I was born to love you with every single beat of my heart” – Freddie Mercury

Houve um tempo, em que chamávamos de “modinhas” os torcedores adversários (na nossa torcida eles não existiam) que só apareciam quando seus times ganhavam títulos, só se mostravam torcedores apaixonados quando tinham do que se gabar…

E não é que, agora, com a Geração PS4, com os millenials (frágeis, que não sabem lidar com nenhum tipo de frustração, e que sempre têm que culpar, massacrar alguém quando a sua satisfação não atinge os níveis que a sua alta régua de expectativas impõe) temos os “modinhas” em nossa torcida também?

Fracos que são para lidar com o inesperado, com o improvável, com a dualidade êxito/fracasso, eles estão sempre profetizando o apocalipse, abdicando cada vez mais da capacidade de raciocinar e de dar amor e apoio incondicionais ao time. Que triste…

E com as mídias sociais, acompanhar os jogos do time de coração, que antes (no começo do Twitter, por exemplo) era um prazer, uma diversão, passou a ser insalubre. A busca incessante por aprovação e likes, foi fazendo com que muitos torcedores passassem a ser (a acreditar que são) apenas “analistas de futebol”. E são muitos os que precisam demonstrar, durante o jogo inteiro, e mesmo com o time ganhando, que estão vendo erros, falhas que outros não estão vendo, são muitos os que só sabem criticar e criticar (sem contar a perseguição a jogadores unicamente por ideologia política. E essa é uma das coisas mais canalhas que um torcedor pode fazer ao próprio time)…

E, como se fossem experts na arte da bola rolando, ficam enfurecidos porque o jogador chutou assim, mas tinha que ter chutado assado… porque ele olhou pro lugar errado na hora de chutar, porque o jogador não quis passar pro Fulano, pro Cicrano… porque o goleiro caiu errado… porque o técnico não escalou/substituiu como eles acham que deveria ter escalado/substituído… porque um gol foi perdido (como se os demais clubes fizessem gols a cada vez que têm uma oportunidade)…

E aí – a parte mais disgusting da coisa -, vale fazer a piada mais jocosa sobre o próprio time(!?!), vale denegrir  o jogador X, o Y, o técnico, o clube (cada um tem o cristo preferido para crucificar)… vale adivinhar (e a partir disso, jurar que é verdade absoluta) que o jogador está mascarado, que é mimadinho, que ele pensa assim, pensa assado, que ele quer fritar o técnico, que não se dá bem com os companheiros… 

E é um tal de “Ainnn, venceu mas não mereceu”… Ainnn, nem comemoro um título conquistado assim, nos pênaltis (igualzinho conquistamos a maravilhosa e inesquecível Libertadores 99)… Ainn, vai perder o jogo na quarta… Vai perder o jogo no começo do ano… Ainnn, nem vou assistir pra não passar raiva… A régua da excelência, exigida para os outros, cada vez mais alta, menos para eles mesmos. 

É tudo líquido, sem duração alguma, até mesmo o amor e respeito ao clube… Torcedores virando algozes do próprio time…

Furos, furados, de contratações, de desfalques… memes são criados depreciando time e jogadores… O que importa mesmo, até mais que o respeito ao clube de coração (de coração!?), são os likes, as interações que isso possa gerar… a fama (que não vale pra nada) conseguida nas redes…

Palmeiras, e só ele – todos os outros já foram eliminados em alguma das competições -, disputando três campeonatos…

Palmeiras, fazendo 27 jogos nos últimos noventa dias – em apenas dois meses sob o comando de Abel Ferreira, e com um aproveitamento de 70,8% (10V, 4E, 2D). 16 jogos… em 52 dias (1 jogo a cada três dias).

Pra você ter uma ideia, nos últimos 90 dias, os quatro semifinalistas da Libertadores 2020, tiveram a seguinte agenda: Boca Juniors – 15J / River Plate – 15J / Santos – 23J / Palmeiras – 27J. O Palmeiras fez quase o mesmo número de jogos que os dois times argentinos juntos.

E, nesses quase dois meses, desde a chegada de Abel Ferreira ao Palmeiras – sua estreia foi no início de Novembro – além da maratona de jogos, da falta de tempo para treinar, além dos muitos problemas de lesões, de jogadores convocados para as seleções de seus países e do elenco curto, o Palmeiras ainda teve um surto de Covid-19 (20 jogadores testaram positivo) e precisou fazer malabarismos mil, precisou usar a garotada da Base, para colocar o time em campo, E SEM PEDIR O ADIAMENTO DE UM JOGO SEQUER… E, claro, que isso também atrapalha o rendimento dos jogadores/do time (e não só no Palmeiras)…

E, mesmo assim (mesmo com vários prejuízos no apito também), o time está aí, na briga pelos títulos da Libertadores e da Copa do Brasil, na sexta posição do Brasileirão (com um jogo a menos que INT, ATL, SAO)…

P….!! Isso é motivo de orgulho! É para batermos no peito e dizermos: Aqui é Palmeiras! E, ainda que a situação fosse outra, jamais poderíamos deixar de dar nosso apoio e nosso amor ao Palmeiras, de acreditar no nosso time. Que torcedores seremos nós se nos acovardarmos e dermos o nosso time como derrotado antes do jogo acontecer?

Nenhuma equipe tem a garantia da vitória, da conquista antecipada de um título, antes de a matemática assim determinar, ou antes de uma final de campeonato ser jogada. Vimos, ano passado, na final da Libertadores, um time jogar muito mais do que o outro e, em duas vaciladas, duas falhas no final da partida, tomar dois gols, perder o jogo e o título. Não há certezas absolutas no futebol. E é isso que o faz tão apaixonante.

Na verdade, existem algumas certezas (e não queiram mudar isso, por favor)… o torcedor morre pelo seu time, dorme e acorda pensando nele, ainda mais quando uma partida importante está próxima, faz qualquer coisa para ele, por ele… vibra muito, reza muito, ri, chora, come unha, usa a camisa/meia da sorte, reza mais ainda, sente emoções indescritíveis, e nunca para de cantar (se der certo, ótimo; se não der, aí a gente vê o que faz com a tristeza). O torcedor está sempre fechado com o seu time. O torcedor abraça o seu time em qualquer situação, como se time e torcida fossem um só. Ainda mais agora que nem podemos ir ao estádio.

E é assim que temos que estar com o Palmeiras agora… unidos.  E é assim que eu vou estar nos próximos jogos… e sempre! De longe (por enquanto), mas pertinho de coração… e fechadíssima com o Palmeiras… para o que der e vier!

Booooora, parmerada! O Palmeiras precisa de nós! VAMOS ABRAÇAR O VERDÃO E JOGAR AS SEMIFINAIS COM ELE!! Essas batalhas são nossas também!

“Eu tô fechada com o Verdão e agora não tem mais conversa…” 🎶🎵