Depois de ter vetado a primeira partida do Palmeiras no Allianz Parque, o que fez com que a estreia da nossa arena fosse adiada para 19 de Novembro, quando o Palmeiras enfrentará o Sport, a nossa “querida” PM – a mesma PM que liberou o Esmolão, ainda EM OBRAS -, tirou 4 mil lugares do Allianz Parque. Lugares dos torcedores palestrinos.

Eu explico… Embora o Allianz Parque tenha conseguido um alvará para 43 mil lugares, depois da última vistoria em nossa arena, ele perdeu quatro mil desses lugares. Sim, 4 mil cadeiras serão inutilizadas, e a  lotação máxima do Allianz passará de 43 mil para 39 mil pessoas, por causa de uma determinação da Polícia Militar (só para o Palmeiras é essa encheção de saco. Cada hora inventam alguma coisa. Faça as contas de 4 mil lugares a menos em cada partida, e calcule o prejuízo e transtorno que isso trará). 

De acordo com a WTorre, construtora do estádio, a decisão tem a ver com a preocupação da PM com a segurança da torcida visitante. Na avaliação feita para liberar a arena para a inauguração, os órgãos de segurança pública chegaram à conclusão de que deveria haver um maior distanciamento entre os assentos e determinaram que fossem colocadas barreiras físicas, além de determinarem a inutilização de quatro mil assentos nas proximidades dessas barreiras.

A WTorre já providenciou grades para o local, o que provavelmente fará com apareçam alguns “pontos cegos” na arena. No entanto, o Allianz Parque foi projetado para não ter separação física, como determina o Caderno de Especificações da Fifa, e também para que a visibilidade seja total de qualquer de um dos seus 43 mil assentos. Portanto, não há pontos cegos em nossa arena, ou melhor, não havia, até a PM interferir e determinar a colocação das barreiras físicas.

Aí, eu fico pensando… de que adianta fazer um estádio padrão Fifa, sem dinheiro público, diga-se de passagem,  se a PM exige que as normas da Fifa não sejam respeitadas, que a arena “padrão Fifa” seja apenas padrão tupiniquim? E porque não temos uma justiça que funcione, de verdade, com os briguentos, com os violentos dos estádios,  que não representam nem 15% da capacidade total de público, todos os outros torcedores acabarão sendo punidos? 

Pega-se uma arena como o Allianz Parque, considerada a mais bonita e moderna do mundo, e faz-se com que ela funcione como se fosse o Brinco de Ouro? Não faz sentido algum, não há bom-senso algum nisso.

Até quando vamos ser tão atrasados no Brasil? Até quando as medidas todas serão tomadas em função desse atraso de mentalidade, desse atraso de educação? Até quando a violência entre torcidas será apenas evitada ao invés de ser efetivamente combatida?

E cá entre nós, quando é que as exigências serão igualmente rigorosas para todos os clubes?

Na semana passada, o Palmeiras não conseguiu permissão para inaugurar o Allianz Parque (lindo o nome dele, né imprensinha? ALLIANZ PARQUE!! Decora aí, para parar de falar “arena do Palmeiras”, tá?), agora, não pode dispor de todos os lugares – quatro mil cadeiras é muita coisa pra se perder, né?

E foram os mesmos órgãos de segurança pública que permitiram que um estádio fosse inaugurado assim, em obras,  sem ter todas as arquibancadas…

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Mas proibiram o Allianz Parque de ser inaugurado assim:

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Vai entender os “critérios” dessa gente, não é mesmo?

E se fosse só isso… Na verdade, uma tonelada de exigências têm sido feitas ao Palmeiras desde que ele apresentou o projeto de reforma do Palestra. Pra se iniciar a construção do Allianz foi um parto, à fórceps, enquanto que o “istádio dos 4 Tobogãs”,  por exemplo, pôde começar a ser construído mesmo sem ter um projeto. E, enquanto os órgãos de segurança pública e as autoridades faziam vistas grossas para um estádio construído em área de dutos da Petrobras, para o Palmeiras,  até um laudo sobre os efeitos das buzinas, na região do entorno da arena, era necessário para que as obras tivessem continuidade.

Não dá para entender essa má vontade/implicância com um e a tão boa vontade com outro…

E aí, fica a pergunta:

A PM, que tirou 4 mil lugares do Allianz Parque, para o “perigosíssimo” jogo de estreia do Palmeiras diante do Sport, é a mesma PM que aceitou essa divisão de torcidas mandrake, feita “nas coxas”, e sem segurança alguma,  para o confronto de maior rivalidade do país, o  primeiro dérbi do Itaquerão?

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Que coisa, não?

O Allianz Parque, a arena mais moderna e bonita do planeta, é padrão Fifa, mas o “dois-pesos-e-duas-medidas” utilizados pela PM é padrão “Desafio ao Galo”, né?

E pensar que, em 2012, houve até um projeto que objetivava fortalecer o futebol nacional e fazer do Brasileirão 2015, o melhor campeonato do mundo…

https://blogdaclorofila.sopalmeiras.com/2012/05/29/por-um-futebol-melhor-um-projeto-de-responsa/

E pensar que, naquela ocasião, se falava em “um momento importantíssimo na construção de um futuro do nosso futebol”…

Parece que não vai dar, né?

Na sexta-feira, na companhia de alguns amigos, fui visitar o Allianz Parque, cuja obra está mais ou menos próxima da sua conclusão.

Sabia que iria me emocionar – eu me conheço – mas não pensei que fosse algo tão arrebatador!

Quando chegamos lá, depois de calçarmos os sapatos adequados à visita, de colocarmos os capacetes, óculos de proteção, e vestirmos os coletes, começamos o  nosso trajeto pelos corredores que ficam embaixo das arquibancadas.

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Logo adiante, nos deparamos com o pedaço de arquibancada que sobrara do Palestra, aquele, que a prefeitura não deixou a WTorre demolir. Ele está lá, intacto, fazendo a ponte no tempo entre o Palestra Italia e o Allianz Parque; aquele pedaço de bancada – que não ficou ali por acaso – ainda guarda os nossos segredos, as nossas orações, nossas superstições, nossos cantos e gritos de gol… Quantas vezes eu me sentei ali… quantas lágrimas de alegria derramei naqueles degraus… Ali, assisti à final do Paulistão 2008, o último título conquistado no Palestra… Sim, essa visita teria altas doses de emoção.

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Íamos conversando, fotografando, ouvindo atentamente as informações que a Karina, da assessoria da WTorre, e nossa guia, nos dava… de repente, por uma das aberturas que levam ao campo, eu vi o gigante!! Meeeeu Deeeus! Pela abertura, eu vi parte dos dois anéis que foram construídos para acomodar os torcedores, vi o campo, ainda sem grama… me aproximei mais da “janela” aberta diante de mim e meu coração até perdeu o ritmo. Fiquei muito emocionada, mas segurei a onda e seguimos em frente.

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Numa outra “janela”, mais um pedaço do ‘salão de festas’ da nossa casa…

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Encontrávamos operários por todos os lugares onde passávamos, e eles estavam também em todos as direções que olhássemos.

E foi então, que entramos no estádio, propriamente dito… E ao dar de cara com o “objeto de desejo” do qual estamos “grávidos” há tanto tempo, ao me deparar com a transformação assombrosa que o Palestra Italia sofrera, fiquei arrepiada, e o coração, velho de guerra, até parou de bater por um momento. O Allianz Parque é imponente, e faz jus ao seu dono.

Eu mal sabia para onde olhar e, ao mesmo tempo, devorando as imagens do local. E, confesso, a grandiosidade da nossa casa foi impactante pra mim… as palavras me faltavam. Se eu tinha conseguido driblar a emoção lá atrás, agora ela destruía a minha defesa, fazia um chute no vácuo, me dava um chapéu e fazia um golaço…

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Tão logo coloquei os meus pés lá dentro, eu pedi a Deus que abençoasse a nossa casa, que abençoasse o Palmeiras e seus jogadores, para que mais 100 anos de glórias pudessem ser escritos ali. Pedi ao Alto para que os palmeirenses de agora, e os que virão depois de nós, fossem muito felizes naquele lugar. As lágrimas, na maior cara de pau, nem faziam mais cerimônia para aparecer…

Um dos dois telões, que já está colocado, nos olhava imponente lá do alto…

Você sabia que os  telões do Allianz, serão os maiores da América Latina, com cerca de oito toneladas e com área de 103 metros quadrados?E que são necessárias 200 televisões de 42 polegadas lado a lado para igualar ao tamanho dos gigantes da arena palmeirense?

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Foto: Que Deus te abençoe Allianz Parque , e vc seja o palco de muitas conquistas do Palmeiras. Que a sua gente seja sempre feliz...(Chorando litros)

Minha cabeça dava voltas… Ali, naquele lugar, era o Palestra Itália, dá para acreditar? Ali, vi Evair e Edmundo enlouquecerem uma Nação… Ali, o mundo conheceu o Divino; Ali, jogaram Leão, Leivinha, Luisão Pereira, Oberdan, Turcão, Jorge Mendonça, Junqueira, Valdemar Fiúme, Arce, Sampaio, Clebão… Ali nos encantaram Alex, Rivaldo… Ali, Mago Valdivia bailou e nos levou ao delírio… Ali,  Marcos se tornou São Marcos…

E eu ficava me perguntando como é que o nosso Palestra ficou daquele ‘tamanhão’ todo? Acredite, ele é gigantesco! A gente vê as fotos e não faz ideia da grandiosidade do Allianz Parque. Nossa casa é um espetáculo! E, tenho certeza, será a melhor e a mais bonita do Brasil.

E nunca mais vamos assistir partida alguma tomando chuva…

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Eu, que tinha lido há um tempo atrás que a grama seria colocada logo, fiquei pasma de saber o motivo pelo qual ainda não o fizeram. Como estamos numa época do ano em que o dia tem menos luz, e como o estádio tem uma parte coberta, e a grama precisa de luz, seria necessário usar um tipo de lâmpada para que a grama se mantivesse bem cuidada e não perecesse. As tais lâmpadas já foram compradas, mas estão lá na alfândega esperando a liberação, que nunca acontece. E, enquanto não acontece, o gramado não pode ser colocado. ‘Legal’ esse país, que faz vistas grossas para as irregularidades dos estádios da Copa, mas atrapalha o quanto pode a construção do Allianz Parque (será que é porque no Allianz, não há uso de dinheiro público, e não dá para a “tchurminha” brincar de superfaturar?)

Mas, sigamos com o nosso passeio pelo Allianz…

Nesse espaço, bem próximo da cobertura, será o restaurante panorâmico. Nada mau poder almoçar ou jantar no Allianz, não é mesmo? “Nóis é chique, benhê!!” Eu aproximei a foto, mas ele fica bem lá no alto.

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Nas imagens abaixo, a preparação da área destinada aos atletas, com banheiras, vestiários, chuveiros…  e as imagens de como ficará cada área ao final da construção. Não pude deixar de imaginar o time do Palmeiras ali, jogadores abraçados (com Valdivia, claro), fazendo os seus gritos de guerra e suas orações, antes de entrar em campo, numa final de campeonato. Fiquei arrepiada só de imaginar… E não deixei de rezar ali, de mentalizar uma monte de coisas boas pro meu bem amado Verdão…

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Vimos os vestiários dos árbitros também. Não tirei foto, mas deixei uma Praga de Parmera lá, of course, para todos aqueles homens e mulheres do apito e das bandeiras que ousarem garfar o Palmeiras em sua casa nova.

E então fomos conhecer o anel superior. Lá do alto, aproveitei para dar uma espiadinha na Rua Turiaçu e arredores. Olha o Bar Alviverde ali, de toldo verde e amarelo.

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A visão de lá do anel superior, onde estarão os lugares mais populares, é excelente. E não há pontos cegos no Allianz Parque.

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Essas são as armações onde serão colocadas as cadeiras.

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Entre os anéis superior e inferior estão os camarotes, que, segundo a nossa guia, já foram quase todos vendidos.

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Essa é a visão da área dos camarotes. Que “chato”, né?

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O camarote visto do lado de dentro e do lado de fora…

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E, para terminar, a fachada do Allianz Parque, lindo… Imagina quando essa fachada tiver luzes, acesas?

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Falta pouco agora… Se Deus quiser, não demora muito e voltaremos pra casa… nossa casa nova e espetacular, como o Palmeiras merece, como merecemos nós… Uma casa digna do Campeão do Século e clube mais vencedor do Brasil.

Que Deus te abençoe Allianz Parque, e você seja o bem aventurado palco de muitas conquistas do Palmeiras! Que a sua gente seja sempre feliz e nunca pare de cantar!

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Escrito por Custódio Dias Junior 

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“Os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”
Abraham Lincoln

Um pouco sobre os bastidores do Allianz Parque…

Queria falar um pouco do que estou sabendo sobre um dos assuntos mais importantes na história do Palmeiras: o Allianz Parque. Como todos sabem, a relação entre Palmeiras e WTorre não é boa, fato que provoca curiosidade e dúvidas na cabeça do torcedor. A principal delas: por que está tão complicado resolver esse imbróglio? São várias as razões que fizeram a situação chegar nesse ponto, mas, sem dúvida, a pior delas é a postura da construtora em não querer honrar o contrato assinado e aceitar o que foi combinado com o clube. A construtora insiste em comercializar TODOS os lugares do Allianz Parque, enquanto o contrato prevê o direito da “parceira” apenas sobre os camarotes e 10 mil cadeiras especiais.

A renda realmente é do Palmeiras (os ingressos correspondem a um valor ínfimo em relação à venda da cadeira anualmente, pois a WTorre ofereceu 12 reais por ingresso), mas a construtora insiste em querer comercializar TODAS as cadeiras do nosso estádio e com isso, criar o seu próprio Sócio-Torcedor e aniquilar o nosso Avanti. Se a construtora vender TODAS as cadeiras do estádio, ela estará assassinando o nosso programa de Sócio-Torcedor. Se hoje, sem uma arena moderna, e com aproximadamente 37 mil torcedores filiados, o Avanti já fatura seis milhões de reais limpos para o Palmeiras, imaginem quanto arrecadaremos jogando na nossa nova casa, o Allianz Parque. Esse é o ponto crucial que a WTorre percebeu há alguns qual meses, e pelo qual, lamentavelmente, quis mudar a regra do jogo. Para que o torcedor tenha uma ideia, se continuarmos a jogar no Pacaembu vamos ganhar mais dinheiro do que com a “proposta” da WTorre.

Mal acostumados, pensaram que encontrariam uma diretoria fraca, que se intimidaria facilmente, mas, hoje, temos pessoas capazes, que defendem a SEP e brigam para que o clube não seja prejudicado.

A torcida palmeirense precisa saber que essa posição da WTorre pode gerar um prejuízo de mais de 100 milhões de reais anuais para o Palmeiras, e que se ela comercializar TODOS os lugares, como pretende, pelo cálculo de alguns especialistas consultados, o retorno de investimento para a construtora se dará em apenas 3 anos, ao invés dos 7/8 anos planejados desde o início do projeto.

O mais estranho dessa situação toda é que nas reuniões setoriais feitas no COF e no CD, sobre o assunto, ninguém contestou o relatório da Diretoria da Arena, que provava o direito do Palmeiras sobre as cadeiras restantes e que deixava, como em contrato, as 10 mil cadeiras especiais e mais as 3 mil cadeiras dos camarotes para a comercialização pela construtora. Ao contrário do que vem acontecendo, tanto na mídia palestrina como na tradicional, alguns conselheiros, cujos interesses são desconhecidos, vêm defendendo ferrenhamente a posição da WTorre,  contrariando o direito da SEP previsto em contrato.

A situação é constrangedora para alguns, porque, pessoas ligadas à diretorias passadas do Palmeiras, estão ignorando completamente o que foi pactuado e continuam tentando forçar um “acordo” para claramente beneficiar o nosso “parceiro” em prejuízo do Palmeiras. A situação de conflito de interesses é surreal, a ponto de diretores que defendiam os interesses da SEP há algum tempo, estarem agora vestindo a camisa da WTorre e, com a ajuda de um pequeno e inexpressivo grupo dentro do Palmeiras, brigam para que a construtora comercialize todo o nosso estádio.

Por isso palmeirense, é importante analisar calmamente a postura de todos os envolvidos nessa situação. Estamos revivendo um problema muito semelhante ao que tivemos em 1942, e nossos dirigentes na época brigaram com a própria vida para defender o patrimônio da SEP.

Nesse assunto essencial ao nosso futuro, situação e oposição precisam deixar as rusgas de lado e caminhar juntas na defesa do nosso estádio. O antigo Palestra Italia, hoje Allianz Parque, sempre será a casa da Sociedade Esportiva Palmeiras e todos nós precisamos defender o que é nosso direito por direito contratual!

Arena Palestra Allianz Parque (Foto: Divulgação / WTorre)

Nas últimas semanas, enquanto acompanhávamos o Palmeiras voltando à Série A e se encaminhando para a conquista do título (falta só um pouquinho, e vamos comemorar SIM), também passamos a acompanhar mais atentamente o impasse entre o clube e a empresa responsável pela construção do Allianz Parque, a construtora WTorre. O grande problema está na comercialização das cadeiras da arena. A WTorre, através de Walter Torre Junior, alega ter direito a negociar todos os assentos, e se vale de um contrato que diz ter sido assinado nessas condições, enquanto o Palmeiras, através do seu presidente, Paulo Nobre, discorda da construtora e diz que a parceira só pode ter 10 mil (dos cerca de 45 mil), conforme proposta apresentada em várias reuniões e acordada entre as partes.

Eu não sei se pra você é assim também, amigo leitor, mas, embora não tenhamos lido o contrato e nem participado das reuniões, durante esse tempo todo em que a arena vem sendo construída, não me lembro de ter ouvido nada sobre a construtora ter todas as cadeiras. Pra mim, isso é novidade, e só estou ouvindo essa conversa agora. Eu sempre entendi que eles teriam direito a negociar as cadeiras cativas (cadeiras especiais) e os camarotes. Pelo menos, era isso o que o Sr. Walter Torre Jr. afirmava para os torcedores em suas postagens no Twitter:

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Mas aí a gente pensa: “Essa é uma questão entre clube e construtora e quem tiver razão vai provar. Isso é coisa pra ser resolvida entre eles. Simples assim”. Que engano o nosso…

Há duas semanas, o Sr. Walter Torre Jr., desprovido de argumentos que justifiquem e sustentem a sua posição na tal questão das cadeiras e contrariando a polidez e o bom-senso exigidos para quem vai ser parceiro do Palmeiras e dos palmeirenses nos próximos 30 anos  (eles é que vão comprar o que for vendido lá, viu Sr. Walter? A torcida palmeirense é o seu público-alvo; milhões de pessoas que, aborrecidas com a postura da empresa e com o prejuízo ao Palmeiras,  poderão boicotar totalmente tudo o que for comercializado pela empresa dentro do Allianz Parque),  foi à imprensa para, pasmem, atacar a pessoa do presidente Paulo Nobre e até o time de futebol do Palmeiras. Esquecendo-se de sua condição de representante/dono de uma grande empresa do ramo imobiliário, e, principalmente, esquecendo que não tem nada que misturar os assuntos das cadeiras da arena com o futebol do Palmeiras – não são assuntos equivalentes -, ele perdeu a classe e foi grosseiro ao declarar:

“Não tenho culpa se o Paulo (Nobre, presidente) não consegue melhorar o time com novos jogadores. Por isso, ele foca a critica em nós. Como ele não tem dinheiro para o time, busca sucesso batendo em nós.”

Uma coisa a se repudiar e lamentar. Qual será que foi a parte do “a administração do futebol do Palmeiras não lhe diz respeito” que esse senhor não entendeu?

Mas, antes, o discurso dele era outro, e favorável aos interesses dos palmeirenses, interesses que agora ele esquece, e com os quais se aborrece.

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E não bastasse aquela primeira declaração desastrosa, ao rebater o que foi dito pelo presidente Paulo Nobre, de que o acordo sempre foi o de 10 mil cadeiras para a construtora e de que o Palmeiras, em atas, e-mails e documentos tem provas de que a empresa aceitou essas condições, ele saiu com essa:

“É mentira. Eles estão mentindo. Pode escrever isso no jornal. O documento é o mesmo que foi assinado no Conselho (Deliberativo). A arena é inteira nossa.

Deselegante e equivocado. A arena é do Palmeiras, Sr. Walter. Não é sua, nãoO senhor era tão simpático, educado e “palmeirense” antes, o que aconteceu?

Claro que depois dessas declarações tão “amistosas” se fazia necessário que o Palmeiras respondesse, e o presidente o fez:

“Não aceitamos em hipótese alguma ser ferida a soberania do clube. Queremos deixar muito claro que ninguém vai passar o Palmeiras para trás e nós vamos defender até última instância o interesse da nossa sociedade”.

“Me surpreende que uma obra já atrasada, o responsável pela construtora admita publicamente que está desacelerando. Isso me preocupa até juridicamente. Mas o Palmeiras não tem a menor preocupação sobre parar a obra”.

Custei a acreditar que a construtora pudesse, propositalmente, atrasar a obra. Mas o próprio Walter Torre Jr. admitiu que a construtora está, sim, diminuindo o ritmo de trabalho:

“Agora eu não sei mais, porque estamos reduzindo o ritmo dos trabalhos até que tenhamos um acordo com o Palmeiras”.

Esse “… até que tenhamos um acordo…” fica com uma cara de ameaça de paralisação. Depois disso, fico imaginando a confiança que possíveis futuros clientes terão na construtora… quantos deles irão querer se tornar clientes mesmo. E atrasar a obra não combina nem um pouco com o que antes era alardeado pelo empresário para os torcedores:

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Lendo as declarações dos representantes do Palmeiras e da construtora, acho que quem tem razão é o Palmeiras, e que o Sr. Walter Torre Jr. não está convicto do que afirma, pois, por falta de argumentos, ele atacou  presidente do Palmeiras e até o time de futebol. E por quê ele agiria assim, se está seguro de ter razão? Quem tem razão fica tranquilo e não “desce a ladeira” da polidez e da gentileza. Talvez essa grosseria/ofensa se deva exatamente ao fato de que ele não se sinta com tanta razão assim… Talvez ele saiba que as provas que o Palmeiras tem vão bater o martelo sobre a questão. Afinal, ele não agiu dessa maneira rude e deselegante nem mesmo quando a administração anterior se recusava a assinar o contrato, nem quando vivia sendo atacado por alguns ‘palestrinos’ opositores da arena, nem quando o MP e a prefeitura causaram um monte de problemas e fizeram com que a obra atrasasse.

E é difícil de entender como, durante todo esse tempo, as negociações foram tratadas com base nos 10 mil assentos (cadeiras) para a construtora e o contrato, aparentemente (só aparentemente), não trazer essa informação e aparecer um monte de palmeirenses defendendo a construtora. Difícil acreditarmos que no meio desse monte de gente envolvida, e que sabia dos acordos feitos, ninguém perceberia que uma questão tão importante não estava claramente definida ou que estivesse em desacordo com o que fora combinado em mais de uma reunião. Deu até para pensarmos que, deixar uma brecha para a construtora pleitear algo diferente do que foi acordado, poderia ter sido proposital.
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Acontece, que é baseada no próprio contrato assinado pelo Palmeiras, que a diretoria interpreta que a WTorre tem direito às 10 mil cadeiras especiais e às cadeiras dos camarotes e sai em defesa dos interesses do clube. É no contrato mesmo que estão algumas das provas de que o Palmeiras fala a verdade. Provas que passaram “despercebidas” por todos os que defendiam a construtora até agora – palmeirenses têm de defender o Palmeiras. Supondo que isso pudesse ter sido feito, de propósito, concluiríamos que não foram muito inteligentes e esqueceram de que no contrato sobraram provas de que o Palmeiras tem razão.
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Segundo foi publicado pela Folha de São Paulo,  que teve acesso à escritura da Arena, embora o contrato não faça menção ao número de cadeiras a serem exploradas por cada parte (esse ponto é que eu acho que foi “esquecimento” demais), a escritura de direito de superfície obtida pela Folha dá margem à interpretação feita pelo Palmeiras de que cabem apenas 10 mil lugares para a empreiteira.

No capítulo II da concessão da superfície, o texto afirma: “O projeto prevê capacidade mínima para 40.000 torcedores sentados em lugares numerados, com previsão mínima de 200 camarotes e 10.000 cadeiras especiais.”

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O texto separa lugares numerados de cadeiras especiais, você percebe? Lembram o que Walter Torre Jr. disse e que foi printado no começo desse post? “… a principal renda vem das cativas e dos camarotes…”. Fica bem evidente que as tais cadeiras especiais, são mesmo as cadeiras cativas.

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E mais, no capítulo IV, sobre a exploração comercial da arena, o documento diz que, como parte do pagamento, o clube terá participação sobre as receitas pela exploração da arena pela WTorre. Ao detalhar essas receitas, a escritura menciona receitas advindas de locação de cadeiras e camarotes.
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Os documentos comprovam que o Palmeiras está com a razão. E tanto é verdade, que no Conselho NINGUÉM da oposição foi contra a apresentação feita pela diretoria da Arena, que comprovou, mostrando a própria escritura de superfície e demais documentos, que a WTorre tem direito às 10 mil cadeiras e às cadeiras dos camarotes. Os que criticavam antes e defendiam a construtora, mudaram de opinião depois da apresentação, e isso agora está registrado em ata do CD.
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Porém, a construtora continuava insistindo e, segundo li, pretendia comercializar todos os lugares  e dar ao clube a parte que lhe caberia nos ingressos (quer implodir o programa de sócio-torcedor do Palmeiras, Sr. Walter?). Mudou o discurso de novo, porque o seu representante falava outra coisa antes:
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Quantas contradições… quanta coisa que foi dita e depois “desdita”…
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O impasse continua, ainda sem solução. O Palmeiras foi comunicado da decisão da empresa de acionar a mediação, recurso previsto na escritura do estádio para resolver impasses. A construtora indicou como mediador o advogado Braz Martins Neto; o Palmeiras, por sua vez, indicou o mediador  Kazuo Watanabe, professor doutor da Universidade de São Paulo e especialista em mediação. As partes indicarão um terceiro mediador e, então, os três indicados analisarão o contrato e proporão uma solução. A escritura diz que a conclusão sai em até 15 dias após a definição do terceiro nome, mas pode demorar mais caso o clube e a empresa não concordem com a solução encontrada pelos mediadores. Nesse caso, o impasse irá para a arbitragem.
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Vamos acompanhar o desenrolar de mais essa etapa, mas, diante de todas essas informações, vai ser difícil o Palmeiras não levar a melhor, está bastante evidente que ele tem razão.

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O Morumbiba chama Morumbiba  ou Cícero Pompeu de Toledo?
O Pacaembu chama Pacaembu ou Paulo Machado de Carvalho?
É Vila Belmiro ou Estádio Urbano Caldeira?
É Maracanã ou Estádio Jornalista Mário Filho?
Fazendinha ou Estádio Alfredo Schürig?
São Januário chama São Januário ou Vasco da Gama?
O Mineirão é Mineirão ou Estádio Governador Magalhães Pinto?
A Arena Fonte Nova,inaugurada recentemente, se chama Arena Fonte Nova ou Complexo Esportivo-Cultural Governador Octávio Mangabeira?

Deem o nome que quiserem a um estádio e ele será chamado pelo nome que seus torcedores escolherem.

É assim, todos sabemos disso, e não dá para entender o escarcéu que uma minoria da torcida palestrina faz por causa do suposto nome da Arena.

Uma parte da torcida reclama de/por qualquer coisa, pelo simples prazer de reclamar. Se não tem patrocínio, é porque não tem; se tem, é porque o do outro time paga mais… Uma chiadeira atrás da outra, por qualquer pêlo em ovo. Agora, é uma choradeira imensa por parte de alguns, porque a empresa que fechou o acordo de naming rights, a WTorre e o Palmeiras talvez deem o nome de Allianz Parque (essa é uma das três opções de nome que estão em votação até o dia 20) para a Arena do Palmeiras.

Allianz Parque, caso venha a ser esse o nome, vai ser um nome, digamos, fantasia… Um nome que a empresa alugou o direito de usar por um período de 20 anos.  Para nós, e acho que até mesmo para a imprensa e, muito provavelmente, para a Rede Globo, detentora os direitos de transmissão do futebol, que não gosta de fazer propaganda sem levar nada em troca  [dizem que, pro Esmolão, ela já concordou em fazer ‘di grátis’ (WHY?)] ,  nossa casa, vai continuar a ter o nome de batismo e de registro: Palestra Italia. Eu também acharia mais bonito se fosse Allianz Palestra, acho até que para a própria empresa, seria bem mais interessante nomear a arena com um nome que “pegue”, do que deixar que “pegue” um outro nome que a torcida acabar escolhendo.

Só que o mais importante é que o contrato de ‘naming rights’ já foi fechado, importante é que, das 14 cotas de patrocínio da nossa arena, 8 já foram vendidas e 40 camarotes também. Importante é que a nossa casa vai ser um sucesso!

Mas alguns dirão: e a tradição? É a mesma que nos permitiu fazer uma camisa listrada em 93; que nos permitiu mudar o tom de verde (isso era considerado crime) dessa mesma camisa listrada; a mesma que nos permitiu chamar durante décadas o nosso estádio por dois nomes: Parque Antártica e Palestra Itália; que nos permitiu deixar o periquito meio de lado e adotar o porco como nova mascote (quanta gente não engoliu isso até hoje, alegando que a mascote, por tradição, é o periquito); que nos permitiu deixar que uma empresa gerisse o futebol; a mesma  que nos permitiu aceitar que o melhor goleiro de todos passasse a usar a camisa 12 e não a 1 (quantos eram contra); que nos permitiu fazer uma camisa verde-limão, uma camisa azul; a mesma que permite que chamemos, com orgulho, a nossa casa de “Chiqueiro”, a mesma que fará com que os sócios escolham o próximo presidente e não mais os tradicionais cardeais e seus conselheiros escondidos (nem tanto) “na manga”…

Mas algumas dessas mudanças se deram por rivalidade, e essa agora é por dinheiro, dizem alguns desses uns… ALOOOOOOO! Tem alguém aí? É por dinheiro mesmo, pessoas! Por mais poético que pudesse ser, clubes de futebol não podem (mais) viver só do amor de seus torcedores. Eles precisam de grana! Money!  A competição é cruel entre clubes que têm dinheiro e outros que não têm.

Tem tanto torcedor que bate no peito dizendo “O Palmeiras somos nós, torcedores”, “Nós sustentamos o clube comprando produtos oficiais, indo aos jogos…”, mas fica de mimimi quando é chamado também de consumidor. E, por mais que sejamos bons consumidores dos produtos oficiais, e somos, por mais que isso seja o que traz bons patrocinadores ao clube, hoje em dia é preciso encontrar novas receitas.

Há um tempo atrás, morríamos de rir dos trocentos patrocínios na camisa dos gambás, lembra? ‘Que vergonha’, dizíamos nós, eles têm patrocínio até debaixo do braço! E de desodorante! ‘Na nossa camisa, não’, bradava a maioria dos palestrinos! Torcemos o nariz até mesmo para o patrocínio nas mangas.

Pois é… os gambás pagaram a dívida deles (ou quase) e a nossa está cada vez mais robusta… Tá certo que eles têm o Sapo Padrinho e muito dinheiro público indo para os seus cofres de maneira muito mal, ou nada explicada, mas aqueles patrocínios todos na camisa, tão ridicularizados por nós e pelos demais torcedores rivais, fizeram uma boa diferença. E, pra eles, que importância tem agora, terem usado aquela camisa horrenda toda loteada?

No anúncio da parceria entre Palmeiras e WTorre, feito há quase cinco anos, os “naming rights” foram colocados no pacote que inclui também a venda de camarotes. O Verdão fica com 5% da receita líquida nos cinco primeiros anos, 10% de cinco a dez anos, e assim vai até os 30 anos de parceria do clube com a WTorre. A Allianz, pelo direito de nomear a Arena, irá pagar R$ 15 milhões por ano. Ficariam R$ 750 mil por temporada ao clube nos primeiros cinco anos, R$ 1,5 milhão por ano nos outros cinco, R$ 2,25 milhões em seguida (10 a 15) e R$ 3 milhões por ano no fim (15 a 20), 37.375 milhões para o Palmeiras no total.

Somemos a isso 100% das rendas do futebol, a porcentagem na receita operacional (aluguel de espaços, shows…), que começa em 20% para o clube e vai subindo da mesma forma gradativa: 25%, 30%… e some também um estádio de primeiro mundo, lindo de morrer. Estádio, que há alguns anos atrás, estava só na esfera dos sonhos, e daqueles muito difíceis de realizar.

Você acha mesmo que o Palmeiras tá perdendo alguma coisa?

Não temos “sapo-padrinho”, não somos sustentados por dinheiro público e, por isso mesmo, o que vier por caminhos lícitos, deve ser bem-vindo.

É muito legal que sejamos torcedores diferenciados, engajados, daqueles que participam da vida do clube de perto, que cobram, brigam por seus direitos, mas temos que parar de achar que é problema o que é solução.

Fogo amigo é muito mais nocivo do que o fogo do inimigo…

O fato é que os clubes que não se adaptarem à maneira como deve ser administrado um clube de futebol nos dias de hoje, vão ficar no meio do caminho.

E o torcedor que acha que o seu clube vai se “alimentar de luz”, vai acabar torcendo para uma Portuguesa da vida…

Allianz Parque, Allianz Centre, Allianz 360º, Allianz Palestra (o favorito da torcida), Palestra ItAllianz… não importa.

QUE A NOVA ARENA SEJA PALCO DE MUITAS CONQUISTAS DO PALMEIRAS, PALESTRA, ALVIVERDE, ACADEMIA, VERDÃO, PARMERA… para alegria dos torcedores comuns, organizados, sofás, amendoins, hardys, limões, da bancada, numerada, tribuna…

Hoje, eu assisti à mais uma página da história do Palmeiras começar a ser escrita… Hoje, o novo século começou para o clube do meu coração.

Num dos prédios em construção da Arena Palestra, teve lugar o evento que marcou a parceria da gigante americana AEG Facilities (subsidiária da Anschutz Entertainment Group), gestora das mais bem sucedidas arenas do planeta, com o Palmeiras e a WTorre.

Ainda do lado de fora, quando eu caminhava na calçada, ia olhando as imagens da nossa nova Arena que estavam colocadas nos muros do Palestra, lá na Av. Francisco Matarazzo. Falaram tanto que ela não sairia do papel, que as obras não começariam, e, enquanto eu entrava no Palmeiras, era no meio das obras, no meio das pedras, e daquele monte de trabalhadores que estão construindo a nossa casa (ela saiu do papel sim!), que eu tinha que caminhar. Casa que será palco, tenho certeza, de muitas alegrias, muitas conquistas do Palmeiras.

Fui subindo as escadas do prédio em obras (o evento era no segundo andar), e o caminho a seguir era sinalizado por luzes verdes, recepcionistas e placas onde se lia: ‘Nova Arena’. Nem preciso dizer prá vocês que me deu um nó na garganta, né? Eu e esse meu jeito meio ‘torto’ de ver as coisas…

A imprensa toda estava lá, e o segundo andar tinha sido dividido em dois grandes espaços. Num deles, estava a maquete da maravilhosa Arena Palestra, a grande estrela do dia, alvo da atenção de todas as pessoas ali, que não se cansavam de admirá-la, de fotografá-la. No outro espaço, com telões e cadeiras, colocadas de maneira a formar uma pequena arquibancada, o anúncio da parceria seria feito.


Quando entrei no espaço reservado à coletiva, já estavam lá Rogério Dezembro, diretor de novos negócios da WTorre, Chuck Steedman, vice presidente da AEG e Beto Lima, presidente da BlueBox, parceira da AEG no projeto, e NENHUM REPRESENTANTE DO PALMEIRAS! Acreditam nisso? Acho que o nosso presidente teve problemas para descer da bananeira onde vive. Ou então seu “mentor” não deixou. Nos disseram que ele teve um compromisso. Seria de bom tom que o desmarcasse, ou que enviasse um representante. Mais tarde, ele diria que foi convidado, mas como era evento entre 2 empresas particulares, não foi. Como se o Palmeiras não tivesse nada a ver com isso…

A coletiva teve seu início, e Rogério Dezembro fez então, o anúncio da parceria do Palmeiras/WTorre com a AEG, empresa líder mundial na operação de arenas indoor, estádios e centro de convenções e de negócios. O objetivo é colocar a Nova Arena entre as cinco principais e mais rentáveis do mundo. A AEG é gestora de mais de 100 empreendimentos espalhados pelos cinco continentes. Entre os empreendimentos geridos pela AEG, estão o Staples Center, a 02 Arena, em Londres, a Mercedes Benz Arena, em Xangai, e a LA Arena, também em Los Angeles.“Temos um empreendimento inédito na América Latina e fomos buscar o mais competente parceiro do mundo para fazer a sua operação”, disse o executivo da WTorre. Sem dúvida, uma parceria sensacional e a garantia de bons investimentos e sucesso para a nossa nova casa.

Assistimos então a um vídeo em 3D com imagens da Nova Arena. Em alguns momentos me parecia irreal estar sentada ali, no segundo andar do futuro que sonhamos para o Palestra Itália. Olhava os pilares, ainda em concreto, do prédio em obras, e eles eram reais. Nosso sonho vai se pondo de pé a cada dia. Foi um sacrifício disfarçar as lágrimas que teimavam em aparecer… Mas não fui a única a me emocionar. Muitos sentiam o momento importante da história do Palmeiras.

Chuck Steedman, o executivo da AEG, parecia bastante entusiasmado com o contrato firmado, e nos disse que, em São Paulo, a parceria é exclusividade da Nova Arena.  Falou sobre o contrato que tem duração de 10 anos, mas poderá ser renovado por mais 20. E tanto a WTorre quanto a AEG deixaram claro ser esta a intenção.

O presidente da AEG apareceu num vídeo falando sobre a Arena, parabenizando os palmeirenses responsáveis pelo empreendimento. Nosso ídolo, o goleiro Marcos, também deu seu recadinho, assim como o jogador do Los Angeles Galaxy (time que tem parceria com a AEG), David Beckham: “Tenho certeza que a Nova Arena será um grande estádio de futebol. Mal posso esperar para conhecê-la”.

Os jornalistas puderam então fazer perguntas. (A vergonha alheia da coletiva ficou por conta do “jornalista” do Estadão. Fez uma pergunta para Chuck Steedman sobre um problema que a empresa teria tido com… Michael Jackson. Tudo a ver com o que se celebrava hoje, não é mesmo?) Rogério Dezembro, Chuck Steedman e Beto Lima, iam explicando como funcionará a parceria, falando sobre a estimativa de lucros na casa de dois bilhões para um período de 30 anos, sobre o grande potencial da cidade de São Paulo, para que se possa manter a Arena em uso todos os dias em que não houver futebol; sobre os grandes shows que a Arena poderá abrigar. Perguntado sobre a não participação da Arena na Copa de 2014, Chuck Steedman respondeu: “A Nova Arena não dependerá da Copa para prosperar. O evento dura apenas um mês, trabalhamos pensando em 30 anos”.

Ele ainda afirmou que a prioridade é o Palmeiras e nos deixou com uma pontinha de esperança (quem dera…) quando afirmou: “Temos vários times de futebol sob o nosso comando e também entendemos como um time precisa trabalhar para ter sucesso”. Oxalá resolvam cuidar do nosso time também!

Ao final, Chuck Steedman e Beto Lima ganharam camisas do Palmeiras e capacetes verdes, daqueles que se usam em obras, enviados pelo desinteressado e ausente presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone. Mas ele não fez falta. Essa tabelinha WTorre/Palmeiras e AEG, independente do descaso de alguns, resultou em um belíssimo gol do Verdão!

PARABÉNS, PALMEIRAS! PARABÉNS, NAÇÃO ALVIVERDE! VAMOS COMEMORAR!

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WTorre promete entregar o novo Palestra Itália adequado às exigências da FIFA.
Alvo de dúvidas e discussões nos últimos meses, a Arena Palestra Itália estará pronta em 2012. Quem garante é Solano Neiva, presidente da WTorre, a construtora responsável pela reforma. E ainda por cima, ele procura abafar uma preocupação dos palmeirenses ao anunciar: as alterações realizadas no projeto deixarão o complexo do estádio ainda melhor.

“Fizemos algumas modificações com base no que as autoridades nos pediram”, afirma Solano Neiva, em resposta às críticas de conselheiros alviverdes. “O projeto ficou melhor, tem uma área verde maior ao associado do Palmeiras, beneficiou o conjunto de quadras do clube. O ginásio também será totalmente reformado”, emenda.

Em entrevista exclusiva à GE.Net, Solano Neiva também encerrou com todas as dúvidas sobre a demora no início das reformas, que tinham o início previsto para o ano passado. Na aprovação do projeto, a parceria Palmeiras-WTorre reclama da burocracia encontrada junto a órgãos municipais.

Segundo Solano Neiva, o investimento nas modificações da futura casa palmeirense chega a R$300 milhões. A promessa é de um estádio moderno, totalmente adequado às exigências da FIFA. Contudo, a WTorre quer que a Arena continue atendendo a todos os segmentos sociais: ricos e pobres.

“Haverá diferentes tipos de lugares, desde os mais refinados, com restaurantes, opções diversas, mas não esqueceremos das cadeiras populares”, promete o presidente da construtora.

GE.Net: O Palmeiras agora espera o aval da prefeitura para começar a obra. Qual a previsão?
Solano: São Paulo é uma cidade mais complexa do que as outras, os assuntos passam por diversas instâncias que são extremamente separadas, você conversa com as secretarias de forma separada. Em nosso entendimento, esse projeto estará completamente licenciado entre Outubro e Dezembro deste ano.

GE.Net: O presidente Belluzzo chegou a dizer que poderia procurar até o prefeito Gilberto Kassab para agilizar o processo. Isso é possível?
Solano: O prefeito pode reunir todos os secretários e pedir urgência na aprovação. Se isso ocorrer, a gente iniciaria as obras em 30 dias.
 
GE.Net: No Palmeiras, conselheiros fizeram críticas fortes a essa nova Arena. Eles alegaram que o projeto inicial tinha problemas graves, não era compatível com a área disponível. Isso é verdade?
Solano: Não é verdade. Fizemos algumas alterações com base no que as autoridades nos pediram. Trocamos alguns detalhes. Para se entender melhor, é como se você trocasse de lugar uma janela na construção de uma casa. Mas o projeto ficou melhor, tem uma área verde maior ao associado do Palmeiras, beneficiou o conjunto de quadras do clube. O ginásio será totalmente reformado, com uma quadra dentro das normas da FIFA. Poderemos receber, por exemplo, a seleção brasileira de futsal.

GE.Net: Você esteve recentemente no Palmeiras em uma reunião do Conselho Deliberativo para prestar esclarecimentos do projeto. O que foi discutido? A parte política do clube é uma preocupação da WTorre?
Solano: Na assembleia, ficou discutido que haverá uma série de reuniões setoriais públicas em um intervalo de 25, 30 dias, com a presença do nosso corpo técnico. Estamos à disposição para qualquer esclarecimento. Se for necessário, irei outras vezes ao Palmeiras para conversar. Sobre a política do Palmeiras, é uma situação que não nos pertence.

GE.Net: O ex-presidente Mustafá Contursi fez uma crítica de que a qtual administração de Luiz Gonzaga Belluzzo está dando o patrimônio do Palmeiras a terceiros. Como você encara essa afirmação?
Solano: O Mustafá está equivocado. Todo time moderno deve mudar seu patamar para ter seu patrimônio atualizado. Isso ocorre no mundo inteiro. O Palmeiras será o primeiro clube brasileiro dotado de uma arena dentro das normas exigidas pela FIFA. Atualmente, não há ninguém com esse desenvolvimento.

GE.Net: Então o contrato é vantajoso ao Palmeiras?
Solano: O contrato é confiável para o clube. Qualquer analista econômico aprovaria. Desde o momento zero do contrato, o Palmeiras ganha uma porcentagem. Vamos explorar a Arena Palestra Itália por 30 anos. Mas, a cada ano, a participação do Palmeiras vai aumentando.

GE.Net: E para os investidores, quais as vantagens?
Solano: A ideia é ter uma remuneração de mercado, com 14% ou 15% de rentabilidade. É claro que existe um risco em todo esse investimento. Ninguém garante que as comercializações feitas na arena serão pelos preços que estamos estimando.

GE.Net: A torcida do Palmeiras teme que a Arena mude o perfil dentro do estádio, beneficiando aqueles com maior renda. Os torcedores mais humildes serão prejudicados?
Solano: Com certeza, o estádio não deixará de ser popular. O que a arena pretende trazer são espaços para um público que atualmente não frequenta as partidas por falta de estrutura nos locais. Haverá diferentes tipos de lugares, desde os mais refinados, com restaurantes, opções diversas, mas não esqueceremos das cadeiras populares, já que o futebol é um esporte de massa.

GE.Net: Sobre a Copa do Mundo de 2014, a FIFA já se mostrou preocupada com o projeto de reforma do Morumbi. A Arena Palestra Itália pode rivalizar com o estádio do São Paulo para ser o palco dos jogos na capital paulista?
Solano: Se precisar, a Arena Palestra Itália está aí, com um investimento que chegará a R$ 300 milhões. Não comportaria o jogo de abertura, por exemplo, como quer o São Paulo. Até onde eu sei, o projeto do Morumbi foi rejeitado. Mas deixo claro que o novo estádio é parte da obrigação que temos com o Palmeiras, atendendo ao caderno de encargos da FIFA, para receber um público de 42 mil pessoas.

Bem aí está uma boa notícia, para todos os palestrinos que temiam pela continuidade do projeto. A nossa tão sonhada Arena Palestra Itália será realidade em 2012. Palavras de Solano Neiva, presidente da WTorre. Que o Palmeiras possa ganhar muitos títulos e que sejamos todos muito felizes  em nossa nova casa!