“Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência” – Santo Agostinho

Eu já não tinha gostado muito quando li que o Palmeiras ia com time todo reserva para o jogo contra o CSA. Misto, ok, mas todo reserva? Num campeonato de pontos corridos, uma vitória diante de um time mais fraco vale os mesmos 3 pontos que uma vitória diante de um time forte.

Felipão não tem que fazer as coisas como eu e os demais torcedores achamos que elas devem ser feitas, sei bem disso, no entanto, não concordo, e não acho bom levar um time todo reserva para o jogo, sem ter ao menos uns três “ases” na manga (no banco), caso seja necessário. E, na quarta, fez falta não termos uns trunfos para colocar em campo e sairmos de lá com 3 pontos.

Jogo sem transmissão da TV, e o jeito foi voltarmos à antiga prática de acompanhar o jogo no rádio. Fico com a emoção do rádio se é para estar ao lado do Palmeiras nessa queda de braço com a Goebbels. Sem contar que pagar PPV para, num lance importante, um pênalti legítimo não marcado para o meu time, por exemplo, ouvir o narrador dizer apenas: ‘Seeeegue o jogo’, não é legal). A Transamérica enviou profissionais para o estádio Rei Pelé, em Maceió, e fez uma ótima transmissão – segundo os seus profissionais, a audiência da rádio, que já era muito boa, teve um aumento de 400%. A TV Palmeiras Play e a Web Rádio Verdão narraram o jogo também e tiveram grande audiência.

Mas, no jogo, o Palmeiras deixou a desejar. Abriu o placar logo aos 8′, com um senhor gol de Raphael Veiga. Hyoran fez uma bela jogada, cruzou na medida (na marca do pênalti) para Raphael Veiga pegar de primeira (a bola nem caiu no chão) e marcar um golaço. E a parmerada, “assistindo” no rádio, fechava os olhos e “via” o lindo gol de Veiga…

E até uns  20, 25 minutos, o Verdão deu pinta de que ia pra cima, ia buscar o segundo, ia sair com. Mesmo sem poder assistir, pelo que ouvíamos no rádio, o Palmeiras tentava deixar o adversário acuado, pressionava a saída de bola… parecia querer liquidar a partida… E teve chances pra isso.

Com Hyoran, que recebeu de Moisés e bateu colocado, mas o goleiro Jordi fez grande defesa; teve chance no lançamento lindo de Lucas Lima para Deyverson, que dominou e tocou pro lateral Victor Luís, que não conseguiu ficar com a bola;  teve chance quando Moisés cobrou lateral lá na área e o jogador do CSA, tentando tirar de cabeça quase marcou contra; Deyverson também teve uma quase chance quando sobrou uma bola na área, ele pegou mal nela e o goleiro fez a defesa…

Não aproveitamos as (poucas) chances e nem criamos outras…

Não sei se faltou inspiração, se usaram a estratégia errada (de estar ganhando e, por isso mesmo, “sentar no resultado” esperando o segundo gol cair do céu)… mas, depois da metade do primeiro tempo, a coisa começou a perder força… Muitas trocas de passes da defesa pro meio, poucos passes no ataque… parecia que o Palmeiras “cozinhava” o jogo. E, sabemos muito  bem, o time, mesmo reserva, pode mais do que isso.

O CSA, que chegou à série A depois de três acessos consecutivos (estava na série D em 2016), por mais que seja considerado pela maioria como o mais fraco dos participantes do Brasileiro 2019, não é bobo. Se o Palmeiras não o assustava – como deveria assustar -, se o futebol do Palmeiras não fluía, como deveria fluir, era óbvio que o CSA não desistiria… jogava em casa, era o franco atirador diante do campeão brasileiro.

Era grande o número de palmeirenses no estádio. Precisaram até abrir um espaço, fechado para a torcida no início do jogo, para ser ocupado pelos palestrinos.

Na segunda etapa, a pegada não estava como a gente queria, mas algumas poucas chances aconteciam… Mayke cruzou uma bola pra Deyverson, ele tentou de cabeça, mas o goleiro fez uma grande defesa;  Deyverson cruzou para Hyoran, ele tentou de bicicleta e quase fez um golaço, mas o goleiro fez a defesa,  Lucas Lima lançou Hyoran na esquerda, ele fez uma jogada individual, chutou no meio do gol e o goleiro defendeu… Era pouco, esperávamos bem mais…

Acho que, assim como os torcedores palmeirenses, o time pensou que acharia o segundo gol, para matar a partida, a qualquer momento… mas 1 x 0 é um placar perigoso. Quando um time tem vantagem no placar e  não “morde” o adversário, não o desestabiliza, não o deixa preocupado, nervoso… qualquer bobeada que esse time dê, pode ser um prejuízo para quem imagina que a partida já está resolvida…

E foi o que aconteceu… O Palmeiras acabara de colocar Carlos Eduardo em lugar de Veiga, que sentira dores, quando, aos 17′, o CSA cobrou um escanteio e mandou a bola lá na área, o Palmeiras (Victor Luís, no caso) bobeou na marcação, falhou, o meia Matheus Sávio (CSA) tentou chutar pro gol, a bola explodiu em Deyverson e voltou para o adversário. Ele dominou e guardou. Jaílson nada pôde fazer…

Espantosamente, e graças a uma vacilada da defesa, o Palmeiras sofrera o empate. E aí tinha que correr atrás do prejuízo… e no banco só tinha os reservas dos reservas. Mas tinha um reserva que todos gostaríamos de ver jogar: Arthur Cabral.

Felipão, não sei porque, nunca dá chances a ele. Arthur, na última vez que jogou, saiu do banco, jogou bem, fez um gol, impediu que o Palmeiras fosse derrotado pelo Novorizontino, e não tem chances agora.  E na quarta-feira, mesmo com o time todo reserva diante do CSA, mesmo com Deyverson inofensivo em campo há algumas partidas,  Arthur Cabral continiou invisível para o técnico…

Com o gol, o CSA ficou mais desenvolto, começou a ir ao ataque… pelo alto. Do lado do Palmeiras, nada dava certo. Ora Carlos Eduardo tentava encobrir o goleiro, quando poderia cruzar… ora Deyverson tentava puxar contra-ataque, mas atrasava para Thiago Santos… ora Hyoran (que depois cederia lugar para Felipe Pires) era lançado na entrada da área, mas acabava desarmado… ora Jordi, o goleiro do CSA, aparecia pra dar um chutão… Triste.

Quase 35′, e o CSA fechado na defesa… Lucas Lima cobrou falta, com perigo, assustou o goleiro e a torcida da casa, mas foi só tiro de meta. E a gente, no ‘radinho’, só imaginando como e onde teria passado a bola… só passando nervoso com aqueles lances que nem foram perigosos mesmo, mas no rádio parecem que foram perigosíssimos…

Felipão sacou Moisés e chamou o estreante Matheus Fernandes… Em campo, as poucas chances que tínhamos acabavam desperdiçadas… O Palmeiras ia pro ataque, mas a forte marcação do CSA o continha (e cadê o Scarpa e o Dudu no banco, serem chamados e resolverem a coisa, Felipão?).

Para nosso desgosto, aos 46′, Lucas Lima cruza para Deyverson, mas o centroavante não alcança a bola e ela sai pela linha de fundo… que pecado! Poderia ter sido a virada…

Aos 48′, o árbitro apitou o final. E deixamos dois pontos em Maceió.

‘Ah, mas para jogo fora de casa é  um resultado normal’, dirão alguns… É sim, eu sei, mas com todo o respeito ao time de Alagoas, contra o CSA não é normal não o empate…

Ficamos todos aborrecidos, e não foi pra menos… de bobeira, por causa dessa ideia de ir com time todo reserva, porque vacilamos na defesa, e em algumas finalizações, acabamos trazendo só um pontinho na bagagem. Tomara não nos façam falta lá na frente… Ano retrasado, com Cuca, fizemos a mesma bobagem na segunda rodada, e perdemos para a Chape. Os pontos nos fizeram falta depois. Ano passado, porém, demos uma vacilada parecida, mas, depois disso, deu tudo muito certo e fomos campeões.

O campeonato está só começando… a caminhada é longa,  booora fazer dar  tudo certo de novo, Verdão, e vamos buscar o hendeca!

Deveria ser proibido ao Palmeiras jogar em sua casa, diante da sua torcida, sem o time principal, sem a formação com mais condições de buscar uma vitória…

Numa ótima sequência, tínhamos conquistado 13 pontos, de 15 possíveis, nas últimas 5 rodadas do Brasileirão, E não precisávamos ter ido com o time tão reserva assim no jogo de ontem, diante do Atlético-PR.  Cuca errou (de novo) ao fazê-lo. E perdemos pontos por isso.

Quem costuma me ler aqui sabe o que penso, títulos são consequência de trabalho, de time que “encaixa”, de planejamento, de arbitragens corretas (no Brasil, isso é um problemão), de um monte de fatores, e não espero que o Palmeiras ganhe todos os títulos… o que eu espero mesmo do Palmeiras, o que eu quero, é que ele tenha condições de disputar os títulos (quero poder sonhar com eles), sem que ele seja apenas um mero coadjuvante nos campeonatos. É isso o que o Palmeiras vem fazendo nos últimos tempos, era isso que  Maurício Galiotte dizia – numa reunião da qual participei, antes da sua eleição – que poderíamos esperar do Palmeiras campeão brasileiro que ele assumiria. Então, temos que nos manter na trilha…

E nem se fossemos jogar contra o Barcelona de Messi, e não contra o Barcelona genérico, eu acharia legal darmos adeus ao Brasileiro 2017 antes mesmo do início do segundo turno, com 19 rodadas pela frente (matematicamente é possível ainda, porém, improvável). Mesmo porque, na Libertadores, estamos ainda nas oitavas de final, disputando uma vaga contra um adversário que todos comemoramos quando foi sorteado para o nosso time.

A Libertadores não é a minha obsessão. No entanto, como o Palmeiras é o atual campeão brasileiro, é natural que as atenções se voltem para a Libertadores, é natural que o foco do torcedor seja o torneio que gostaríamos de conquistar pela segunda vez. Mas não precisamos abdicar da disputa de um campeonato importante, que dura praticamente o ano todo (e enche os cofres do clube com as rendas desse ano todo), ainda no primeiro turno, não é mesmo?  Para o Palmeiras essa roupa não serve, não cai bem, e não me agrada.

Resultado ruim o 0 x 1 de ontem. Tomamos um gol besta num vacilo gigante do nosso zagueiro. Após a cobrança de escanteio do Atlético-PR, Juninho conseguiu perder para um “Tchagueleno”, gordão, que estava atrás dele, e que mesmo sem sair do chão, levou a melhor e mandou pro gol. E não fizemos quase nada para mudarmos isso no jogo. Tivemos duas boas chances, mas, em uma delas, o Erik se embananou na frente da bola e na cara do gol; e, na outra, depois de um bom passe de Borja, Antonio Carlos desperdiçou e mandou por cima (do seu lado esquerdo havia 3 palmeirenses). O goleiro deles ainda fez uma defesa excelente, Prass também fez duas defesaças. E aí surgem as desculpas mil para justificar a derrota em casa e a opção – errada – de se colocar em campo um time todo reserva…

“Mas o X errou, depois o Y errou também e proporcionamos o escanteio para o adversário”… O time do Atlético também nos proporcionou vários escanteios e não fizemos nada com eles. Escanteios não são certeza de gol e, em muitas ocasiões, nem perigosos são. Nós tomamos o gol por causa da falha do nosso zagueiro.

“Mas time reserva é isso mesmo,  não tem entrosamento, não funciona”… Se nós sabemos disso, o técnico também sabe. E se sabe, como manda a campo um time que não vai funcionar – e o pior, deixando um reserva como Keno no banco e optando pelo Erik, sendo que o que ficou no banco é melhor?

“Mas nenhum clube ganha brasileiro e Libertadores no mesmo ano”, me disse um amigo – outras pessoas também me disseram algo parecido.  Isso costuma ser verdade. E eu gostaria que já tivéssemos conquistado a Libertadores para podermos fazer essa afirmação, mas isso ainda não aconteceu. Só depois de a conquistarmos, SE a conquistarmos, é que esse argumento nos servirá.

“Mas era para poupar, nós estamos disputando duas competições”…

O Grêmio disputa três torneios, está na semifinal da Copa do Brasil, poupou apenas alguns jogadores para o jogo desse final de semana e venceu; nem mesmo o Atlético-PR, que também disputa a Libertadores, veio com time reserva jogar contra o Palmeiras. Por que precisaríamos “poupar” todo mundo? Por que alguns jogadores titulares não poderiam jogar meio tempo? Por que a defesa, para ficar afiada, não poderia ter o Luan, por exemplo? Cada um tem uma opinião, não sou a dona da verdade, mas eu não concordo com isso de poupar todo mundo. Ontem, não era necessário…

No entanto, vamos ter que esperar o final da história (a nossa parte na história) para sabermos se esses aborrecimentos que estamos tendo agora vão valer a pena. Embora a Libertadores não seja a minha obsessão, se estivéssemos fora dela, se não tivéssemos obtido uma das vagas na competição (nosso título de campeão brasileiro nos deu a vaga), estaríamos certamente nos lamentando por isso… e, não tenho dúvida alguma,  se conquistarmos esse título, se o Palmeiras vier a ser o Campeão da América, eu, você e todos os palmeirenses do planeta não daremos a mínima para o que acontece agora… nenhum de nós ligará pra isso, e esses tropeços todos, esses vacilos do nosso time, do nosso técnico, os pontos que deixamos de conquistar,  perderão completamente a importância.

Portanto, as reclamações acabam aqui, vamos focar na partida de quarta, no passo que precisamos dar para conquistarmos a vaga e seguirmos em frente na competição. E que não seja por falta de apoio, de incentivo e carinho nosso, não é mesmo?

Que o Allianz seja pequeno para toda a boa energia que levaremos pra lá na quarta-feira… E que os parmeras de todos os cantos do planeta estejam juntos em nossa casa… de alma e coração, porque vamos cantar, vamos fazer festa, vamos todos “entrar em campo”.

CAPRICHA NOS PARANAUÊS, CUCA! E VAMOS BUSCAR, PORCOOO!

 

O jogo foi feinho, sem emoção. A torcida, com medo da chuva, não lotou o Pacaembu, mas mesmo assim a gente ouvia os que lá estavam, cantando como se fossem dezenas de milhares. E eram mais de 7.000!! Essa torcida é uma maravilha! No campo pesado da chuva de um dia inteiro, o Palmeiras sem seus titulares (que estão no Equador), apresentou o Verdão “Alternativo”. Motivos que podiam levar alguns a crer que dessa vez a gente não ia sair com a vitória. Mas a rapaziada já tinha dito que o Palmeiras é um só e provaram isso hoje. Deram conta do recado e mantiveram o Palmeiras com a excelência de aproveitamento. A bola apanhou um pouco, é verdade, mas foi no peito e na raça que saímos com três pontos. Afinal, não é todo dia que tem show. E os artistas principais estão lá no Equador, afinando os instrumentos para o concerto contra a LDU.

Marcão estava de volta. Meio inseguro é verdade; sem ritmo, gripado. Deu duas saídas tão esquisitas… Mas fez outras boas defesas. Os Maurícios foram bem, mas Jéci é um caso sério; não joga como a gente gostaria, apesar da garra em campo. A bola ficou muito mais tempo nos pés palestrinos, mas faltou objetividade, faltou aquele brilho com o qual já estamos acostumados em 2009. O juiz, também atrapalhou.Inverteu  algumas faltas, não marcou outras e deixou Zé Carlos bater à vontade. Primeiro foi a cotovelada em Maurício e depois a patada no rosto de Marcos que o juiz “achou” sem intenção. Uma ova que foi! Eu achei uma sacanagem desgraçada, uma agressão e o sujeito deveria ter tomado um cartão vermelho. Imaginem se fosse o Valdívia quem fizesse isso, caso estivesse ainda no Palmeiras? Sairia de camburão do Pacaembu e com a “bençãos” da impren$inha.

Mas tínhamos uma partida a vencer, não é verdade? Era só isso que a gente queria. Então a tarefa era buscar o resultado, mesmo que Evandro estivesse mal; mesmo que a ‘melhora’ de Jefferson nos mostrasse que “graças a Deus, temos Armero”; mesmo que Wendel não tivesse se encontrado na partida… Tínhamos que vencer, porque agora é um Lenny renascido, que veste a camisa 19; porque Souza mostra qualidades, bons fundamentos e vai crescer; porque Marquinhos joga muito bem e tão logo esteja mais entrosado vai brigar por uma camisa titular. Tínhamos que vencer porque era a liderança envolta numa camada de “gordura” que estava em jogo.

Mas a vida tem umas coisas engraçadas. Aposto que todo mundo estava doido pedindo a saída do Evandro (que não jogava bem) e eu sabia que por isso mesmo, seriam grandes as chances de ser ele o marcador do nosso tão esperado e desejado gol. E, como se fosse uma brincadeira de alguém em outro Plano, ou como se fosse um presente para o jogador, a oportunidade se fez. Após uma bela triangulação, Lenny tocou para Evandro que, com categoria tocou por cima do goleiro. Eu mesma nem acreditei quando vi com que alegria ele pulava e comemorava. Tava lá: 1 x 0 pro Verdão. E que passe do Lenny!!

O time, que de alternativo não tem nada, deu conta do recado direitinho. Provou que o Palmeiras é um só (graças à Deus!), manteve o Verdão 100%; na liderança e com um jogo a menos. E, agora vai todo mundo prá Quito, se juntar aos companheiros que estão afinando os instrumentos lá na altitude. E a LDU (atual Campeã da América) que se cuide, porque senão vai dançar a tarantella ao som da Orquestra Sinfônica de Palestra Itália, regida por K9 e Cia.

“Jammo, jammo ‘ncoppa, jammo ja’,
          funiculì, funiculà “