Amigo leitor, não tenho escrito no blog nesses últimos dias porque meu notebook foi para o conserto, com todos os meus arquivos, e acabei nem escrevendo sobre a partidaça do Palmeiras – fora o baile – diante do São Paulo, partidaça de Dudu, Victor Luís, Felipe Melo, Marcos Rocha, Borja, e não falei também sobre os absurdos “erros” de arbitragem que impediram o Palmeiras de golear, ao ter um gol legítimo de Borja anulado, dois pênaltis em Dudu não assinalados, sem contar a pancadaria leonor que o juiz tanto ‘esqueceu’ de amarelar… Mas ainda vou escrever sobre a partida. No entanto, como o assalto sofrido pelo Palmeiras acabou sendo ofuscado por um outro assunto – coisa que a imprensinha adorou -, e como o protagonista desse outro assunto não me parece tão defensor de direitos como quer parecer que é, e como as imagens estão ‘facinhas”, emprestei um note para escrever sobre isso.
Era uma vez um torcedor, que no dia 6 de Março de 2018 pensava em se filiar a um partido político…
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Dois dias depois, no dia 8 de março, exatamente às 14:36, ele informava via twitter que se preparava para assistir ao
seu primeiro Palmeiras x São Paulo no estádio… e já avisava: espero do fundo do meu coração que eu não ouça nenhum”bambi” ou “viado”, porque senão eu vou tretar. Hmmmmm
Como se ele não soubesse que iria ouvir, né? Muito provavelmente ele estava indo ao jogo para “tretar”. Afinal, ele mesmo, antes de virar/se assumir gay, fazia o mesmo. O ‘entendimento’ dele não veio antes disso… nem o amor pelo futebol, que ele dizia odiar (é justo que, assim como ele, os demais também tenham seu próprio tempo para entender)…
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O jogo começaria às 20h30, mas às 16:13, ele postaria em seu twitter, com a localização do Allianz Parque, que a torcida do Palmeiras, em sua homofobia típica, canta que “todo viado nessa terra é tricolor” (como se ele não soubesse que isso não é típico da torcida do Palmeiras. As torcidas todas, pra zoar adversários, chamam os são paulinos de “bambis”, “viados”, os cruzeirenses de “marias”, chamam os torcedores do Sport de “cadelas de peruca”, chamam os palmeirenses de “peppas” -, a versão fêmea de um porco -, coisa com a qual ele estranhamente não se importa, chamam os torcedores do Fluminense de “tricoflores”, os gremistas de “gaymistas”, os corintianos de “gayvotas”, “galinhas”, os santistas de “sereias”… e tudo com o mesmo sentido, – e ele também não se importa com isso).
Também chamam jogadores, árbitros e bandeiras de “filhos da p….”, de “c#rnos”(suas mães e esposas é que são xingadas), e isso não fica só na esfera do futebol, como é a zoeira com os adversários… em qualquer discussão, nas mídias sociais, nos botecos, em filmes, no trânsito, nas declarações de alguns políticos… aparece um “filho da p%ta” na boca de alguém. Ninguém é bonzinho quando xinga…
E, esquecendo o que ele mesmo havia dito algumas horas antes, o moço que acusa a torcida do Palmeiras de homofobia (e esquece de todas as outras torcidas que se comportam da mesma maneira, esquece que ele nunca teve problema nenhum no estádio por ser gay) escreveu: “encontrei uma exceção à regra: eu mesmo, viado e palmeirense, e que cola nos estádio em TODOS os jogos”. Mas não era o seu primeiro Palmeiras x São Paulo no estádio? Se ele cola em todos os jogos como é que não tinha assistido a um “Choque Rei” ainda? Hmmmmm
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Esse tweet dele causou, foi postado até em páginas leonores… “Nossa, um palmeirense criticando a própria torcida”… “Que cara f%da”… “Isso sim é ser isento e correto em defesa dos direitos dos demais, ser contra a intolerância e preconceito”… choveram críticas e choveu apoio também ao moço, ele ganhou muita exposição, muitos seguidores (bom para quem pensa em fazer parte de um partido político)… E, depois de uma partida em que o Palmeiras, o time dele, foi tão sacaneado pela arbitragem, só se falou no moço que se descreve como “socialista, palmeirense, gay, ateu, vegetariano, jornalista, lulista, ativista de direitos humanos (preste atenção à parte dos direitos humanos). E ele acabou sendo convidado do SporTV para falar sobre homofobia… E justo num canal da Globo, que ele tanto odeia… mas que ele fez questão de pedir para as pessoas assistirem – uma vez que ela abriu as portas para ele, o socialista, sair do anonimato…
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E então, o torcedor gay palmeirense conseguiu jogar sobre toda a torcida do Palmeiras, por uma zoeira de futebol, que é praticada por indivíduos de todas as torcidas, até mesmo a do São Paulo (mas não por todos os torcedores, como a generalização do moço fez parecer), a pecha de uma torcida homofóbica…
Mas ele é um ativista de direitos humanos, ele sabe bem sobre a necessidade de direitos, liberdade, dignidade…
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Menos quando esses direitos e a dignidade são das mulheres, ou do hétero, que ele assedia numa boa…
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Imagina um homem assediando assim uma mulher, ou dizendo a uma lésbica que ela só é lésbica porque ainda não encontrou o homem certo? Seria crucificado… com razão, mas ele pode, é o “ativista dos direitos humanos”, que como boa parte dos socialistas, só conhece os seus direitos, mas não quer nem saber dos deveres, quer ser respeitado, mas “esquece de respeitar” outros grupos, outras pessoas, outros “diferentes” e, igual à muita gente por aí, pega carona no politicamente correto, só para aparecer, e parecer politicamente virtuoso…
E a rgt dá holofotes pra essa pessoa (ela serve para atingir o Palmeiras, malvadão, que assinou com o Esporte Interativo)…
A homofobia existe sim, e isso é um problema real – e homofobia significa sentir uma aversão irreprimível, repugnância, ódio… por homossexuais. Ódio que faz com que pessoas queiram segregar, agredir, até mesmo matar outras. Esse ódio – meio parecido com o que o ‘ativista dos direitos humanos’ dirige à algumas mulheres em suas postagens -, jamais permitiria a ele e a nenhum outro gay assumido estar num estádio em meio a uma torcida, se ela fosse realmente, e totalmente, homofóbica, não é mesmo?
A homofobia é uma realidade sim, as pessoas homofóbicas precisam ser esclarecidas sim – esclarecer é ajudar a ter entendimento -, precisam aprender a respeitar os que fazem escolhas diferentes e o seu direito de fazê-las; no entanto, penso que não dá para fazer parecer que qualquer coisa é homofobia, que uma zoeira de estádio, que acaba quando todo mundo sai dali, seja colocada no mesmo patamar de coisas tão mais sérias e relevantes que acontecem na sociedade em relação à essa questão. E não dá para ser porta voz de respeito, pra ser ativista de direitos humanos, alguém que não aprendeu, por exemplo, a respeitar outros humanos, a respeitar mulheres e héteros, alguém que só sabe dos seus direitos, mas esquece dos seus deveres. Deve ter muita gente mais qualificada, e séria, por aí para colocar luzes nessa questão e falar sobre esse assunto na TV.
Boa, Tânia. Disse tudo que eu queria com maestria.
Obrigada, Marco.
Eu sempre espero um pouquinho para observar a situação e tentar entender. E, pra mim, ficou claro nesse episódio que ele queria apenas projeção pessoal. E, como está na moda nivelar assuntos sérios com bobagens, colocá-los no mesmo patamar – o que é muito ruim para as questões realmente sérias, como é a homofobia, por exemplo – ele pegou carona nisso.
É que você colocou a coisa de forma mais didática (mérito seu) mostrando a hipocrisia do cara, todavia, eu também entendo que é preciso ter cuidado em não colocar tudo no mesmo balaio, pois a única maneira do mais fraco lutar contra a agreção do mais forte é gritar.
Hoje mesmo teve a notícia do Joesley ou seu irmão ter sido insultado em um restaurante pelos frequentadores e não os chamaria de extremistas.
Menina, não perca tempo com esse tipo de gente e com assunto tão polemico e fútil. Vou resumir tudo numa colocação de Eurico Miranda quando quis atingir Armando Marques: existe o homosexual que é um cara discreto, respeitável, age com naturalidade e voce nem sabe a sua preferencia; existe o gay, que é o homosexual com trejeitos, aquele que não se conforma de ser homem, então se comporta como se fosse uma mulher, graciosa e existe o viado. Esse é o homosexual insuportável. Esse é o sr. De Lucca.
Esse caso é um ensinamento para todos. Ensina como é preciso ter cuidado e paciência para avaliar uma situação que pode ter fatos e informações relevantes, mas que não são conhecidas. Parabéns, Tânia, pelo brilhante trabalho.