Depois da bela partida diante do Vitória (acabei nem falando dela aqui), do futebol bonito, dos belos gols, do jogo sem sustos, sem atropelos, sem gol tomado, sem “fio desencapado”, com passe “de costas”… depois de uma noite de alegria, estávamos todos confiantes para a partida seguinte diante do Figueirense.
Mas, abriram a Caixa de Pandora e todos os “monstros” escaparam…
Dorival mandou a campo Deola, João Pedro, Gabriel Dias, Nathan, Victor Luis, Renato, Marcelo Oliveira, Diogo, Valdivia, Cristaldo e Henrique. Henrique, seria o centroavante isolado à frente, para ser municiado por Diogo, Valdivia e Cristaldo, armados no meio de campo; o já conhecido 4-2-3-1. Na zaga, talento e vontade da garotada, mas também muita inexperiência. Com 21 anos e 20 partidas no profissional, Victor Luis era o atleta mais experiente da defesa do Palmeiras.
Chovia bastante…
O “serviço de primeira” lá do SporTV, ao mostrar a escalação do Palmeiras, usou a foto de Everaldo(FIG) como se ele fosse Cristaldo. Olha o nível…
No primeiro minuto de jogo, Valdivia levou uma cotovelada e o árbitro nada marcou. Na TV, mesmo vendo o replay com a cotovelada dada com vontade, Milton Leite diria:“até sobrou um braço na cara dele, mas aparentemente o jogador não teve a intenção”. Dobrou bem o braço e meteu o cotovelo… e foi sem intenção? Se fosse o contrário, teria intenção, mereceria expulsão, né Milton “só podia ser gambá” Leite?
Dois minutinhos depois, Henrique tocou lindamente para Diogo arriscar da entrada da área, mas o goleiro mandou pra escanteio. Um início de jogo muito auspicioso para nós…
Valdivia era caçado em campo – até os 20 minutos aproximadamente, sofreria três faltas duras (fora as outras, menos desleais), uma delas, a cotovelada do primeiro minuto, e nenhum adversário levaria sequer amarelo. Os idiotizados narrador e comentaristas da transmissão achavam tudo normal e “segue o jogo”.
O jogo era de muitas faltas (o Palmeiras apanhava muito mais do que batia), o gramado pesado… e, por isso mesmo, os erros de passe apareciam e a criação das jogadas ficava comprometida.
Mas o Palmeiras ia pra frente, tentando buscar o gol. As melhores jogadas de ataque saíam dos pés do Mago, Cristaldo e Diogo, sempre buscando Henrique, o “1” do 4-2-3-1 de Dorival Júnior. Lá atrás, quando o Figueirense aparecia, encontrava uma defesa segura. Nathan jogava certinho, com confiança…
Falta em Cristaldo, falta em Henrique… e nada do juiz marcar… Valdivia sofreu uma falta desleal, na cara do juiz, mas sabe quem levou amarelo? Marcelo Oliveira, que, na sequência, parou o jogador do Figueirense com falta. A cartão para o catarinense, o juiz, que deu vantagem para o Palmeiras no lance, preferiu deixar no bolso (mas não teve como “esquecer” de amarelar Paulo Roberto, no minuto seguinte, por uma falta dura em Victor Luís). O Figueirense fazia muitas faltas.
E haja saco para aguentar as piadinhas dos “humoristas” da transmissão, e a sua ignorância futebolística – não é porque o juiz deu vantagem, que ele tem que deixar de dar cartão para quem faz uma falta dura, né seus manés? E pensar que a gente tem que pagar para poder assistir ao SporTV…
Valdivia cobrou falta e mandou a bola na área, a zaga tirou e a sobra ficou com Cristaldo, ele cruzou, o zagueiro furou, e Henrique chutou pro gol, mas o chute foi fraco, e ficou fácil a defesa do goleiro. Com a bola molhada podia até ter dado certo…
O Figueirense fez uma tentativa, Nathan estava esperto e tirou a bola da nossa área. Verdão foi pro ataque, Valdivia deu um belo passe pra Cristaldo (eles começam a se entrosar), mas ele chutou na rede pelo lado de fora… Furada de Thiago Heleno, João Pedro pega a sobra e toca pro Mago, ele tenta surpreender o goleiro com chute colocado, mas a bola sai à direita… Valdivia lança Henrique, que vai até a linha de fundo, tenta bater pra trás, mas é interceptado… O Palmeiras, marcando bem e se insinuando no jogo… mas precisava achar o “último atalho”…
E não é que o Cris achou? Diogo fez uma ótima jogada pela esquerda, cruzou pra trás procurando Henrique, que deixou a bola passar para Cristaldo; CR9 girou e chutou forte, bonito, e ela foi morrer no canto direito do goleiro. CRISTALDO, SEU LINDOOO!
O Palmeiras, que cadenciava mais o jogo depois do gol, tentou engatar mais uns ataques, mas sem muito perigo. E antes que o juiz apitasse o final do primeiro tempo, Renato, dando lugar a Bruninho, saiu lesionado e chorando… e nós, tão felizes estávamos, tão desavisados, nem percebemos que abriam a caixa dos nossos pesadelos…
Nos primeiros minutos da segunda etapa, depois de tentativa de Henrique, Bruninho tentou de longe, mas a bola foi pra fora… no minuto seguinte, em contra-ataque do Verdão, Valdivia dá um passe lindo pra Cristaldo, colocando-o na cara do gol, mas o Cris chutou em cima do goleiro…
O Palmeiras ia pra cima, trocando passes Diogo lançou Cristaldo, que tocou para Marcelo Oliveira, que chegava pelo meio; mas a defesa do Figueirense afastou…
Mesmo tendo errado muito mais passes, o Palmeiras tinha finalizado mais e tinha desarmado muito mais também (28 x 7), o que explicava a sua superioridade em campo, mas o Figueirense, a pedido de Argel, jogava mais adiantado.
No campo pesado, alguns jogadores do Palmeiras pareciam extenuados – Diogo era um deles -, e Dorival demorou a se dar conta disso. Os atacantes, improvisados como meias, já não conseguiam render muito. Dorival demorava pra substituir… os “monstros” saíam da caixa…
Aos 22′, troca de passes entre Valdivia, Cristaldo, Marcelo Oliveira, e a bola voltou para Valdivia, de frente para o goleiro. Ele tentou abrir para Henrique que entrava pela direita, mas o zagueiro ficou com a bola, matando a nossa oportunidade. A gente quase gritando gol… putz… não pode!!!
Não se pode perder uma chance de gol, de jeito nenhum! Valdivia deveria ter tentado fazer o gol (se ia fazer eram outros quinhentos). Viu a brecha tem que bater, não podemos desperdiçar nada, ainda mais nessa situação. A opção foi um erro, mas não foi um crime. Não dá para culpar Valdivia, com exclusividade, pelo resultado final (outros gols foram perdidos por outros jogadores na mesma partida, outros erros foram cometidos). Tem vários culpados nessa história. Valdivia é um deles, sim, não é o único. Tentou enganar o goleiro, o goleiro não entrou na dele, saiu bem, fechando em cima dele, e então escolheu passar para Henrique.
Essa jogada é típica do Mago e a aconhecemos muito bem. Vimos ele fazer o mesmo em tantas outras oportunidades – na Copa do Brasil 2012, por exemplo, com o gol escancarado à sua frente, deu de bandeja para Luan marcar… e, na ocasião, todo mundo o elogiou pela jogada e pelo altruísmo. Talvez o altruísmo desse domingo pudesse esperar outra hora, outro jogo, outro campeonato. Eu também preferiria que ele tivesse tentado marcar, mesmo porque o considero mais competente pra isso. No entanto, se Henrique tivesse acompanhado a jogada, como fez o zagueiro adversário, poderia ter feito o gol, e sem goleiro, e nenhum de nós estaria reclamando agora, pelo contrário.
Nossas chances de vitória poderiam ser maiores, caso tivéssemos feito esse gol? SIM! Mas o grande erro do Mago, não justificaria todos os outros que veríamos mais à frente… Não é porque ele perdeu um gol praticamente feito que nossa zaga e goleiro poderiam entregar três.
O jogo seguiu…
Valdivia sofreu falta dura, que ele mesmo cobrou com perigo, fazendo o goleiro colocar pra escanteio. Dois minutos depois, Valdivia recebeu na esquerda e tocou atrás para Nathan, ele limpou a jogada, mas o chute saiu fraco, pra fácil defesa do goleiro catarinense. Argel ia trocando os atacantes.
As coisas pareciam sob controle… E nós nem sonhávamos com o que viria… os “monstros” se libertariam todos então…
Aos 31′, o Figueirense foi pro ataque, a bola foi cruzada na área, o atacante subiu sozinho (a zaga não saiu do chão) e cabeceou lá da marca de pênalti, Deola ficou só olhando a bola entrar no gol, nem pulou na tentativa de defender. Achei que ele poderia ter evitado o gol.
Os fios desencapados, que tanto temos visto entrar em curto a cada vez que tomamos um gol, se encostaram uns nos outros… Dorival sacou Cristaldo e colocou Allione.
Um minuto depois, ainda tentávamos entender o que tinha acontecido para tomarmos aquele gol besta, quando mais uma bola foi levantada na nossa área, e mais um gol do adversário aconteceu. Victor Luís levou uma senhora bola nas costas, e o atacante saiu na cara do Deola, sozinho (!?!?) sem marcação alguma… Deus do céu!
Três minutos depois, em mais uma cochilada monstra da nossa defesa, e do nosso goleiro, que foi muito mal no lance (11 gols tomados, é isso mesmo, Deola?), tomávamos o terceiro gol. Três palmeirenses na área, mais o goleiro, e um adversário, sozinho, fez a festa…
Tomamos 3 gols em 4 minutos… como pode uma coisa dessa? (os levianos e tendenciosos espantalhos da transmissão quase morriam de felicidade)
Se já estava péssimo… o juiz ajudou a ficar pior… aos 38′, Henrique sofreu pênalti de Thiago Heleno, mas o árbitro marcou fora da área – em cima linha é dentro, juizão.
Já no finalzinho, o sinal claro que o emocional do time está em frangalhos (imagina o nosso?), Nathan seria expulso por pisar no adversário.
E o juiz decretou o fim do jogo, o fim do sossego que teríamos por alguns dias, o fim do nosso final de semana…
Os “monstros”, fora da caixa, tripudiavam das nossas esperanças… e um frio danado se apoderava da gente…
Duro de entender, duro de engolir, duro de aceitar (cadê os planos B.C,D… X,Y,Z, diretoria? Que centenário, hein?)
Mas não temos escolha, é lutar ou lutar. É ficar com o Palmeiras, ou abandoná-lo.
E EU ESCOLHO VOCÊ, PALMEIRAS!
E vamos à luta! A próxima batalha vem aí!