Não é de hoje que uma grande parte da imprensa esportiva faz análises sobre jogos, lances, contratações, fala sobre dirigentes e jogadores (até sobre torcidas)… se utilizando de “dois pesos e duas medidas”. A coisa vai ser “vendida” como negativa, ou positiva, dependendo do clube, dependendo da camisa que o sujeito vestir/representar… e de acordo com o clube de coração de alguns jornalistas.
A má vontade com o Palmeiras é enorme. Os prejuízos que ele sofre no apito são sempre polêmicos, discutíveis, interpretativos, “o árbitro não tinha como ver”… as imagens dos lances desses prejuízos somem dos vídeos de melhores momentos, dos programas esportivos; nas transmissões, os comentários sobre eles são omitidos… as faltas mais duras, cometidas pelos palmeirenses, são verdadeiros “crimes”; as que são cometidas por seus adversários, mesmo quando igualmente duras, são sempre ‘polêmicas’, ‘não foram com força desproporcional’, “é do jogo”, “tá valendo vaga”… (como se isso estivesse nos livros de regras)…
E não é só isso. A cada ano, a cada campeonato, a imprensa acha um vilão a ser combatido no Palmeiras (é sempre um bom jogador). Os nomes mudam, mas a estratégia não… Nem Dudu escapou. A imprensinha, em várias oportunidades, fez o que pôde para que a torcida ficasse contra ele… “mimadinho”, “nervosinho”, “quer sair do clube”, “ta com invejinha do X, do Y”, “não se dá bem com Felipão”… (ainda bem que não deu certo, e só alguns bobocas embarcaram. A parmerada é fechada com Duduzinho e não abre).
A bola da vez – desde que ele optou pelo Palmeiras para voltar ao Brasil – é Felipe Melo. E em relação a ele, se observarmos atentamente, veremos que a coisa é bastante ampliada. Eu diria que chega a ser vergonhosa… para a imprensinha.
Lembra quando Felipe Melo jogou a sua munhequeira na direção do Clayson, depois de um derby, e quando já estavam no túnel? A princípio, a impressão que se tinha do acontecido era a de que eles teriam discutido e que Felipe Melo jogara a munhequeira em sua direção. A imprensa fez um escarcéu por causa da munhequeira – “de adamantium” -, até aparecerem imagens que mostravam que, antes, da munhequeira ser atirada, o jogador corintiano tinha cuspido na direção de Felipe Melo. Então, a imprensinha arrefeceu seus ânimos e o assunto morreu… e ela fez o mesmo quando Henrique cuspiu em Borja, quando o mesmo Henrique chutou Borja, quando Gabriel deu uma cotovelada em Moisés, quando ele pegou Antonio Carlos pelo pescoço… a press ignorou totalmente esses lances, não pediu punição, nada… Mas espinafrou Deyverson por ter cuspido em um adversário lava jato… Espinafra Felipe Melo por qualquer coisa. Dois pesos e duas medidas, sempre.
Não me importo que os jogadores do meu time sejam punidos, dentro das regras, quando fazem por merecer, isso faz parte… mas me importo muito que eles sejam punidos e os jogadores de outros times não recebam punição alguma, crítica alguma, mesmo quando cometem infrações dignas de cartões vermelhos, dignas de uma punição extra no tribunal. Da mesma maneira que me importo em ver a imprensinha querer acabar com a reputação de um, enquanto passa pano pra outro. Isso não é jogo limpo, não é jornalismo esportivo limpo.
Pra você ter uma ideia, quando Felipe Melo ainda era jogador da Internazionale de Milão, ele estava sendo cogitado no Flamengo, e as notícias eram muitas por aqui. Preste atenção em algumas dessas notícias, nos títulos que elas apresentam e, principalmente, nas imagens que contêm…
“Felipe Melo mostrou com orgulho o tijolinho com seu nome que foi para o Ninho do Urubu”… Que coisa meiga, não? “Libertadores é prioridade no clube. Felipe Melo, jogador da Inter de Milão, é o primeiro reforço”… Não tem um adjetivo ou imagem sequer que mostre o jogador de maneira negativa, pelo contrário, ele é o cara bacana, com orgulho do tijolinho com seu nome, é a contratação para se priorizar uma Libertadores…
E, então, o Palmeiras apareceu na parada… Num piscar de olhos, as imagens das notícias sobre a provável vinda dele para o Palmeiras – e depois da negociação acertada também – passaram a ser negativas, eram imagens de um jogador cometendo faltas, dando botinada, levando cartão vermelho, com taco de sinuca na mão (tudo a ver com uma notícia sobre a contratação de um jogador de futebol, né rgt?), com garrafas de bebida aparecendo nas imagens… “era uma contratação perigosa”… Aí, ninguém esquecia de frisar que ele foi o volante da seleção em 2010 (nas entrelinhas, a falta desleal que, na ocasião, ele fizera num adversário. Muitas notícias, então, o culpavam pela desclassificação do Brasil – os gols que o goleiro tomou, todo mundo esqueceu)… Comentaristas da ESPN detonam a ideia de Felipe Melo no Palmeiras: “perigoso”… “Coleciones de patadas de Felipe Melo”… “Felipe Melo, reforço do Palmeiras, queria o Flamengo, mas não recebeu proposta” (ainda bem que, antes, já era dado como reforço do clube carioca, né?)…
Felipe Melo assinou com o Palmeiras, e os adjetivos “violento”, desleal”, os comentários sobre cartões vermelhos, amarelos, sobre a expulsão na Copa de 2010… não saíram mais das notícias sobre ele. Você, leitor, já se cansou de lê-los e ouvi-los por aí, não é? Os mesmos jornalistas, que alegam que um certo lateral, de tantas agressões, de jogadas desleais – e de muita conivência das arbitragens -, é um bom moço, “marcado por uma única entrada violenta” (que deixou um atleta sem jogar por um ano, sem que o árbitro tivesse sequer assinalado a falta), os mesmos jornalistas, que ‘não lembram’ das agressões e faltas desleais que ele comete, que não as citam quando noticiam a sua convocação (esquecem até o passeio de Hazard na última Copa), que não criticam a convocação de um jogador violento, que não o adjetivam assim, estão sempre procurando qualquer coisa que sirva para desvalorizar, adjetivar e atacar Felipe Melo, principalmente, depois de jogos em que ele atuou muito bem.
E não foi diferente na última terça, na bela goleada do Palmeiras, por 5 x 0, sobre o Novorizontino, que classificou o Verdão para a semifinal do campeonato paulista. O Pitbull jogou muita bola, abriu o placar com um gol lindo, mas, na transmissão, e depois do jogo também, os “torcedores rivais profissionais de imprensa” – o narrador, inclusive – ao invés de falar da boa partida que ele fizera, insistiam em dar relevo para uma situação ocorrida entre Felipe Melo e um jogador adversário, que os “jornaleiros” classificaram como agressão, e que o árbitro e o VAR classificaram como normal – da cotovelada que Dudu levou… os “bird boxes” do jornalismo esportivo nada tinham a dizer.
É um trabalho incessante, e desleal, por parte da imprensinha, para conturbar o ambiente de um clube, para jogar torcedores contra um jogador do seu próprio time, para punir (é o que parece) o jogador que cometeu o crime de preferir o Palmeiras ao clube queridinho de uma certa emissora e de vários jornalistas (jamais ele seria atacado ou perseguido dessa maneira se tivesse escolhido o outro clube)… jogador que fala o que pensa… que vota em quem bem entende…
Mas ele é “violento”, gritam aqueles que se calam para as violentas “proezas” de vários jogadores que atuam nos gramados tupiniquins, e que não recebem adjetivo/rótulo algum; é “desleal”, escrevem aqueles que não utilizaram uma tecla sequer de seus notebooks para condenar os autores de muitas faltas escabrosas que vimos acontecer por aí, que não abrem a boca, não “gastam a caneta” para fazer qualquer comentário depreciativo sobre um certo lateral cuja deslealdade é hors concours por aqui, jogador que sempre fica impune, até mesmo na hora das críticas.
Dê um Google e veja em quantas matérias, vídeos, você encontrará jornalistas massacrando esses jogadores todos pelas entradas desleais, violentas, pelas agressões que, no caso de alguns, foram repetidas várias vezes, em partidas diferentes, de maneiras diferentes, e com vítimas diferentes também… Veja quantos deles são rotulados como violentos, desleais, quantos “não servem para ser contratados”… Observe quantos deles, semanas, meses, anos depois de uma falta feia cometida, continuam recebendo marcação cerrada da imprensinha a cada vez que cometem uma nova falta, seja ela desleal ou não.
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E a maioria dessas faltas não foram sequer assinaladas… os infratores, nenhuma punição receberam… Mas como a coisa é seletiva, como o jornalismo é feito com ‘dois pesos e duas medidas’, dependendo da camisa que o sujeito vista, dependendo da ocasião, se ele for desleal, violento, ele poderá estar apenas mostrando como se deve jogar uma determinada competição, não é mesmo? 😉
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