UM DIA DIVINO E SANTO NO PALESTRA!

Meu 18 de janeiro foi um dia bastante diferente…

Uma promoção da WTorre, proporcionou a alguns torcedores a oportunidade de visitarem as obras da Arena, em companhia de São Marcos e Ademir da Guia, o Divino. Fui acompanhando o amigo Glauco, um dos vencedores. Ele estava bastante ansioso, e eu, por mais que não quisesse me sentir assim, também estava. Embora já tivesse estado com os dois em outras oportunidades, encontrar São Marcos e o Divino, não é nada rotineiro, não é mesmo?

Entramos no Palestra totalmente em obras (que saudade da nossa casa), descemos as escadas que levavam para os antigos vestiários, encontramos outros torcedores, alguns nossos conhecidos e, de repente, chegou Marcos! Passou pela gente, cumprimentando a todos, e sumiu por uma das portas.

Nos deram capacetes, botas de segurança e nos conduziram para uma sala, onde já estavam Marcos, Ademir da Guia e um monte de gente da imprensa. Imaginem só… Umas 30 pessoas (até o “Papa” estava lá) e dois de seus ídolos… Os maiores deles! Já foi um tal de assinar aqui, assinar ali. Tinha uma mesa grande, e nos sentamos. Alguém me perguntou se o Marcos poderia sentar ao meu lado. Maaaagina!

Eu olhava o Santo ali, tão vizinho, e procurava “beber” daquela presença, daquele carisma, que é uma baita energia positiva. Aquele homem com cara e olhar de gente boa, jeito de gente boa, atitudes de gente boa, era o mesmo profissional, sério, focado, que me deixou de olhos e coração grudados na TV em 99 e em centenas de inesquecíveis partidas… O mesmo que, tantas vezes, me fez chorar de alegria… Procurei não pensar nisso, me manter na “superfície”, para poder ter controle sobre as minhas emoções. Simpáticos, simples, humildes e atenciosos (penso que essas são as principais matérias primas para se fazer um ídolo, além do talento), as duas lendas do Verdão iam assinando camisas e mais camisas, tirando fotos… Os torcedores numa felicidade tamanha, estavam cheios de sorrisos…

Antes do passeio pelas obras, Rogério Dezembro, muito simpático, nos mostrou um filme sobre a Arena, sobre como ela funcionará, como será o resultado final. Emocionante. Tão distraída eu estava, acabei esquecendo que Marcos estava ali. De repente, olhei pro lado e, surpresa, me dei conta da sua presença; olhei de novo e ele continuava ali, em pé… Aí, o filme a que eu assistia mudou na minha cabeça, e me dei conta que, aquele cara ao meu lado, era o nosso goleiro tão amado. O melhor de todos, ali no meio da gente. Aí não teve jeito, não teve como não chorar… Ainda bem que a sala estava um pouco escura e todo mundo prestava atenção ao filme.

Tínhamos ganhado umas sacolas com brindes e novos capacetes… verdes! Mais uma coisa para os dois autografarem. No caminho, Marcos se lembrava da porta do vestiário que, um dia, ele tinha arrebentado com um chute, após uma derrota para o Grêmio, e brincava, perguntando se já tinham arrumado. Os trabalhadores, sorridentes, paravam para ver os dois passarem. E então, subimos as escadas que levavam ao campo. O coração bateu diferente… Impossível não pensar, “eles subiram por aqui”… Esse “eles” pode se referir a todos os campeões que só conhecemos através da história, podem ser Dudu, Ademir, Lei
vinha, César… na década de 70; ou então Evair Edmundo, Zinho… na de 90; podem ser Valdivia, Alex Mineiro, Pierre e Marcos, chorando antes de subir as escadas para ser campeão pela última vez, em 2008; Oséas, Junior, Paulo Nunes, Arce, Alex, Marcos… em 99. Marcos e o Palestra… quantas imagens nos arquivos da nossa memória… No tempo que durou a subida de uns poucos degraus, minha mente virou um caleidoscópio de lembranças. Tive que respirar fundo, para continuar na “superfície”…

Marcos e Divino continuavam sendo o alvo de todas as câmeras, dos microfones da imprensa, continuavam dando autógrafos. O Santo, enquanto assinava, brincava com os profissionais de imprensa, meio apressados, dizendo que agora, aposentado, ele não tinha pressa alguma; dizia também para o pessoal da obra procurar bem o sapo enterrado lá.

                      

E então, subimos no distintivo, que ficava atrás do gol, e que ainda se mantém “vivo” ali no campo, para uma foto histórica. E, juntos, cantamos o hino do Palmeiras, Hino que, talvez, tenha sido cantado pela última vez naquele local. Lindo demais! Emocionante! Em meio às ruínas, me senti prestando uma última homenagem àquele lugar tão nosso. Que sacrifício eu tinha que fazer para não mergulhar de vez na minha emoção, como mergulho agora ao lembrar.

Mas o Marcos simplesmente não deixa espaço para as tristezas. Brinca o tempo todo, fala cada uma! Rimos muito com ele.

E então, continuamos a visita pelas obras. Por ser o ídolo que todo mundo viu jogar, a presença de Marcos atraía a todos como se fosse um ímã. Não sei traduzir em palavras o brilho que os trabalhadores locais tinham nos olhos,  tampouco sei falar sobre a expressão que observei em seus rostos. Devia ter muitos palmeirenses ali entre os trabalhadores, mas não podemos esquecer que Marcos conseguiu a façanha de ser ídolo de torcedores de todos os clubes. Quando estávamos de passagem por dentro do novo ginásio (que lindo vai ficar!) eu pude ouvir um trabalhador dizer para uns outros: Ah, como eu queria um autógrafo do Marcos! O trabalhador da obra e eu, olhamos um para o outro, nos sorrimos, cúmplices, e eu soube, ali tinha um coração palestrino batendo muito forte diante do Santo!

                        

Então, nos dirigimos ao elevador que nos levaria ao último andar do prédio em obras. E o Divino foi conosco! O Glauco me sai com esta: Eu não vi Ademir da Guia jogar, mas vou poder dizer que andei de elevador com ele. Risada geral! Todos nós, sem podermos acreditar muito onde, e com quem, estávamos, tirávamos fotos deles, e com eles, o tempo todo.

Ao chegarmos lá em cima, na cobertura que será a quadra de futebol society, mais fotos mais autógrafos… Marcão me chamando de amendoim… hahaha E eu lhe dizendo que só falava bem dele no Blog, e que o texto que escrevi quando ele anunciou que não mais jogaria, tinha tido uma tonelada de acessos em apenas dois dias. Então, ele me disse que nem sabia direito como usar a net do telefone. Que figura! E queria saber de que cidade éramos, ia perguntando para as pessoas. Aquela voz tão familiar… que pessoa linda é Marcos, o maior goleiro do Brasil!

E a visão do último andar era completa do nosso Palestra em ruínas. Sentimentos opostos tomam conta da gente. Alegria e orgulho pela nova casa que vem aí, tristeza pelo Palestra que deixa saudades.

                        

Chegou a hora de voltarmos lá pra baixo. Tivemos o privilégio de descer com o Marcos e Ademir. Marcão dizia que o elevador costumava dar problema, e nós dizíamos que ele era Santo mesmo, iria resolver… E ele respondia que isso era coisa pro Divino… Aproveitei e peguei mais um autógrafo. Ele me disse: “Se você aparecer com mais uma camisa aqui, vai ter!”

Antes de voltarmos para a sala do início, Glauco e eu, tiramos mais uma foto com ele e fomos devidamente sacaneados e chifrados pelo Santo. Mas ele pode tudo!!

Com uma paciência infinita, Marcos e Ademir atenderam a todos nós, assinaram dezenas de camisas, agendas, bandeiras, luvas, livros, sempre com boa vontade e simpatia. Ali na sala e, durante todo o trajeto, atenderam às solicitações dos empregados da obra, tiraram fotos, deram autógrafos… fizeram um monte de gente feliz.

Marcos, que não é mesmo desse mundo, enquanto autografava uma quantidade infinita de camisas, nos pediu que assinássemos o seu capacete, porque ele queria levá-lo pra casa e guardar. Foi surreal darmos autógrafos para o nosso ídolo! Só ele mesmo!

                        

Assinei o capacete do Marcos, peguei a fila para um último autógrafo do Divino, o agradeci pelas glórias que deu ao Palmeiras e fui na fila para chegar até Marcos. Eu tinha algo que queria dizer ao Santo, e esperei a hora de ir embora para fazê-lo, porque sabia que talvez não conseguisse.

Tirei uma outra foto com ele, e então eu o agradeci por tudo que ele nos deu. Ele me pareceu meio sem jeito, nos abraçamos e então, eu lhe disse (não seria capaz de dizer olhando pra ele) que jamais veremos aquele gol sem nosso Santo, porque ele sempre estará lá. Dei um beijo nele e saí. Emocionada, feliz, Divinamente Santificada!

Numa época de tantas tristezas palestrinas, a WTorre (e não o Palmeiras, cujos dirigentes não valorizam os ídolos e a torcida) conseguiu nos fazer extremamente felizes…

25 comentários

  1. voce escreve muito bem e consegue retratar toda a emoção e verdade de suas palavras, parabens pelo texto.o marcos é especial porque ele é gente da gente.

  2. voce escreve muito bem e consegue retratar toda a emoção e verdade de suas palavras, parabens pelo texto.o marcos é especial porque ele é gente da gente.

  3. Lidiane
    queria eu estar la junto como o Marcos e os outros torcedores do palmeiras , que inveja que tenho,, e que sorte , que privilegio desses torcedores.

  4. Lidiane
    queria eu estar la junto como o Marcos e os outros torcedores do palmeiras , que inveja que tenho,, e que sorte , que privilegio desses torcedores.

  5. Parabéns por nos passar em detalhes toda a emoção vivida nesse dia tão especial!
    Vc merece, mais do que ninguém, mereceu estar lá! Abs, Lu Almeida

  6. Qua mania da Clio, nos fazer chorar com palavras. Imagino q certos blogueiros q ganham $$ às custas do Palmeiras, enfiou o dedo no C* e rasgou de inveja, mas o Dr. disse bem no twitter: ”milhões de Palestrinos estavam muito bem representados por vc, nessa visita”. Parabéns a vc, ao Glauco e todos que lá estiveram.

  7. Qua mania da Clo, nos fazer chorar com palavras. Imagino q certos blogueiros q ganham $$ às custas do Palmeiras, enfiou o dedo no C* e rasgou de inveja, mas o Dr. disse bem no twitter: ”milhões de Palestrinos estavam muito bem representados por vc, nessa visita”. Parabéns a vc, ao Glauco e todos que lá estiveram.

  8. Que trio.. o Divino conduzindo a bola, o Santo defendendo, e você a terceira pessoa pra formar esse trio, narrando tudo isso! Quanto talento pra uma mocinha só ehim, Tâninha? Só você mesmo pra conseguir descrever este momento, único. Será que se eu dissesse que não tenho inveja, alguém no mundo iria acreditar? Mais fiquem tranquilos, estou dividindo essa inveja com mais 15 milhões, tá bom? hahahaha Parabéns, a você, que pode dizer para os amigos, familiares, e futuros netos.. “-Eu dei um autografo para o MAIOR de todos”, procure em Oriente, tem um capacetinho verde, escrito Tânia Clorofila hahahaha Lindo texto Clo, Beijão! E meus parabéns ao Glauco pela ótima escolha na companhia, fomos com uma ótima representante.

  9. Que trio.. o Divino conduzindo a bola, o Santo defendendo, e você a terceira pessoa pra formar esse trio, narrando tudo isso! Quanto talento pra uma mocinha só ehim, Tâninha? Só você mesmo pra conseguir descrever este momento, único. Será que se eu dissesse que não tenho inveja, alguém no mundo iria acreditar? Mais fiquem tranquilos, estou dividindo essa inveja com mais 15 milhões, tá bom? hahahaha Parabéns, a você, que pode dizer para os amigos, familiares, e futuros netos.. “-Eu dei um autografo para o MAIOR de todos”, procure em Oriente, tem um capacetinho verde, escrito Tânia Clorofila hahahaha Lindo texto Clo, Beijão! E meus parabéns ao Glauco pela ótima escolha na companhia, fomos com uma ótima representante.

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