“Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo.” – Caio Fernando Abreu
Saí do Palestra num desânimo total. Nem muito brava com o time, eu consegui ficar. Durante a volta, uma sensação tão estranha me acompanhava… Qual um caramujo, que carrega a casa nas costas, a minha “casa” estava pesada demais. Meus olhos ardiam, raspavam, como se eu estivesse morrendo de sono; e não estava. Cansada de todos os “quases” do Palmeiras e de outros tantos, da vida, me fechei na minha “concha” e a única vontade era a de nunca mais falar com ninguém. Acho que a derrota para a Ponte Preta, em casa, coincidiu com aquele dia crucial da TPM. Ia ser difícil chegar em casa…
Queria não pensar, mas era impossível… Pediram a presença da torcida e ela estava lá! No começo da partida, quanta esperança, o Palmeiras parecia que ia ganhar de ’20 x o’. Mas, mesmo tendo o jogo nas mãos, nosso time não soube decidir em nenhuma, das muitas, oportunidades surgidas. A Ponte, inofensiva, a não ser quando, por vacilos nossos, ganhava algumas chances, decidiu e matou a partida, em duas, das três boas oportunidades que teve.
Não consigo entender como os nossos jogadores se recusam a brilhar. Estão na maioria da vezes, dando muito menos do que podem. Alguns, com mais futebol para mostrar, dificilmente ultrapassam a linha que põe de lados opostos protagonistas e coadjuvantes. Em algumas ocasiões se comportam como meros figurantes. De nada adianta fazer dois clássicos com brilhantes atuações e tropeçar em todos os pequenos que encontrar pela frente.Todos sabemos que a Ponte Preta nunca ganhou nada, e é por isso mesmo que não dá para aceitar numa boa essa derrota.
No primeiro tempo mandamos na partida, mas o gol nada de sair. Já era sinal que algo precisava ser mudado. Fazíamos tudo certinho até chegar lá na frente e então a bola parecia queimar os pés dos nossos atletas. Ewerthon, estava sempre de costas e, ao receber não conseguia girar; então passava… Diego recebia e também passava… Robert e Cleiton, idem. Quando chutávamos, a ansiedade, ou o goleiro da Ponte, atrapalhavam a finalização. Nosso mais ofensivo atacante parecia ser o zagueiro Danilo, sempre aparecendo com perigo diante do goleiro da Macaca.
Mas parece que o Palmeiras traz um peso a mais, sei lá… Esses anos sem títulos, essa cobrança toda, essa pressão. Parece que a camisa quando é dada a um novo jogador, já vem “imantada” com essa “nhaca” de não se tocar que É O PALMEIRAS, PORRA! De não entender que o time pequeno vem, sim, com medo ao Palestra, e nós é que os permitimos ficar mais ousados. O torcedor que não é bobo já adivinhava o que estava por vir e, antes dos quinze do segundo tempo, pedia Lincoln, que nem relacionado fora. Alguns, na verdade, não sabiam que ele não estava no banco, outros, gritavam seu nome como uma forma de protesto por ele não ter sido relacionado. O torcedor já percebeu que Lincoln pensa e joga ao mesmo tempo, coisa que outros acham difícil fazer. QUE FALTA FAZ UM CAMISA DEZ…
Zago continuou sem perceber que a Ponte tava chegando e cometeu o mesmo erro que Muricy tantas vezes cometera; ficou esperando que o time (que dava mostras de não funcionar) resolvesse. Mais da metade da segunda etapa se passara e nenhuma mudança tinha sido feita. Aos 32′, a Ponte fez o seu seu gol. Custei a acreditar! Só então nosso técnico resolveu substituir. Edinho deu lugar a Lenny. Só que esse Palmeiras atual se desequilibra absurdamente quando é ele quem toma o primeiro gol na partida. E não foi diferente dessa vez… Nós, na bancada, já sentíamos que o Palmeiras não reagiria. Aos 38′, o veterano(!!) Finazzi marcou o segundo. Estranho que Finazzi estivesse sem um zagueiro em sua marcação, e somente Armero estivesse na área dando combate…
O que já era insuficiente, ficou ainda pior… Nossos jogadores, tão melhores que os da Ponte, faziam questão de parecerem piores. Que desequilíbrio é esse?? A Macaca, com o time todo atrás, só se aventurava em contra-ataques. E foi num deles que Danilo cometeu penalti em Marcos Rocha. O Santo defendeu!!! A torcida, triste, machucada, por mais um campeonato a esquecer, comemorou muito. A defesa de Marcos (que agarrou a bola!) foi o único bálsamo para as dores que aquela noite nos trazia… Para mais um “quase” que teríamos que digerir… O maior prejuízo é o de nos acostumarmos (torcida, jogadores, diretoria) a isso, de aceitarmos todas as desculpas, de fabricarmos outras tantas…
Quando desci na estação próxima a minha casa, a chuva caía… Todo mundo se protegia e a rua estava deserta. Saí caminhando, lentamente, para ser engolida pela escuridão e pela água que caía do céu… Hoje, está escuro e chove no meu mundo, mas eu sempre vou esperar pelo sol…
REAGE, PALMEIRAS!!!
Post perfeito Tânia… fantástico!
To até agora tentando entender tambem… é dificil entender o inexplicável! bem o que você escreveu mesmo…
Tânia naquela noite eu mesmo de longe me senti na mesma escuridão perdido e sem chão, nosso técnico errou demais, demorou para fazer as substituições, o time voltou para o segundo tempo apático e muito mal fisicamente, mudar depois de esta perdendo e tirar os dois volantes é sim burrice, este time tem potencial, mas tem que entender se não correr e se empenhar não vai ganhar de ninguém.
Tânia tenho medo do futuro do palmeiras, só sei de uma coisa, jogadores passam e nós torcedores somos eternos.
“palmeiras amor eterno”
Tânia,é incrível ,como vc consegue descrever exatamente tuuuudooo q eu sinto…Parabéns…e o q a Andreia falou é a mais pura verdade!
PALMEIRAS ,Amor Eterno!
Tânia
Não sei se é onda, mas ouvi na rádio Bandeirantes que há um racha no elenco do Palmeiras, que estaria dividido em duas partes. A do Marcos e a do Diego Souza. Sei que essas conversas sempre vêm à tona quando o time perde, mas do jeito que as coisas estão acontecendo dá para desconfiar. Entregamos o jogo para a Ponte, jogamos com nervosismo e afobação.Parecia que o Palmeiras era a Ponte e que a Ponte era o Palmeiras. Esse jogo e o Paulistão, temos que esquecer. Infelizmente. Um grande abraço
Alcides.
Menina, esse chorar interno que os olhos se recusam timidamente a transliterar também me acompanhou intensamente na viagem de volta. Ali, da bancada, eu já olhava os palestrinos a nossa volta e via esse mesmo choro escondido. Não se pode torturar tantos corações assim.
Algo precisa ser feito e por quem de direito. A torcida faz a parte dela, lota o Palestra, vibra com o time, apoia, grita e tudo se resulta infrutífero.
É um sobe e desce imcompreensível esse que o time nos proporciona. Basta relermos os nossos posts. Alegria, tristeza, tristeza, alegria…tristeza, tristeza, alegria. Não há a regularidade positiva de que precisamos. Os nossos bons jogadores não parecem dar-se conta de que realmente são bons. Bloqueiam a própria arte, não tentam nada de novo, só toque de ladinho, o que resulta num domínio de partida completamente estéril.
Por isso que, em conclusão, acho que esses jogadores precisam de um choque de autoridade. Alguém tem que dar a eles o castigo merecido por não assumirem a postura de jogadores do Verdão. O Verdão não veio para ser capacho de ninguém. O Verdão existe forte, aguerrido, altaneiro, e quem não for forte aguerrido, altaneiro que o deixe e suma de uma vez.
E os que não sumirem e que quiserem continuar tentando, que o façam de maneira decente e com vontade de vencer, sem se esconder do jogo. Mas enquanto isso, para o bem do time é melhor que se refresquem um pouco no banco.
E que entre Ivo e Lincoln nesse meio-campo o mais rápido possível.
Assim, doce amiga Tania, faço das suas lágrimas tb as minhas, e como vc, tb peço: Reage Palmeiras…
Como sempre, um texto exemplar de quem escreve com o coração, de quem realmente vive e torce pelo clube pelo qual é apaixonado, e que só quer ver o bem do clube.
Parece que tem algumas coisas que não podem ser mexidas num determinado clube de futebol e o Palmeiras é um deles.
Não consigo entender esse “marasmo” que um time que tem vários jogadores de bom nível, não consegue transpor barreiras impostas por eles mesmos.
Assim fica difícil superar qualquer obstáculo se não houver união !!!
Tomara essa fase passe logo para podermos ver um Palmeiras como sempre foi ao longo da história ou seja : Forte e vencedor, para o bem do futebol.
Grande abraço e parabéns.
Do amigo,,,, Marcello lima
espero que isso acabe um dia! é sofrimento demais! O Palmeiras é grande e precisa reagir