Aniversário do Palmeiras… 103 anos…

Lendo algo sobre a fundação do Palestra Italia vi que, entre os 46 membros que estiveram na reunião de fundação, tinha um Eugenio Gallo.

Meu avô materno era italiano, Antonio Gallo, minha mãe também tinha esse sobrenome antes de se casar com o meu pai… Ainda que não tenha nenhuma relação de parentesco do ‘parmera’ da reunião com a família do meu avô italiano (vai saber), vou me permitir ficar aqui imaginando… será que um pouquinho do sangue que corre em minhas veias hoje esteve naquela reunião??? (isso explicaria tanta coisa… rsrs)

E sabe-lá quantas histórias se desenrolaram desde então… sabe-se lá com quais conexões… E, como não sabemos, podemos imaginar,  misturar a história do Palmeiras com a ficção,  misturar a história da primeira partida do Palestra Italia, com as minhas fantasias e com as personagens que criei…

Esse, é o primeiro, de uma série de textos que escrevi, e não publiquei, por ocasião do centenário do Palmeiras.

……….

“Em seu quarto, e com dúvidas sobre calçar ou não luvas, Angiolina, diante do espelho, experimentava o vestido que usaria no dia seguinte. De seda verde, com algumas pregas na saia, ele parecia perfeito.

O ano de 1915 iniciara com muito calor, meio abafado, e a seda seria muito bem-vinda. A signora Manoela, a modista, o fizera maravilhosamente, do jeitinho que Angiolina o imaginara. Parecia até um daqueles vestidos que vinham de Paris. “Será que Luigi a acharia bonita com ele?”, pensava ela.

Luigi,  costumeiramente uma pessoa bastante calma, estava tão empolgado quando pedira ao pai de Angiolina permissão para levá-la num passeio, que ela até estranhou o seu jeito, e mal podia acreditar que o pai tivesse concordado. E não só concordado, como havia decidido que, ele, muito interessado no motivo do passeio, também iria, e levaria a sua mãe junto. Um passeio em família com Luigi… ela adorava a ideia.

De trem, iriam para a cidade de Sorocaba, onde o ‘zio’ Guido morava, e depois tomariam o bonde até a Vila Industrial de Votorantim.

Há uns meses atrás, Luigi lhe parecera meio fora de juízo quando cismara em fundar um clube de futebol com mais três amigos – Luigi Emanuele, Vincenzo (ele era fundador de um jornal italiano de São Paulo, o Fanfulla)  e Ezechiele – das Indústrias Matarazzo, onde o pai de Angiolina também trabalhava. Um clube de italianos. Que ideia arrojada! Parecia coisa de gente maluca. Mas Luigi e os amigos estavam obcecados pela ideia, e embora muitas pessoas quisessem um clube para recitais, eles estavam decididos, queriam uma agremiação para disputar o campeonato de futebol, e para disputá-lo com as agremiações da elite paulistana. Mas os primeiros problemas quase colocaram fim no clube… um presidente que ficou apenas alguns dias no cargo; seu substituto que foi convocado para a guerra, pela Itália, que lutava contra a Alemanha; a falta de dinheiro nesse início e a quase única opção de se dar fim ao clube… Mas fora Luigi que, contrariando seus modos sempre tranquilos, dera um murro na mesa e sugerira que se marcasse uma partida para o Palestra. Essa seria a solução, segundo ele.

Ele confidenciava tudo à Angiolina, e ela, que tanto gostaria que ele pedisse a sua mão ao seu pai – eram amigos e estavam enamorados há mais de 6 meses -, temeu que ele, ocupado com as demandas desse clube,  com os primeiros problemas, acabasse esquecendo da forte amizade que existia entre os dois.

E nesse Janeiro abafado, cinco meses depois da sua fundação, o “Palestra”, como Luigi o chamava, faria o seu primeiro jogo contra uma outra agremiação também de origem italiana, o forte Savoia. O Palestra, que fora fundado em 26 de Agosto do ano anterior, não queria fazer feio – queria também entrar para a APEA, a entidade que regia o futebol paulista –  e aproveitara esses meses para se preparar e fazer uma boa estreia.

A princípio, Angiolina não tinha muita simpatia por futebol, mas devia ser só porque não entendia nada do assunto, e porque costumavam dizer que isso não era assunto para moças. Porém, Luigi falava tanto sobre isso, explicava tudo pra ela, contava os planos e sonhos que tinha para o Palestra, para o futuro do clube, e porque seus olhos brilhavam tanto quando ele lhe falava do Palestra, porque seu sorriso parecia ainda mais lindo (como se fosse possível o sorriso de Luigi ser ainda mais bonito), que ela não tinha como não sonhar com ele também, não tinha como não ir abrindo as portas do seu coração para o Palestra, e já estava achando tudo adorável. Na verdade, ela já se sentia um pouco ansiosa pela estreia também.

Do nome do clube ela gostava muito, e o repetia em voz alta, enquanto, metida no vestido verde, rodopiava em frente ao espelho, sorrindo e sonhando com a tarde ao lado de Luigi:

– Società Sportiva Palestra Italia… Società Palestra Italia… va bene… Palestra Italia – e, sorrindo para a imagem que via no espelho, imaginando a proximidade com Luigi no dia seguinte, ela rodopiava feliz com o seu lindo vestido verde.

Angiolina viera pequenina para o Brasil, mas se lembrava de muitas coisas da Italia, e ficava bastante feliz que, de alguma forma, seu país natal fosse reverenciado pelos italianos e filhos de italianos que aqui viviam. Para ela, era como se um novo país, mistura de Brasil e Itália, estivesse nascendo com o Palestra, era como se uma poesia nova estivesse sendo escrita (ela adorava ler poesias, romances, adorava escrever também). E se sentia ansiosa para acompanhar a partida. “Como seria um jogo de futebol?”, perguntava ela a si mesma.

A mãe entrara no quarto e ficara admirando a cena. A filha, de longos cabelos castanhos, um pouco dourados, de talhe elegante, rosto de traços delicados,  na beleza de seus dezessete anos, rodopiando feliz, apaixonada… Sim, uma mãe sempre sabe tudo,  Angiolina estava apaixonada… seus olhos verdes pareciam faróis brilhando… e, pela maneira como Luigi olhava a sua filha, ele logo faria o pedido a Marco.

Na manhã seguinte, depois daquele corre-corre delicioso que costuma anteceder os passeios, e depois de quase três horas de viagem de trem, chegaram à Sorocaba, à cidade do Savoia, o primeiro adversário do Palestra. Durante o trajeto Luigi conversara mais com Marco, o pai de Angiolina, do que com ela, conversara também com os amigos e diretores do clube. Falavam de futebol, claro, dos jogadores que entrariam em campo, das expectativas com o Palestra…

Os jogadores viajaram no mesmo trem, porém em outro vagão, para onde Luigi se dirigira muitas vezes durante a viagem. Angiolina, tagarelando com a mãe sobre vestidos, sapatos e chapéus, ouvira e guardara alguns nomes ditos por Luigi: Police, Bianco, Alegretti…

As mulheres sofriam com o calor e Marco, tão logo desembarcaram, tratou de levá-las à casa do seu irmão, Guido, enquanto Luigi e os outros diretores do Palestra iriam visitar um jornal da cidade, o ‘Cruzeiro do Sul’.

Depois do almoço, do qual Luigi participou também, e onde não faltou a velha e boa pastasciutta, não faltaram o vinho, o pão – feito pela zia Ida -, os queijos e salames, as frutas – as frutas no Brasil eram saborosas e agradavam ao paladar dos italianos -, e um bom licor ao final, seguiram de bonde para a Vila Industrial de Votorantim, onde se realizaria a partida.

Muitas pessoas estavam no local; como não foram cobradas as entradas para o jogo, Luigi, que era o secretário-geral, e o restante da diretoria, não sabiam estimar quantas pessoas estavam na estreia do Palestra, mas tinha bastante gente, muita gente. Angiolina estava linda, de verde, e foi de verde e branco que o Palestra Italia entrou em campo pela primeira vez, camisa verde com punhos e golas brancas. Do lado esquerdo do peito, as letras “P” e “I” apareciam bordadas em branco e sobrepostas uma na outra. Angelina ficou até emocionada, sentiu os olhos marejados e o coração se aquecer dentro do peito… a primeira vez do Palestra em campo…

                              

Pelo Palestra Italia, Luigi lhe contava, iriam jogar: Stillitano; Bonato e Fúlvio; Police, Bianco e Valle; Cavinato, Américo, Alegretti, Amílcar e Ferré.

O Savoia teria: Colbert; Ferreira e Silvestrini; Gigi, Zecchi e Fredich; Imparato, Cardoso, Ferreira II, Imparatinho e Pinho

Luigi e os amigos do Palestra estavam agitados, ansiosos. Fazia um dia lindo… O jogo começou às 14h15, e foi bastante disputado, o Palestra era aguerrido, queria vencer o seu primeiro jogo, e o Savoia, por estar em casa, se portava de forma também aguerrida. E era tão disputada a partida, havia tanta vontade e determinação no campo de jogo, que houve até um princípio de discussão áspera entre os jogadores… O periódico Fanfulla noticiaria depois que houve um “sururu”.

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Angiolina estava adorando tudo aquilo – até mesmo a discussão -, nunca imaginara que futebol fosse tão interessante, não conseguia desgrudar os olhos do campo. Sentira até vontade de falar mais alto para defender os jogadores do Palestra quando houve o entrevero, o sangue lhe esquentara nas veias e ela sentira que  lhe coraram até as faces.

O primeiro tempo foi equilibrado, mas no segundo, o Palestra Italia conseguiu se impor diante do adversário e venceu o jogo por 2 x 0.

O primeiro ‘goal’ do Palestra Italia foi de Bianco – o grande nome do jogo – de pena máxima. Um ‘goal’ ia sendo marcado, mas a defesa adversária preferiu salvar como pôde, ou seja, com um toque de mão … cometendo pena máxima. Luigi lhe dissera que isso era proibido, não se podia colocar a mão na bola, a não ser o jogador que ficava lá embaixo das traves.

O segundo ‘goal’ foi de Alegretti, e aconteceu um minuto depois, também de pena máxima. Ferreira, da agremiação de Savoia, na área penal, cometeu uma falta e o árbitro, atento e imparcial, o puniu inexoravelmente.

Angiolina ainda não entendia completamente as regras, mesmo com as explicações do namorado, mas gostava mesmo assim. E achou lindo ver os admiradores do Palestra comemorando os ‘goals’ – Luigi não se aguentava de felicidade -, ver os jogadores cumprimentando um ao outro dentro de campo; achou mais bonito ainda ver o Palestra receber a taça pela vitória, taça que tinha sido oferecida pela agremiação de Savoia , e que era a primeira conquistada pelos de verde escuro –  e ela se estranhava, porque ficara bastante emocionada e sentia até vontade de pular de satisfação.….

Luigi, de tão feliz pela vitória, deu um abraço apertado em Angiolina e beijou seus lábios, de leve, na frente de seus pais, que, por sorte, estavam tão felizes também e nem perceberam. Bendito seja o Palestra pra todo sempre, pensara Angiolina, morrendo de felicidade por todas as novas emoções que experimentava naquele dia e, claro, se derretendo pelo contato dos lábios de Luigi. Quando fora que ele ficara tão impetuoso assim, para beijá-la na frente de seus pais, e sem ter feito o pedido da sua mão?

No rosto de Luigi, para o qual Angiolina nunca se cansava de olhar, resplandecia a alegria de um sonho que se realizava… brilhava a certeza de que ninguém poderia mais deter a caminhada do Palestra Italia…  O Palestra Italia existia, vencera a primeira partida e conquistara o primeiro troféu… e ele jurava pra si mesmo – para Angiolina também – que o Palestra seria um gigante um dia, seria imponente, e haveria de conquistar muitas taças, campeonatos, sócios e admiradores…

                              

E Angiolina acreditava piamente em Luigi, a energia que ela sentira vendo o Palestra Italia jogar, a alegria e emoção que ele a fizera sentir, o coração que, agora, parecia tão maior e pulsante dentro do seu peito, lhe davam a certeza que, um dia, ele seria mesmo um gigante…

E no fundo do seu coração, ela sabia… uma linda e gloriosa história estava apenas começando…

Tanti auguri, Palestra. Per sempre”.

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Coragem… muita luta… glórias… grandeza… honra… dignidade… títulos… craques, ídolos/lendas… uma torcida apaixonadíssima…  Palmeiras.

103 anos, hein meu “velho”? E que caminho lindo você vem percorrendo até aqui… Não há vento que te dobre, não há pedra que te impeça de caminhar… não há nuvem escura que consiga esconder por muito tempo o sol que brilha sobre você… Ser grande é o seu destino, caro mio, desde 1914…

103 anos… E a festa é dos que te amam… é nossa.

Hoje é dia de Tsunami Verde, hoje é dia de muito orgulho,  de muita alegria, é dia de coração em festa, de bolo, de vinho, cerveja, champanhe, Coca Cola, churrasco, macarronada, é dia de cachorro quente na Palestra Italia… é dia de pizza, belo! Dia de parmerada na rua vestindo o manto… Dia de amigos, abraços, sorrisos… Hoje é dia de comemorar a sorte de sermos “parmeras”… é dia de dizermos ao mundo o quanto somos felizes porque você existe, Verdão, seu lindo. Dizer que é um orgulho enorme trazermos o seu nome do lado esquerdo do peito.

Palmeiras, dos torcedores cornetas e não cornetas, que brigam o ano inteiro uns com os outros e, no Allianz, comemoram a conquista de um campeonato chorando juntos, abraçados, como amigos, como irmãos que são.

Palmeiras, dos brasileiros, japoneses, portugueses, espanhóis, americanos… que falam “ma che cazzo” e dos italianos que falam “É nóis”…

Palmeiras, que une tantas raças, tantas cores, tantos credos,  num só coração, numa só família…

Palmeiras, que nos dá coisas que dinheiro nenhum do mundo pode comprar…

Palmeiras, do goleiro santo, que toma café durante uma partida… dos maravilhosos gols por cobertura, que soterram o orgulho do rival… do goleiro que faz gol de título… do zagueiro que faz gol e dá cambalhota… do gigante artilheiro que marca, desarma, faz gol e dança… do profeta que abre o caminho dos gramados… do soldadinho de chumbo, guerreiro… Palmeiras, do menino Jesus…

Palmeiras, que acredita na força da calça vinho…

Do Allianz Parque sempre cheio pela “novidade” que já dura três anos…

Palmeiras, “fonte da juventude” dos jogadores e nossa…

Palmeiras, do “Hino Nacional” palestrino… das conquistas épicas, inesquecíveis…

Palmeiras/Verdão/Palestra/Alviverde Imponente, que é meu, é seu, é nosso… é da torcida que nunca para de cantar.

Palmeiras, 103 anos… E cada vez maior.

Aaaah, grazadeus!!!

Parabéns, Palmeiras! Obrigada por tanto!!
TE AAAAAAAAAMOOOOOO!!! 🎂🍾🎉💚💚🐷🌴

O futebol do Palmeiras desandou… não funciona, não agride adversários, não marca como deveria, e todos queremos descobrir porquê…

Primeiro, no afã de encontrarmos culpados (e não os responsáveis), a culpa era toda do Eduardo Baptista, das ‘cagad*s’ que ele fizera aqui e que o novo técnico teria que consertar…

Depois, concluímos que a culpa era mesmo do Borja, que não marca gols…

Não demorou muito e descobrimos que a culpa era toda do Prass…

Mas, então, analisando bem, percebemos que Borja continuava culpado, era só por causa dele que os gols não saíam…

Observando mais cuidadosamente, chegamos à conclusão que a culpa era da falta de treinamento, o técnico, coitado, não tinha tido uma semana sequer para treinar o time desde que retornara ao clube…

Chocados, descobrimos que estávamos enganados, que o grande culpado era o desagregador Felipe Melo, que ele estragava o ambiente, e os jogadores não rendiam porque não gostavam do seu comportamento…

Mas pensamos melhor e, “sábios” que somos, encontramos finalmente a resposta e a culpa para os fracassos do time: Mattos (que não contrata ninguém sem o aval da diretoria e da comissão técnica). Nosso diretor não sabe contratar…

Mas eis que finalmente, e para espanto geral, na eliminação da Libertadores em nossa casa, diante de um Barcelona genérico, o verdadeiro culpado – até pela extinção dos dinossauros – apareceu… Egídio!!

E agora, na continuação pós campeonatos perdidos? E agora, no restante do Brasileiro, com um futebol mixuruca, que só conhece o caminho de bicão e bola levantada na área para chegar ao gol adversário, sem ter uma segunda alternativa/estratégia? E agora, com um ataque pouco ofensivo, que não agride o time adversário, com a defesa, mal posicionada – parece que marcam a bola -, que em todos os jogos – jogue quem jogar -, sempre deixa atacantes adversários sem marcação diante de nossos goleiros? E agora, com uma derrota, em casa, para um time pequeno, que voltava das ‘trocentas ‘horas de viagem de uma excursão pelo mundo? De quem vai ser a responsabilidade?

Está em cartaz o “Ainn, ele não montou o elenco”…

“Para cada prova, a matéria a estudar é diferente. Se, por exemplo, você decorar só a tabuada do 9,  não passará em todas as provas”.

Não nos preparamos adequadamente para nossas provas… e deu tudo errado esse ano. Ainda que dessa vez eu não acreditasse numa eliminação – não contra o Barcelona de Guayaquil, e em nossa casa -, se fossemos observar com total isenção, depois da vacilada na primeira partida (poderíamos ter saído de lá com um resultado melhor), essa era mais uma tragédia mais ou menos anunciada…

Entrei no Allianz em 10 Agosto de 2017 e, antes mesmo de sair de lá, o ano já tinha acabado… Complicado…

Uma festa linda, torcida vibrante…  mosaico maravilhoso, na arena toda… A voz do Allianz, de quase 40 mil pessoas cantando o nosso hino, podia ser escutada até lá da lua, e, deve ter sido por isso que, ela, a lua, curiosa, apareceu para espiar por sobre a cobertura… Emocionante… Por falta de apoio não foi.

O Palmeiras até que tentou, mas ficou faltando aquele algo mais…

Jogamos mal no primeiro tempo. Embora rondássemos a área do Barcelona muitas vezes, faltava a ofensividade que a ocasião exigia (precisávamos de dois gols), faltava pressionar/encurralar o adversário, deixar o Barcelona com medo, preocupado, fazer o goleiro deles trabalhar. Dudu, marcadíssimo, ‘botinadíssimo’ pelos adversários também, jogava numa posição que não era a sua,  e Guerra e Moisés estavam no banco… Se não aguentavam um jogo todo, bem que poderiam ser utilizados pelo menos um tempo cada um. Não adiantava “economizarmos”, se as nossas pretensões de conquista de campeonato poderiam se encerrar naquela mesma noite. Faríamos o quê com as “economias” depois?

E não criávamos nada, ficávamos tentando só nos lançamentos, na ligação direta… e nada chegava no Deyverson -não adianta trocar o atacante se a bola não chega nele, se não tem um esquema para favorecer esse de tipo jogador.  Pode por até o CR7 lá.

Faltas adversárias demais, jogo paralisado demais, cera demais – desde o início do jogo… Juiz assinalando de menos as faltas equatorianas… cartões amarelos, trapaceiros, que ficavam escondidos e não saíam do bolso do árbitro de jeito nenhum… e, assim,  com adversários impunes, nossos jogadores iam apanhando um bocado, Dudu então, apanhava com bola e sem bola…

Mina saiu machucado no finalzinho do primeiro tempo, chorando (imagina se não teríamos jogadores machucados?). Mais essa ainda…

O primeiro tempo terminou 0 x 0  (com tanta paralisação e cera, o juiz deu só 3 minutos de acréscimo), e eu que, antes do jogo, achava que faríamos o placar desejado facilmente, já estava meio desconfiada – tivemos duas únicas chances reais de gol (eles tiveram uma)… era muito pouco para as nossas pretensões. Keno não estava muito bem, Guedes também não, Deyverson sumido, Tche Tche, na lateral, não conseguia segurar o atacante equatoriano quando ele descia…

Logo no início da segunda etapa, com a entrada de Moisés no lugar de Guedes, o Palmeiras ficou melhor, claro. Quem não sabia que, com ele jogando com Dudu, as coisas melhorariam? E fizemos um gol lindo, logo aos 5′. Duduzinho recebeu um passe longo e perfeito de Moisés,  ele dominou, ajeitou, parou na frente da área, esperou Moisés chegar  e tocou para o profeta… finalmente abrir o mar que nos separava do gol.  Moisés deu um corte no “barcelento” e  guardou no fundo da rede, no fundo do nosso coração… Que gol lindo!  Um gol que explodiu o Allianz! E ainda mais, porque era do Moisés, que ficou tanto tempo parado. E ele, iluminado, veio nos dar o gol que tanto queríamos. Um momento lindo, de arrepiar a gente, literalmente…

Golaço de Moisés! Nessas horas, eu sempre acho que vamos morrer do coração de tanta alegria. O Allianz parecia que ia vir abaixo tamanha a força da voz da Que Canta e Vibra. A festa era linda. E todos pensamos: Agora vai!

Dez minutos depois, Egídio lançou a bola para Dudu dentro da área, ele deu o drible, e chutou cruzado, do outro lado Deyverson tocou e mandou pro gol. Mas o bandeira assinalou impedimento… Que “disgrace”. E não bastasse isso, na sequência, demos uma bobeada e o Barcelona deu um susto na gente com uma bola na trave do Jaílson…

Não pressionamos como deveríamos depois do gol… E, pra complicar ainda mais,  devíamos ter uns 30 minutos de segundo tempo quando perdemos Dudu, o guerreiro, que sentia dores e caiu no campo, chorando (imagina se ele ia querer sair de um jogo desse?)… Mas estava na cara que isso ia acontecer, Duduzinho, que doou até a alma em campo (os jogadores todos se doaram na partida), apanhou feito um condenado, e com as bençãos do árbitro…

O tempo, insensível à nossa aflição, voava…

Seja pela ausência de Dudu,  ou porque o time correu muito e cansou, mas o Palmeiras deu uma baixada de bola… o tempo foi passando e chegamos aos 45’… o juiz deu mais 4. Não podia ser que iríamos para os famigerados pênaltis, mas estava mais do que na cara…

O atacante do Barcelona recebeu sozinho na área, na cara do Jaílson… eu fechei os olhos e nem quis ver o resto da jogada, mas o grito da torcida me contou que alguém tinha salvado. Era Tche Tche, que apareceu e tirou a bola.

Moisés arriscou um chute de muito longe e começou a mancar depois… Se a coisa já tava dramática, imagina como seria com a possibilidade de cobranças de pênaltis cada vez mais real?

O juiz apitou o final de jogo, o Allianz gritava o nome de Jaílson. Eu rezava por ele, mas não podia evitar de pensar que Prass, nosso pegador de pênaltis, nosso milagreiro que  faz até gol de título, estava no banco… Jean e Guedes, que são os que sempre cobram nas partidas, também estavam…

O Allianz, tenso, aflito, cantava a plenos pulmões… Que tensão… tá doido! Não faltara raça, não faltara empenho dos nossos jogadores, mas tinha faltado saber mais de um caminho para o gol, tinha faltado ter “estudado mais do que a tabuada do 9″…

Eu nem queria olhar as cobranças – isso é de praxe… Acho que a lua, meio supersticiosa, assim como eu,  também não queria, porque ele já tinha desaparecido no céu.

Eles cobraram primeiro e marcaram… Guerra marcou o dele… Fizeram o segundo… Tche Tche também fez… Fizeram o terceiro…  Bruno Henrique, machucado, foi para a cobrança e o goleiro defendeu, por um segundo ou dois, o Allianz ficou dolorosamente calado, e eu soube então o que acontecera… Acertaram a quarta cobrança – todo mundo dizia que Jaílson por muito pouco não pegara…  Então, resolvi olhar a nossa quarta cobrança e vi Keno chutar muito bem, guardar o dele e sair vibrando…

Nossos pensamentos estavam todos em Jaílson… Jaílson tinha que pegar ou pegar…

De olhos fechados eu rezava por Jaílson… e o Allianz explodiu na defesa do nosso goleiro…. Haja coração! Moisés, mancando, cobrou e guardou.  Tudo igual. Novas cobranças começariam. Agora, se um fizesse e outro errasse, acabaria ali. Eles marcaram o deles, Egídio cobrou e o goleiro defendeu… final de ano pra gente, e sem presente de Natal…

O Jaílson defendeu um… o goleiro deles defendeu dois… Mas, na nossa visão é sempre o mesmo, o pênalti defendido pelo nosso goleiro, é só mérito dele, os que foram defendidos pelo goleiro adversário é só demérito dos nossos jogadores…

Uns culpam a cobrança de pênalti de Egídio, culpam Egídio pela eliminação, e esquecem que perdemos duas cobranças; outros culpam os que não quiseram/não se sentiram confiantes para cobrar a penalidade – não achei legal saber que jogadores fugiram da raia na hora em que o Palmeiras mais precisava, e não achei legal também isso ter sido dito para imprensa.

E, de verdade, prefiro mil vezes um jogador que erra na cobrança de um pênalti, mas que foi lá sentir a pressão de cobrar uma penalidade tão importante, do que um que poderia ter acertado, mas fugiu da responsabilidade na hora de cobrar. Porém, não tenho raiva dos que se recusaram a fazê-lo. Apesar de não terem a coragem que eu gostaria que tivessem, apesar de não terem aquele algo mais que deveriam ter na hora de o time decidir algo,  pelo menos foram honestos ao dizer que não estavam em condições.

Mas não foi só por isso que nosso ano foi desapontador, não foi só isso… Nosso futebol ficou devendo. Veja só, não conseguimos marcar dois gols no… Barcelona de Guayaquil, e em casa.

Se um projeto que nos parecia tão grandioso e no qual acreditávamos tanto, infelizmente naufragou, os motivos são vários e a responsabilidade é de todo mundo… jogadores, comissão técnica e dirigentes – não necessariamente nessa ordem.

Só a torcida não tem responsabilidade alguma nisso, mesmo com as cornetas todas, porque ela carrega o time nas costas – até mesmo literalmente, se precisar.

Nossos planos não deram certo, é uma pena, mas acontece. Estamos desapontados, frustrados, bravos, mergulhados em tristeza, mas penso que não temos que caçar bruxas, nem colocá-las na fogueira. Reclamar, sim; acender o fogo do inferno de novo, não. Agora é hora do mea-culpa geral lá no Palestra, é hora de todo mundo lá admitir as próprias falhas – sem tirar da reta- , consertar os erros (temos condições de consertar sim), de repetir os acertos, de unir forças… e levantar a cabeça… temos muitas partidas para disputar e tentar vencer ainda este ano.

E a torcida, sou capaz de apostar, vai continuar apoiando como sempre faz. Aliás, essa é a parte que nos cabe.

Sigamos em paz…  #AvantiPalestra e #VoltaLogoPN

Deveria ser proibido ao Palmeiras jogar em sua casa, diante da sua torcida, sem o time principal, sem a formação com mais condições de buscar uma vitória…

Numa ótima sequência, tínhamos conquistado 13 pontos, de 15 possíveis, nas últimas 5 rodadas do Brasileirão, E não precisávamos ter ido com o time tão reserva assim no jogo de ontem, diante do Atlético-PR.  Cuca errou (de novo) ao fazê-lo. E perdemos pontos por isso.

Quem costuma me ler aqui sabe o que penso, títulos são consequência de trabalho, de time que “encaixa”, de planejamento, de arbitragens corretas (no Brasil, isso é um problemão), de um monte de fatores, e não espero que o Palmeiras ganhe todos os títulos… o que eu espero mesmo do Palmeiras, o que eu quero, é que ele tenha condições de disputar os títulos (quero poder sonhar com eles), sem que ele seja apenas um mero coadjuvante nos campeonatos. É isso o que o Palmeiras vem fazendo nos últimos tempos, era isso que  Maurício Galiotte dizia – numa reunião da qual participei, antes da sua eleição – que poderíamos esperar do Palmeiras campeão brasileiro que ele assumiria. Então, temos que nos manter na trilha…

E nem se fossemos jogar contra o Barcelona de Messi, e não contra o Barcelona genérico, eu acharia legal darmos adeus ao Brasileiro 2017 antes mesmo do início do segundo turno, com 19 rodadas pela frente (matematicamente é possível ainda, porém, improvável). Mesmo porque, na Libertadores, estamos ainda nas oitavas de final, disputando uma vaga contra um adversário que todos comemoramos quando foi sorteado para o nosso time.

A Libertadores não é a minha obsessão. No entanto, como o Palmeiras é o atual campeão brasileiro, é natural que as atenções se voltem para a Libertadores, é natural que o foco do torcedor seja o torneio que gostaríamos de conquistar pela segunda vez. Mas não precisamos abdicar da disputa de um campeonato importante, que dura praticamente o ano todo (e enche os cofres do clube com as rendas desse ano todo), ainda no primeiro turno, não é mesmo?  Para o Palmeiras essa roupa não serve, não cai bem, e não me agrada.

Resultado ruim o 0 x 1 de ontem. Tomamos um gol besta num vacilo gigante do nosso zagueiro. Após a cobrança de escanteio do Atlético-PR, Juninho conseguiu perder para um “Tchagueleno”, gordão, que estava atrás dele, e que mesmo sem sair do chão, levou a melhor e mandou pro gol. E não fizemos quase nada para mudarmos isso no jogo. Tivemos duas boas chances, mas, em uma delas, o Erik se embananou na frente da bola e na cara do gol; e, na outra, depois de um bom passe de Borja, Antonio Carlos desperdiçou e mandou por cima (do seu lado esquerdo havia 3 palmeirenses). O goleiro deles ainda fez uma defesa excelente, Prass também fez duas defesaças. E aí surgem as desculpas mil para justificar a derrota em casa e a opção – errada – de se colocar em campo um time todo reserva…

“Mas o X errou, depois o Y errou também e proporcionamos o escanteio para o adversário”… O time do Atlético também nos proporcionou vários escanteios e não fizemos nada com eles. Escanteios não são certeza de gol e, em muitas ocasiões, nem perigosos são. Nós tomamos o gol por causa da falha do nosso zagueiro.

“Mas time reserva é isso mesmo,  não tem entrosamento, não funciona”… Se nós sabemos disso, o técnico também sabe. E se sabe, como manda a campo um time que não vai funcionar – e o pior, deixando um reserva como Keno no banco e optando pelo Erik, sendo que o que ficou no banco é melhor?

“Mas nenhum clube ganha brasileiro e Libertadores no mesmo ano”, me disse um amigo – outras pessoas também me disseram algo parecido.  Isso costuma ser verdade. E eu gostaria que já tivéssemos conquistado a Libertadores para podermos fazer essa afirmação, mas isso ainda não aconteceu. Só depois de a conquistarmos, SE a conquistarmos, é que esse argumento nos servirá.

“Mas era para poupar, nós estamos disputando duas competições”…

O Grêmio disputa três torneios, está na semifinal da Copa do Brasil, poupou apenas alguns jogadores para o jogo desse final de semana e venceu; nem mesmo o Atlético-PR, que também disputa a Libertadores, veio com time reserva jogar contra o Palmeiras. Por que precisaríamos “poupar” todo mundo? Por que alguns jogadores titulares não poderiam jogar meio tempo? Por que a defesa, para ficar afiada, não poderia ter o Luan, por exemplo? Cada um tem uma opinião, não sou a dona da verdade, mas eu não concordo com isso de poupar todo mundo. Ontem, não era necessário…

No entanto, vamos ter que esperar o final da história (a nossa parte na história) para sabermos se esses aborrecimentos que estamos tendo agora vão valer a pena. Embora a Libertadores não seja a minha obsessão, se estivéssemos fora dela, se não tivéssemos obtido uma das vagas na competição (nosso título de campeão brasileiro nos deu a vaga), estaríamos certamente nos lamentando por isso… e, não tenho dúvida alguma,  se conquistarmos esse título, se o Palmeiras vier a ser o Campeão da América, eu, você e todos os palmeirenses do planeta não daremos a mínima para o que acontece agora… nenhum de nós ligará pra isso, e esses tropeços todos, esses vacilos do nosso time, do nosso técnico, os pontos que deixamos de conquistar,  perderão completamente a importância.

Portanto, as reclamações acabam aqui, vamos focar na partida de quarta, no passo que precisamos dar para conquistarmos a vaga e seguirmos em frente na competição. E que não seja por falta de apoio, de incentivo e carinho nosso, não é mesmo?

Que o Allianz seja pequeno para toda a boa energia que levaremos pra lá na quarta-feira… E que os parmeras de todos os cantos do planeta estejam juntos em nossa casa… de alma e coração, porque vamos cantar, vamos fazer festa, vamos todos “entrar em campo”.

CAPRICHA NOS PARANAUÊS, CUCA! E VAMOS BUSCAR, PORCOOO!

 

Uma vez que a situação esquisita que rolou no Palmeiras, e que culminou com a saída de Felipe Melo do elenco, está estabelecida, que as decisões já foram tomadas, não adianta muito a gente ficar falando sobre ela. Cada um de nós, baseado em suas percepções, em suas próprias conclusões, vai se posicionar, escolher um lado – isso é do ser humano -, cada um de nós vai acreditar no que quiser acreditar, no que for mais confortável, mais aceitável…

Da minha parte, vou separar o técnico do meu time da pessoa que eu agora, baseada em várias coisas que venho observando, e em outras que tomei conhecimento, imagino que ele seja, e que me faz ter que tomar um Dramin para encarar…

Desconstruir uma imagem não é fácil (depois que descobri que o Papai Noel não existia, encaro qualquer coisa), mas pra mim, o que importa é o Palmeiras, e se o técnico fizer meu time jogar bola, se fizer o meu time vencer, ser campeão, com quaisquer jogadores que sejam, vou ficar feliz da vida, realizada, porque é isso o que me interessa. É só isso que me interessa.

A vida segue. E não se fala mais nisso.

 

O sinal de alerta já estava aceso…

A presepada em nossa casa, na primeira partida diante do Cruzeiro, pesou na conta… afinal, tomar três gols em mata-mata, na sua própria casa, é meio que pedir para ser morto na outra partida, não é mesmo? E mesmo com o empate bravamente conquistado na ocasião (ir buscar um 3 x 0 não é fácil), a possibilidade de eliminação passou a ser coisa séria…

E o 1 x 1, que normalmente teria sido um resultado bom para um jogo fora, acabou por ser desastroso e determinou a nossa desclassificação na Copa do Brasil.

O juiz, Wilton Pereira Sampaio – que havia nos operado diante do Santos, no Brasileirão, e que, por tantas outras ‘operadas’, nos deixava ressabiados nessa partida -, embora tivesse sido bem mais simpático e bonzinho com os donos da casa, não teve interferência direta no resultado da partida. Nós perdemos a vaga por nossa conta mesmo.

No primeiro tempo, os dois times, jogando fechados, pareciam se preocupar mais em se defender, em não tomar gol. O Palmeiras nem podia pensar em tomar gol mesmo, e o Cruzeiro, por sua vez, imagino eu, embora mais tranquilo – podia empatar até por 2 x 2, – certamente não queria permitir que o Palmeiras repetisse o bom futebol apresentado no segundo tempo da partida em São Paulo.

Os times eram bastante cautelosos, mas o Palmeiras tocava, tocava, tocava e parecia não saber como chegar ao gol, não criava nada de perigoso. Precisando da vitória, não era suficientemente ofensivo. O futebol do Palmeiras não me agradava, não tinha “sustância”, estava apagado – o do Cruzeiro, ainda bem, não era grande coisa também.

Tínhamos mais posse de bola, mas não aproveitávamos isso, e insistíamos em cruzamentos… não pegávamos outros atalhos para o gol adversário… e o Cruzeiro chutava mais ao nosso gol.

A torcida do Palmeiras, por sua vez, mesmo sendo muito menor, fazia a festa lá e se fazia ouvir lindamente pela TV.  A do Cruzeiro, claro, na sua casa, não ficava atrás…

Cuca trouxe Keno para o segundo tempo e deixou Guerra no vestiário… Embora goste muito do Keno, confesso que fiquei preocupada… Se já não estávamos criando muito mesmo, imagine sem o Guerra…

E eu queria tanto que o Palmeiras marcasse um gol…

O segundo tempo não parecia ter começado melhor… ora errávamos o passe,  ora o jogador passava da bola… e a gente precisando ganhar…

Cuca tirou Felipe Melo para a entrada de Raphael Veiga (deixar o Pitbull 3 jogos fora – isso faz perder ritmo de jogo -, poupar o cara pra esse jogo, e o tirar aos 12′ do segundo tempo?). Se por um lado era ruim a saída do Pitbull, por outro, talvez Veiga pudesse fazer a bola chegar aos atacantes.

O Palmeiras parecia se insinuar mais na área inimiga, mas sem o perigo que a gente tanto queria. O relógio parecia correr… Raphael Veiga chutou de fora da área e a bola passou pertinho… o Cruzeiro atacou e Mina tirou…

Nervosa, eu já começava a minha “via-crucis” de entrar e sair da sala… Ouvia, de longe, as descidas do Cruzeiro, e corria ver quando era o Palmeiras que ia pro ataque… E já tínhamos 24′ de segundo tempo…

E então, eu estava em pé, na frente da TV, Jean cobrou escanteio (acho que era o Jean), o goleiro deu um socão mandando a bola longe. De fora da área, Keno chutou pro gol, ela desviou no jogador do Cruzeiro e foi morrer na rede. GOOOOOOOL, P#%%@!! Keno, seu lindo!!! Quase morri de alegria…

E aí, o Cuca comeu mais uma bola na partida… com 28′ de jogo, com o Palmeiras ganhando, ele me tira o Dudu (Dudu não é pra sair nunca) e coloca o Tche Tche… Se pensava em segurar lá na frente, como diria depois na entrevista, tinha que ter deixado o Dudu em campo, né?

Depois do nosso gol, o maledeto do relógio resolveu caminhar, muito devagar… o tempo não passava. E o Cruzeiro vinha pra cima…

Eu nem vi na hora… Borja recebeu livre e virou o jogo para Egídio. Ele recebeu, tinha a opção do Veiga no meio, mas resolveu arriscar o chute e mandou a bola pra Júpiter… Já não criávamos quase nada, e ele me desperdiça uma chance dessa.

Na sequência, faltou a pegada dos jogadores de defesa, faltou o Jailson ter saído um milésimo de segundo antes… numa bola levantada em nossa área, o jogador do Cruzeiro, subindo tranquilo ao lado de Mina, cabeceou pro gol vencendo Jaílson…

E estávamos com 39’… agora o relógio voaria… e só se fosse por um milagre…

Milagres não acontecem todos os dias, nem sempre conseguimos aquele gol redentor no último minuto… De longe, ainda escutei o Jaílson fazer uma baita defesa… e o jogo acabou.

O Palmeiras, contrariando as nossas muitas expectativas, foi eliminado. E teríamos que conviver com isso. Empatamos dois jogos e perdemos a vaga… por causa daqueles três gols tomados em casa… E, no fundo, sabíamos que eles dificultariam a nossa vida mesmo.

Ficamos tristes, claro, um pouco bravos na hora também, mas não há uma bruxa a ser caçada. A conta é do time todo, é do técnico, é do Palmeiras. Todos eles deram, de alguma maneira, a sua contribuição para esse desfecho.

E vamos em frente… Temos dois campeonatos a disputar ainda. O Brasileirão, embora mais difícil pra nós, ainda está aberto, e a vaga na Libertadores, nós decidiremos em casa.

Sábado tem Palmeiras x Avaí. E SE O PALMEIRAS VAI JOGAR, É CLARO QUE EU VOU!!

EU PLANTEI PALMEIRAS NO  !!

 

 

 

 

 

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Certa vez – faz tempo -, li algo em  uma revista…

“Existe um lugar mágico, onde o tempo não passa no mesmo ritmo pra todo mundo. Nesse lugar mágico, nenhum relógio marca a mesma hora. E o futebol é um caos. Enquanto um torcedor vê o seu craque partindo para a grande área com a bola dominada, diante do goleiro adversário, outro já viu o drible, o chute, já viu o gol acontecer, já o comemorou, ao mesmo tempo que um terceiro torcedor está vendo ainda o time entrar em campo… Para alguns, o jogo ainda nem começou; para outros,  já aconteceu… há mais de 60 anos”.

A pessoa que escreveu isso se baseou nas teorias de Einstein, e claro que a concepção desse mundo mágico, desse tempo onde não se distingue passado, presente e futuro,  a ideia de que tempo e espaço são a mesma coisa, era dele. E isso nos leva a pensar que, talvez, nada possamos mudar… nem eu, nem você, nem o gatinho no telhado, nem a pedra na montanha, nem a concha na areia da praia… o que para uns é futuro, para outros já está gravado na memória, já aconteceu…

Aconteceu pra gente primeiro… e o que aconteceu está lá… no tempo… e nada pode mudar. E podemos sempre viajar no tempo, cada um de nós à sua maneira, e (re)viver fragmentos da nossa história, do nosso universo, da nossa vida…

Meu pai viveu isso, em 1951, e eu, viajante de um outro tempo, ‘vivi’ isso depois, através dele… Meu pai viveu a tristeza enorme da perna quebrada de Aquiles, antes do jogo da semifinal… e eu já conhecia o final da história… Meu pai viu a injustiça que fizeram com o seu ídolo, Oberdan Cattani, pela derrota diante da Juventus-Turim, na fase classificatória da competição (como alguns fazem agora com Prass)…  eu vi a continuação da história, que fez justiça a um dos maiores – senão o maior –  goleiros da história do Palmeiras…  Meu pai fez parte dos 100.093 torcedores brasileiros que estavam no Maracanã (o Brasil era Palmeiras, o  Palmeiras era Brasil – em nenhuma outra ocasião, um clube paulista desfilaria em carro aberto no Rio de Janeiro, e sob aplausos e lágrimas de alegria e orgulho das pessoas na rua)… eu faço parte dos milhões de viajantes de outro vagão desse trem do tempo, que já deram de cara com essa conquista…

Talvez, hoje, nesse tempo que não distingue passado, presente e futuro, meu pai esteja lá no Rio de Janeiro, em pleno 22 de Julho de 1951, vivendo a alegria dessa conquista, vivendo a maravilha de ver o seu time, com os seus ídolos amados, fazer o Palmeiras Campeão do Mundo… talvez ele esteja lá agora, sorrindo de alegria, com lágrimas nos olhos e de peito cheio de orgulho por saber que Brasil inteiro  comemora com ele…

Talvez, hoje, nos fios do tempo que se embaraçam nesta data, 1951  se  encontre com 2017, e meu pai e eu (e todos os palmeirenses de  todos os tempos) estejamos juntos… comemorando o Mundial do Palmeiras.

Auguri meu pai… Auguri Fábio Crippa, Oberdan, Sarno, Salvador , Juvenal, Waldemar Fiume, Túlio, Luiz Villa, Dema, Lima, Aquiles, Ponce de León Canhotinho, Liminha, Jair Rosa Pinto, Rodrigues, Richard e Ventura Cambon.

Tanti auguri Palmeiras.

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Depois da derrota para o maior rival, em pleno Allianz (infelizmente, uma derrota merecida, pela falta de ousadia, pela falta de organização do time verde em campo – não é a toa que tantos jogadores tenham caído de produção ao mesmo tempo -, pela posse de bola muito maior que a do adversário (63% para o Palmeiras) e, mesmo assim, a insistência na jogada – e só nela – de bola levantada na área, com muitos erros  nos cruzamentos; pela aplicação tática e organização do time adversário – que sabe dos seus limites e faz o simples, o “feijão com arroz”, certinho, sem nenhum extra, que marca incansavelmente, que faz cera, sem sentir nenhuma vergonha disso), depois de praticamente darmos adeus ao campeonato (faltando muitas rodadas, matematicamente ainda há boas chances, mas é difícil), depois do desgosto que essa derrota nos trouxe, ninguém imaginaria que o Allianz estaria lotado para Palmeiras x Vitória…

Manhã de domingo e mais de 36 mil torcedores estavam no jogo. O amor dessa torcida pelo seu clube é algo que precisa ser estudado…

Eu cheguei bem atrasada e, antes mesmo de subir para o meu setor, vi pela televisão do corredor que o Palmeiras perdia por 1 x 0… Como assim?

Ao chegar ao meu lugar,  meus amigos me informaram que o Palmeiras tinha começado bem o jogo, mas, num erro de passe e num chute de longa distância, que bateu na trave e entrou, tínhamos tomado o  gol.

Eu não acreditava que iríamos perder aquele jogo… não, com os jogadores que temos, que são, sim, melhores do que os que a maioria dos clubes possuem em seus elencos – basta apenas o Cuca acertar as coisas, dar padrão ao time, acertar o posicionamento da defesa e parar de inventar (ele manja do assunto, tem totais condições de acertar isso), basta ao time  colocar a cabeça no lugar, que o pé automaticamente entra na forma também.

Da mesma maneira que, no jogo anterior, a gente sabia que  a  ‘Lua estava em Saturno’ e o Palmeiras não iria marcar gol nem se jogasse mais 4 tempos, nós sentíamos que ali, diante do Vitória, nosso gol estava chegando… o sangue parmera esquenta mais nas veias na iminência de gols…

Falta para o Palmeiras, Dudu na cobrança: “Capricha, Dudu”. (Mal sabia eu, que era ele mesmo, o craque do time, nosso “soldadinho de chumbo”,  de quem eu sempre espero as melhores jogadas, que comandaria a nossa futebolística manhã de domingo). Duduzinho cruzou na área e Mina, que é sempre um perigo por ali, foi derrubado por Wallace. Milagrosamente, o juiz assinalou a penalidade – digo “milagrosamente”, porque, em algumas partidas anteriores, o Palmeiras sofreu pênaltis, legítimos, que foram ignorados pelos árbitros.

Os imprenseiros disseram na TV – eu soube depois – que ‘o lance foi muito polêmico’, que não houve nada’; outros escreveram que ‘o árbitro errou’, que ‘Mina se jogou na área’ e, mesmo após a partida, depois de cansarem de rever as imagens,  continuaram sugerindo que o Palmeiras tinha sido beneficiado.

Até passaria a ser verdade isso, se a imagem não mostrasse que Mina quase tinha sido castrado no lance… Na imagem abaixo, é muito fácil observar, se Mina não estivesse usando  uma bermuda embaixo do calção, teria ficado com os ‘acessórios’ todos de fora. O lado direito do seu calção, na mão do jogador do Vitória (repara nas listras), foi parar lá do lado esquerdo de tanto que foi puxado… Mas “não houve falta”, tá?

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Pênalti bem marcado… bola na marca da cal… Guedes,  nosso “Princeso”, que tá virando o  homem dos pênaltis, foi para a cobrança… chute forte, no canto superior esquerdo… bola de um lado, goleiro de outro e GOL DO PALMEIRAS! Mal a bola tocara a rede e o Allianz dava o seu enorme grito de gol…

“O Palmeiras é o  time da virada… o Palmeiras é o time do amor.” A torcida, cantando muito, fazia a arena vibrar e chamava a virada de jogo…

O telão nos mostrava que estávamos com 45′, quando, na jogada de Guerra com Dudu, o baixinho tocou rápido, a bola bateu no jogador do Vitória e ia sobrar para os defensores, Guerra, esperto, chegou pelo meio de dois adversários,  corrigiu o lance e deu um toque na bola, Duduzinho, entrando rápido pelo meio, chutou direto pro fundo da rede do Vitória (não pense que, na hora, ávida pelo segundo gol, eu consegui observar tão detalhadamente a jogada  rsrs)…. e o baixinho, craque,  cheio de raça,  veio comemorar bem ali na minha frente. E eu, que “gosto pouco dele”, adorei.

Virada do Verdão!  E o placar fazia jus ao time que  jogou mais. E o intervalo foi de festa no Allianz.

Para a segunda etapa, eu esperava que o Palmeiras administrasse a vitória parcial e, se  possível, fizesse mais um, pra garantir uma  segunda etapa  tranquila. E ela até seria tranquila se não fosse a arbitragem…

Cinco minutos de jogo, Guerra fez um lançamento lindo lá na frente, Dudu apareceu e ficou com a bola, mas foi marcado impedimento… mandrake.  Logo em seguida, Willian entrou na área, o jogador do Vitória fez a carga, por trás, no jogador do Palmeiras, o derrubou, e o juiz nada marcou, o bandeira “nada viu”, e o auxiliar de linha de fundo também “não viu nada”…

O Palmeiras, se não era brilhante e ainda cometia erros, fazia uma partida muito melhor do que as duas anteriores e levava perigo.  O adversário, por sua vez tentava pressionar o Palmeiras, mas  se descuidava, e deixava espaços.

Cuca chamou Michel Bastos pro jogo, pena que quem saiu foi o Guerra. Tirar o Guerra? Não entendemos nada na hora, mas ficamos achando que ele é quem havia pedido pra sair…

O Palmeiras ia chegando, mas o terceiro gol não saía…

Foi então que Dudu, o craque da camisa número 7 mais linda do mundo, saindo do meio de campo, e com dois adversários em sua cola, puxou contra ataque pela direita, foi até a linha de fundo; pensei que fossem jogá-lo pra fora de campo,  mas ele levou a melhor sobre os dois adversários e cruzou na área, Guedes deu um  toquinho mais atrás, e para o lado esquerdo, por onde entrava Willian, ele chutou, a bola pegou a trave, voltou para o meio da área e, flertando com Mayke, ela pedia: “Me chuta, me chuta”… e ele deu um chutão e estufou as redes, marcando o terceiro do Palmeiras. Quanta alegria! Festa na manhã de domingo…

Cuca chamou o Zé e sacou o Pitbull. E o Pitbull foi muito aplaudido na saída. Por mim, Felipe Melo não sai  do time nunca, além do seu futebol, do qual eu gosto muito, ele traz a energia e a vibração que motiva os companheiros e que precisamos em campo, mas,  como ele estava voltando  de contusão, sem ritmo, e como estávamos ganhando, eu não tinha motivos para reclamar de nada.

E nem daria pra reclamar mesmo, porque, uns minutinhos depois, Mina, nosso “zagueiro de Troia” (ele tem um atacante dentro dele e os adversários não sabem) deu uma arrancada pela direita e tocou pro Michel Bastos, e o Michel deu uma enfiada de bola, em diagonal, linda, lá pra área… adivinha quem chegou na maior velocidade e enfiou ela no gol?? Adivinha? D U D U !  O baixinho estava impossível! O Allianz explodia em alegria.

Três minutos depois, aos 34′, Cuca sacou Dudu (imaginei que fosse para poupá-lo) e chamou Borja (esse ainda vai se acertar e administrar essa pressão e expectativa exageradas, que colocamos nele, e render tudo o que esperamos). E o Allianz aplaudiu muito nosso pequeno gigante.

Tranquilo, ganhando por 4 x 1, o Palmeiras se distraiu, a defesa bateu cabeça… Egídio levou um chapéu de David lá atrás, o atacante do Vitória desceu rápido e, marcado por Dracena, tocou para André Lima, Mina não conseguiu evitar que ele cruzasse na área de volta para David, que chutou pro gol e descontou sem chances para Prass.

Borja quase faria o quinto gol,  mas a bola passou rente à trave… e o  jogo acabou assim.

Vitória justa e merecida do Verdão. E de goleada… é mais gostoso.

https://www.youtube.com/watch?v=I3ZTONkEFIc

Antes mesmo do Campeonato Brasileiro-2017 se iniciar,  a informação de que a tabela do campeonato favorecia dois clubes – um deles, muito mais acintosamente -, já  era de conhecimento público, já estava em alguns veículos de informação.

Horácio Nelson Wendel, um engenheiro, que é considerado um especialista em análise de tabelas, e que participou da formatação das rodadas em algumas edições do Campeonato Brasileiro depois que ele passou a ser por pontos corridos,  dava o alerta: “A tabela do Brasileirão 2017 é toda feita para o Flamengo ser campeão. Um absurdo”.

Nós sabemos muito bem que todos vão jogar contra todos e que quem pegou um caminho fácil agora, pegará o mais difícil depois… No entanto, sabemos muito bem também, que, dependendo da orquestração da coisa, dá sim para favorecer e facilitar o caminho todo de alguns, dá para fazer com que alguns deslanchem em momentos em que outros têm a tabela mais complicada. Além do mais, somados à essa facilitação na tabela, existem outros ‘expedientes’…já vimos no ano passado, a anulação – “depois de uma verdadeira reunião de  condomínio em campo” – de um gol ilegal do Fluminense, num  jogo em que também houve um gol ilegal do Flamengo, que ninguém sequer pensou em anular. Fomos vítimas de jogada de vôlei na área, que o juiz preferiu ignorar, tomamos gol após a cobrança de um lateral, que não foi lateral porque a bola nunca saiu… vimos um lobby, pra lá de exagerado, para um mesmo clube, quando a imprensa vivia sentindo cheiro disso, cheiro daquilo… e vimos agora, no Brasileirão 2017, a utilização do recurso de imagem em benefício do Flamengo, que  fez com que a arbitragem anulasse a marcação de uma penalidade em favor do Avaí  – seria ok se o recurso de vídeo estivesse disponível para os demais clubes também. Mas não é o que acontece, na rodada passada, teve um pênalti cometido pelo Grêmio, (a favor do Palmeiras), que o juiz transformou em falta fora da área; teve uma falta fora da área que o juiz fez virar pênalti a favor do  Corinthians… e nada de utilizarem o tal recurso.

O especialista analisou os pontos positivos e negativos da tabela do Brasileiro 2017, encontrou 73 erros e ficou impressionado com o favorecimento ao Flamengo, com  a tabela feita em favor do time carioca. Ele ainda chamou a atenção para a falta de critérios da CBF para confeccionar a ordem dos jogos (Santa ingenuidade, Batman engenheiro! Falta de critérios? Será que nem passa pela sua cabeça a possibilidade de a “corretíssima” CBF ter feito essa tabela com muito ‘critério’?).

E o especialista afirma:  “A tabela da Serie A 2017 tem parcialidade clubística flagrante, tem todos os ingredientes para um desinteresse técnico e comercial da competição”. Claro, se os torcedores perceberem que esse campeonato é de cartas marcadas… vão se desinteressar bastante pela competição. E, com torcedores desinteressados, caem  as rendas, os patrocinadores perdem também (menos a emissora tão interessada em empurrar certos dois times)

Mas só achar, não basta; só falar, também não,  é preciso que o especialista aponte onde  estão os “erros”, o “arranjo facilitador”, para que todos possam observar e tirar as suas próprias conclusões.

Vejamos alguns dos erros que ele encontrou…

1 – O Flamengo jogou três vezes seguidas no Rio nas rodadas 7 (PON), 8 (FLU) e 9 (CHA) e jogará mais três vezes seguidas no Rio nas rodadas 11 (SAO), que ele já jogou, e nas rodadas 12 (VAS) e 13 (GRE).

2 – O Flamengo joga cinco vezes seguidas na cidade do Rio de Janeiro nas rodadas 21 (ATL-GO), 22 (CAP), 23 (BOT), 24 (SPO) e  25 (AVA). Cinco partidas sem sair do RJ… Mas que camaradagem da CBF, não é mesmo?

3 – No segundo turno, o Flamengo tem outra sequência camarada. Jogará na cidade do Rio de Janeiro da rodada 2 até a rodada 5  (ATL-MG, ATL-PR, BOT, SPO) e só depois viaja para enfrentar o Avaí.

4 – O Flamengo fará 11 jogos em casa e 1 jogo fora de casa, em 2 períodos seguidos, de 12 rodadas.

Deram  uma facilitada boa para o time carioca, não é mesmo? E ninguém na CBF percebeu isso? Maaaagina…

Mas o especialista aponta benefícios para o “lava-jato” também:

1) O Corinthians joga quatro vezes seguidas em São Paulo nas rodadas 11 (BOT), que ele já jogou, e nas rodadas 12 (PON), 13 (PAL), 14 (CAP).  Joga o clássico estadual sem ter precisado sair da cidade, por duas rodadas, antes dele.

2) No returno, entre as rodadas 21 e 25, o Corinthians joga quatro vezes em São Paulo (VIT, ACG, VAS, SAO) e uma vez fora de casa contra o Santos, na rodada 23 – dois em casa, um  fora, e dois em casa outra vez. De novo,  joga os clássicos do seu estado, sem precisar viajar antes deles.

Mas que CBF boazinha…

Outras facilidades foram apontadas para alguns outros clubes também:

FLU jogou 3 vezes seguidas no Rio de Janeiro nas rodadas 3 (VAS), 4 (VIT), 5 (CAP) e repetirá a dose  nas rodadas 27 (FLA), 28 (AVA), 29 (SAO)

VAS jogou 3 vezes seguidas no Rio de Janeiro nas rodadas 8 (AVA), 9 (BOT), 10 (ACG) e também jogará 3 vezes seguidas nas rodadas 30 (CFC), 31 (FLA), 32 (VIT)

BOT joga 3 vezes seguidas no Rio de Janeiro nas rodadas 12 (ATL-MG), 13 (FLU), 14 (SPO) e nas rodadas 26 (VIT),  27 (CHA), 28 (VAS)

CBF, tão “”gentil” com os times cariocas…

ATL-PR jogou 3 vezes seguidas em Curitiba nas rodadas 2 (GRE), 3, (FLA), 4 (COR)

BAH joga 3 vezes seguidas em Salvador nas rodadas 10 (FLA), 11 (VIT), 12 (FLU)

CRU joga 3 vezes seguidas em Belo Horizonte nas rodadas 10 (CFC),11 (ATL-MG), 12 (PAL)

CFC joga 3 vezes seguidas em Curitiba nas rodadas 21 (SAN), 22 (VIT), 23 (CAP)

ATL-MG joga 3 vezes seguidas em Belo Horizonte nas rodadas 29 (CHA), 30 (CRU), 31 (BOT)

VIT joga 3 vezes seguidas em Salvador, nas rodadas 29 (CAP), 30 (BAH), 31 (ACG)

Enquanto isso… Ao término das 12 primeiras rodadas (a 12ª rodada será jogada no próximo final de semana), o Palmeiras – que não aparece na lista de erros da tabela – será o único time, dentre os que potencialmente podem brigar pelo título, a ter feito apenas cinco jogos como mandante… em 12 partidas. É o clube com menor número de jogos como mandante até a 12ª rodada – o Flamengo também terá feito cinco partidas como mandante, no entanto, dos jogos como visitante, dois foram na cidade do RJ. Em uma sequência de 7 jogos do time carioca, só um deles realmente foi fora de casa .

Já o Palmeiras, durante o campeonato todo, por quatro vezes faz 2 – e não 3, nem 4, e nem 5 – partidas seguidas fora de casa e, por quatro vezes também, faz 2 partidas seguidas em casa. Uma coisa compensando a outra, mas não vemos essa compensação com os times que receberam a regalia de 4 e 5 partidas seguidas em casa, não tem o inverso para equilibrar, não tem as 4 ou 5 partidas seguidas fora de casa.

Muito difícil acreditarmos que a CBF planejou tão mal o maior campeonato do país, o campeonato que lhe dá um lucro bastante grande com rendas, patrocínios e contrato de TV; mais difícil ainda acreditarmos que ninguém lá tenha percebido que a tabela favoreceria bastante dois clubes, que a tabela tenha sido elaborada de maneira extremamente favorável para um único clube… Eu diria que é impossível acreditarmos nisso. Ainda mais quando vemos o que anda acontecendo  com as arbitragens, com o recurso de imagem utilizado só para um clube…

O pior é que os demais clubes que disputam o campeonato – o nosso, inclusive – aceitam a tabela sem reclamar.

Vamos continuar de olho…