III – YES, NÓS TEREMOS OUTRA COPA DO MUNDO

“Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória” – José Saramago
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E todo mundo já sabia, estava nos jornais, haveria uma outra Copa do Mundo no Brasil… (SILVA, Geraldo Romualdo da – “Outra Copa do Mundo no Brasil” – Jornal dos Sports, 05/08/50, pág. 5)

As notícias do Mundial de Clubes Campeões começavam a ganhar (mais) manchetes… e contavam aos leitores sobre os “aplausos dos altos dirigentes da FIFA e das entidades internacionais ao torneio”… Seria “um certame de proporções gigantescas, dentro de um estádio com condições de receber as maiores assistências jamais reunidas em qualquer praça de esportes – como se constatara na Copa do Mundo… um campeonato mundial de clubes com a repercussão autêntica de uma Copa Mundial” (Jornal dos Sports,  21/07/50 – “Parada Mundial de Clubes Campeões”).

.O Mundial de Clubes Campeões ganhava  manchetes na Europa também…

Em Setembro de 1950, o jornal londrino “World Sports” noticiava: “WORLD SOCCER CHAMPIONSHIP FOR CLUBS NEXT YEAR” (“Um Campeonato Mundial de Clubes no próximo ano”)… e afirmava: “os brasileiros já discutiram a respeito do projeto com o Sr. Jules Rimet, presidente da FIFA, e com Sir Stanley Rouss, secretário da F.A (Football Association) – Jornal dos Sports, 1950 – edição 06450(1) – “Um campeonato mundial de clubes no Rio no ano próximo vindouro”.  (E pensar que mais de 60 anos depois, muita gente –  jornalistas, inclusive -, por puro despeito e pequenez, ia querer desmentir isso, desmentir o que noticiou a imprensa da época, ia querer sumir com uma página linda do futebol brasileiro e mundial) 

Sim, haveria um campeonato mundial de clubes no ano seguinte, em 1951. E as providências já estavam sendo tomadas…

A diretoria da CBD foi até o Palácio do Catete (na época, o Rio de Janeiro era o Distrito Federal, a capital do Brasil) cientificar o então presidente da república, Getúlio Vargas, sobre a realização em nosso país do Torneio Mundial dos Campeões – Jornal dos Sports, 1950, edição 05067-1. (Era um torneio importante, de grande relevo, por isso que o presidente da república, em audiência especial, precisava ser informado sobre a sua realização)

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Na Europa, Otorino Barassi cuidava de inscrever os clubes que viriam para o torneio. Os contratempos eram muitos e, embora grande número de clubes tivesse interesse em participar – até a Índia mandaria  telegrama -, nem todos poderiam vir.  A Hungria, por exemplo, estava exilada pela União Soviética do futebol internacional; e a Alemanha Ocidental,  naquele ano de 1950,  estava banida pela FIFA.

A ideia de mandarem os campeões nacionais dos países europeus para esse primeiro mundial de clubes já não parecia muito viável em alguns casos, uma vez que, enquanto nos trópicos é verão, na Europa é inverno e vice-versa; quando os campeonatos na Europa estavam terminando, os daqui já estavam começando… sem contar que em alguns países, na Áustria, por exemplo, os campeonatos começavam num ano e terminavam no seguinte… seria difícil prever alguns campeões de 1951, os da Itália e da Áustria, por exemplo (os campeonatos paulista e carioca de 51 também estariam apenas começando por ocasião do mundial de clubes), e ainda haviam os problemas todos ocasionados pela guerra, a falta de dinheiro, as prováveis desistências – como acontecera na Copa do Mundo. Barassi, inteligente, sagaz, se preocupava em fazer o torneio de alto nível e, enquanto acompanhava o desenrolar de alguns campeonatos, objetivava mandar ao Brasil os melhores times, os que tivessem os melhores jogadores, os que tivessem jogadores que atuaram bem na Copa do Mundo de 1950, os que tinham encantado os torcedores na ocasião, como, por exemplo, Mitic, da seleção da Iugoslávia, cheia de craques, e que  no jogo contra o Brasil, na Copa do mundo que acabara de se realizar,  tinha dado dor de cabeça para a torcida brasileira.

No Brasil, em 18 de Setembro de 1950, era inaugurada a PRF3 TV Tupi de São Paulo, a emissora fundada pelo jornalista Assis Chateaubriand. Era a primeira emissora de televisão da América do Sul, a quarta do mundo. Mas os receptores eram bem caros. Ao preço de 12.950 cruzeiros (receptor GE com tela de 12,5 polegadas – 32 cm) mais 1.600 pela antena externa e 1.100 pelo estabilizador de voltagem – mais ou menos 41 salários mínimos no total – , bem poucos aparelhos seriam comprados pelos brasileiros até o final do ano.

O primeiro jogador a aparecer na TV, no dia seguinte à inauguração da TV Tupi, em uma entrevista, foi Baltazar, do Corinthians. As primeiras imagens de uma partida a serem mostradas na TV, dias depois, foram do jogo São Paulo 2 x 0 Portuguesa.

E  27 dias após a inauguração, a TV Tupi mostrou flashes, ao vivo, do jogo Palmeiras 2 x 0 São Paulo, diretamente do Pacaembu.  Era um domingo, 15 de Outubro. O ponteiro esquerdo Brandãozinho, autor dos dois gols palmeirenses, foi o primeiro jogador na história do futebol brasileiro a marcar um gol ao vivo, aos 41minutos do segundo tempo. Do primeiro gol, marcado por ele 13 minutos antes, a TV mostrara apenas a comemoração. (GEHRINGER, Max – A grande história dos mundiais. 1950, 1954, 1958) Histórico… o primeiro gol ao vivo da TV brasileira foi um gol do… Palmeiras…

A TV ia ajudar – seria fundamental – a popularizar o futebol como tanto almejava Mario Filho. E se na Copa, ocorrida três meses antes da inauguração da TV, os brasileiros ficaram no radinho, no campeonato mundial de clubes a coisa já seria diferente. E por isso também ele ganhava ainda mais importância.

E porque o torneio tinha muita importância, e porque só dois representantes brasileiros participariam do mundial de clubes, muitos se perguntavam:

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                                                      (Jornal dos Sports, 05/12/50)

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…………………………………………………………..(Jornal dos Sports, 06/12/50, pág5)

Muitas pessoas se preocupavam com os outros clubes brasileiros. O que fariam eles durante a disputa do mundial além de assistir e torcer? No final do ano de 1950, ainda se pensava que em São Paulo alguns jogos do campeonato paulista poderiam acontecer em outras localidades, como Campinas, Piracicaba, durante o torneio mundial; no entanto, se estabeleceria depois, os campeonatos paulista e carioca seriam paralisados durante a disputa do mundial de clubes. E, no final das contas, muitos clubes brasileiros fariam amistosos com outros times estrangeiros que estariam no país na ocasião, sem contar que o mundial duraria aproximadamente 22 dias apenas e os outros clubes não seriam prejudicados como ainda pensavam alguns no final daquele ano.

1950 ia chegando ao fim… o início do novo ano já acenava e sorria para o Brasil. E o novo ano traria o Torneio Mundial de Clubes Campeões… E, num tempo em que muita gente  pensava que o Rio de Janeiro era a capital da República Argentina, e que nas ruas haviam macacos, cobras e outros bichos ameaçando a vida das pessoas, o futuro Torneio Mundial de Clubes Campeões (Copa Rio de Janeiro) seria uma propaganda maravilhosa para a gente e as coisas do Brasil , como escrevera o francês Albert Laurence – dos periódicos “L’Équipe”, “France Football” (algumas notícias davam conta de que ele fazia parte também da assessoria de imprensa da Fifa) -, na “Crônica Internacional” do Jornal dos Sports  naquele início de Dezembro …

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E já se falava que no regulamento do mundial um novo dispositivo seria incluído: cada clube poderia inscrever 22 jogadores, mas só poderia trazer 18 ao Brasil. Os outro quatro ficariam em seus países constituindo uma reserva de emergência (Jornal dos Sports, 12/12/50 – “Inscrições para o Torneio Mundial de Clubes”).

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E logo depois do Natal de 1950, em 28 de Dezembro, o Conselho Técnico da CBD já se reunia e começava a esboçar o regulamento do Torneio Mundial dos Clubes Campeões… (Jornal dos Sports, 28/12/50 – “Notícias da C.B.D” / Correio da Manhã, 30/12/50 – “Nova fórmula para o Torneio de Campeões Mundiais”)

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Mas havia quem temesse que a CBD acabasse apresentando uma regulamentação nos mesmos moldes da que  Ottorino Barassi apresentara – como se fosse criação do Conselho Técnico da CBD -, ou ainda que Castelo Branco inventasse um novo regulamento, porque não havia tempo para que se começasse a tratar do assunto de novo; Ottorino Barassi tinha todos os motivos para considerar aprovado o projeto.

Os jornais também diziam que, enquanto em Londres tratavam do Campeonato Mundial de Clubes como o grande acontecimento do futebol do próximo ano, aqui, no Brasil, ninguém tomava providência – a gente sabe, brasileiros são mais sossegadões mesmo (Jornal dos Sports, 29/11/50 – “O papel de Barassi”).

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Todo mundo queria a realização do Mundial de Clubes no Brasil, e as notícias, mesmo quando tratavam de clubes brasileiros em viagem à Europa, sempre davam algum relevo à realização do Campeonato Mundial de Clubes Campeões no ano seguinte (Jornal dos Sports, 14/11/50).

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E as primeiras luzes de 1951 chegariam com o futebol brasileiro vivendo as  emoções do Torneio Mundial de Clubes Campeões que se aproximava… Palmeirenses, vascaínos, os brasileiros todos, já respiravam mais forte, já sentiam o coração bater diferente quando pensavam no torneio mundial… e sonhavam acordados com essa conquista…

(Continua no próximo sábado, 01/09)

II – E O TORNEIO MUNDIAL COMEÇA A SER ORGANIZADO

A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las. (Aristóteles)
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Como ainda não existiam naquela época competições que pudessem servir como eliminatórias pra indicar os participantes de um torneio mundial de clubes, algo inédito até então, eles decidiram, a princípio, convidar os campeões nacionais de países da América do Sul e da Europa considerados potências futebolísticas naquele início de década, e que participaram da Copa do Mundo.

No Brasil ainda não havia um campeonato nacional que pudesse indicar os participantes desse torneio – a Taça Brasil, o primeiro campeonato nacional,  só surgiria em 1959 (o Bahia seria o primeiro campeão brasileiro; em 1960, seria o Palmeiras) -, e também não seria possível disponibilizar datas para a inclusão de uma nova competição no calendário nacional. Como os torneios mais importantes do país eram os campeonatos estaduais do RJ e de SP e o Torneio Rio-São Paulo – a disputa entre os dois estados onde havia o melhor futebol e o maior número de craques do Brasil – a CBD e a FIFA  decidiriam que Palmeiras e Vasco (os campeões desses estados em 1950), seriam os representantes brasileiros no torneio mundial de clubes campeões.

Claro que teve alguma reclamação de alguns que ficaram de fora, claro que teve choradeira até mesmo de alguns (poucos) jornalistas por causa dos clubes que não participariam. Mas não teve camaradagem na escolha dos representantes do Brasil não… Palmeiras e Vasco eram os melhores times do país naquele ano, eram os campeões de São Paulo e Rio de Janeiro – os dois estados com o futebol mais forte do país. O time de Parque Antártica entraria na nova década com quatro conquistas de “Campeonatos Paulistas” (1942, 1944, 1947 e 1950 – por ocasião do mundial de clubes, o campeonato estadual de 51 estaria ainda em seu início, e seria paralisado para o torneio mundial) -, dois “Torneios Início do Campeonato Paulista” (1942 e 1946) e três “Taças Cidade de São Paulo” (1945, 1946 e 1950) – o Palmeiras ainda conquistaria o “Torneio Rio-São Paulo”-1951, a “Taça Cidade de São Paulo”-1951 – o Torneio Mundial de Clubes Campeões, se conquistado,  tornaria o Palmeiras  “Campeão das Cinco Coroas”. O Vasco, por sua vez, tinha sido campeão carioca e a base da seleção brasileira na Copa disputada no Brasil  – 8 jogadores, o técnico e também o massagista –  (os palmeirenses Jair da Rosa Pinto, Juvenal e Rodrigues Tatu também haviam defendido a seleção na Copa – Juvenal e Rodrigues Tatu vieram para o Palmeiras depois do mundial de seleções). Sendo assim, Palmeiras e Vasco teriam a honra de serem, merecidamente, os representantes do Brasil no Mundial de Clubes Campeões.

O patrocínio, que Ottorino Barassi desejava para o torneio, logo apareceria… e, pelo que se podia perceber, viria da prefeitura do Rio de Janeiro. [Diário da Noite, edição 05065(1)]

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Barassi, uma das grandes autoridades do futebol mundial, ia voltar para a Europa. Na véspera da viagem, por iniciativa da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), da Federação Metropolitana de Football e dos clubes cariocas, ele foi homenageado com um almoço no restaurante do aeroporto Santos Dumont. Tratava-se de um importante contato para o campeonato mundial de clubes. O campeonato idealizado por Mario Filho caminhava para se tornar realidade (Jornal dos Sports, edição 064362, 1950 – “Realidade para o Campeonato Mundial Dos Clubes”).

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Ottorino Barassi sabia, e não se cansava de repetir: “Só o Rio comportará um acontecimento dessa transcendência. Só mesmo o Rio, com a praça de esportes que tem, com esse entusiasmo incomparável de sua gente, com essa prova de altivez ao revés, poderá lançar-se a tão alto projeto”.

E nesse almoço, Barassi sugeriu um nome para o campeonato mundial de clubes que organizavam e que a Prefeitura do Rio de Janeiro já insinuava que iria patrocinar (mais à frente, ela mandaria confeccionar a taça que seria entregue ao campeão e ao vice). Pediu especial atenção dos que o rodeavam (prestem atenção também os que leem esse texto agora, em 2018), pigarreou, e disse que já tinha um nome para o Campeonato Mundial de Clubes. Fez uma pausa e disse: “Copa Rio de Janeiro”. Outra pausa, e ele fez um adendo: “Copa Rio”. Sorrindo, se justificou: “Mais simples. Mais Popular. Pegará mais depressa”. [Jornal dos Sports – edição 06427(1)] 

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E foi assim, por ideia de Ottorino Barassi – por causa do patrocínio que viria da prefeitura também, claro -, que o Torneio Mundial de Clubes Campeões,  que não deixaria de ser um mundial de clubes em nenhum momento, ganhou o nome de “Copa Rio”, mas só depois de ter sido idealizado como um campeonato mundial de clubes, e não o contrário.

E então, o torneio começava a ser realmente organizado. E era considerado uma conquista do futebol brasileiro. As adesões entusiásticas da FIFA (Jules Rimet se colocara à disposição do futebol brasileiro para que vingasse a ideia do campeonato mundial de clubes), da Inglaterra, Itália e outros países à ideia de Mario Filho de realizar um mundial de clubes, poderiam ser traduzidas como o reconhecimento da liderança que estava sendo pretendida para o futebol do Brasil. Porque só um centro completamente evoluído, completamente amadurecido e completamente aparelhado, como era, futebolisticamente falando, o Rio de Janeiro naquela época – e com um estádio como o Municipal do Rio de Janeiro -, poderia ter a pretensão de realizar um campeonato de tal vulto, apenas um ano depois da Copa do Mundo no Brasil (Jornal dos Sports, 1950 – edição 06419).

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A imprensa atual, a do século XXI, numa injustiça tremenda com um dos maiores jornalistas esportivos da nossa história, pouco lembra de Mario Filho como o idealizador do primeiro Torneio Mundial de Clubes Campeões e, na maioria das matérias a respeito dessa competição, quase nunca lemos algo o ligando à idealização do torneio (Jornal dos Sports, 1950 – edição 06418, O CORAÇÃO DO MUNDO FOOTBALLÍSTICO).

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.Mas naquele meio de século, naquele distante 1950, a imprensa esportiva sabia que esse primeiro campeonato mundial de clubes era uma grande distinção ao Brasil, e ela apelava aos dirigentes de clubes e entidades do país para que não deixassem a ideia morrer, e levassem a sério a organização do torneio. Os benefícios para o Brasil – diziam os jornais – para o esporte brasileiro, para o futebol brasileiro, para os clubes e entidades, seriam ainda maiores do que os que foram prestados pela Copa Jules Rimet. Primeiro, porque  seria um prêmio que o futebol mundial reconhecia que o Brasil merecia; segundo, porque beneficiaria diretamente os clubes e as entidades no Brasil. Os campeonatos do Rio e de São Paulo ganhariam em interesse, em atenção, uma vez que iam designar os representantes do Brasil no campeonato mundial de clubes, assim como o Torneio Rio-São Paulo seria igualmente beneficiado. E isso iria além do interesse clubístico. O interesse era do Brasil, que seria mais uma vez palco de um campeonato mundial [Jornal dos Sports, 1950 – edição 06419(2) – O CAMPEONATO MUNDIAL DE CLUBES].

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Os periódicos temendo que, por falta de organização, o Brasil perdesse a chance de realizar o mundial de clubes, cobravam da CBD que ela corresse mais na direção desse grande projeto, e não perdesse a chance, porque a ideia do mundial já existia e outros países poderiam se antecipar ao Brasil (a ideia do mundial de clubes agradava à muitas federações estrangeiras. Estava cheio de gente de olho nele). Todavia, alguns jornalistas –  e alguns dirigentes europeus também – temiam que o tempo fosse escasso para se realizar mais um campeonato mundial no Brasil – era mesmo.  Diziam que um campeonato desse vulto, um torneio mundial de clubes, só poderia ser realizado em 1952,  porque não daria tempo de organizá-lo para 1951 [Jornal dos Sports – edição 06417(1) -Olimpicus – O campeonato Mundial de Clubes É UM GRANDE PROJETO].

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Mas, por outro lado, depois da realização da Copa Jules Rimet, e do estádio municipal do Rio de Janeiro construído a tempo, com tanto sucesso,  e quando muitas pessoas achavam que ele não ficaria pronto (a obra terminou em 12 de Junho, doze dias antes do início da Copa do Mundo), os dirigentes da Fifa costumavam dizer que “para os brasileiros nada seria impossível” . Na verdade, antes da conclusão da obra, a Fifa temera sim que o estádio não ficasse pronto para a Copa, e Barassi, que muito fez para que os prazos fossem cumpridos, que cobrou as pessoas responsáveis, que insistiu, ficou ‘em cima’ para que o aprontassem em tempo, foi de uma ajuda inestimável na ocasião.

Será que o Brasil, com a ajuda de Barassi na organização, conseguiria vencer o tempo mais uma vez e promover um mundial de clubes? Conseguiria, no prazo de um ano, e mesmo com todos os problemas que a guerra causara à Europa, trazer grandes times europeus ao torneio em 1951?

(Continua na próxima quinta-feira, 30/08)

Eu sempre soube que o Palmeiras conquistou um campeonato mundial de clubes em 1951… Alberto Vicente, meu pai, assistiu aos jogos em São Paulo, foi assistir à final no Rio de Janeiro e, muitos anos depois, me contou sobre aquela emoção, sobre o que significou aquilo tudo, me mostrou uma foto – daquelas de borda toda recortada –  feita naquele dia… Oberdan Cattani, o ídolo maravilhoso da história do Palmeiras, o goleiro de 3 das sete partidas do mundial, me contou também, me mostrou fotos, faixas… Fabio Crippa, o goleiro das semifinais e finais – que um dia conheci num dos aniversários de Oberdan (Deus é bom comigo, não?) -, também me falou brevemente a respeito da alegria de ter sido campeão mundial… Tive o privilégio de conhecer Valdemar Fiume (na casa do Oberdan também, mas em uma outra, e mais antiga, oportunidade – Deus me mima) e beijar as suas mãos (não tive como beijar seus pés na ocasião)… a taça, maravilhosa, repousa lá no Palestra e eu a vi de pertinho… senti a energia que ela carrega com ela…

Talvez, essa tenha sido a mais linda história que o Palmeiras, os palmeirenses (meu pai, inclusive), os cronistas,  os dirigentes da CBD, alguns dirigentes estrangeiros, e os brasileiros todos da época escreveram… e é pra eles, para os palmeirenses de outrora, para os palmeirenses de hoje, e para os palmeirenses que ainda irão nascer, que escrevo agora.

 

TORNEIO MUNDIAL DE CLUBES CAMPEÕES 1951 – “COPA RIO”…

“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais do que eu, e ela não perde o que merece ser salvo” – Eduardo Galeano

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I – SURGE A IDEIA DO MUNDIAL DE CLUBES 

Logo após  a derrota da seleção brasileira para a seleção uruguaia, na final da Copa do Mundo de 1950, em pleno Estádio Municipal do Rio de Janeiro (Maracanã); logo após a frustração e dor que essa derrota causara para todo um país… Depois de quase 200 mil pessoas, numa demonstração de extrema grandeza e civilidade, encontrarem forças para aplaudir os adversários vencedores mesmo estando com o coração em pedaços e os olhos cheios de lágrimas… depois de quase 200 mil pessoas deixarem o Maracanã desoladas, em absoluto e estarrecedor silêncio, e sem querer nem mais ouvir falar em futebol, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) começou a organizar  uma competição que já vinha sendo pensada/sonhada/desenhada antes mesmo da Copa do Mundo.

Em 1950, antes da Copa se iniciar, um jornalista chamado Mario Filho (irmão do também jornalista e escritor Nelson Rodrigues), um pernambucano que vivia no RJ, um apaixonado por futebol, que era proprietário do ‘Jornal dos Sports’ (o de maior circulação na América do Sul), e em seu trabalho mudava a linguagem das notícias futebolísticas – a fazia mais parecida com a linguagem dos torcedores, com a intenção de tornar o esporte cada vez mais popular -, esse profissional, apaixonado por futebol, era também um apaixonado pelo então recém construído Estádio Municipal do RJ,  e muito por causa desse estádio  ele teve a ideia de um Torneio Mundial de Clubes.

No ano anterior, em 1949, a Fifa tinha garantido que a Copa do Mundo de 1950 seria no Brasil. A princípio, e depois de todas as atribulações causadas pela Segunda Guerra na Europa, e de mais de uma década sem o torneio mundial de seleções, a Copa do Mundo seria em 1949, mas foi postergada para 1950 para dar mais tempo ao Brasil de se preparar, e para os europeus se recuperarem dos estragos feitos por Hitler. Havia também falta de dinheiro generalizada na Europa; a guerra havia drenado todos os recursos das nações envolvidas, e nem todas tinham dinheiro para a viagem, ou estavam dispostas a cruzar o Atlântico naquele começo de década (muitos países, vivendo ainda entre escombros da guerra, achavam que não era a hora de se pensar em futebol, em sediar uma Copa do Mundo).

Naquele tempo, não era fácil garantir com antecedência os participantes de uma Copa do Mundo, de um torneio mundial. Qualquer time poderia desistir a qualquer momento, e os motivos poderiam ser vários: a falta de recursos, desinteresse ou desavenças com outras nações participantes. Hoje, quando há tantas lágrimas em campo quando um time não consegue a tão sonhada vaga na Copa do Mundo, não dá para se imaginar que em 1950 a FIFA teve que se desdobrar para evitar que o seu principal torneio não tivesse seleções suficientes. Muitas seleções desistiram por falta de dinheiro, algumas recusaram em cima da hora  – mesmo com o temor de um esvaziamento, mesmo com tantas desistências, e com menos seleções participantes do que o previsto, a Copa no Brasil acabaria sendo um sucesso.

E com a Copa assegurada para o Brasil, a construção de um estádio no Rio de Janeiro – projeto antigo, e que havia sido engavetado – começou a virar frenética realidade. Mario Filho se empenhou tanto na construção do Estádio Municipal do Rio de Janeiro (ele fazia campanha pela sua construção desde o final da década de 30), combateu fortemente a ideia do político  Carlos Lacerda – que o queria mais modesto, com aproximadamente 60 mil lugares, e construído em Jacarepaguá, afirmando ser essa a vontade do povo -, conseguiu o apoio da opinião pública para que o estádio fosse construído no bairro Maracanã, se empenhou para que ele viesse a ser o maior do mundo… Ele tanto fez pelo estádio que acabou ganhando o apelido de “namorado do estádio”, estádio que seria o grande palco da Copa do Mundo em 1950. E o gigantesco palco do futebol, o maior do mundo – um dos 6 estádios da Copa, onde o Brasil jogou a maioria das suas partidas -, acabaria sendo merecidamente batizado – em 1966, um mês depois da morte do jornalista – como “Estádio Municipal Jornalista Mario Rodrigues Filho”.

E porque o Brasil tinha esse estádio maior do mundo – nenhum outro país possuía um igual, com tantos lugares -, e  por causa do sucesso técnico e financeiro da Copa Jules Rimet (que tanto agradaria à CBD e à FIFA), só aqui seria possível se realizar uma competição com a grandeza de um mundial entre clubes campeões. Era o que acreditava Mario Filho (o tempo mostraria que ele tinha toda razão).

Mas a ideia do Mundial de Clubes surgiria antes mesmo da Copa se iniciar… Segundo uma publicação de 1950 [Jornal dos Sports, 1950 – edição 06427(1)],  tudo começou num fim de tarde, dentro de um carro que se dirigia à Copacabana… Na ocasião, vivia-se a ansiedade pela  Copa do Mundo, a grande agitação que precedia a chegada das primeiras seleções inscritas no torneio.

No carro, Mario Filho, Ricardo Serran, Mario Julio Rodrigues e o também jornalista Geraldo Romualdo da Silva – que escreveria sobre isso no jornal depois. Mario Filho expôs a ideia de um torneio mundial de clubes, uma disputa entre grandes clubes campeões da América do Sul e da Europa. Eles debateram a ideia e, ali mesmo, combinaram que não se tocaria no assunto sobre o torneio enquanto Stanley Rouss (Football Association – ele foi o responsável pela comissão de arbitragem na Copa de 50), Ottorino Barassi (Federazione Italiana Giuco del Calcio e FIFA) e Jules Rimet (presidente da FIFA) não tomassem conhecimento do plano. No entanto, Serran alertava aos demais: “não podemos permitir que a ideia fique em sigilo muito tempo”.

E foi num jantar, realizado pouco tempo depois, onde estiveram presentes o jornalista Mario Filho, idealizador do torneio,  o presidente da CBD, Sr. Mario Pollo, Stanley Rouss, Arthur Drewry (que já começava a preparar a sua candidatura à sucessão de Jules Rimet na FIFA), Jules Rimet, Ottorino Barassi (no Brasil, alguns jornais grafavam o nome dele com um único “t” – “Otorino”), Sotero Cosme e José Lins do Rego, que a ideia foi comunicada aos representantes do futebol mundial, e eles se mostraram francamente de acordo – desses participantes do jantar,  Jules Rimet, Stanley Rouss (seria eleito presidente da Fifa em 1961) e Ottorino Barassi (criaria a UEFA e também participaria efetivamente da criação da Champions League muitos anos depois) fizeram parte do comitê responsável pela organização da Copa do Mundo de 1950.

Barassi, o homem que organizara as copas de 34 e 50 (indicado por Jules Rimet), e que durante a guerra, escondera a Taça Jules Rimet  dos nazistas que ocupavam a Itália (ele teria tirado o troféu do banco onde ele estava guardado e o colocado em uma caixa de sapatos, que pôs embaixo da cama), lembrou a todos que seria preciso conseguir um patrocínio oficial de um dos poderes públicos para o torneio. O presidente da Fifa, por sua vez, salientou que o assentimento da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) e a solidariedade dos clubes e demais entidades no Brasil eram indispensáveis para o êxito do certame.

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O presidente da FIFA, o francês Jules Rimet, idealizador da primeira Copa do Mundo, havia nomeado oficialmente o italiano Ottorino Barassi para o comitê organizador do torneio, e Barassi, além da ajuda aos brasileiros, tomaria todas as providências para as inscrições dos clubes europeus.

A ideia de Mario Filho era a de uma competição que tivesse a mesma grandeza de uma Copa do Mundo, o mesmo arrebatamento, mas que fosse disputada por grandes clubes campeões da América do Sul e da Europa e não por seleções. E essa disputa só seria possível, segundo Mario Filho, por causa do Estádio Municipal. Não havia no mundo um maior e melhor para receber tão importante competição – depois da realização da Copa, do sucesso técnico e de público/arrecadação, depois da demonstração de civilidade da torcida com a seleção uruguaia  (tudo isso encantou os europeus e os dirigentes da Fifa), ficaria ainda mais claro, só aqui poderia ser realizado o primeiro torneio mundial de clubes.

Além disso, o torneio serviria (pensou-se assim depois da Copa) para que o Brasil pudesse dar uma resposta nas quatro linhas, serviria para que o futebol brasileiro voltasse a ser “A” referência em futebol, a permanecer na rota mundial do futebol, façanha conseguida com a realização da Copa do Mundo… serviria para que ele pudesse dar uma volta por cima e recuperasse o orgulho destroçado… para que ele pudesse conquistar o que, por descuido, tinha deixado escapar naquele doloroso e recente 16 de Julho de 1950… um título de campeão mundial.

E foi por tudo isso que, três dias depois do triste final da Copa; três dias depois de Jules Rimet – parecendo contrariado, triste – entregar a taça para o zagueiro uruguaio Obdulio Varela; três dias depois de milhares de brasileiros se abraçarem chorando convulsivamente de tristeza, no Maracanã, a CBD já se reunia para as deliberações do Torneio Mundial de Clubes Campeões.

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(A Parte II virá na próxima postagem)

Na Antiguidade, acreditava-se que a escrita vinha dos deuses. Os gregos pensavam tê-la recebido de Prometeus. Os egípcios, de Tot, o deus do conhecimento. Para os sumérios, a deusa Inanna a havia roubado de Enki, o deus da sabedoria…

Não teríamos conhecimento do que falou e fez Jesus Cristo se não fossem os Evangelhos… não saberíamos nada sobre o Descobrimento se Caminha não tivesse escrito a primeira carta, e se outras tantas não tivessem sido escritas depois… nada saberíamos sobre os egípcios se não fosse o que eles escreveram  em pergaminhos/papiros, se não fossem os hieróglifos… não saberíamos nada sobre o mundo, e o que aconteceu no mundo antes de nascermos, ou de termos entendimento suficiente, se não fosse a história escrita. Se as pessoas não resolvessem escrever sobre os acontecimentos para transmiti-los às outras…

E a velocidade de informação que temos hoje, essa absurda velocidade de informação, só foi possível graças ao desenvolvimento da escrita…. Com a escrita, a humanidade pôde atravessar a barreira do tempo e preservar informações sobre povos que viveram há milhares de anos, sobre a maneira como viviam, em que acreditavam, como se organizavam socialmente…

No século 15, a invenção da imprensa tornou tudo isso mais fácil, mais ágil e à disposição de um número muito maior de pessoas. A reprodução de livros, jornais, o acesso à leitura e à divulgação de fatos, de informações, passaram a ser acessíveis a um número muito grande, e cada vez maior, de indivíduos… e, assim, a humanidade passou a preservar e divulgar fatos históricos, transmitindo-os às novas gerações…

E, nos dias de hoje, sempre que queremos nos informar a respeito de algo corremos buscar nos livros, nos jornais, nos sites, no Google – que reúne tudo isso – ou seja, onde quer que alguém possa ter escrito a respeito do que queremos saber, a respeito da informação que desejamos obter… não é mesmo? Porque é através do que foi e é escrito que a história foi e é contada. Os contemporâneos de cada época é que podem nos contar, com riqueza de detalhes os fatos do período em que viveram… Está tudo lá…  guerras, invenções, costumes, cultura, comidas, vestimentas, lazer, personalidades, idiomas, conquistas… tem sempre alguém escrevendo para contar algo que vivenciou, testemunhou…

É fato que as pessoas podem mentir sobre o que escrevem… é fato que podem focar só um ângulo de um acontecimento, podem escrever de maneira defeituosa/distorcida a respeito de um assunto ou de alguém, dar-lhes as cores que elas quiserem… mas também é verdade que fatos concretos, coisas que aconteceram, que fazem parte da história, são imutáveis, por mais vontade tenham alguns de mudar os acontecimentos…

Uma pessoa pode, por exemplo, escrever de uma maneira sobre Luís XV, atribuir qualidades a ele (mesmo que ele não as tivesse possuído) e mostrá-lo como o ‘bem-amado’; outra pessoa pode fazer exatamente o contrário… podem escrever sobre suas amantes, ou omiti-las… mas se tem algo que nenhuma pessoa, ao escrever sobre ele, pode mentir, falsear, ou escrever de outra maneira é que ele foi Rei de França e Navarra, de 1715 – quando ele tinha cinco anos – até 1774, quando ele morreu. Isso é fato, aconteceu, e é imutável. Não tem como escrever de maneira diferente, distorcida, não tem como escrever que nesse período o rei da França foi um Luís de Camões, por exemplo.

E baseada nisso, nessa imutabilidade dos fatos concretos – que ficam a salvo da subjetividade, ou levianidade de alguns -, é que fui pesquisar nos escritos antigos – mas não tão antigos assim. Nos escritos de pessoas que viveram num tempo em que não vivi, não conheci, a não ser pelo que me foi transmitido por quem o viveu… um tempo pra se guardar no coração…

E é sobre isso que falo na próxima postagem. Ela será o primeiro “episódio” de uma “série” que vou publicar aqui no blog. Acompanhe, acho que você vai gostar…
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…………….Imagem relacionada

Filipenses 99:12 “Tem que ter raiva dessa p#rra de Cu rintia”.

 

Em meio à turbulência política pela votação que decidirá sobre as alterações do estatuto da SEP – com direito à chantagem da patrocinadora/conselheira/sócia desde 2015, que, ontem, ameaçou retirar o patrocínio do clube se não ganhar a eleição quem ela quer que ganhe, quem é amiguinho dela (olha o nível da coisa), e de uma reação contrária, por parte de três dos vice-presidentes do clube,  exigindo um posicionamento do presidente Maurício Galiotte a respeito dessa coação da patrocinadora (é coação sim) -,  menos de 24 horas depois da derrota do Palmeiras para o Fluminense (graças a um gol ilegal, diga-se de passagem) e da demissão do técnico Roger Machado… o Palmeiras anunciou um novo comandante: Luís Felipe Scolari, o nosso conhecido Felipão.

E como pouquíssimas coisas são consenso entre os torcedores palestrinos, claro que a escolha de Felipão não foi unanimidade na torcida. Uns queriam o “A”, outros queriam o “L”, o “X”, o “Y”, o “Z” (eu queria o Z… idane  rsrs)… mas, a partir do momento em que o Palmeiras fecha uma contratação, nós todos queríamos e queremos o mesmo. Não é assim que funciona, ou deveria funcionar? Assim é comigo. Felipão não era o meu favorito, estava muito longe disso, aliás, mas a partir de agora,  “eu quis a sua contratação desde sempre”.

E, hoje, se você perguntar para os palmeirenses: Quem é o melhor técnico do Brasil? A grande maioria  certamente responderá: Felipão.  

Ele está de volta! E pela terceira vez. E assim como aconteceria com qualquer outro nome que fosse escolhido, a sua contratação é uma aposta. Nenhum técnico ou jogador, por mais renomado que seja, por mais títulos que tenha conquistado, chega em um clube trazendo a certeza de sucesso, de conquistas, tampouco traz ele a certeza do fracasso – ainda que alguns pensem assim. Se o time encaixa, se o esquema engrena, se os comandados se entendem com o comandante e com o esquema, se a torcida abraça, apoia e joga junto… a coisa acontece sim.

E, da mesma forma que não podemos olhar só para os anos 90, como os mais “filipenses” fazem, ou olhar só para os problemas e o final desastroso de 2012, o trágico 2014 da seleção, como os não “filipenses” insistem em olhar, não podemos fazer de conta que não sabemos que Felipão – de extenso e vitorioso curriculum – ganhou vários títulos recentemente. Na China – por onde passaram, sem o mesmo sucesso, vários treinadores brasileiros – a equipe do Guangzhou Evergrande, comandada por Felipão nas temporadas de 2015 a 2017, conquistou o tricampeonato chinês (2015/2016/2017), a Liga dos Campeões da Ásia (AFC) 2015, a Copa da China 2016 e a Super Copa da China 2016 e 2017.

E, sejamos justos com Felipão, ele tem muitas conquistas. No século XXI, que ainda não completou duas décadas, ele é o treinador brasileiro que mais títulos conquistou (14) – e  tem uma Copa do Mundo no meio dessas conquistas, a única que o Brasil conseguiu ganhar nos últimos 24 anos.

Copa Sul-Minas: 2001 (Cruzeiro)
Copa do Mundo FIFA: 2002 (Seleção Brasileira)
Campeonato Uzbeque: 2009 e 2010 (Bunyodkor)
Taça Uzbequistão: 2010 (Bunyodkor)
Copa do Brasil: 2012 (Palmeiras)
Copa das Confederações: 2013 (Seleção Brasileira)
Campeonato Chinês: 2015, 2016 e 2017 (Guangzhou Evergrande)
Liga dos Campeões da AFC: 2015 (Guangzhou Evergrande)
Copa da China: 2016 (Guangzhou Evergrande)
Supercopa da China: 2016 e 2017 (Guangzhou Evergrande)

Então… Que novos e verdes títulos se juntem a esses da lista de Felipão, se juntem aos muitos que o Palmeiras possui.

É “Família Scolari” outra vez, parmerada! 

SEJA BEM-VINDO DE NOVO, FELIPÃO! MUITA SORTE E SUCESSO NESSA SUA NOVA PASSAGEM NO MAIOR CAMPEÃO DO BRASIL!

Os palmeirenses têm acompanhado mais uma disputa política na SEP.  A campanha que antecede a votação para que, no dia 04/08, sejam feitas algumas alterações no Estatuto da Sociedade Esportiva Palmeiras. E, como é de praxe, a coisa se divide, naquele jeitinho Palmeiras de ser (que está de volta ao clube com tudo, infelizmente), entre o pessoal do “Vote SIM” e o do “Vote NÃO”.

Nem todos os torcedores e associados entendem realmente o que está sendo votado, ou não percebem o que está por trás do que está sendo votado.

Embora sejam várias as alterações para o Estatuto, pelo que podemos observar, a real e única intenção de se mudar o estatuto da SEP nesse momento é tornar propício e garantido que se aprove os 3 anos de mandato para presidente, para que a Sra. Leila Pereira seja a sucessora direta do presidente Maurício Galiotte, e sem riscos, uma vez que, caso não haja a mudança no estatuto, ao final do ano, quando se encerra o mandato do atual presidente, um sucessor precisará ser eleito, e a empresária/conselheira (que mistura tanto essas duas coisas) não poderá se candidatar ainda.  E, além disso, esse sucessor teria direito à reeleição, o que seria um risco às pretensões da Conselheira/Patrocinadora/Sócia desde 2015. Portanto, essa modificação no estatuto pela qual ela e seus pares tanto se esforçam, tem como objetivo alterar a dinâmica do processo eleitoral palestrino para favorecer a Sra. Leila Pereira,  e também ao atual presidente, uma vez que ele se utilizará de um benefício do estatuto anterior, que é o da reeleição, somado com o benefício da alteração que pretendem fazer, que é o mandato de 3 anos.   

Não é a toa que a Conselheira/Patrocinadora/Sócia desde 2015 se empenha tanto na campanha pela alteração do estatuto, não é à toa que ela faça todo esse investimento financeiro nessa campanha com muitos “mimos” (recepção em hotéis de luxo, boca livre – muitas pizzas -, uso de camarotes, viagens de jato e, segundo alguns palestrinos andaram publicando, também empréstimos, a juros subsidiados, contratos de prestação de serviço com a Crefisa, com a FAM, promessas de compras de imóveis, aumento da frota de Uber…) para um monte de gente (diretores, conselheiros, associados).

De qualquer forma, é fácil de se perceber, mesmo de longe, que algo não está certo.  Lembra daquelas figuras carimbadas que por perderem regalias, cargos, benefícios, ingressos, viagens… tantas presepadas fizeram durante a gestão Paulo Nobre? Lembra da perseguição ininterrupta ao ex-presidente enquanto ele levantava e reestruturava o Palmeiras, enquanto ele mantinha a Academia e o time blindados de confusões e fofocas – o que não vemos acontecer agora -, e levava a SEP de volta ao caminho dos títulos? Lembra de todos os que o atacavam diariamente,  dos “caciques” que davam entrevistas para vários veículos de comunicação, sempre desmerecendo a sua pessoa e o seu trabalho, jogando a torcida contra a gestão e atrapalhando, muito, o Palmeiras? Lembra dos que ficaram a favor da construtora contra o Palmeiras na questão das cadeiras? Então… perceba como todos esses estão bem satisfeitos agora, e de que lado eles estão. Por que será, né?

Ah, mas votar NÃO para os 3 anos é RETROCESSO, dirão alguns. Nada disso. Retrocesso mesmo é voltar às “velhas práticas” lá nas alamedas.  Votar NÃO para os 3 anos é votar contra o que é imoral, é votar CONTRA A MARACUTAIA… contra o conflito de interesses!  É votar contra a desculpa esfarrapada e oportunista de que “os fins justificam os meios”. É votar contra aquela prática escusa de “vou dar mais X milhões ao clube se o resultado da votação for o que eu quero que seja” (não há ética alguma nisso. Não tem nada de “modernidade” nisso, pelo contrário). E o principal, não se pode alterar um estatuto apenas com o intuito de se favorecer algumas pessoas. O estatuto deve proteger o clube, porque o Palmeiras precisa ser tratado e cuidado como um filho” – não era esse o seu discurso, naquela reunião, poucos dias antes de ser eleito, sr. presidente?

Não bastasse isso, no item 9 desse cardápio do “vote SIM”, está a reprovação das mudanças na composição do Conselho Deliberativo, ou seja, não querem que o número de conselheiros vitalícios seja reduzido, é mole? É a “cadeira cativa” no Conselho… uma vergonha não quererem que esse número seja reduzido. Fique esperto, associado.

Muita gente repete o clichê de que  a Crefisa paga 40 milhões a mais pela publicidade… A mais ela não paga nada.  A Crefisa paga pela PUBLICIDADE EXCLUSIVA no Palmeiras, paga o que essa exclusividade vale, e qualquer outro patrocinador teria que pagar mais para ser exclusivo  – por isso o valor é maior, uma vez que o Palmeiras não pode ter mais nenhum outro patrocinador – e nessa exclusividade não está incluído se apropriar do clube, fazer o que ela bem entender no/com o Palmeiras,  com os rumos do Palmeiras. A Crefisa é uma parceira. O Palmeiras tem também como seus parceiros a Globo, a WTorre e a Adidas (será a Puma a partir de 2019). Imagina a Globo participando  da política do Palmeiras através da família Marinho? Elegendo um deles como presidente do clube? Você, torcedor/associado, gostaria disso? Gostaria que a WTORRE , por exemplo, que foi tão traíra com o Palmeiras, disputando com ele as cadeiras que, por direito, sempre foram do clube, assumisse o poder na SEP? Gostaria de ter o próprio Walter Torre como presidente do Palmeiras e da construtora? Gostaria que ele ou algum dos proprietários da Globo (do Esporte Interativo no ano que vem), ou alguém da Adidas (da Puma), pudesse mudar o estatuto do clube como bem entendesse?

Um dos argumentos usados para que os associados votem SIM é o que diz que  alterar para 3 anos o estatuto permitirá que o Palmeiras possa usufruir da Lei do Incentivo ao Esporte. MENTIRA! O Palmeiras já pode usufruir da Lei de Incentivo, sem necessidade de alteração alguma do tempo de mandato do presidente. A Lei ainda tem o espírito de reduzir os tempos de mandatos e não de aumentá-los.

Ah, mas votar pelo NÃO é votar com o Mustafá, não é? Votar NÃO é votar por um Palmeiras ético. É votar contra o mais do mesmo que tanto atrasou o Palmeiras. E devemos observar… usam o nome Mustafá e a rejeição que a coletividade palestrina tem dele, de acordo com a conveniência. Hoje, a Sra. Leila Pereira tem como seu maior “inimigo” o Sr. Mustafá Contursi, o associando a tudo que vai contra seus próprios interesses (essa tática para se ganhar a simpatia dos palestrinos é velha) – e pensar que até outro dia, ela dava centenas de ingressos para o “inimigo”; e pensar que outro dia mesmo, ela emprestou, sem contrato escrito, R$ 400 mil para a entidade(sindicato) que o “inimigo” preside (segundo ele, foi doação)…

Mas basta puxarmos um pouquinho pela memória… Não faz tanto tempo assim, em 17 de março de 2017, a empresária/Conselheira/Sócia desde 2015, em entrevista para o Jornal Lance, disse:  “O Mustafá Contursi é a alma do Palmeiras. Ele pensa 48 horas no Palmeiras. Eu sou muito grata por concorrer na chapa dele, muito honrada. É um presidente que trouxe momentos de glórias que nenhum presidente trouxe para o Palmeiras. É um dos que mais trouxeram títulos. Ele sempre me apoiou”.

Agora, ela mudou radicalmente de ideia, não? A “alma do Palmeiraxxx”, que pensa 48 horas no Palmeiraxxx, da chapa por onde ela se elegeu, que trouxe tantos momentos de glória para o clube (bem se vê que da nossa história ela não manja muito) e que sempre a apoiou… virou “inimigo”. Essa tática, tão manjada no clube, é usada há tanto tempo. Para ganhar simpatia instantânea basta se declarar do lado oposto ao de Mustafá, em qualquer coisa… mesmo que isso possa ser só um ‘tapeation’ nos mais incautos. Suponhamos que Mustafá, “alma do Palmeiras”, também quisesse 3 anos, quisesse facilitar as coisas para a amiga que ele ajudou a virar candidata… sabendo da rejeição dos palestrinos a ele, bastaria se posicionar a favor da outra opção para conseguir o que queria, não é?

“Ele sempre me apoiou”, disse a patrocinadora/conselheira/sócia desde 2015…  Verdade, ele deu a maior ajuda para que ela, mesmo sem ter o tempo exigido para se candidatar ao Conselho, ou a qualquer outro cargo eletivo, pudesse sair candidata na SEP. E teve coisa ‘esquisita’ nesse apoio, não é mesmo? A candidatura e a eleição da dona da Crefisa foram muito questionáveis. E, para mim,  de todas as ações não muito éticas que rondam a vontade imensa que ela tem de ser presidente do clube (ações que acompanhamos pelas notícias – algumas com uma grande cara de matéria paga por ela mesma), o “jeitinho” dado para que ela saísse candidata foi a pior de todas. Pra mim, foi a “assinatura do recibo”.

Não gostaria que uma pessoa que aceita esse tipo de coisa para se favorecer  venha a ser presidente do meu clube de coração. Fico pensando… o que mais ela poderia aceitar pra se dar bem? Ela mesma havia afirmado em uma entrevista que era associada desde 2015. Com esse tempo de associada não poderia concorrer ao Conselho. Mas conseguiu fazê-lo por causa de uma carta de Mustafá, a “alma do Palmeiraxxx”, o agora “inimigo”, atestando que , em 1996, enquanto era presidente do clube, teria dado à ela um título de associada (de benemérita)… mas sem que se tivesse qualquer documento que comprovasse isso. Nem mesmo a matrícula de associada existia até JUL/2015, quando a Sra. Leila adquiriu um título remido, segundo ela, para ajudar o clube. Antes disso, ela nunca teve carteirinha de associada do clube, nunca pagou taxa de manutenção nem tampouco esteve apta a votar em qualquer eleição na SEP.  Só pôde fazê-lo agora graças à ajuda de Mustafá.

Então, né? O Mustafá é tão isso e tão aquilo (também acho que é)… mas acreditar na palavra dele, sem nada que comprovasse que era verdadeiro o que tinha na tal carta, foi bastante conveniente pra muita gente. E aí não teve o se você está do lado do Mustafá, você está contra o Palmeiras…

Muito cuidado, palestrino! Os associados que não são palmeirenses – e eles existem -, certamente não estão preocupados com nada além do clube social, com piscinas e quadras… não estão nem aí para o futebol. No entanto, o torcedor/associado, que é maioria, graças a Deus, tem que ficar esperto. Se ele se descuidar agora, será só uma questão de tempo para sair de dentro da máquina do tempo… e dar de cara com o passado, tenebroso, que todos nós gostaríamos que nem houvesse existido.

Pelo SIM, pelo NÃO… VOTE PELO PALMEIRAS!

 

 

  

 

“… Doera mais aquele 16 de Julho porque os uruguaios revelaram possuir uma qualidade que faltava aos brasileiros. Com menos football os uruguaios conseguiram a “Copa do Mundo”. Mereceram o título porque lutaram como campeões.O football brasileiro era o melhor do mundo, mas não era o campeão do mundo. Faltava-lhe alguma coisa para ser campeão do mundo. O principal, já que não bastava jogar melhor. Olhou-se para a derrota com um sentido de culpa. A culpa do brasileiro. Que falhara quando não podia falhar. Daí a expressão da conquista do Palmeiras. O Palmeiras só falhou quando podia falhar. Na hora da decisão cresceu. Superando, inclusive, o que depois de 16 de Julho, ficou sendo como o limite das exigências de cada um de nós àquele scratch brasileiro…

… o match final do mundial de clubes exigiu muito mais do Palmeiras do que aquele de 16 de julho do scratch brasileiro…

… foi o que tornou o 2 x 2 da finalíssima uma grande vitória. O QUE FOI PRECISO PARA CONQUISTAR O MAIOR TÍTULO JÁ CONQUISTADO POR UM CLUBE NO MUNDO, O QUE FOI PRECISO PARA DAR UM CAMPEONATO DO MUNDO AO BRASIL, O PALMEIRAS FEZ

… o Juventus foi uma equipe quase que perfeita. E se não chegou a mais, se não atingiu em cheio seus propósitos foi porque teve pela frente uma equipe como a do Palmeiras. A EQUIPE QUE DESPIU A SUA CAMISA PARA VESTIR A DO BRASIL“. – Jornal dos Sports, 1951.

PARABÉNS, PALMEIRAS! HÁ EXATOS 67 ANOS, O PRIMEIRO CAMPEÃO MUNDIAL DE CLUBES! #OrgulhoImenso

Um mês de Copa do Mundo… um mês em que a nossa atenção se desviou do futebol daqui, dos jogadores daqui (se desviou, é maneira de dizer. Ficamos de olho no Palmeiras esse tempo todo), para o futebol das seleções de vários países…

O mês passou, a Copa acabou, a França foi campeã, a vice campeã, Croácia, encantou muita gente, o jogador Revelação foi Mbappé , o Bola de ouro foi  Modrić , o Chuteira de ouro, foi Kane , o Luva de ouro: Courtois , o melhor ator foi Neymar … e algumas lições nos foram transmitidas…

Para os torcedores brasileiros, o grande aprendizado foi concluir (e sentir na pele também) que não funciona mais o “já ganhou” antecipado… O ‘peso da camisa’ até costumava amedrontar algumas seleções ditas “menores” (sem conquistas), mas o peso da camisa não dribla, não lança e nem faz gols, também não defende, não ganha dividida, não desarma, não monta esquema tático, não escala, nem substitui… e, como vimos muito bem, não tem mais bobo e nem amedrontado disputando Copa do Mundo…

Aprendemos com a Copa que não importa quantas conquistas uma seleção possa ter. Se ela não for montada visando, única e exclusivamente, a formação de uma equipe competitiva, forte, a coisa não vai dar muito certo… E se ela for montada com outro$ e “panelísticos” interesses, vai ficar no meio do caminho mesmo. Se um técnico usar o seu centroavante para ficar marcando adversários, fazendo a vez do volante, meio lento, que o técnico manda pro ataque no lugar do centrovante (jênio), o time certamente vai sentir a falta de gols… Se colocar o lateral amiguinho, que no seu clube, com a benevolência das arbitragens, só leva a melhor sobre o adversário usando de muita violência e deslealdade,  numa Copa do Mundo, sem poder contar a arbitragem amiguinha, obviamente ele nada vai produzir e um “Hazard”  vai passear na ‘avenida’ e levar a melhor sobre ele em todas as vezes que o lateral tentar pará-lo… Se uma comissão técnica satisfizer todos os caprichos do seu “melhor jogador”, se der a ele privilégios que os demais não receberam… ao invés de ter um craque brigador, focado, chamando a responsa em campo, vai desperdiçar todo o futebol que esse jogador poderia produzir, e vai ter só um menino mimado em campo, querendo aparecer, e da maneira mais tosca e vergonhosa possível. E, em todas essas situações, o peso da camisa e as muitas conquistas dessa seleção não vão ajudar em nada.

Aprendemos que  sem a ajuda do apito, um “grande” técnico, “ao nível dos melhores técnicos europeus” (quantos repetiram essa blasfêmia) não consegue ganhar de uma fraca Suíça, passa noventa minutos vendo seu time ser contido por uma Costa Rica (graças a Deus que existem os acréscimos, né?), leva um nó – de marinheiro – de técnico belga, e sem conseguir mudar o jeito de o seu time jogar – e fazendo uma campanha idêntica à de Dunga – , acaba se despedindo da Copa mais cedo.

Em relação às regras, aos direitos de uma equipe em uma competição, tivemos um bom aprendizado também, como aconteceu quando a CBF reclamou, na Fifa, da arbitragem de Brasil x Suíça (um pênalti não marcado em Gabriel Jesus, e uma falta em Miranda, que não era digna de reclamação alguma), quando a CBF reclamou de o VAR não ter sido usado a seu favor, quando ela solicitou o áudio das conversas entre os elementos da arbitragem… aí, nós aprendemos que o que a CBF nega para alguns clubes aqui (não todos), o que permitiu que fosse negado ao Palmeiras aqui, ela solicitou para a  Fifa em favor da seleção brasileira, ou seja, o que ela acha que é direito do seu selecionado na Copa do Mundo, ela não entende como direito de um clube nos campeonatos que ela organiza, ou nos campeonatos organizados por federações estaduais que se subordinam à ela.

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A imprensa brasileira na Copa, e a que ficou aqui falando/escrevendo sobre a Copa, também nos ensinou algo… nos ensinou que ela, imprensa, tem uma noção do que é falta, do que é pênalti, e do que é correto em uma competição como a Copa do Mundo, diferente da noção que ela tem dessas mesmas coisas nos campeonatos no Brasil. Ela também acha corretíssimo que a CBF, após o primeiro jogo, ainda na fase de grupos, reclame da arbitragem em uma instância superior – fez coro com a CBF nas reclamações -, mas achou errado, vergonhoso, que o Palmeiras fizesse  o mesmo, DEPOIS DE UMA FINAL DE CAMPEONATO, onde ele foi muito prejudicado e o adversário muito favorecido, com um esquema sujo – comprovado por imagens e leitura labial –  que teve a participação de vários elementos da arbitragem e até mesmo de integrantes da Federação Paulista de Futebol, todos imbuídos da mesma intenção: fazer com que o árbitro anulasse a marcação de um pênalti claro, legítimo em Dudu, e que fora marcado com muita convicção pelo apitador.

A reclamação da CBF na Fifa é justa e corroborada por todos os “jornaleiros”, a do Palmeiras no TJD é “mimimi” e  é ironizada pelos mesmos “jornaleiros” (foi ironizada até mesmo pelo presidente do TJD)… Aprendeu a diferença, amigo leitor?

E, no decorrer da Copa, principalmente quando vieram os jogos eliminatórios, enquanto observávamos lances e as análises sobre esses lances, fomos aprendendo mais coisas…

Aprendemos que o uso do VAR de maneira seletiva, como vimos acontecer na Copa (e como acontece ilegal e não muito disfarçadamente no Brasil), deixando só ao árbitro a decisão de usá-lo ou não, vai continuar permitindo que se beneficie ou prejudique quem se queira beneficiar ou prejudicar. Ou seja, não vai acabar com a roubalheira.

Já na estreia do Brasil tivemos um aprendizado sobre pênaltis, mais especificamente sobre quando um jogador é agarrado pelo adversário na área… Se o lance acontecer na Copa e a favor da seleção brasileira,  é pênalti. E se o árbitro não marcar a infração, a CBF reclama na FIFA, pede VAR, áudio da conversa entre os árbitros, a imprensinha reclama muito também… Se o mesmo lance acontecer no Brasil, em uma final de campeonato, e se for a favor do Palmeiras (claro), aí a coisa muda, e não é falta, não é nada, e o prejudicado tem as suas reclamações totalmente ignoradas pela federação, pela imprensa, até mesmo pela CBF, que, então, se faz de cega e surda,  como se comandasse o futebol de outro país, em um outro planeta.

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Depois disso, um outro lance, em uma outra partida, nos chamou bastante a atenção também e nos ensinou mais uma coisinha… Em uma das partidas, o árbitro marcou um pênalti, depois foi na beira do campo e voltou atrás na marcação (te parece familiar isso?), reiniciando com bola ao chão. O comentarista de arbitragem da Globo não conseguiu entender como isso pôde acontecer…

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No entanto, na final do Paulistão 2018, o Arnaldo Cezar Coelho e todos lá da sua emissora – de outros canais e veículos de comunicação também –  não tiveram dificuldade alguma para entender como – num campeonato onde não é aprovado o uso do VAR – o árbitro parou o jogo marcando  um pênalti, todo convicto da marcação, e DEPOIS DE OITO MINUTOS, e de muita interferência externa (dirigente da FPF usando celular, outro dirigente da federação, que se dirigiu ao campo, delegado, quinto árbitro, quarto árbitro – um passando uma informação (ordem?)  para o outro) voltou atrás na marcação do pênalti que, se convertido poderia mudar a taça de endereço, e deu escanteio.

E o que aprendemos disso foi que “a percepção e entendimento dos profissionais de imprensa mudam completamente de acordo com o campeonato disputado e de acordo com o time que vai ser beneficiado/prejudicado”.

Como aconteceu num outro lance nessa Copa, de onde nos veio (mais) um outro aprendizado…

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Não foi só essa pessoa que fez essa observação… muita gente repetiu a mesma coisa. E foi assim que aprendemos mais umas coisinhas… o “é igual mas é diferente… e o “porque sim”.

O lance da imagem abaixo é pênalti claro, o infrator pega a perna do atacante e depois a bola, e o derruba (defensor que atropela e derruba atacante na área comete pênalti desde sempre)… e todo mundo concorda…

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Mas nesse outro lance (na imagem abaixo), ocorrido em terras brasilis, na final do Paulistão, onde o defensor também pega primeiro a perna do atacante, depois a bola (e, de lambuja, dá mais um chute no outro pé dele), e o derruba, não é pênalti, e a imprensa toda repetiu isso quando o lance aconteceu… esse outro lance “é igual, mas é diferente”. E sabe por que é diferente? “Porque sim”… Essa foi a lição aprendida.

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Na final da Copa, mais uma lição… Sempre discutimos aqui no Brasil sobre a marcação de pênaltis quando há toque de mão, porque as arbitragens aqui nunca assinalam todos os toques… sempre discutimos quando o toque é involuntário, quando não é… Mas, no jogo entre França e Croácia, um toque de mão, totalmente involuntário e inevitável, foi marcado contra a Croácia. Quem torcia para a Croácia reclamava da marcação, quem torcia para a França prontamente afirmava que estava correta a marcação…

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E, então, aprendemos que a orientação da Fifa diz que todo toque deve ser assinalado, mesmo quando for involuntário… os jornalistas faziam questão de lembrar isso para todos os torcedores que reclamaram do pênalti a favor da França.  Sendo assim, muito provavelmente, a informação sobre a orientação da Fifa deve estar vindo a nado para o Brasil e até agora não chegou, porque os árbitros aqui parecem não saber disso, e não marcam todos os toques de mão na área… como fizeram com esse toque aqui, que a imprensa fez absoluta questão de ignorar…

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E as lições não pararam aí. Na Copa, aprendemos até sobre política e sobre políticos…

Enquanto a presidente da Croácia pediu alguns dias de licença – NÃO REMUNERADA (ela fez questão que os dias fossem descontados) – para a companhar a seleção de seu país, e pagou a passagem com o dinheiro do seu bolso… no Brasil, se um deputado eleito pelo povo, assume compromissos como presidente de um clube de futebol e falta a 19 dos 46 dias em que há sessões na Câmara (e recebendo salários e benefícios normalmente. Salários  e benefícios que são pagos com dinheiro dos contribuintes) não há nada errado. Se de cada 10 sessões, ele faltar a aproximadamente 4 isso estará “certo”. Ninguém reclamará…

Aprendemos com isso que aqui é certo o que seria errado no Brasil e vice versa. Aqui, o dinheiro do povo serve para favorecer políticos e agregados, e só não favorece mesmo o povo.

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E com a França campeã da Copa 2018, nós aprendemos que o Brasil agora tem mais companhia no segundo lugar na lista das seleções mais vencedoras. A Alemanha tem 3 Copas, Brasil, França, Itália, Argentina 2 Copas,  e Espanha 1 Copa, e só essas seleções foram campeãs mundiais, afinal, segundo alguns devotos de São Cotovelo, antes disso, o futebol não existia e, portanto, as outras 3 conquistas que o Brasil alega ter, as 2 conquistas do Uruguai, as outras duas da Itália, uma outra da Alemanha, não podem ser computadas, porque  essas conquistas todas são de fax…

E, por fim, a última lição para um monte de gente – pra nós, palmeirenses, foi apenas a confirmação do que já sabemos desde sempre: SELEÇÃO BRASILEIRA SEM JOGADOR DO PALMEIRAS… NÃO GANHA COPA.  

 

 

 

A Copa do Mundo começou…

Não torço para a selenike porque não me identifico com ela, porque ela não me causa nada – minha seleção é o Palmeiras. E não se pode obrigar ninguém a torcer, ou a não torcer. As duas coisas precisam acontecer espontaneamente. E se não for espontâneo, simplesmente não é. Não dá para forçar/fingir um amor que não se sente. Futebol é paixão, não é obrigação.

No entanto, gosto de futebol, e por gostar de futebol acompanho sim a Copa, acompanho as notícias… uma Copa do Mundo é sempre um grande evento, tem sempre grandes jogadores em ação, tem as torcidas de vários países… é tudo muito bacana… (nada disso perde valor pelo fato de a CBF  ter transformado a nossa seleção e o nosso futebol em um grande balcão de negócios), sem contar que essa Copa está servindo para observarmos algumas outras coisas…

O Brasil fez a sua estreia ontem (domingo). O empate de 1 x 1 com a Suíça foi a sua pior estreia em mundiais em 40 anos e meio frustrante para muita gente – de boba a Suíça não tem nada mesmo, mas técnica e individualmente é muito inferior à seleção brasileira. E os brasileiros saíram reclamando da arbitragem, os torcedores reclamaram da arbitragem, a imprensinha reclamou muito da arbitragem… Está todo mundo reclamando ainda um pênalti em Gabriel Jesus, e um empurrão em Miranda no lance do gol de empate da Suíça (eram 8 brasileiros na área para anularem um único suíço, mas o gol que ele fez vai ficar na conta do empurrãozinho que Miranda levou).

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É ruim ser prejudicado pela arbitragem mesmo, ninguém gosta de ter um resultado feito no apito.  Porém, na final do Paulistão, quando foi o Palmeiras o prejudicado, quando um esquemão sujo, com a participação da Federação Paulista, anulou a marcação de um pênalti claro em Dudu (outros lances capitais foram ignorados pela arbitragem e pela imprensa também), as reclamações palestrinas eram “mimimi”, “chororô”… A pimenta é refresco no olho do outro, e só no do outro, mas no nosso olho ela sempre arde um bocado, não é?

Eu achei que o empurrão em Miranda não foi nada demais, ele poderia ter tentado disputar a bola mesmo assim.  O agarrão em Gabriel Jesus, achei que foi pênalti sim. Mas não foi preciso gastarmos muito os  nossos neurônios para, ao ouvirmos/lermos as muitas reclamações sobre isso, percebermos a discrepância… Para muitos – para a imprensinha, inclusive, e principalmente – a regra do jogo é mutante, e vai depender da cor da camisa de quem sofre a falta para que ela seja considerada pênalti ou apenas “disputa por espaço”…

Lembra do pênalti em Borja, na final do Paulistão, que a imprensa omitiu como pôde, e que foi classificado pelos “especialistas de arbitragem” e corroborado pelos imprenseiros todos como “disputa por espaço”?

E então, ontem, dois meses depois, aconteceu o pênalti em Gabriel Jesus… e a canalhice, que muitos “torcedores profissionais de imprensa”  escondem atrás de suas mal arranjadas máscaras de isenção, que esconderam atrás das justificativas mais esfarrapadas possíveis, derreteu, escorreu… O que não era pênalti em Abril passou a ser muito pênalti em Junho…

 

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E não param aí as comparações, as observações…

Hoje, dia seguinte ao jogo, a CBF já pretende entrar com uma representação na Fifa por causa do gol “irregular” da Suíça e também porque não se utilizaram do VAR na partida (VAR, que a CBF faz de tudo para não implantar aqui, – mas permite a sua utilização, permite a interferência externa, só para alguns,  e só quando a interferência vai favorecer esses “alguns”).

Então, um suposto erro no gol da Suíça, e a CBF já quer reclamar em uma instância superior… E isso porque ainda é o jogo de estreia do Brasil na Copa, e em um grupo bastante fácil. Imagina se fosse uma final de campeonato e anulassem, depois de 8 minutos, a marcação de um pênalti claro para o Brasil, com uma tramoia tamanho gigante, que contasse com a participação de dirigente (da federação organizadora do torneio), fazendo uso de celular em campo,  contasse com a participação do “tutor” (alguém que dissesse que era tutor, mas não tivesse um único documento provando isso), de delegado, quinto árbitro,  quarto árbitro … juiz? Com imagens mostrando o roteiro e trajeto dos envolvidos, com leitura labial, com muitas contradições no tribunal, como aconteceu ao Palmeiras, prejudicado na final do Paulistão?

Mas no caso do Palmeiras, a CBF simplesmente ignorou a mutreta, o tribunal passou pano, a imprensinha e seus torcedores profissionais aliviaram como puderam,  ironizaram o Palmeiras, não se cansaram de fazer deboches em programas, em matérias publicadas, porque o Palmeiras pediu a instauração de inquérito no TJD… Agora, por causa da seleção, todas as reclamações são válidas, não há mais deboches, ninguém precisa mais se preocupar em resolver no campo, o VAR é necessário (o Palmeiras foi um dos únicos a votar pelo uso do VAR no Brasil), os erros de arbitragem são abomináveis, deixaram de ser “chororô”, “mimimi”, a expressão o  “choro é livre” foi esquecida…

Nada como um dia após o outro, não é mesmo?

6 de Junho…  Que dia maravilhoso…

Aniversário do “Defendeeeeeeeeu Maaaaaaaarcos”…
Palmeiras Campeão Mundial Sub-17…
Palmeiras 2 x 0 Grêmio, lá no Olímpico…
🙏🙏🙏💚💚💚☘️🍀☘️

Que jogo, amigo palestrino… que jogo… foi o melhor do campeonato até agora. Na semana anterior, disseram, foi “Porcus Tristis”… nesta semana, foi PORCO ALEGRE.

Eu achava que seria uma partida difícil… Palmeiras e Grêmio estão entre os candidatos ao título. Além disso, o Grêmio não perdia há 10 jogos, não tomava gols há 5 e, nas últimas 17 partidas, tinha tomado apenas 2 gols… tinha defesa menos vazada do brasileirão… a imprensinha o badala muito e diz que ele é o melhor time do Brasil (é um time muito bom sim, mas, depois dessa quarta, porque foi o Palmeiras a vencê-lo, certamente a press vai mudar o discurso rsrs)… Tinha jogador gremista dizendo que o time que tentasse jogar de igual para igual lá no Olímpico iria tomar de 3 ou 4…

E lá foi o Palmeiras para o sul (foi para o sul, agora foi para o Ceará, e depois receberá o Flamengo, que virá de 3 partidas seguidas no RJ. O Verdão terá feito aproximadamente 8.500 km para depois pegar o time carioca, que viajará apenas 434 km até SP. Tabela bacana a da CBF, né?)…

E foi “barba, cabelo e… Bigode”.

Ao contrário do que muita gente imaginava, o Palmeiras não ficou na retranca, muito pelo contrário, foi pra cima do Grêmio, encarou o dono da casa e jogou um bolão. E com a zaga reserva, sem Borja, que vai jogar a Copa do Mundo pela seleção colombiana, sem Keno… e ainda sem Scarpa – a “Justiça” do Trabalho do RJ continua punindo o atleta, que não recebia salários, e favorecendo o clube que não cumpria com as suas obrigações trabalhistas

E, de cara, o Palmeiras começou o jogo assustando o Grêmio… Antes mesmo de 1 min, Marcos Rocha recebeu na direita e chutou rasteiro pra área, com perigo. No minuto seguinte, ou nem isso,  ataque do Palmeiras, a bola respingou na frente da área do Grêmio e Willian, de esquerda, chutou pro gol com muito perigo. A bola pegou na trave de Grohe. Por pouco o Palmeiras não abriu o placar…

Marcando bem, se garantindo na defesa, o Palmeiras ia pra cima do Grêmio. E o Grêmio, que não está muito acostumado com adversários jogando ofensivamente lá na sua arena, parecia não saber muito bem o que fazer com aquele Palmeiras que o encarava de frente. Mas procurava atacar também. O jogo era aberto… os times defendiam bem, mas tocavam a bola e contra-atacavam com perigo.

Willian me pareceu ter sido derrubado na área, mas imagina se a Globo mostrou o replay para que tirássemos a dúvida? E olha que de outros lances, os replays são mostrados na mesma hora. Mas basta ter uma dúvida qualquer a favor do Palmeiras que ela não mostra mesmo – como fez na primeira final do Paulistão, quando mostrou só 24 horas depois, o “impedimento” de Willian inventado pelo bandeira.

O juiz deu um cartão amarelo para Dudu pra lá de esquisito… ele pulou para não ser derrubado/atrapalhado na jogada e caiu, sem ser tocado pelo adversário que chegava. Mas levantou logo, não pediu falta, nada disso… e o juiz deu amarelo pra ele por… simulação. Um amarelo que o deixa pendurado para o jogo contra o Ceará… e o outro jogo depois desse será com o Flamengo… Hmmmmmmm.

Um jogo muito bom, mas faltou sair um gol do Palmeiras no primeiro tempo… e foi por pouco que ele não saiu. Hyoran dividiu com os zagueiros do Grêmio e a bola sobrou para Willian, ele encheu o pé e acertou o travessão, de novo. O Bigode estava querendo balançar a rede… O Grêmio tentou responder com Luan, mas Jaílson, que não estava dando moleza pras investidas do Luan, mandou pra escanteio…

O primeiro tempo acabou aos 45′, com o placar ainda no 0 x 0.

No segundo tempo, no primeiro minuto, Jaílson teve que espalmar um chute gremista da entrada da área…

E quem achou que o Palmeiras mudaria de postura na segunda etapa se enganou. O Verdão voltou jogando na mesma pegada, do jeito que a gente gosta. Marcos Rocha cobrou um escanteio e quase que o zagueiro do Grêmio fez contra. De cabeça, ele desviou a bola de Marcos Rocha, mas estava de costas,  e por muito pouco a bola não entrou no gol de Grohe.

Uns minutos depois, o Palmeiras cobrou escanteio, os jogadores pediram o toque de mão de André, que aconteceu, mas o árbitro não marcou.

E então… no frio da noite de quarta-feira, o Palmeiras resolveu nos aquecer… Dudu (monstro no jogo) recebeu na esquerda e deu um passe maravilhoso, no meio de dois gremistas, para Willian, que se infiltrava mais à frente. O Bigode mandou de primeira, no canto, pra balançar a rede! Gritei como se estivesse no estádio (ainda bem que meu vizinho é parmera também)…  A cara do Renato, dos jogadores do Grêmio era de: “Como assim”?  Yeaah, o Verdão,  de Bigode, furava a então melhor defesa do brasileiro, e estava na frente… merecidamente.

Ao Grêmio restava tentar buscar o empate. Mas ora esbarra em Jaílson, ora na defesa, e em algumas vezes, errava a finalização mesmo. O jogo era muito bom, e o Palmeiras, que não desperdiçava as oportunidades de ir para o ataque, era melhor em campo.

Felipe Melo saiu para a entrada de Thiago Santos; Moisés deu lugar a Jean, que voltava a jogar depois de tanto tempo; Bruno Henrique  foi descansar e Lucas Lima veio pro jogo… os pendurados do Palmeiras estavam todos amarelados… o relógio já marcava quase 40’… Por mim, o juiz já podia até apitar o final de jogo se quisesse. Meu coração estava ansioso, inquieto… mas ainda bem que o juiz não podia terminar antes da hora… teríamos mais um momento de felicidade explícita…

41’… O Palmeiras desce em contra-ataque… Hyoran faz o lançamento à frente, o jogador do Grêmio tenta interceptar, mas chuta a bola mais pra frente ainda… e adivinha quem aparece com muita velocidade para tocar na saída do Grohe e dar mais um gol ao Palmeiras? Ele mesmo… Bigode! Que coisa linda esse jogador!! Acertou em cheio o Palmeiras ao contratá-lo.

O juiz deu mais 4 minutos… e o jogo acabou com 2 x 0 para o Verdão. E foi merecidíssimo! Diante de um adversário perigoso, aguerrido, que jogava em sua casa,  o Palmeiras foi brilhante, jogou muito (subiu quatro posições na tabela)… fez “barba, cabelo e Bigode”.