Só Deus sabe (e os amigos também) os caminhos que percorri até chegar ao Palestra, ontem. Queria tanto ver o Verdão e nunca dava certo. Mas ontem, deu!! Graças a Deus! Estava morrendo de saudade da nossa casa, daquele monte de gente vestindo a camisa mais linda do mundo, dos nossos craques, da nossa torcida…

Cheguei cedo e já entrei, porque sabia que depois ia ficar mais difícil. Tava na cara que ia lotar. Os torcedores estavam bem confiantes e, ao contrário de algumas coisas que aparecem em fóruns, por aí, ninguém estava reclamando nem “desse” e nem “daquele”. Todos queriam era torcer, e muito, pelo time do coração, pelo Palmeiras. O tempo ia passando e cada vez chegava mais gente. A torcida ensaiava os seus cantos, já chamando a atenção de alguns componentes da imprensa. Mancha, Savóia, TUP, se preparavam para a festa. Mas ainda era tudo meio devagar, calmo. O tempo foi passando, e a galera chegando. Todos sabíamos que o adversário, apesar de não ser lá uma maravilha, como insistem em afirmar o Jota Jr e o Muller, do Sportv, era  um concorrente direto ao título e andava contando com a “sorte” conseguindo não perder,  até com gols de mão (pobre Lusa). Tínhamos que jogar com seriedade.

De repente, a torcida “acordou” e o que se via e ouvia era de arrepiar! E lá vem gente filmar a Que Canta e Vibra! O show ia começar. Faltavam apenas os protagonistas. Fiquei imaginando o que eles deviam pensar e sentir, ainda nos vestiários, ao ouvir o amor que ecoava pelos ares. Será que Luxa usava isso também para motivá-los? Eu, prá variar, já ficava com um nó na garganta, imaginando uma vitória, gols, jogadas, chutes no vácuo… Estranho e muito louco o sentimento de uma torcida para com o seu time e ídolos.  Não há equilíbrio, não há meio-termo. Amor e ódio caminhando lado a lado, sempre. Os jogadores, tão amados, e ai deles se não corresponderem exatamente ao que espera a torcida. Valdívia que o diga. Coitado do Mago, que nunca deixou de se empenhar e lutar. Já continuou no time até depois de levar um pontapé no nariz e ficar com o rosto do tamanho de um bonde. Dedicado e talentoso, como ele só, e mesmo assim está sentindo na pele essa louca relação de amor e ódio.

E eu fui ao Palestra para ver o Palmeiras vencer e o Mago jogar! E não deu outra! Só  dava Verdão. O Flamengo bem poucas vezesofereceu algum perigo e quando ofereceu, Marcão resolveu. O Palmeiras, se tivesse acertado mais o passe, teria feito muitos gols. Diego Souza  está jogando muito; o destemido  e habilidoso Kléber também; Sandro Silva, está ganhando mais confiança e mostrando o seu bom futebol;  Jeci evolui a cada partida e já dá pinta de “Xerifão”;  Leandro, um abuso, que deve ter deixado Caio Junior es
pantado pelo bom futebol. Marcos, o goleiro que defende, literalmente, no peito e na raça. Mas Valdívia é Valdívia! Jogou muito bem, marcou como se fosse zagueiro, apanhou como sempre, reclamou(com razão) deu chute no vácuo e, bastou apenas um momento,um único momento para nos mostrar o quanto é genial. O passe para o gol já foi maravilhoso em si, mas ver o Mago mostrar a direção ao Sandro Silva, antes de tocar foi mágico e não tem preço. Graças a Deus eu estava lá. Graças a Deus, El Mago joga no meu time.

Um lance genial do Mago; um gol lindo de Sandro Silva, que concluiu perfeita e habilidosamente; uma torcida vibrante, capaz de emocionar o mais frio dos mortais; o Caldeirão do Palestra Itália fazendo mais uma vítima; uma alegria imensa em meu peito…
Obrigada Palmeiras, pela vitória. Obrigada Valdívia, por resolver “voltar” exatamente ontem, diante de mim.