“… Felice di stare lassù…” ♫♪
Para nós, palmeirenses, só agora acabou 2012!
Estamos de volta! O Palmeiras está de volta! Um “novo ano” se inicia.
Graças a Deus, está desfeita a presepada de Tirone, Frizzo, Piraci e Cia. Nos impuseram uma obrigação e aí está, obrigação cumprida!
Uma campanha tranquila, sem sustos, acesso conseguido com seis rodadas de antecedência, com 21 vitórias, 6 empates, 5 derrotas (duas delas, contra Sport e ABC, fabricadas pelo apito), 60 gols marcados, 24 gols sofridos e aproveitamento, até aqui, de 71,9%. São 69 pontos em 32 jogos, 9 a mais do que o segundo colocado, 19 a mais do que o quinto (havia os que diziam que ficaríamos na série B) e 37 pontos a mais do que o primeiro na zona de rebaixamento (houve quem ousasse dizer que o Palmeiras poderia cair nesse campeonato). Se as coisas continuarem seguindo o seu curso, mais umas duas rodadas e o título também terá sido conquistado.
Ficamos numa ansiedade imensa esperando a partida do acesso e, no sábado, num dia lindo de sol, o Pacaembu estava lotado, torcida cantando… 20 milhões de corações palestrinos estavam ali, junto aos 37 mil torcedores que tiveram o privilégio de ir ao Pacaembu (sim é apenas privilégio, sorte, e nada mais do que isso, podermos estar ao lado do Palmeiras, quando tantos outros que gostariam de estar, infelizmente, não podem) e todo mundo esperando o time que iria entrar em campo, esperando pra ver a nova camisa verde e amarela, esperando pra ver a chuteira nova e exclusiva do Mago e, principalmente, esperando pra ver o Palmeiras carimbar o visto de volta à série A e acabar com o pesadelo…
Quando entrei no Pacaembu, os alto-falantes anunciavam os jogadores de outros tempos, aqueles que trazemos guardados no coração e que estariam ali naquela tarde. Entrei na hora em que ele anunciava Edmundo, amado Animal… todo mundo aplaudia, gritava o nome dele. Naquele calorão, nossa pele transpirava alegria.
Vários torcedores tinham seus cabelos pintados de verde, tinha gente com máscara de porco, uma quantidade enorme de bandeiras, de crianças, de sorrisos (e quantos outros torcedores mais, com seus olhos grudados diante das TVs pelo Brasil e pelo mundo afora, tinham os seus corações ali no Pacaembu). Quem foi que disse que não iríamos comemorar o acesso, quem disse que não iríamos ficar felizes com ele? Qual o sentido de estarmos ali, cantando, de termos ido até o Pacaembu, senão pela felicidade de ver desfeito o mal que nos fizeram?
Para lembrar 1965, quando o Palmeiras, de ponta a ponta, representou a seleção brasileira e venceu o temido Uruguai por 3 x 0, vestindo agasalhos do Verdão e tendo por baixo a nova camisa entraram em campo Ademir da Guia -O Divino, Dudu, Evair, Edmundo, César Maluco, Rosemiro, Alfredo Mostarda, Amaral, Edu Bala, Valdir Joaquim de Moraes, São Marcos (qual é o time que tem tantos ídolos desse quilate?). Eles foram saudados pela torcida e homenageados pelo presidente Paulo Nobre. Emocionante.
Não vi na hora, mas vi depois em imagens a cena maravilhosa do presidente Paulo Nobre ajoelhado aos pés de Ademir da Guia, o Divino, numa reverência ao fantástico ídolo palmeirense – olha a cara do Edmundo e a do Marcão. Não precisa nem ser palmeirense para que se possa sentir a grandeza desse momento, imagina para um palmeirense então… Realmente D I V I N O !! Paulo Nobre me representa!
O time atual entrou vestido de verde, posou para foto com o time do passado – lado a lado estavam Valdivia e Ademir, Kardec e Evair, Valdir e Prass, Marcos e Bruno, Dudu e Márcio Araújo, Edmundo e Ananias, Leivinha e Wesley, César e Vinícius… olhos e coração ficavam confusos… surreal!
Mas de matar a gente de emoção mesmo – eu chorei – foi ver a troca de camisas entre eles. As camisas amarelas foram passadas para os que iam pro jogo e as verdes ficariam para os que iam assistir à partida. Um momento mágico, de arrepiar! Quase morro do coração vendo o Divino entregar a camisa pro Mago (e o Maguinho olhando os dois), o Evair pro Kardec, Edmundo pro Ananias, Leivinha pro Wesley, César pro Vinícius… Pátria Amada Palmeiras!
Era a deixa para que o futebol fizesse jus àquela festa toda. Só que a coisa não saiu como a gente esperava…
Quando o jogo começou, o Palmeiras até foi pra cima querendo o gol; Vinícius recebeu pelo meio, viu o espaço e chutou, mas o goleiro defendeu. Porém, a ansiedade do time era visível. E ela começou a fazer com que os jogadores errassem muitos passes, perdessem algumas bolas bobas, se precipitassem. O São Caetano começou a arriscar. Prass estava esperto. Valdivia metia umas bolas lindas, mas na hora “h”, ou a finalização não saía direito ou o goleiro pegava. Em algumas vezes, a pessoa melhor colocada não era percebida e não recebia a bola… As 37′, a bola sobrou pra Henrique, que, dentro da área, e com uma categoria de atacante, dominou, deu um corte em seu marcador e chutou pro gol. A maledeta da bola passou raspando… A torcida se inflamava.
Um minuto depois, Kardec recebeu na área e foi derrubado pelo goleiro, a bola sobrou para Wesley, que ia pro gol, mas o juiz apitou e marcou pênalti. O Pacaembu comemorava. Kardec pegou a bola e foi pra área, mas o juiz, que tinha sido avisado pelo bandeira (!!?!!), voltou atrás e desmarcou o pênalti. É mole? Desde quando bandeirinha assinala ou “desassinala” penalidade? E sem ser com o Palmeiras, quando mais você vê/viu um juiz voltar atrás numa marcação de pênalti ou um bandeira desmarcar uma penalidade?
Virou uma confusão danada, os jogadores reclamaram um bocado. Mais uma vez, o Palmeiras, e só o Palmeiras, tinha um lance anulado por interferência externa – como aconteceu com aquele gol do Barcos, quando a interferência externa viu a mão na bola, mas não viu o pênalti que ele sofrera no lance. É pro bandeira (quarto árbitro, delegado) interferir só se for para o Palmeiras não marcar? Deve ser, porque no jogo do São Paulo, no dia seguinte, um gol tricolor em impedimento (esse sim é lance pro bandeira), uma agressão praticada por Ganso e não punida pelo árbitro, e um pênalti claro a favor do Inter, que no apito virou falta fora da área (três lances favorecendo o São Paulo – que luta para não ser rebaixado), não receberam a interferência de bandeirinha nenhum (assim é fácil escapar, né?).
E a imprensa, que achou tão correto o bandeirinha do jogo do Palmeiras, não disse nada sobre os dois auxiliares do jogo dos bambis, que deixaram o juiz “errar” quanto quis, e não interferiram em nada – ou será que nos outros jogos eles não precisam interferir? Faltou um dirigente palmeirense na CBF em 2012. Não para que fossemos favorecidos e ajudados a escapar como alguns estão sendo agora, mas apenas para que não tivéssemos sido tão roubados e, por isso, mandados para a série B.
Se o experiente Seneme apitou é porque viu a penalidade, e bastou o bandeira falar com ele que ele “desviu”? Se não foi pênalti, a jogada do Wesley tinha que continuar – o goleiro e o Kardec estavam no chão. Para não prejudicarem o São Caetano prejudicaram o Palmeiras, duas vezes!! Uma, quando o juiz parou a jogada, no momento em que Wesley ia pro gol; e a outra, quando ele desmarcou o pênalti, marcado na hora em que Wesley ia pro gol.
O fato é que se os jogadores já estavam ansiosos, com essa lambança toda ficaram nervosos também. E aí é que não saiu nada mesmo. No segundo tempo o futebol nossas deficiências (eu sei que temos muitas) estavam mais evidentes e futebol ficou muito feio… alguns jogadores tentavam resolver sozinhos, mas nada deu certo e o jogo terminou sem que conseguíssemos marcar um único gol.
Mas o grande mal estava desfeito, e era isso o que mais desejávamos desde Novembro de 2012. A torcida, apesar da brochante falta de gols, respirava aliviada, se sentia feliz com o fim do pesadelo; as pessoas se cumprimentavam e aplaudiam o Palmeiras que voltara à Série A. Então, uma pequena parte da torcida resolveu vaiar e xingar o próprio time (imagine o Pacaembu dividido em 4, menos de 1/4 do público foi a parte descontente). Mas ela foi prontamente vaiada de volta pelo restante de pessoas no estádio, pelos outros 3/4 do público, que se ofendeu com os xingamentos ao time, saiu em defesa dele e passou a gritar: Palmeiras! Palmeiras! Sensacional! O Palmeiras realmente pertence àqueles que o amam!
Missão cumprida, parmerada! Foi quase um ano de calvário e aprendizado mas o pesadelo acabou! Boora buscar o título, virar essa página, dar tchauzinho pra 2013 e entrar de cabeça erguida em 2014.
Nosso “novo ano” vai começar agora. E que ele traga muitas alegrias pra todos nós!