Esperei tanto tempo para ver o Palmeiras em campo de novo – sim, um mês sem Palmeiras foi tempo demais -, esperei pra ver o trabalho de Gareca, o nosso técnico argentino, e , quando a Copa acabou e chegou a hora tão esperada, tudo que pude ver foi a bela homenagem a Oberdan Cattani, o uniforme azul, lindo, igual ao que nossa “Muralha Verde” usava,  e vi também que Gareca é um bom técnico, e já deu uma mudada no sistema defensivo (e não tem medo de lançar a garotada), mas é um bom técnico que, infelizmente, vai sofrer pela falta de material no “almoxarifado palestrino”.

Eu sei que o Mouche não fez a sua estreia, que jogamos sem Lúcio, Henrique, sem o Mago – mandado lá para o deserto -, sem Marquinhos Gabriel, que também foi para o mundo árabe… mas o Santos era muito fraco e, ainda assim, conseguimos não fazer nada em campo e tomar dois gols.

A falta de qualidade no time, a sua inofensividade, deixou a gente preocupado. A falta de pontaria também, afinal, pelo que consegui ver, (no PC, a transmissão travava o tempo todo) perdemos 2 gols feitos, um com Diogo e outro com Leandro – tivemos também um gol mal anulado (isso não muda nunca). E foi só.

Mas o que me pareceu determinante foi a falta de criatividade… não havia um “cristo” para criar uma jogada. Bruno César não dava conta do recado; Wesley, de capitão (piada), não atava e nem desatava… Difícil… E olha que no começo do jogo, com o time compacto, o Palmeiras deu a impressão que faria um outro tipo de partida. Até conseguir tomar um gol bobo numa cobrança de falta.

O narrador e comentarista repetiam incessantemente que o Palmeiras não criava nada, que faltava alguém ali na função de armar o jogo – Maledetos. Quando esse “alguém” estava no time, eram os narradores e comentaristas os primeiros a dar pauladas nele e fazer comentários venenosos a seu respeito.

Mas que “ele” fazia falta, fazia… e muita.

POR QUE “FES ISO”, DIRETORIA? Eu sei que compra e venda de jogadores é coisa corriqueira nos clubes, mas já tínhamos deficiências em algumas posições para as quais ainda precisamos contratar, alguns titulares não têm suplentes, precisamos qualificar mais o elenco… aquelas coisas de sempre, e pra ontem, e vocês ainda resolvem vender o melhor jogador do time? E o que é pior, e totalmente incompreensível pra mim, pra ter que comprar outro pra posição? Não era mais fácil ficar com o que tínhamos? Só nós, torcedores, sabíamos que ele era importantíssimo pro time?  Já era um mantra, repetido por todos, até mesmo alguns profissionais de imprensa, que o Palmeiras, sem Valdivia, era um time comum, previsível, e com ele, era um time com muita qualidade, perigoso. Não entendo muito de negociações, mas acho que o manager aí tá pisando na bola. Pra trazer outro do mesmo nível (talentoso, como ele, não vamos achar outro) vai ter que gastar muito, o cara tem que chegar, se entrosar… e já tínhamos isso no time…

Em campo o jogo era sofrível, perdíamos a partida, tínhamos tido um gol legítimo anulado (cuidado, Palmeiras! Não esqueça do que as arbitragens te fizeram em 2012) e não tínhamos ofensividade alguma, o Santos, se  não tinha nada demais, se não apresentava um futebol brilhante, conseguia ser eficiente e se aproveitava da nulidade ofensiva do nosso time, que não conseguia criar jogadas de perigo e ainda dava alguma moleza pro ataque do Santos.

Narrador e comentarista continuavam repetindo que faltava alguém pra criar, pra pensar o jogo… e o nosso ‘alguém’ lá com os camelos… E a gente se perguntando: o que foi levado em consideração nessa negociação? Só o dinheiro? Perdemos o melhor meia em atividade no país, totalmente identificado com o clube, que fazia muita diferença em campo, e que, por acaso, era ídolo, por causa de alguns milhões, que serão gastos (serão mesmo?) para se repor o buraco – mais um – imenso que existe no time pós Copa.

Vamos ter que cantar agora: EÔ EÔ O MILHÃO É UM TERROR? Ou, quem sabe, AU AU AU O MILHÃO É ANIMAL? Talvez, OLE LÊ LÊ, OLA LÁ LÁ, O MILHÃO VEM AÍ E O BICHO VAI PEGAR? E será que o “milhão” vai entrar em campo criar as jogadas?

Me sinto muito desapontada…

Quando venderam o Mago,  eu, suspeitíssima para opinar, fiquei na minha e apenas disse: “O tempo vai dizer se foi uma boa para o Palmeiras, para o jogador, para a torcida…”. Para o Palmeiras, na primeira partida sem ele, a gente já viu que não foi, tampouco para a torcida, que teve que amargar vendo um time sem criatividade, sem imaginação…

A janela tinha acabado de abrir, podiam, pelo menos, ter esperado um pouco mais; se já era sem noção vendermos o craque do time, imagine vendê-lo antes de enfrentarmos Santos, Cruzeiro, o líder do campeonato, e Gambás, o mais ajudado pelas arbitragens? E um atrás do outro! Alguém acha que não nos importaremos de perder essas três partidas?

Eu até entendo o papo de que não temos a obrigação de ser campeões no centenário, entendo mesmo. No entanto, penso que temos a obrigação de querer ser campeões no centenário, e não entendo quando percebo que esse desejo não existe do outro lado; só a torcida quer isso, ou melhor, só a torcida quer poder querer um título, quer poder sonhar com ele. E perceber essas coisas me aborrece muito, afinal, a gente faz tudo o que pode pelo Palmeiras, e fazemos com o coração. Mas o clube sempre tem que deixar o coração de lado? Não acho certo. Existem ocasiões em que o coração é bem mais inteligente do que a razão, ele vê além, vê coisas que a razão ignora.

E se o torcedor é convocado a ajudar o time, a se associar ao Avanti, a comprar camisas e produtos oficiais, pelo coração, pelo amor que sente por ele, o Palmeiras precisa olhar para o seu torcedor com o coração também. É o ano do nosso centenário, caramba, queremos poder pelo menos sonhar! Estamos nos sentindo lesados. Tínhamos um time melhor na segundona, do que temos no Brasileirão! Como é que pode isso? Para cada dois que chegam saem quatro?

Se o clube é uma empresa, e não acho ruim que o pensem e conduzam assim, nós somos os clientes, os consumidores, certo? E o consumidor sempre tem razão, tem que estar satisfeito, não é mesmo? Sendo assim, vamos ter que reclamar no PORCON por não termos um time competitivo?

De que adianta trazer um bom técnico, se lhe tiram as peças com as quais trabalhar? Burrada Master!

Lá no banco, quando o Santos já tinha feito o segundo gol, quando o jogo caminhava para os minutos finais, olhando o que não acontecia em campo, olhando para o ataque, zerado, porque o time não tinha armação, Gareca parecia desolado. Senti pena dele.

Devia estar pensando no trabalhão que vai ter, devia se lembrar que, dias antes, o time treinava tão bem, mostrava um futebol tão diferente nos jogos treinos e amistosos… e, até ele, devia estar com saudade do cara que treinou fazendo mágica contra o Red-Bull…

Agora, é nós aqui, e  ele lá… Parabéns aos envolvidos!

FORÇA, GARECA! O trabalho triplicou, mas vamos conseguir. Hoje, teremos Lúcio, e Henrique de volta, Mouche fará a sua estreia, e, hoje também, você vai conhecer a “famiglia”, no Pacaembu, e vai saber que ela entra em campo, sim, e que você pode contar ela, sempre!!

VAMOS GANHAR, PORCOOO!

Hoje tem Palmeiras x Avaí… Jogo que deveria ser favas contadas para o Palmeiras, mas, depois do que vimos no jogo passado…

O jogo passado… Tinha me decidido a não escrever sobre  Palmeiras x América-MG. Foi tão pouco o que vimos em campo, que seria até um desperdício de tempo e palavras. Mas, talvez, seja por isso mesmo, que eu tenha mudado de ideia… para desperdiçar as palavras que ficaram entaladas na minha garganta, as que quis usar e não pude…. e para falar sobre algo que me causou uma profunda impressão.

Quando chegamos em Itu, tinha carro que não acabava mais. Por mais próxima que a cidade seja de Sampa, não é tão simples para o torcedor se deslocar para acompanhar o Palmeiras lá. Você vai me dizer, mas é por culpa da sua própria torcida que o Palmeiras está tendo que mandar quatro jogos em Itu. Eu sei, mas isso não muda o fato de que não é fácil o torcedor ir até lá. E sei também que punição rigorosa é só para  o Palmeiras. Uma outra torcida jogou sinalizadores no campo, e o time dela pegou só uma partida de suspensão. E é a mesma torcida que, não faz muito tempo, matou um torcedor usando um…  sinalizador! Legal, né? Só que não… Não concordo com as besteiras que as torcidas fazem, mas ter um critério de julgamento para cada time, não dá. De uma “lisura” admirável esse pessoal do tribunal, não é mesmo?

Do jogo passado, nada de bom a comentar. Um dia lindo, um sol maravilhoso, mas, no campo… só as trevas do mau futebol praticado pelos dois times. Tomamos um gol besta, numa falha da zaga e do goleiro; erramos passes pra caramba; fizemos jogadas equivocadas inúmeras vezes; Kleina teve uma amnésia e pensou que ainda era técnico da Ponte (jogo sim, jogo não, ele tem esses surtos); Tiago Real não conseguia chamar para si a condução do jogo; Juninho fez uma partida muito ruim, Márcio Araújo também; Leandro, nosso melhor atacante, anda sendo desperdiçado pelo técnico, que insiste em dar umas “felipadas” de vez em quando, escalando e substituindo mal, utilizando jogadores fazendo outra função (até dou um descontinho pra ele, por causa do DM sempre cheio de gente, que é algo que a diretoria tem que investigar e resolver); teve o Maikon Leite que não se decide a sair da mesmice, teve o time todo abaixo do que se esperava dele… e teve o Caio, que perdeu três (eu disse três) gols feitos. Três chances… chances pelas quais, às vezes, um atacante passa 90 minutos esperando. Chances, que não podem ser desperdiçadas quando surgem. Chances, que nos teriam dado a vitória. Mas Caio teve  aproveitamento de 0% nessas oportunidades. Assim não dá, mesmo! Os jogadores até que se esforçaram, não concordo com os que falam que faltou empenho. Mas só empenho não basta. E, ora faltava talento, ora faltava neurônio ativo, faltava uma jogada diferente…

E a torcida perdia o rumo, perdia a vontade de cantar, perdia até a vontade de brigar… Eu não esperava ver um Palmeiras maravilhoso na série B,  mas é o fim da picada vê-lo ser derrotado pelo lanterna da segundona. Por mais problemas que nosso time possa ter, os outros times são piores. Não há desculpas para essa derrota.

Nossos jogadores precisam se conscientizar que o Palmeiras está na série B, mas não é time de série B. Basta que eles comparem os seus salários com os dos jogadores dos outros times; basta que comparem a qualidade do material esportivo que têm à disposição, comparem a estrutura que o Palmeiras lhes oferece com a dos seus atuais adversários… basta que tenham consciência da quantidade de torcedores palmeirenses espalhada pelo mundo… basta que pensem grande, como é grande a camisa que vestem. Basta que se recordem do quanto sonharam estar num clube como o Palmeiras. Pois agora, que façam valer o sonho que realizaram, e nos ajudem a realizarmos os nossos.

Um time do Palmeiras, seja ele qual for, tem sempre que entrar em campo (você também, viu Kleina?) ciente da sua superioridade. Respeitar o adversário é necessário, é próprio de quem é grande, mas “agredi-lo” em campo é fundamental, ousar é fundamental, e também é próprio de um time grande, e não esperar/permitir que eles venham nos “agredir”. Fizemos tanto isso nos dois anos passados que, agora, qualquer timeco, qualquer jogadorzinho, se acha no direito de nos desrespeitar, para ganhar seus quinze minutos de fama nos noticiários esportivos, antes de voltarem para o lodo do ostracismo onde encerrarão a carreira.

Por tudo isso, foi muito dolorosa aquela derrota…

Na saída, eu ainda comentei com um amigo, que aquela “procissão” me lembrava as saídas no Palestra… Mas foi então que algo, ao qual não estou acostumada, me chamou a atenção. Eu ‘ouvi’ o impressionante silêncio que fazia a torcida… Ele era tão grande, que seria impossível não ‘ouvi-lo’… Era tão assustador que parecia nos comprimir, nos guiar para os portões de saída. Estraçalhou meu coração perceber que todos nós sentíamos medo… Mesmo sem admitirmos, o medo passava em nossos corações. E o palmeirense, caminhando em sua via-crucis, se mantinha calado, ou então conversava bem baixinho, cabisbaixo, olhos sem vida, com sorrisos de plástico, sem graça… Quanto mais essa gente vai ter que sofrer?

Sei que o Palmeiras se encontra arrasado, após sucessivas e péssimas administrações. Entendo perfeitamente a postura da diretoria, que, em muitos aspectos, age certinho na tentativa de tapar os buracos e salvar o Palmeiras do colapso total.  Sempre soube que a Libertadores e o Paulistão, que jogamos neste ano, tinham que ter sido planejados em 2012 e não a partir de Janeiro de 2013. Sei que Tirone deixou “bombas-relógio” prontas para explodirem no colo de quem o sucedesse. Deu aumento, retroativo, para o artilheiro do time – que já não queria ficar de jeito nenhum para jogar a série B – e não pagou os seus salários; comprou Wesley – que seria o seu “cabo eleitoral” na tentativa reeleição – por uma fortuna, e não pagou; recebeu em adiantamento 75% das receitas de 2013, deixando o seu sucessor sem ter de onde tirar dinheiro a curto prazo; fez um empréstimo vultuoso às vésperas de deixar o clube; dispensou 22 jogadores do elenco e trouxe dois… e, o mais importante, entregou ao seu sucessor um time rebaixado, de elenco reduzidíssimo, com dívidas; um time que ele permitiu que fosse desrespeitado, que fosse prejudicado pelas arbitragens, de todas as maneiras que elas foram capazes de fazê-lo… um clube humilhado, de “carteira vazia” e prontinho para um vexame inimaginável em 2013. E há os que ainda digam que eles não foram tão ruins assim.

E é por isso que, embora eu não goste nada do que acontece agora, eu procure entender algumas coisas. Paulo Nobre vai consertando as coisas; vai fechando as “rachaduras” por onde escoavam milhões de reais pertencentes ao futebol. Mas… e sempre tem um mas… penso ele que vai ter que se desviar um bocadinho do seu planejamento.

E é com você que eu falo agora, Paulo Nobre. Sabe presidente, sei que você tá “cortando um riscado” como dizem por aí, sei que você tem trabalhado, incansavelmente, quase 3/4 das horas do seu dia, para acertar as coisas no Palmeiras; sei que você chegou ao poder com um planejamento meticulosamente preparado; sei que você encontrou as coisas bem piores do que as informações que lhe foram passadas lhe permitiram saber; sei que você é um homem de bem, um palestrino apaixonado e um dirigente dedicado; sei que você sabe que é preciso que algumas “medicações” sejam doloridas para nos curarmos de algumas coisas, e  sei que você vai ministrá-las… Sei de tudo isso e tamoxunto!

Mas eu sei também que não vai ser suficiente montarmos um time com perfil de série B,  para ganharmos o campeonato e voltarmos à primeira divisão – ainda que a gente saiba que na série B a pegada é outra. E depois? O que acontecerá no ano do nosso centenário? Vamos montar um outro time? Veja bem, se montarmos um time de série B, estaremos nivelados com os demais da Série B, e quem nos garante que, nivelados aos demais, a gente consiga mesmo subir? Perder do América-MG tem que nos servir de alerta.

Temos que montar um time de Série A, presidente! Para ser consequência faturarmos o campeonato da B. Para entrarmos de cabeça erguida em 2014! 2014 será o ano mais importante que viveremos como palestrinos. Nenhum de nós estará aqui no bicentenário… Já pensou nisso? Somos privilegiados por estarmos aqui nesse momento. 2014, tem que ser uma das mais belas páginas da nossa história, e seremos nós que vamos escrevê-la. E é você, presidente, quem nos dará o papel e as tintas…

Não quero mais sentir medo, presidente. Quero só o meu Palmeiras de volta e confio em você para fazer isso.

Que Deus o conduza e o ilumine.

REAGE, PALMEIRAS! VOCÊ É GIGANTE!

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“Como beber dessa bebida amarga, tragar a dor, engolir a labuta. Mesmo calada a boca resta o peito…” ♫♪

Não sei mais quanta capacidade para apanhar tem o nosso coração. Sim, porque, ultimamente, ele não bate, apanha. O que foi aquilo que aconteceu na partida diante do Mirassol? Nem nos meus mais aterrorizantes pesadelos teria lugar para um placar daquele… acho que nem nos melhores sonhos dos torcedores do Mirassol também…

Fizemos um gol contra aos 40 segundos de jogo, um zagueiro da Base foi queimado pro resto da vida, o time ficou completamente atordoado e tomou mais dois! 3 x 0 em 11 minutos!! Quem pode acreditar numa coisa dessa? Depois de mais 11 minutos de caos total, o Palmeiras começou a reagir, fez dois gols (aos 22′, com Caio, e aos 30′, com Ronny), perdeu outros, pareceu ter se tranquilizado, ter colocado a cabeça no lugar, deu pinta que ia virar o jogo (tava dominando as ações), encheu a gente de esperança, mas, numa cobrança de falta, acabou tomando o quarto. E foi a nocaute! E aí, vieram mais dois gols. Tomamos seis gols em quarenta e seis minutos! QUE VERGONHA! (Tá na hora do Kleina parar de pensar o Palmeiras como quem pensava a Ponte Preta).

Até o ‘desastre’, tínhamos perdido uma única partida no Paulista, e embora não tivéssemos uma ‘Brastemp’ entrando em campo, o time estava até mais satisfatório do que tínhamos imaginado que estaria, quando, em Dezembro de 2012, tentávamos adivinhar como seria 2013. Mesmo desfalcado, um time que jogou melhor que os rivais nos clássicos, não podia se entregar assim para o… Mirassol.

Coitado do Prass, que nunca deve ter tomado tantos gols assim antes. Coitada da torcida… Nossos jogadores, apáticos, pareciam 11 fantasmas em campo… E nós éramos os mortos-vivos. Uns, na arquibancada; outros, diante da TV. Mas todos, igualmente, feridos de morte, com o coração em pedaços. Desesperador! Não aguentamos mais, e não merecemos, vivenciar vexames assim.

Pior que não foi a primeira vez…

Pior, que isso ainda é efeito colateral da mentalidade atrasada que administrou o Palmeiras por tantos anos. Por isso, o Palmeiras foi rebaixado em 2002;  perdeu do Vitória por  7 x 2, em pleno Palestra Italia; perdeu de 6 x 0 pro Coritiba, e não foi para a final da Copa do Brasil; perdeu para o Corinthians, e não foi à final do Paulistão 2011; perdeu um campeonato para a Inter de Limeira em 86; o Palmeiras empatou em casa com Atlético Goianiense com dois jogadores a mais; perdeu do Goiás no Pacaembu, depois de estar vencendo por 1 x 0, e quando precisava só de um empate para se classificar pra final da Sulamericana; perdeu uma Mercosul para  Vasco, depois de estar vencendo por 3 x 0; perdeu um campeonato, em 2009,  depois de ter 11 pontos de vantagem sobre o segundo colocado; foi desclassificado na Copa do Brasil pelo Santo André; levou 6 x 1 do Figueirense; foi desclassificado pelo Ipatinga, pelo Asa de Arapiraca… o Palmeiras perdeu uma tonelada de jogos num mesmo campeonato brasileiro; foi desclassificado no Paulistão 2012 pelo Guarani; o Palmeiras quase foi rebaixado em 2011… o Palmeiras foi rebaixado, pela segunda vez, em 2012… Vira e mexe temos um desgosto para digerir.
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Foi antes de Paulo Nobre e Brunoro, tão acusados agora, que o Palmeiras passou a ser administrado como time pequeno e a ter alguns resultados de time pequeno…
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Sabíamos que 2013 seria pedreira. Começamos o ano com um time fraco, com um elenco totalmente esvaziado (Tirone e Frizzo se desfizeram de 22 jogadores – bons ou não, era o elenco que tínhamos), com as janelas para transferência de atletas já fechadas, sem dinheiro, com muitas dívidas, salários atrasados, sem poder contar com boa parte das receitas de 2013, recebidas em adiantamento em 2012 (e ainda assim, Tirone deixou um baita rombo nos cofres) e uma tonelada de problemas. Mas tem quem “esqueça” isso tudo e jogue contra o próprio clube.
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Eu nunca torci contra o Palmeiras; nem nos tempos da fila, nem nos tempos de Mustafá… em tempo algum, gostasse ou não de quem administrava o clube. E não o farei agora. Mas justo quando ele mais precisa de apoio, tem quem torça contra, e sem pudor algum! Alguns, pra fazer valer o que pensam do jogador “X”, do jogador “Y”, do técnico; outros, por ressentimento, para que os dirigentes, ou seus novos contratados, não sejam bem sucedidos. Isso, juro por Deus, dessa maneira carniceira, predatória, eu nunca tinha visto.
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Sabemos que essa fatura não está no nome de quem administra o clube agora (ainda não) afinal, são apenas dois meses no comando, mas a gente sabe também, que é dessa administração que se espera a “dívida quitada”. E aí é que a coisa fica confusa. A maioria quer a solução pra ontem! Afinal, são décadas de descaso, de amadorismo, do “se servir do Palmeiras”, da mentalidade atrasada. Estamos tão acostumados a isso, que muitos de nós não reage bem às coisas feitas com profissionalismo e continua se esgoelando para que se faça as coisas nos mesmos moldes das que nos levaram à essa situação tão incômoda.

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Foi um estrago imenso, e feito por um monte de gente. Cada qual com as suas culpas e desculpas. Mas não foi a administração atual que rebaixou o Palmeiras e deixou o clube quebrado, né? Vamos ter que permitir que esses novos dirigentes trabalhem, da maneira que planejaram trabalhar, para só então rotularmos essa gestão de boa ou ruim.

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E não vai ser fácil pra eles consertar tudo isso.  Não é possível que tem quem achasse que tudo ia se resolver apenas com a troca de dirigentes. Eu sabia, e imagino que você também, que ia ser uma barra duríssima, como está sendo, que levaria tempo, e demandaria muito trabalho, que passaríamos por muitos desgostos (mas tomar 6 do Mirassol é demais!) e que existiriam muitas pedras nesse nosso caminho. Mas, por mais difícil que seja, nós vamos conseguir chegar lá,  vamos dar a volta por cima!

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Por mais impaciência e desgosto tenhamos nós, por mais ressentimento tenham os que perderam a eleição (alguns estão completamente descontrolados), não é possível exigirmos que os que estão cuidando do Palmeiras, há apenas dois meses,  consigam fazer em menos de sessenta dias o que quatro outras administrações não fizeram em 20 anos.

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Mas nós somos torcedores, e vivemos em função da paixão pelo time, queremos gols, vitórias e títulos, é isso o que interessa, dirão alguns. Eu sei, e quero o mesmo, tanto quanto qualquer outro palestrino apaixonado. E eu sei também que tudo o que fazem de ruim ao Palmeiras, fazem a nós; tudo o que faz o seu futebol sumir em campo, todo o desgosto de ver jogadores inexpressivos vestindo a nossa camisa, de ver o nosso time jogando um futebol mixuruca, batendo cabeça diante de alguns fracos adversários e sendo goleado por times ridículos, se acumulam em nosso coração, nos tiram o sorriso dos lábios, nos tiram a fome, o sono, a paz de espírito…

E nesse depositar constante de tristezas e desgostos em nosso peito (não cabe mais), não importa quem fez o quê. A nossa cota de sofrimento é uma só, é muito grande, e aumenta a cada dia. Os buracos feitos em nosso coração não têm etiquetas com o nome dos “escultores”. “Essa parte é do Mustafá, essa é do Della Monica, essa outra é do Belluzzo, essa aqui é do Tirone, essa é do Paulo Nobre…” Não é assim que a coisa acontece. É um coração machucado, doendo,  e pronto. É uma ansiedade gigante e incontida, e pronto. Paulo Nobre não é culpado pelo que herdou, mas agora é responsável pelo que acontece, e vai ter que tirar um coelho da cartola. Vai ter que apagar esse incêndio, antes que não sobre nada.

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E eu espero, sim, que ele tire esse coelho da cartola, porque o acho inteligente, bem intencionado e capaz. No dia em que eu achar que ele não tá nem aí com o Palmeiras, que não está procurando fazer o melhor que pode, com sensatez, que não tem mais boas intenções, nesse dia ele terá em mim uma crítica ferrenha.

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Mas, até que isso aconteça, não vou pular do barco. Vou colar os pedaços do meu coração e continuar torcendo pela reconstrução do Palmeiras. Se apoiamos a candidatura de Paulo Nobre (a maioria de nós o fez), foi porque, de certa forma, nos jogamos nesse “mar escuro e revolto” com ele, pra ajudar a trazer o Palmeiras de volta. Então, vamos aguentar a água fria e o escuro, vamos usar a nossa força para vencer as ondas que querem nos derrubar, mas vamos nadar todos juntos. Não precisamos concordar uns com os outros. Só precisamos estar unidos, pelo Palmeiras.
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REAGE, VERDÃO, E BOA SORTE DIANTE DO LINENSE!
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TAMO JUNTO!! (Esse “tamo junto” é de verdade, não é argentino.)

Perdemos mais uma… e dessa vez, por milagre, não foi o árbitro quem fez o resultado. Tivemos chances de ganhar, fomos mais perigosos que o adversário, mas foi o Fluminense quem levou os três pontos pra casa. O torcedor diz que foi um resultado injusto… Podia até ser, não tivéssemos sidos nós a dar uma facilitada  na vida deles.

Não sei se é trauma daquele malfadado jogo de 2010, e todos os que vieram depois dele, mas o fato é que vejo Patrik no time e já sei que, muito dificilmente, a gente vai ganhar.

Ele pode ser uma pessoa bacana, ser um jogador obediente, bonzinho, sei lá por quais motivos ele é escalado, mas jogar mesmo, ele não joga nada! Raramente faz uma jogada legal para um companheiro, ou faz uma jogada em que ele próprio se destaque e vá pro gol. Apenas troca passes… E o Patrick Vieira nunca tem chance… e o Denoni, que já mostrou que é bom jogador, também é preterido…

O torcedor reclama dos jogadores que estão fora e não jogam, mas é muito pior o que está dentro de campo, em tantas oportunidades, e não joga p…. nenhuma!

Ainda assim, não era uma partida para o Palmeiras perder. No primeiro tempo, o jogo pareceu meio equilibrado e o Fluminense deu a impressão que ficou mais no ataque, mas quem levou mais perigo foi o Palmeiras. Não corremos tantos riscos com os “cariocaish”. Nossa defesa estava esperta e os atacantes do Fluminense nem tanto.

O Palmeiras não teve muitas oportunidades de gol, mas teve as mais perigosas. Uma vez com Barcos, de cabeça, que Cavalieri mandou pra escanteio; outra, num cruzamento de Fernandinho na área, depois de receber de Obina, que Cavalieri interceptou. Tava difícil vencer o goleiro do Flu…

Assunção não estava num dia bom e não acertava nem escanteio, por isso, sem o perigo das bolas paradas, tínhamos que esperar alguma jogada que Barcos e Obina pudessem tirar da cartola. Mas, pouco acionados, eles não apareciam no jogo como gostaríamos. Por mim, Mazinho bem que podia estar em campo com eles.

No finalzinho do primeiro tempo, Artur conseguiu vencer Cavalieri, quando recebeu pela direita e chutou forte, pena que a trave, maledeta, tenha ficado no caminho e, no rebote, a zaga adversária tenha aliviado. Durante o jogo, ainda meteríamos mais uma na trave. Que dureza!!

E nós, que já queríamos um ajuste no time, ainda no primeiro tempo (a impressão que eu tinha é que faltava só um pequeno ajuste), vimos o Palmeiras voltar para a segunda etapa sem nenhuma novidade. O Fluminense voltou com Diguinho no lugar de Wagner.

Quando parecia que o Fluminense tinha voltado mais esperto, e o Palmeiras parecia sem  muita objetividade,  Obina fez uma jogada linda pela direita, invadiu a área, mas a defesa tirou; na sobra, Barcos chutou forte, mas Cavalieri defendeu… UUUHHH!! Eu, que estava assistindo no PC, até pulei da cadeira e pensei, agora vai! No instante seguinte, Obina recebeu cruzamento e desviou de cabeça por cima do gol… Murtosa chamou Mazinho!! Agora sim, os coelhos de Barcos e Obina iam ser tirados da cartola!!

Mas aí, veio a ducha de água fria… Quando todos imaginamos que o inoperante Patrik fosse sair do time, PORQUE ERA ELE QUEM DEVERIA SAIR, Murtosa sacou Obina, vejam só!! – Murtosa substituía Felipão, que tinha pegado mais um jogo de suspensão do STJD;  o mesmo tribunal que DÁ PENA EDUCATIVA PARA QUEM AMEAÇA O JUIZ DE PORRADA, e dá dois jogos a um técnico que reclama por seu time ter sido roubado! Os assaltantes ficam impunes, e a vítima do assalto toma dois jogos. É o rabo abanando o cachorro!!  A BALANÇA DA JUSTIÇA, UTILIZADA PELO STJD, TEM VÁRIOS PRATOS! E CADA UM COM UM DISTINTIVO DE UM CLUBE.

Mas, em campo, o Fluminense começava a chegar… Bruno tirou uma de soco; outra, num desvio errado de Thiago Heleno, ele tirou no reflexo…

Dez minutos depois, Mazinho faz uma jogada linda e, na linha de fundo, meteu pra área; Fernandinho dominou e chutou, mas a zaga mandou pra escanteio. Logo depois, Assunção cobrou escanteio com perigo na primeira trave, mas Cavalieri salvou… O nosso ex-goleiro tava pegando tudo e salvando os cariocas!! Dois minutinhos depois, O Fluminense saiu errado, Fernandinho se aproveitou e chutou de fora da área, mas o goleiro fez a defesa…

Aos 29′, e só aos 29′, Patrik foi sacado do time, para a entrada de João Vítor. “6 por meia dúzia”. Mas a ‘meia dúzia’ conseguiu ser pior que o “6”… João Vítor não entrou bem na partida.

Embora não levasse tanto perigo nas investidas, o Flu tava sempre rondando a nossa área. Eu não tava gostando nadinha de perdermos as nossas chances e deixarmos o inimigo insistir. E já que a gente pediu… Aos 38′, o Fluminense marcou. Jean dominou a bola na entrada da área e bateu rasteiro no canto esquerdo, vencendo Bruno. Embora eu torcesse muito; embora eu achasse que o Palmeiras  não merecia a derrota; embora eu soubesse que em futebol, enquanto o juiz não apita o fim de jogo, tudo pode acontecer; eu sabia que quem merece mesmo é quem balança a rede do adversário, e eu já não acreditava que pudéssemos empatar.

Aos 41′, Murtosa/Felipão sacou Artur e colocou Betinho em campo.  Ganhamos ofensividade na frente – perdida, quando a dupla Barcos e Obina foi desfeita -, e perdemos na lateral.

O time tentou ir pro ataque, mas o Flu prendeu a bola e o jogo terminou 1 x 0.

Com chances de termos vencido ou, na pior das hipóteses, sairmos de lá com um 0 x 0, tivemos que engolir mais essa invertida, tivemos que iniciar a semana ainda nessa bendita zona de degola.

Não, meus amigos, eu não acho que o Palmeiras vai cair. Não tenho medo nenhum disso. Temos time e tempo para reagir. Já vimos em outros campeonatos, equipes passarem o primeiro turno lá embaixo e depois disputarem o título na segunda fase. Mas não gosto de ver o meu time perder. TEMOS QUE JOGAR PARA GANHAR DURANTE OS 90 MINUTOS DAS PARTIDAS! Algumas substituições, às vezes, fazem o Palmeiras dar uma encolhida, e isso é que não pode acontecer.

Mas quarta feira é outra história, é mais uma página do grande livro do campeonato brasileiro. E se não tiver nenhuma tramoia lá na CBF, a página virá em branco, para ser escrita pelas equipes (E NÃO PELO JUIZ) durante a partida.

Pois que venha o “Flameingo”! Tomara o Palmeiras seja escalado direitinho;  tomara as substituições não encolham o time; tomara o Mago possa voltar, Daniel Carvalho e Maikon Leite também; tomara Barcos e Obina balancem as redes adversárias…

Mas vamos tomar muito cuidado com a arbitragem! Perdemos para o Flu por nossos próprios ‘méritos’, mas, quando a gente começa a balançar as redes inimigas, as “forças ocultas” sempre aparecem. PORTANTO, OLHOS BEM ABERTOS, PARMERADA!

FORZA, VERDÃO! TÁ NA HORA DE REAGIR !! PRA CIMA DA URUBUZADA!!



Eu já me cansei de dizer aqui que os nossos maiores problemas não estão dentro de campo. Eles são administrativos e fruto da inoperância de dirigentes que não estiveram e não estão nem aí com o Palmeiras. Mas, ainda que quisessem, nossos dirigentes não podem, diretamente, fazer o time ganhar ou perder. Tem mais gente ajudando a coisa a desandar de vez, e é preciso que se fale a respeito. Diante do Coritiba, foi para matar a gente de vergonha e medo! Levei uns dias para assimilar e poder escrever.

Jogo na Arena Barueri, contra o Coritiba. Finalmente, Felipão iria colocar em campo os jogadores que fez tanta questão de ter no elenco para a temporada de 2011. Jogando com aqueles que privilegiou durante o ano todo, jogando com os bem comportados (nem todos que jogaram são comportados como pensa o torcedor), parecia que seria mais fácil conquistarmos a tão sonhada vitória, que nos deixaria dormir mais tranquilos pelo resto do ano. Afinal, o técnico é ótimo, alguns jogadores é que o estavam atrapalhando…

E lá fomos nós… com Luan, que Felipão, ameaçando até deixar o clube, fez o Palmeiras comprar – pena que compraram a versão sem cérebro; Tinga, que não joga nada, mas nunca foi escalado na posição que o fez ser revelação na Ponte Preta; Rivaldo, que Felipão faz questão de dizer que é ótimo jogador – só se for para os adversários, e que também joga fora de sua posição; Ricardo Bueno, motivo de birra do nosso técnico com a diretoria; Chico, que foi menos ruim que os demais, mas não é melhor que Pierre, DISPENSADO POR FELIPÃO, NEM AQUI E NEM NA CHINA (quem obrigou a diretoria a comprar Luan poderia ter ficado com Pierre se quisesse, mas não quis); João Vítor, Gerley (que estava à sua disposição)… E Maikon Leite no banco (POR QUÊ?), Carmona nem relacionado para a partida (POR QUÊ X 2)… Assim não dá, né Felipão? 42 pontos disputados, o time ganhou só 9, e você não muda nada, nunca? Não dá para por todas as culpas no episódio da “transferência” do Kleber. Não dá para você tirar o seu da reta. Olha só a tabela do segundo turno:

O Coritiba, de técnico e jogadores comuns (tinha até o Jeci, lembra dele?), estava bem mais arrumado em campo que o Palmeiras. Quando um jogador deles descia pelo meio, até eu que não entendo nada de esquemas e táticas, já percebia o desenho do ataque se formando. Todo mundo sabendo como fazer. E o Palmeiras? Parecia um catado! Não temos padrão de jogo, não temos jogadas ensaiadas… a não ser a bola parada de Assunção, que só dá certo em anos bissextos e quando há a passagem do cometa Halley por aqui. MAIS NADA! Cadê o Felipão? Vou reclamar no PORCON! Até agora, ele nada fez para melhorar esse time. Nem mesmo foi alguma vez olhar a molecada lá na Base. Não merece mais essa blindagem toda que lhe damos, há quase um ano e meio. Sua teimosia, que antes nos parecia interessante, peculiar, agora virou burrice extrema. Ele castiga o Palmeiras e a torcida… POR BIRRA? Qual a vantagem de atitudes assim?

Aos jogadores não falta vontade.  Mas falta “T” de jogar. Nós os vimos correndo em campo, tentando fazer faltas (nem isso fizemos mais que o Coritiba), tentando achar um caminho. MAS ELES NÃO SABEM COMO FAZÊ-LO! A falta de qualidade da maioria (e eles não são culpados por não terem qualidade), aliada à falta de um esquema que lhes dê confiança, à falta de confiança no esquema utilizado, são as maiores responsáveis, DEPOIS DESSA DIRETORIA ESCROTA, INOPERANTE, – QUE SÓ PENSA EM CONTAS NO AZUL E TIME NO CHÃO, pelos vexames seguidos que temos passado. É uma bola de neve, que vai crescendo no decorrer da partida. Se a gente, que acredita até em Papai Noel e mula sem cabeça, já percebe depois de alguns minutos de jogo, que a coisa não vai, imaginem quem está dentro de campo?

Foi uma das partidas mais lamentáveis à que eu assisti. No começo do primeiro tempo deu até a impressão que o Palmeiras poderia conseguir algo. Mas, desorganizado, dando chutões (qual a vantagem de se jogar assim?), sem criar nada, a única coisa que conseguiu mesmo foi tomar um gol do Coritiba. Aos 23′, Everton Costa desceu pela direita, Henrique falhou na marcação, o jogador invadiu a área, passou por Deola (que não parou a bola e nem o atacante), e tocou para Davi estufar as redes. Ao Palmeiras sobrou apenas a correria, sem propósito, fruto do desespero de não se sentir em condições de reverter o placar.

Na segunda etapa, Rivaldo deu lugar à Maikon Leite. O Palmeiras parecia determinado a buscar o empate. O Coritiba ficava todinho em seu campo de defesa e a gente até se animou lá na bancada. Bobagem… O coração que não bate mais, só apanha, de olhos arregalados via as finalizações horrendas destruírem qualquer possibilidade de gol.  Via o delírio insano de jogador bater no peito pelo gol perdido, como se tivesse feito gol de placa…

Eu não conseguia sentir toda a dor daquele espetáculo de horrores. Não… Meu coração era uma placa de gelo. Mas, aos 11′, a placa de gelo trincou e começou a sangrar. O Coritiba, que estava todo atrás, desceu num contra ataque e, com três toques, a bola chegou para Leonardo fuzilar Deola. O sangue foi derretendo a superfície gelada do meu coração e a dor  apareceu… Do técnico aos 11 em campo, a impressão que eu tinha era a de que aquelas pessoas estranhas roubaram as camisas do Palmeiras e as vestiram para entrar em campo no lugar do meu time… Aquilo não era e não podia ser o Palmeiras! ISTO, QUE TEMOS VISTO EM CAMPO, NÃO É O PALMEIRAS!

Felipão colocou Fernandão no lugar de Tinga, mas nada mudou. Perdemos dois gols feitos. Um com Ricardo Bueno (será que obedecia ao empresário?) e outro com Fernandão. Eles devem ter faltado ao treino específico para atacantes que Felipão tinha dado durante a semana. O coração sangrava e doía cada vez mais…  E, com o time precisando desesperadamente marcar gols, Felipão tirou Ricardo Bueno e colocou… Márcio Araújo!  Tirar um atacante, por pior que ele seja, e colocar um volante é pedir para perder mesmo, né? E foi o que aconteceu! O jogo acabou, os seres estranhos que se faziam passar pelo Palmeiras foram embora…

A torcida vaiou, xingou e saiu… Caminhava apática pelas ruas, sem protestos, sem revolta, sem choro, sem graça… Parecendo alheia à dor que rasgava o seu peito, conversava e discutia normalmente os erros do Palmeiras, os erros de Felipão e de todos os demais envolvidos, como se eles não fossem do nosso time, como se eles não estivessem nos levando à Segundona, como se milhares de lágrimas não estivessem querendo brotar de todos os olhos, como se não doesse muito a cada vez que respirássemos, como se eles não fossem os responsáveis pelo medo gelado, viscoso, definitivamente misturado ao nosso sangue…

Os 7 pontos que nos separam da zona de degola, e a desilusão de mal poder acreditar numa reação, pesavam sobre as nossas costas, fazendo com que caminhássemos devagar. Longe do título, e das classificações que o campeonato possibilita, longe das alegrias e comemorações do final de temporada, nossos desejos de torcedor se reduzem a um só: uma mísera vitória para não cair. Com um desempenho horrível neste segundo turno, obter uma única vitória já está quase na cota dos milagres… Já vimos esse filme. É difícil (pelos adversários que temos à frente), mas ainda não é impossível.

1999 já passou (não volta mais), e 2012 tá logo ali… Será que o nosso coração aguenta?

“Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo.” –   Caio Fernando Abreu

 

Saí do Palestra num desânimo total.  Nem muito brava com o time, eu consegui ficar. Durante a volta, uma sensação tão estranha me acompanhava…  Qual um caramujo, que  carrega a casa nas costas, a minha “casa” estava pesada demais.  Meus olhos ardiam, raspavam,  como se eu estivesse morrendo de sono; e não estava.   Cansada de todos os “quases” do Palmeiras e de outros tantos, da vida, me fechei na minha “concha” e a única vontade era a de nunca mais falar com ninguém.  Acho que a derrota para a Ponte Preta, em casa, coincidiu com aquele dia crucial da TPM. Ia ser difícil chegar em casa…

Queria não pensar, mas era impossível… Pediram a presença da torcida e ela estava lá! No começo da partida, quanta esperança, o Palmeiras parecia que ia ganhar de ’20 x o’. Mas, mesmo tendo o jogo nas mãos,  nosso time não soube decidir  em nenhuma, das muitas, oportunidades surgidas. A Ponte, inofensiva, a não ser quando, por vacilos nossos, ganhava algumas chances, decidiu e matou a partida, em duas, das três boas oportunidades que teve.

Não consigo entender como os nossos jogadores se recusam a brilhar.  Estão na maioria da vezes, dando muito menos do que podem. Alguns, com mais futebol para mostrar, dificilmente ultrapassam a linha que põe de lados opostos protagonistas e coadjuvantes. Em algumas ocasiões se comportam como meros figurantes.  De nada adianta fazer dois clássicos com brilhantes atuações e tropeçar em todos os pequenos que encontrar pela frente.Todos sabemos que  a Ponte Preta nunca ganhou nada, e  é por isso mesmo que não dá para aceitar numa boa essa derrota.

No primeiro tempo mandamos na partida, mas o gol nada de sair.  Já era sinal que algo precisava ser mudado.   Fazíamos tudo certinho até chegar lá na frente  e então a bola parecia queimar os pés dos nossos atletas. Ewerthon, estava sempre de costas e, ao receber não conseguia girar; então passava… Diego recebia e também passava… Robert e Cleiton, idem. Quando chutávamos, a ansiedade, ou o goleiro da Ponte, atrapalhavam a finalização. Nosso mais ofensivo atacante parecia ser o zagueiro Danilo, sempre aparecendo com perigo diante do goleiro da Macaca.

Mas parece que o Palmeiras traz um peso a mais, sei lá… Esses anos sem títulos, essa cobrança toda, essa pressão. Parece que a camisa quando é dada a um novo jogador, já vem “imantada” com essa “nhaca” de não se tocar que É O PALMEIRAS, PORRA! De não entender que o time pequeno vem, sim, com medo ao Palestra, e nós é que os permitimos ficar mais ousados.  O torcedor que não é bobo já adivinhava o que estava por vir e, antes dos quinze do segundo tempo, pedia Lincoln, que nem relacionado fora. Alguns, na verdade,  não sabiam que ele não estava no banco, outros, gritavam seu nome como uma forma de protesto por ele não ter sido relacionado. O torcedor já percebeu que Lincoln pensa e joga ao mesmo tempo, coisa que outros acham difícil fazer.  QUE FALTA FAZ UM CAMISA DEZ…

Zago continuou sem perceber que a Ponte tava chegando e cometeu o mesmo erro que Muricy tantas vezes cometera; ficou esperando que o time (que dava mostras de não funcionar) resolvesse. Mais da metade da segunda etapa se passara e nenhuma mudança tinha sido feita. Aos 32′, a Ponte fez o seu seu gol. Custei a acreditar! Só então nosso técnico resolveu substituir. Edinho deu lugar a Lenny. Só que esse Palmeiras atual se desequilibra absurdamente quando é ele quem toma o primeiro gol na partida. E não foi diferente dessa vez…  Nós, na bancada, já sentíamos que o Palmeiras não reagiria. Aos 38′,  o veterano(!!) Finazzi marcou o segundo.  Estranho que Finazzi estivesse sem um zagueiro em sua marcação, e somente Armero estivesse na área dando combate…

O que já era insuficiente, ficou ainda pior… Nossos jogadores, tão melhores que os da Ponte, faziam questão de parecerem piores. Que desequilíbrio é esse?? A Macaca,  com o time todo atrás, só se aventurava em contra-ataques. E foi num deles que Danilo cometeu penalti em Marcos Rocha. O Santo defendeu!!! A torcida, triste, machucada, por mais um campeonato a esquecer, comemorou muito. A defesa de Marcos (que agarrou a bola!) foi o único bálsamo para as dores que aquela noite nos trazia… Para mais um “quase” que teríamos que digerir…  O maior prejuízo é o de nos acostumarmos (torcida, jogadores, diretoria) a  isso, de aceitarmos todas as desculpas, de fabricarmos outras tantas…

Quando desci na estação próxima a minha casa, a chuva caía… Todo mundo se protegia e a rua estava deserta.  Saí caminhando, lentamente, para ser engolida pela escuridão e pela água que caía do céu…  Hoje, está escuro e chove no meu mundo, mas eu sempre vou esperar pelo sol…

REAGE, PALMEIRAS!!!