O Brasil tem sofrido uma absurda inversão de valores nos últimos anos… o que era ruim passou a ser bom, o que era errado passou a ser certo e vice-versa (sem que a sociedade tivesse algum ganho com a mudança, muito pelo contrário)…  fãs(!?!) fazem selfies, alegre e vaidosamente, com assassino colocado em liberdade… o bandido é a vítima e o juiz o vilão… o que era lixo musical passou a ser o “hit” da vez para maioria… letras de música com inadmissíveis erros de Português, com um amontoado de palavrões, denegrindo a imagem de mulheres (de homens também), de “novinhas”, e fazendo apologia ao crime, ao uso de drogas, passou a ser “cultura”… qualquer coisa é arte (até mesmo uma roda de gente pelada, num palco de teatro, vasculhando os orifícios anais umas das outras)… mostrar o traseiro é o maior talento (se não for o único) de muita cantante por aí… qualquer coisa é a melhor música do ano, o artista do ano, a mulher do ano, enquanto pessoas verdadeiramente talentosas não são nem conhecidas… Os valores todos invertidos… Um monte de bobagens, aliadas a um “politicamente correto” burro, inimigo do raciocínio e do discernimento, que são enfiadas na cabeça do povo diariamente…

E não seria diferente no futebol… não seria diferente com a ‘querida’ imprensinha…

Ela parece sofrer de alguma doença rara que inutiliza os neurônios e a capacidade de isenção de uma boa parte de seus profissionais – muitos jornalistas se preocupam mais em formar opiniões a favor dos seus clubes de coração e contra os clubes rivais aos seus, do que com o jornalismo propriamente dito.

Alguns programas esportivos, mais rasos do que os programinhas de fofocas sobre pseudo celebridades, abusam  dessa inversão de valores… e vendem pra você que errado é o clube que faz as coisas da maneira certa… errado é o Palmeiras, que é bem administrado, tem um patrocinador forte, trabalha no azul, paga salários em dia, ganha muito dinheiro com bilheterias… enquanto que os caloteiros, os trambiqueiros, os mamadores de impostos, “afilhados” de políticos corruptos, os que vivem às custas de dinheiro público e cotas de TV… são as vítimas.

E tem gente que acredita…

O objetivo de todo clube qual é? Ser cada vez maior, disputar títulos, ter condições de brigar por eles (ganhá-los depende de várias circunstâncias, ainda mais em um país onde arbitragens decidem muitas partidas e campeonatos), me dirá você. Mas, e para chegar a isso? O que pretende qualquer clube de futebol, principalmente os grandes? Montar bons elencos – com os melhores profissionais que o clube puder contratar -, ter bons técnicos, ter um centro de treinamento moderno, tornar o clube  atraente para empresas patrocinadoras e, assim, conseguir um contrato milionário com alguma delas (o melhor contrato que for possível), trabalhar no azul, pagar salários em dia…  ter um plano de sócio-torcedor forte, rentável, com muitas adesões…  ter o estádio cheio, ter boas rendas… essas coisas…

E o que faz o Palmeiras que seja diferente disso? Nada, não é mesmo?

Então, porque essa choradeira da imprensa (de alguns rivais também), essa tentativa diária e incessante (essa sacanagem) de fazer parecer que há algo errado com/no Palmeiras? Que há algo errado no fato de ele ter um patrocinador que investe forte pela exclusividade de exposição de sua marca em seu uniforme (sonho de consumo de todo e qualquer clube)? Que distorção é essa que fazem sobre o ‘fair play financeiro’, e que usam para vilanizar o Palmeiras, enquanto ignoram as más administrações, mazelas e calotes dos outros clubes? Onde está o fair play na maneira de a imprensa noticiar, analisar?

O Palmeiras amargou anos de administrações caóticas, amadoras.  A soma do “trabalho” das administrações anteriores a Paulo Nobre levou o clube à falência… literalmente. E PN herdou problemas mil, dívidas, cofres vazios, Zero Receitas, elenco com poucos jogadores, time na segundona, oposição predadora…

Penou, teve dois primeiros anos turbulentos e difíceis, trabalhou duro, sério, e reestruturou a casa, fechou alguns ralos por onde o dinheiro do clube escoava livremente, colocou as finanças em ordem, fortaleceu o Avanti… inovou o mercado com os contratos por produtividade… com mão de ferro e transparência mudou tudo no Verdão. Então, e só então, o patrocinador master, o investimento milionário (que todo e qualquer ‘jornaleiro’ queria para o seu time de coração) apareceu. Tão óbvio… quem vai investir milhões onde não há o menor indício de retorno? Onde a baderna administrativa reina? Onde há muitos e$pertalhõe$? E foi por saber que o Palmeiras passava a ser rentável e muito bem administrado, e só por isso, que a Crefisa apareceu. E tem um retorno muitas vezes maior do que o valor que ela investe no clube.  Assim, pudemos trazer bons profissionais, montar elencos melhores, pagar salários em dia… pudemos fazer com que a torcida, que sempre apoiou o time, abraçasse ainda mais o Palmeiras, fazendo o Avanti ser um dos melhores planos de ST do país, e enchesse o Allianz em todos os jogos – o Palmeiras ganha com bilheterias mais do que ganha com o patrocinador… assim, pudemos conquistar dois títulos nacionais…

E o Palmeiras, na gestão atual, continua forte, de estádio e bolso cheio, e contratando… sem medo de ser feliz. Ele pode.  Trabalhou pra isso. Não caiu nada do céu pra ele. Qualquer outro clube que puder, quando puder, e se puder, fará o mesmo. E não há nada errado que seja assim. Pelo bem do futebol brasileiro todos deveriam trabalhar sério, seguir o caminho da reestruturação financeira e arrumar as suas casas, como fez o Palmeiras.

Mas a imprensinha, com os seus despeitados torcedores travestidos de jornalistas, infectados pelo “aedes hipocritus”, só fala em ‘fair play financeiro’… em campeonatos menos competitivos por causa da diferença de poderio econômico entre o Palmeiras e os demais.  Como se o tal “fair play financeiro” fosse isso que eles estão querendo fazer parecer que é… Como se o Palmeiras fosse algum vilão por estar numa situação financeira privilegiada, confortável; como se ele tivesse alguma responsabilidade nas más gestões  e dívidas dos outros clubes; como se o Palmeiras tivesse que contratar menos, tivesse que montar elencos mais modestos por causa dos clubes sem grana, que gastam mais do que arrecadam, e que devem salários, direitos de imagem,  marmitas… Fizeram isso com o Palmeiras quando ele estava na pior?  A imprensa reclamou dos patrocinadores dos outros clubes quando o Palmeiras não tinha nenhum? Clamou por ‘fair play financeiro’?

Primeiro, há que se entender o sentido da expressão “fair play”: tratamento imparcial; equidade, um modo leal de agir… Coisa que que muita gente desconhece em seu trabalho…

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… conformidade com as regras estabelecidas de um esporte, ramo de negócios etc.; jogo limpo.

Em nenhuma situação o Palmeiras está deixando de agir em conformidade com as regras estabelecidas no futebol.

Mas e o tal “fair play financeiro”, que é mais específico, o que seria? Um regulamento aprovado pela UEFA, e já adotado pela CBF, que visa melhorar a saúde financeira dos clubes e tem por objetivo equilibrar os gastos dos times.

Basicamente, o fair play financeiro (jogo limpo) tem a ver com uma regra seguida por muitos de nós, torcedores (eu sigo): não gastar mais do que se ganha, ou seja, os clubes não podem gastar mais do que arrecadam. Isso quer dizer que os clubes não podem  atrasar salários e nem direitos de imagens dos seus respectivos jogadores, significa que os clubes não podem ficar devendo para outros clubes por negociações de jogadores que acabam não sendo pagas.

Tem muito clube por aqui que não anda respeitando nadinha o fair play financeiro, não é mesmo? E que já podia até ter sido punido… e o Palmeiras não é um deles. Ele não tem receitas escusas, não gasta mais do que arrecada,  muito pelo contrário. Terminamos 2017 com um superávit de aproximadamente 50 milhões.

A impressão que se tem é que alguns jornalistas não entenderam bem o que significa o tal ‘fair play financeiro’, ou entenderam e estão fazendo o de praxe: distorcendo um assunto para com ele atingir um clube rival ao seu clube de coração.

Imagine a situação por outra ótica… você está numa pior, falido, seus vizinhos parecem estar bem melhores do que você, se divertindo, gastando, comprando… então,  para tentar reverter a situação, você trabalha muito, trabalha sério – serve de motivo de zombaria de todos os seus vizinhos enquanto isso acontece -, economiza, passa apertado, rala, se reestrutura economicamente, começa a ganhar dinheiro, sai do buraco, vira o poderoso do bairro, deixa a sua casa linda, passa a poder comprar bons carros, boas roupas, boas viagens, e é você que está errado porque seus vizinhos, – incapazes de cuidar do próprio dinheiro e das suas próprias casas -, não estão na mesma situação que você? Porque eles estão “pobrinhos”?

É você que não tem ‘fair play financeiro’?  Os seus vizinhos trabalharem sério, como você trabalha(ou),  e melhorarem as suas situações financeiras também, nem pensar né?

Pois essa é a “lógica” da imprensinha… a mesma cujos profissionais estão sempre trocando de patrão – de canal – buscando a melhor empresa para se trabalhar, os melhores salários… e ninguém fala de fair play nesses casos. Ninguém fala que os canais pagos de TV – onde esses “jornaleiros” trabalham -, não  têm fair play com os canais mais modestos, os que têm menos audiência,  com os profissionais dos canais mais modestos, com os canais da  TV aberta também. Nesse caso, é cada um olha o seu e os outros que corram atrás, né?

A maioria dos clubes no Brasil está “a help”, sem grana, com muitas dívidas…  alguns clubes têm dívidas com outros clubes (Botafogo andou reclamando disso esses dias), devem premiações por título, devem salários para jogadores (vira e mexe, e todo ano, ficamos sabendo de jogadores que, por não receberem, entram na justiça contra seus clubes querendo rescisão de contrato),  devem prestações de arenas – devem até marmitas -, sacaneiam um monte de jogadores por não ter dinheiro para pagá-los (né, Cavalieri?), quase todos têm por “patrocinador” um banco estatal, ou seja, são sustentados por dinheiro público, alguns são realmente sustentados por cotas de TV (elas representam mais de 50% das receitas do Flamengo e aproximadamente 48% das receitas do Lava Jato. Assim pode?).

Mas a imprensa ignora tudo isso e só sabe repetir… “Ainn, a Crefisa sustenta o Palmeiras”… 

Sustenta o Palmeiras como? Se o investimento do patrocinador representa apenas 20% das receitas do clube (arredondei pra mais a porcentagem)?  Se com bilheterias o Palmeiras ganha mais do que o valor investido pelo patrocinador? Além disso, a exposição da marca Crefisa na camisa do Palmeiras faz com que ela lucre mais de 1,5 bilhão… Isso é negócio, e negócio bem feito. Não tem ninguém sustentando ninguém, não tem mecenato… Inventem outra.

O patrocínio da Crefisa é muito bom mesmo. Mas é parte equilibrada das receitas do clube. Querer um patrocinador como o do Palmeiras todo mundo quer, mas trabalhar sério, parar de mamar em seus clubes para que esse patrocinador apareça, ninguém está a fim. E, pelo visto, não andam muito a fim nem de ir ao estádio…

Duas rodadas no Paulistão 2018…
PAL  – público pagante: 49.873 / Renda: R$ 2.941.187,46
SPO  – público pagante: 26.318 / Renda:  R$ 752.481,00
COR – Público pagante:  26.970 / Renda: R$  915.767,50
SAN (só jogou uma partida) Público pagante: 5.866 / Renda: R$ 243.530,00

“Ainnn, o fair play financeiro” Assim, o futebol não é disputado de maneira justa”… “o campeonato deixa de ser competitivo”…

Alguma vez você ouviu esses mesmos ‘jornaleiros’ falarem o mesmo, ou qualquer outra coisa semelhante, em relação à distribuição das cotas de TV e a diferença absurdamente maior que é paga para dois clubes?  Em relação ao que alguns clubes recebem da CAIXA?

Viu algum jornalista achar algo errado quando tinha clube lavando dinheiro de crimes de máfia para montar time, contratando como queria, abrindo conta no exterior para atletas receberem “por fora”? A imprensinha endeusava essa parceria, o seu representante era tratado por “Mister”…

Você ouviu falar em  ‘não ser justo com os outros clubes’, quando a FPF contratou um jogador, por US$ 15 milhões, para a doá-lo para um clube paulista?

Quando um clube ganhou um estádio construído com dinheiro público? Quando ele recebeu isenção de milhões de reais em impostos, alguém falou que isso não era justo com os outros clubes, que não era justo com o povo, principalmente?

Falava-se  em tratamento imparcial, modo leal de agir,  quando tinha clube que se classificava por renda e não pelo desempenho em campo?

Você ouviu falar em fair play, ouviu alguém fazer algum comentário maldoso sobre as empresas na época em que alguns contratos de patrocínio pareceram “cair do céu” para alguns clubes?

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Algum desses ‘jornaleiros’ falou algo na época dessas notícias? Algum deles viu algo errado em um clube querer receber (achar que ia receber) mais do que os outros todos? Em querer superar números do Palmeiras?

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Alguém ouviu falar em ‘fair play financeiro’ nessa época aqui? Ouviu algum “assim, o campeonato deixa de ser competitivo”?

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Não, ninguém ouviu nada disso. E sabe porque você não ouviu, porque nenhum de nós ouviu nada a respeito de “fair play financeiro”, de “campeonato menos competitivos”, de “não ser justo um clube ter receitas tão maiores do que os outros” (mesmo as receitas oriundas de lavagem de dinheiro, de cotas de TV, de banco estatal)?

Porque os que reclamam disso agora são hipócritas. Porque, na época, eram seus times de coração os que tinham vantagens financeiras sobre os demais. Porque,  fair play mesmo, no sentido de jogo limpo, de tratamento imparcial, equidade… quem está devendo, e devendo muito ao futebol, aos torcedores, são eles mesmos, os ‘queridos’ torcedores profissionais de imprensa.

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