Faz tempo que, no Brasil, o “poste anda mijando no cachorro”… mas a moral seletiva e a hipocrisia, que andam em “moda” no país, assumem contornos cada vez mais descarados… Na imprensa esportiva, por exemplo. E, suas análises sobre as partidas, sobre os lances, o que é falta para um time, não é falta pra outro, ainda que sejam situações idênticas… o que é considerado agressão para determinados jogadores, não é agressão para outros… o que um acha errado para um, não acha errado para outros; o que é falta de fair play para um, não é para outro; uma atitude passível de punição e linchamento moral para uns, é nada para outros… Uma vergonha. Jornalismo rasteiro, reles, feito por ‘torcedores profissionais de imprensa’… Sem contar a falta de elegância e ética de alguns dirigentes e técnicos em relação a outros clubes e seus jogadores, cujos problemas não lhe dizem respeito. Pessoas que querem arrotar ética às custas do exemplo alheio sem nunca agir da maneira que afirmam ser a correta.
Na postagem anterior, escrevi sobre Deyverson, sobre ter achado abominável a cuspida que ele deu em um jogador adversário (e foi abominável mesmo). Disse também que achava que ele merecia ser punido sim, merecia uma multa e uma “geladeira” por uns tempos. O Palmeiras deu a ele uma multa bem salgada e, segundo divulgaram alguns setoristas, pretende negociá-lo na primeira oportunidade.
Há uns dois ou três dias, li um tweet do GloboEsporte (da mesma rgt, tão seletiva em relação à maneira de noticiar os clubes, de analisar lances e jogos, de carregar nas tintas para uns, e de suavizá-las para outros. A que colocou um “muro branco” em uma imagem, fazendo com que uma falta palmeirense fora da área parecesse ter sido pênalti; a mesma, que sustenta dois clubes de futebol no Brasil; aquela que, segundo afirmou um jornalista, orienta seus profissionais a falarem mal do Palmeiras nas transmissões). O tweet trazia uma declaração do “Milton Buzzetto de Itaquera”, falando sobre Deyverson, e mostrando que ele, o técnico alvinegro, é mesmo discípulo de Tite, ou seja, é chegado numa declaração do tipo “olha como eu sou bom moço”, mas que, na verdade, é só um “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” (é comum isso por lá).
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Ainda que ele tenha sido perguntado a respeito do assunto, e não sei se foi, é deselegante, e nada ético, um técnico fazer uma declaração desse tipo sobre um jogador de outro time ainda mais quando a sua postura a respeito é só “enganation”, é “tapeation”, não é mesmo?
Os jornalistas não aproveitaram a ocasião (imagina se o fariam?), mas poderiam ter perguntado ao técnico ‘lava jato’ quais foram as punições e multas que receberam Henrique e Clayson (comandados por ele, Carille) quando eles cuspiram em Borja e Felipe Melo. Não me lembro de nenhuma crítica severa aos dois por parte de Carille, por parte dos torcedores (só os palmeirenses reclamaram), pelo contrário, no caso do Clayson, só se falava sobre a munhequeira de “adamantium” de Felipe Melo, que foi jogada no ‘lava jato’ depois que ele cuspiu no palmeirense. Na vez do Henrique foi um “Bird Box” total da imprensinha, todo mundo fez de conta que não viu, e o mesmo se deu com o coice que Henrique deu em Deyverson antes da tal cuspida. Ninguém viu, nem o árbitro e seus auxiliares). Não me lembro de os jogadores terem sido punidos pelo clube por causa de terem cuspido em adversários, nem de o tribunal ter feito algo a respeito, não lembro de a imprensa esportiva ter execrado o comportamento dos atletas na época (nem mesmo os palmeirenses da imprensa)… Na ocasião, passou tudo batido. E não teve um pedido de desculpa sequer.
Sim, Henrique cuspiu em Borja – na cara do bandeira. Não acertou, mas a atitude foi a mesma… e nada aconteceu. O sujeito do “não podemos aceitar que atletas façam isso”… aceitou normalmente.
https://www.youtube.com/watch?v=qfVl_756Uoo&fbclid=IwAR2LZHpSqVObFaozIv_nNIUmCIWYr2-FAU_nVRb0cD5ob7F0MbnCRMP8Oho
Clayson também cuspiu em Felipe Melo, depois de um jogo, ano passado, no túnel, lá em Itaquera. Repare, um jogador corintiano até vira o rosto rapidamente para não ser atingido. Essas imagens, assim como as de Henrique, ficaram ao alcance de todos, mas nada foi feito a respeito. O “Milton Buzzetto de Itaquera”, que diz que “não podemos aceitar que atletas façam isso”, nada fez quando foram seus jogadores a cuspirem em adversários, não é mesmo?
Cara de pau o técnico ‘lava jato’, né? Não foi à toa que ele preferiu voltar… No time em que ele está é fácil bancar o correto da boca pra fora, é fácil ser ético da boca pra fora, é fácil criticar o jogador de outro time por coisas que os dele fazem sem receber crítica e punição alguma (e sem jamais ser perguntado a esse respeito pela “Bird Box Press”)… assim como é fácil botar o time pra jogar com duas linhas de quatro – só se defendendo -, jogando por uma bola, e ser tratado como/se achar um Guardiola…
É “hipocrisia” que chama isso, né?