santistas tiveram seu mérito pela jogada, claro, mas eles eram 3 na área, e o Palmeiras tinha 6 jogadores ali… Alguns jogadores nossos reclamaram impedimento – eu também pensei que tinha havido alguma coisa errada -, mas o gol foi legal.

O Santos abusava de entradas duras que, no máximo, geravam algum amarelo – no tranco de Gabinongol em Lucas Lima, por exemplo, por trás, sem bola, e na frente do árbitro, nada foi marcado…

 

 

Na mão de Lucas Veríssimo, deixada na cara do mesmo Lucas Lima, o cartão foi amarelo…

Bruno Henrique bateu falta e o goleiro santista fez uma defesaça.

Dudu achou Keno na entrada da área. Ele tentava o giro quando David Braz, esquecendo a bola entrou de sola, no palmeirense. O árbitro… nada marcou, e tinha que ter dado um vermelhinho para o zagueiro santista…

(Estou sem Photoscape e fotografei as imagens abaixo. Dá pra ver mesmo assim. Logo, elas serão substituídas por imagens melhores)

David Braz esqueceu a bola, foi de sola (foi pra quebrar), no tornozelo de Keno, entrou rasgando na perna que servia de apoio ao palmeirense (e qual é o jogador que não sabe o estrago que isso pode causar?). A entrada dura, desleal, acabou numa tesoura… e o árbitro deixou passar tudo isso.


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Que “sorte” teve o Palmeiras no jogo, não?

Victor Luís cobrou uma outra falta, chutou forte, rasteiro, e o goleiro santista teve que fazer outra boa defesa…

Gabigol, que não jogava nada, deu um golpe em Bruno Henrique, sem bola, na cara do bandeira… e ficou por isso mesmo. Imagina o Felipe Melo fazendo qualquer uma dessas faltinhas aí?

Só deu Palmeiras nos últimos minutos do primeiro tempo, mas o gol não saiu…

A água continuava a cair… a noite parecia estranha… o Palmeiras pecando nas suas finalizações – poderia ter matado o jogo no primeiro tempo – e perdendo para um time que desceu apenas duas vezes e fez dois gols, o árbitro sendo conivente com a deslealdade de alguns santistas…

No segundo tempo, o Palmeiras ia pra cima, mas parecia nervoso, querendo resolver de todo jeito,  e também parecia pilhado pelas muitas faltas que sofria e o árbitro deixava pra lá… e essa “pilha” só era boa para o adversário.

Não sei se por causa da chuva, ou se porque Lucas Lima precisava ser mais criativo, mas o Palmeiras insistia nos cruzamentos, nas bolas altas, voltava muitas bolas para Jaílson… não me parecia nada produtivo isso. Somos melhores com bola no chão. Sem contar que, nervoso, o time errava muitos passes. As atuações palestrinas, quase como um todo, deixavam a desejar… mas nem por isso o time deixava de buscar o gol de empate que garantiria a classificação do Palmeiras na final.

O tempo ia passando… a chuva nos castigava… mas a tensão nos castigava ainda mais…  Roger já tinha colocado Guerra, Deyverson e Moisés no time…

Dudu levou um pontapé (mais um)… e o árbitro só no amarelinho…

Dudu cobrou uma falta, o goleiro santista saiu de soco na bola, ela sobrou pra Keno, que fez o corte e chutou, mas ela foi pra fora…

Eu resolvera tirar da cabeça o capuz, e estava encharcada, com a roupa toda molhada, as meias molhadas também… mas nem sentia mais o desconforto… o coração, ansioso, tentava adivinhar o final daquela noite…

O segundo tempo acabou e teríamos os famigerados pênaltis… O Pacaembu gritava: Jaílson! Jaílson! Jaílson! Mesmo sabendo do absurdo potencial de Jaílson, não tive como não me lembrar de Prass – lá no campo, ele parecia falar algo ao grupo – e daquela semifinal e final de Copa do Brasil… Lá íamos nós outra vez…

Parece incrível, mas quase sempre sei quem vai, e se vai, errar a cobrança, por isso, não vejo as cobranças do Palmeiras nunca, para não contaminar meu coração com alguma coisa negativa…

Eu ouvia o nome de quem ia bater ser gritado e rezava por ele, torcia por ele… e, olhando para o céu, ficava esperando só pelo grito da minha torcida…

Dudu (Capricha, Duduzinho! lindo!)… GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

O sardinha, que se acha o último anel de Saturno (aham), converteu o dele…

Tchê Tchê (No fundo da rede, Tche Tchezinho) … GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

E, então, lembrando de todas as dificuldades que Jaílson enfrentara na carreira, e de como tudo mudara ´pra melhor quando ele foi contratado pelo Verdão, decidi que veria as cobranças santistas, porque Jaílson ia pegar… Parecia tão óbvio que ele ia pegar algum… ele merecia esse momento. A chuva molhava meu rosto, algumas lágrimas molhavam meu rosto… meu coração tinha certeza agora… a vaga seria nossa.

Gian Motta marcou para o Santos…

Victor Luís (Pra guardar, Victor Luís!)… GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

Jaílson foi pro gol…  a cobrança seria de Diogo Vítor (“Pega, Jaílson, pega, Jaílson!! Você vai pegar!!”)…   DEFENDEEEEEEEEEEEEEEU, JAÍLSOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOON!!!

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,Resultado de imagem para Palmeiras x Santos 2018 penaltis

Deus do céu… ali, na bancada cheia de água, castigados pela chuva incessante, os encharcados seres envoltos em plástico enlouqueceram… e gritaram muito, e se abraçaram muito…

A tensão aumentava conforme as cobranças iam chegando ao final…

Moisés (“Capricha, Moisés. Guarda essa, profeta!”)… GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

Arthur Gomes converteu o dele… e Jaílson tinha acertado o canto… quase….

Última cobrança para o Palmeiras…bastava acertar e a vaga seria nossa… O torcedor gritava o nome de Guerra…

Guerra foi pra marca da cal (Guarda, Guerra! Guarda!!)… Ninguém ousava respirar no Pacaembu… nossos olhos dentro de campo… nossos corações também… GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

A respiração, que estivera suspensa, se fartou de ar… o Pacaembu explodiu no grito de gol… os jogadores corriam alucinados em direção de Jaílson… os reservas corriam para o campo… Roger comemorava muito… os seres envoltos em plástico, inundados de água, lágrimas e alegria, se embriagavam com aquele momento… alguns deles choravam convulsivamente… nada mais nos importava aquela noite… o mundo todo era verde… nós éramos os verdadeiros donos da noite.

Tche Tchezinho lindo chorava lá no campo… Jailsão da Massa, nosso anjo da guarda, festejadíssimo, chorava também…

Saíramos de uma grande batalha… Estávamos todos vivos, exaustos, mais fortes e mais unidos do que nunca, encharcados de felicidade… e na final!

Grazie, Dio!! Grazie, Palmeiras!!

E vamos em frente, que a guerra ainda não acabou…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Amigo leitor, não tenho escrito no blog nesses últimos dias porque meu notebook foi para o conserto, com todos os meus arquivos, e acabei nem escrevendo sobre a partidaça do Palmeiras – fora o baile – diante do São Paulo, partidaça de Dudu, Victor Luís, Felipe Melo, Marcos Rocha, Borja, e não falei também sobre os absurdos “erros” de arbitragem que impediram o Palmeiras de golear, ao ter um gol legítimo de Borja anulado, dois pênaltis em Dudu não assinalados, sem contar a pancadaria leonor que o juiz tanto ‘esqueceu’ de amarelar… Mas ainda vou escrever sobre a partida. No entanto, como o assalto sofrido pelo Palmeiras acabou sendo ofuscado por um outro assunto – coisa que a imprensinha adorou -, e como o protagonista desse outro assunto não me parece tão defensor de direitos como quer parecer que é, e como as imagens estão ‘facinhas”, emprestei um note para escrever sobre isso.

Era uma vez um torcedor, que no dia 6 de Março de 2018 pensava em se filiar a um partido político…

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Dois dias depois, no dia 8 de março, exatamente às 14:36, ele informava via twitter que se preparava para assistir ao
seu primeiro Palmeiras x São Paulo no estádio… e já avisava: espero do fundo do meu coração que eu não ouça nenhum”bambi” ou “viado”, porque senão eu vou tretar. Hmmmmm

Como se ele não soubesse que iria ouvir, né? Muito provavelmente ele estava indo ao jogo para “tretar”. Afinal, ele mesmo, antes de virar/se assumir gay, fazia o mesmo. O ‘entendimento’ dele não veio antes disso… nem o amor pelo futebol, que ele dizia odiar (é justo que, assim como ele, os demais também tenham seu próprio tempo para entender)…

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O jogo começaria às 20h30, mas às 16:13, ele postaria em seu twitter, com a localização do Allianz Parque, que a torcida do Palmeiras, em sua homofobia típica, canta que “todo viado nessa terra é tricolor” (como se ele não soubesse que isso não é típico da torcida do Palmeiras. As torcidas todas, pra zoar adversários, chamam os são paulinos de “bambis”, “viados”, os cruzeirenses de “marias”, chamam os torcedores do Sport de “cadelas de peruca”, chamam os palmeirenses de “peppas” -, a versão fêmea de um porco -, coisa com a qual ele estranhamente não se importa, chamam os torcedores do Fluminense de “tricoflores”, os gremistas de “gaymistas”, os corintianos de “gayvotas”, “galinhas”, os santistas de “sereias”…  e tudo com o mesmo sentido, – e ele também não se importa com isso).

Também chamam jogadores, árbitros e bandeiras de “filhos da p….”, de “c#rnos”(suas mães e esposas é que são xingadas), e isso não fica só na esfera do futebol, como é a zoeira com os adversários… em qualquer discussão, nas mídias sociais, nos botecos, em filmes, no trânsito, nas declarações de alguns políticos… aparece um “filho da p%ta” na boca de alguém. Ninguém é bonzinho quando xinga…

E, esquecendo o que ele mesmo havia dito algumas horas antes, o moço que acusa a torcida do Palmeiras de homofobia (e esquece de todas as outras torcidas que se comportam da mesma maneira, esquece que ele nunca teve problema nenhum no estádio por ser gay) escreveu: “encontrei uma exceção à regra: eu mesmo, viado e palmeirense, e que cola nos estádio em TODOS os jogos”. Mas não era o seu primeiro Palmeiras x São Paulo no estádio? Se ele cola em todos os jogos como é que não tinha assistido a um “Choque Rei” ainda? Hmmmmm

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Esse tweet dele causou, foi postado até em páginas leonores… “Nossa, um palmeirense criticando a própria torcida”… “Que cara f%da”… “Isso sim é ser isento e correto em defesa dos direitos dos demais, ser contra a intolerância e preconceito”… choveram críticas e choveu apoio também ao moço, ele ganhou muita exposição, muitos seguidores (bom para quem pensa em fazer parte de um partido político)… E, depois de uma partida em que o Palmeiras, o time dele, foi tão sacaneado pela arbitragem, só se falou no moço que se descreve como “socialista, palmeirense, gay, ateu, vegetariano, jornalista, lulista, ativista de direitos humanos (preste atenção à parte dos direitos humanos). E ele acabou sendo convidado do SporTV para falar sobre homofobia… E justo num canal da Globo, que ele tanto odeia… mas que ele fez questão de pedir para as pessoas assistirem – uma vez que ela abriu as portas para ele, o socialista, sair do anonimato…

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E então, o torcedor gay palmeirense conseguiu jogar sobre toda a torcida do Palmeiras, por uma zoeira de futebol, que é praticada por  indivíduos de todas as torcidas, até mesmo a do São Paulo (mas não por todos os torcedores, como a generalização do moço fez parecer),  a pecha de uma torcida homofóbica…

Mas ele é um ativista de direitos humanos, ele sabe bem sobre a necessidade de direitos, liberdade, dignidade…

…………………………Resultado de imagem para william de lucca

Menos quando esses direitos e a dignidade são das mulheres, ou do hétero, que ele assedia numa boa…

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Imagina um homem assediando assim uma mulher,  ou dizendo a uma lésbica que ela só é lésbica porque ainda não encontrou o homem certo? Seria crucificado… com razão, mas ele pode, é o “ativista dos direitos humanos”, que como boa parte dos socialistas, só conhece os seus direitos, mas não quer nem saber dos deveres, quer ser respeitado, mas “esquece de respeitar” outros grupos, outras pessoas, outros “diferentes” e, igual à muita gente por aí, pega carona no politicamente correto, só para aparecer, e parecer politicamente virtuoso…

E a rgt dá holofotes pra essa pessoa (ela serve para atingir o Palmeiras, malvadão, que assinou com o Esporte Interativo)…

A homofobia existe sim, e isso é um problema real  – e homofobia significa sentir uma aversão irreprimível, repugnância, ódio… por homossexuais.  Ódio que faz com que pessoas queiram segregar, agredir, até mesmo matar outras. Esse ódio – meio parecido com o que o ‘ativista dos direitos humanos’ dirige à algumas mulheres em suas postagens -, jamais permitiria a ele e a nenhum outro gay assumido estar num estádio em meio a uma torcida, se ela fosse realmente, e totalmente, homofóbica, não é mesmo?

A homofobia  é uma realidade sim, as pessoas homofóbicas precisam ser esclarecidas sim – esclarecer é ajudar a ter entendimento -, precisam aprender a respeitar os que fazem escolhas diferentes e o seu direito de fazê-las; no entanto, penso que não dá para fazer parecer que qualquer coisa é homofobia, que uma zoeira de estádio, que acaba quando todo mundo sai dali, seja colocada no mesmo patamar de coisas tão mais sérias e relevantes que acontecem na sociedade em relação à essa questão. E não dá para ser porta voz de respeito, pra ser ativista de direitos humanos, alguém que não aprendeu, por exemplo, a respeitar outros humanos, a respeitar mulheres e héteros, alguém que só sabe dos seus direitos, mas esquece dos seus deveres. Deve ter muita gente mais qualificada, e séria, por aí para colocar luzes nessa questão e falar sobre esse assunto na TV.

 

 

Nos dias atuais, é muito fácil apontar nos outros o defeito que é seu… é muito fácil criticar nos outros aquilo que é você quem faz… é fácil meter o pau no capitalismo, nos “isteitis”, fazendo isso através de um caríssimo i-Phone, andar com tênis e roupas importadas, beber cerveja americana, ir passear na Disney, comer no Starbucks, no McDonald’s, assistir a todas as séries americanas… é fácil vilanizar aquele que tem capacidade de conseguir o que o outro não tem capacidade de alcançar… é fácil o que não tem vontade de trabalhar sério, desmerecer o trabalho daquele que rala muito, ou seja, é muito fácil ser cínico, ser hipócrita.

Dessa mesma forma, é fácil sair repetindo feito um disco  – daqueles bem antigos – riscado… “Ainn, a Crefisa sustenta o Palmeiras… Ainnn, a Crefisa sustenta o Palmeiras… lá lá lá… Se não fosse a Crefisa…”, enquanto os clubes dos repetidores desse “mantra” são sustentados por cotas de TV, por patrocínios estatais (dinheiro público) e estão atolados em dívidas…

Não haveria nada de errado se a Crefisa, nossa grande parceira – ou qualquer outra empresa -, num contrato de patrocínio muito vantajoso para ela também, fosse a maior receita do Palmeiras, fosse uma grande porcentagem das receitas do clube (apenas não seria muito saudável depender de uma única fonte de receita). Só que não é isso o que acontece, por mais que insistam em bater nessa tecla e finjam desconhecer a fórmula completa do sucesso financeiro do Palmeiras.

Os estaduais começaram por todo o país – o Paulistão já teve 5 rodadas. E “nóis tá como”? De acordo com os borderôs, os clubes estão assim:

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Somando as rendas líquidas dos outros 11 clubes que tiveram lucro, o total ainda é menor do que a receita do Palmeiras com bilheteria:
PALMEIRAS: R$ 4.078.424,99
Os outros 11 clubes (Cor, Cru, Sao, Gre, Int, Atl-MG, San, Cha, Par, Spo, Atl-PR) : R$ 3.999.647,13

E 8 clubes têm renda negativa, ou seja, estão pagando para jogar. Flamengo, Botafogo, Fluminense, Vasco, América-MG, Ceará, Bahia e Vitória acumulam prejuízos que, somados, chegam  a  R$ 2.371.965,33.  E o maior prejuízo, pasme, é do Flamengo: – R$ 811,687,86.

Depois de cinco rodadas disputadas, o Palmeiras domina a lista das principais rendas no Paulistão:

1º  – Palmeiras 2 x 1 Santos – R$ 1.998.965,54
2º  – Palmeiras 3 x 1 Santo André – R$ 1.240.285,86
3º  – Palmeiras 2 x 1 Red Bull – R$ 839.173,59
4º  – Corinthians 2 x 1 São Paulo –  R$ 796.703,26
5º  – Botafogo 0 x 1 Palmeiras – R$ 796.569,93
6º  – Bragantino 0 x 2 Palmeiras – R$ 330.060,62
7º  – Grêmio Novo Horizontino 0 x 1 Corinthians – R$ 323.278,29
8º  – Corinthians 2 x 1 Ferroviária – R$ 281.710,47
9º  – Mirassol 0 x 2 São Paulo – R$ 280.908,18
10º- Corinthians 0 x 1 Ponte Preta – R$ 274.987,08

Percebe a diferença? A parmerada apoia o seu clube mesmo, vai ao estádio  – e para quem não é Avanti, o preço é bem salgadinho. E a torcida palestrina reverte para o Palmeiras em bilheteria (em compra de camisas e produtos oficiais também) mais do que qualquer patrocínio máster de qualquer clube aqui no Brasil.

Parece que está na hora de alguns torcedores (os da imprensa também) usarem mais o bom senso e  a inteligência para identificarem o porquê de um clube estar em ótima situação financeira e os seus clubes não estarem (uma administração séria vem antes de qualquer coisa). Está na hora de pararem de olhar para o Palmeiras com esses olhos de inveja (fazer o trabalho sério que ele faz, ninguém quer), pararem de se preocupar tanto com o Palmeiras – ele vai muito bem, obrigada – e tirarem a bunda do sofá, fazerem a sua parte, e irem apoiar os seus times, como nós, palmeirenses, com muito orgulho fazemos.

Aqui é Palmeiras! Aqui é a Torcida Que Canta, Vibra, torce, corneta, torce mais ainda, faz a diferença… e ajuda o seu clube a crescer.