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 “E rir meu riso e derramar meu pranto ao seu pesar ou seu contentamento.” (Vinícius de Moraes)

 

Não precisava ter sido tão sofrido… Quase morremos do coração! Mas ninguém pode negar que foi emocionante. Quando o resultado é sofrido, mas nos é favorável, a sensação que fica conosco é apenas de prazer, de alegria, de coração  explodindo no peito… Dá um alívio desgraçado e ficamos tomados por aquela amnésia’ momentânea, que nos faz esquecer que não temos um bom time, que a diretoria não está tendo atitudes equivalentes à confiança que depositamos nela, que a ‘coisa’  tá feia…

O Palmeiras(como eu amo esse time, e como fico triste em vê-lo nessa situação), depois do jogo adiado, foi enfrentar o Sertãozinho lá na Arena Barueri. Segunda feira, 21h00, e eu não pude ir. Pouco mais de 3 mil pagantes. Até que era bom, dadas as circunstâncias. E, pelo menos, a camisa mais linda do mundo, não iria entrar sozinha em campo. Não chovia, o gramado estava sequinho… Achei que nada iria nos atrapalhar, que talvez o time conseguisse jogar um futebol decente, e que ia ser uma vitória fácil. Achei errado…

Eu assistia à partida na net, com um minuto de atraso, e ouvia no rádio, em tempo real. Difícil…  O Palmeiras começou bem, com total domínio da posse de bola. Envolvia o Sertãozinho nas boas arrancadas de um inspirado Lenny. Só que era visível o nervosismo, a falta de confiança que o time anda sentindo. Dominava as ações mas, sem muita inspiração nas jogadas de área, o gol não saía… O que será que acontece ? Por pior que o Palmeiras esteja, temos mais time que o Sertãozinho e o que o Rio Claro, ou estou enganada? 

Em campo, ninguém de verde acertava o gol mas, aos 23′, o Verdão fez uma jogada linda (faz tempo que não vemos uma)! Pierre lançou Lenny . O garoto, com velocidade,invadiu a área, cortou o zagueiro e mandou prás redes!! PQP!!!! GOOOOOOOOOOL!!! Mas quando eu pensei que o gol, fosse fazer o Palmeiras respirar fundo e soltar o porco (quem solta a franga são as vizinhas), a “nhaca” de sempre apareceu…  Mesmo com o domínio de bola, os nossos jogadores perdiam jogadas, erravam passes, desperdiçavam cobranças de faltas. Marcos, mandou para escanteio, uma bola com endereço certo. Sem confiança e nervosos, os jogadores iam se perdendo em campo. A gente sente isso e, é claro, fica nervoso também. Queremos ajudar e não sabemos como, além de torcer e, muitas vezes, xingar.  E se a fase não é boa… Aos 40′, Mendes chutou de longe e meteu no ângulo. Um gol que não esperávamos, que não podíamos ter tomado! Se o time conseguisse assimilar o empate, tudo bem; se não, as coisas iriam se complicar mais…

Veio o segundo tempo. A intranquilidade e a insegurança imperavam no time do Palmeiras. com 5′, Marcos rebateu uma bola que voltou aos pés de Thiago Sylvi. Marcão dividiu com ele, que se jogou e, adivinhem o que o  juiz marcou? Penalti! Ricardo Lopes,  cobrou e fez. Que sensação horrível! Mais uma vez, jogando muito mal, íamos perder para um  lanterna do Paulistão, e de virada. Os jogadores buscavam, é verdade, mas o time estava todo desarrumado. Zagueiro ia jogar de atacante, volante de meia, meia de centroavante…  Era um “salve-se quem puder”.Cleiton Xavier fazia uma das suas piores partidas…  Já estava rezando quando Zago colocou Ivo e William em campo e mandou o time prá frente. Aos 21′, Robert recebeu na área e, de costas, arriscou a bicicleta, e a bola passou pertinho! Haja coração e cornetada!

Eu senti que os jogadores tinham acordado. Não continha as lágrimas.  Era angustiante e desesperador ver o Palmeiras perdendo para o fraco Sertãozinho. O que está errado com esse time? Era o que eu não não cansava de me perguntar. Marcos defendeu aquele que seria o terceiro gol deles…O tempo ia passando rápido demais e a confusão dentro de mim era grande. A razão dizia: “nao dá mais”, o coração dizia: “reza e torce que dá”. Ah, esse coração sabe das coisas !! Aos 38′, Léo cruzou prá área e Cleiton, entre os zagueiros, cabeceou certeiro pro gol!  DEUS EXISTE! A nossa pequena torcida, explodiu! O coração parecia querer saltar do peito. O jogo estava para acabar. Chorar era a única forma de aliviar a aflição de ver que o Palmeiras lutava tanto e o gol não vinha. O placar já era injusto. Jogada de ataque e a bola encontrou Danilo na área. Quando ele ia mandar pro gol, Robert se antecipou a ele e chutou… PRÁ FORA!!

45′ e nada!Não ia dar tempo…  O juiz deu mais 4 minutos e os ponteiros do relógio voavam, enquanto a bola, não entrava nem a pau! O goleiro fazia o dele. Mas Deus é palmeirense e é cardiologista!! Faltavam uns segundos para 49′, eu já tinha até medo de ouvir o apito final, quando Eduardo, lá do meio do campo, levantou na área… A bola foi encontrar Cleiton Xavier, que dominou e bateu no canto esquerdo… ERA O GOL  DA VIRADA! Da reação!  Da superação!!  BENDITO SEJA O CLEITON! Se não vai de um jeito, vai de outro!!   As lágrimas agora se misturavam aos sorrisos, o palestrino se sentia leve, sem o peso enorme que um tropeço esta noite nos  traria. 

E a toda a Nação dormiu em paz…