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Depois da derrota para o maior rival, em pleno Allianz (infelizmente, uma derrota merecida, pela falta de ousadia, pela falta de organização do time verde em campo – não é a toa que tantos jogadores tenham caído de produção ao mesmo tempo -, pela posse de bola muito maior que a do adversário (63% para o Palmeiras) e, mesmo assim, a insistência na jogada – e só nela – de bola levantada na área, com muitos erros nos cruzamentos; pela aplicação tática e organização do time adversário – que sabe dos seus limites e faz o simples, o “feijão com arroz”, certinho, sem nenhum extra, que marca incansavelmente, que faz cera, sem sentir nenhuma vergonha disso), depois de praticamente darmos adeus ao campeonato (faltando muitas rodadas, matematicamente ainda há boas chances, mas é difícil), depois do desgosto que essa derrota nos trouxe, ninguém imaginaria que o Allianz estaria lotado para Palmeiras x Vitória…
Manhã de domingo e mais de 36 mil torcedores estavam no jogo. O amor dessa torcida pelo seu clube é algo que precisa ser estudado…
Eu cheguei bem atrasada e, antes mesmo de subir para o meu setor, vi pela televisão do corredor que o Palmeiras perdia por 1 x 0… Como assim?
Ao chegar ao meu lugar, meus amigos me informaram que o Palmeiras tinha começado bem o jogo, mas, num erro de passe e num chute de longa distância, que bateu na trave e entrou, tínhamos tomado o gol.
Eu não acreditava que iríamos perder aquele jogo… não, com os jogadores que temos, que são, sim, melhores do que os que a maioria dos clubes possuem em seus elencos – basta apenas o Cuca acertar as coisas, dar padrão ao time, acertar o posicionamento da defesa e parar de inventar (ele manja do assunto, tem totais condições de acertar isso), basta ao time colocar a cabeça no lugar, que o pé automaticamente entra na forma também.
Da mesma maneira que, no jogo anterior, a gente sabia que a ‘Lua estava em Saturno’ e o Palmeiras não iria marcar gol nem se jogasse mais 4 tempos, nós sentíamos que ali, diante do Vitória, nosso gol estava chegando… o sangue parmera esquenta mais nas veias na iminência de gols…
Falta para o Palmeiras, Dudu na cobrança: “Capricha, Dudu”. (Mal sabia eu, que era ele mesmo, o craque do time, nosso “soldadinho de chumbo”, de quem eu sempre espero as melhores jogadas, que comandaria a nossa futebolística manhã de domingo). Duduzinho cruzou na área e Mina, que é sempre um perigo por ali, foi derrubado por Wallace. Milagrosamente, o juiz assinalou a penalidade – digo “milagrosamente”, porque, em algumas partidas anteriores, o Palmeiras sofreu pênaltis, legítimos, que foram ignorados pelos árbitros.
Os imprenseiros disseram na TV – eu soube depois – que ‘o lance foi muito polêmico’, que não houve nada’; outros escreveram que ‘o árbitro errou’, que ‘Mina se jogou na área’ e, mesmo após a partida, depois de cansarem de rever as imagens, continuaram sugerindo que o Palmeiras tinha sido beneficiado.
Até passaria a ser verdade isso, se a imagem não mostrasse que Mina quase tinha sido castrado no lance… Na imagem abaixo, é muito fácil observar, se Mina não estivesse usando uma bermuda embaixo do calção, teria ficado com os ‘acessórios’ todos de fora. O lado direito do seu calção, na mão do jogador do Vitória (repara nas listras), foi parar lá do lado esquerdo de tanto que foi puxado… Mas “não houve falta”, tá?
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Pênalti bem marcado… bola na marca da cal… Guedes, nosso “Princeso”, que tá virando o homem dos pênaltis, foi para a cobrança… chute forte, no canto superior esquerdo… bola de um lado, goleiro de outro e GOL DO PALMEIRAS! Mal a bola tocara a rede e o Allianz dava o seu enorme grito de gol…
“O Palmeiras é o time da virada… o Palmeiras é o time do amor.” A torcida, cantando muito, fazia a arena vibrar e chamava a virada de jogo…
O telão nos mostrava que estávamos com 45′, quando, na jogada de Guerra com Dudu, o baixinho tocou rápido, a bola bateu no jogador do Vitória e ia sobrar para os defensores, Guerra, esperto, chegou pelo meio de dois adversários, corrigiu o lance e deu um toque na bola, Duduzinho, entrando rápido pelo meio, chutou direto pro fundo da rede do Vitória (não pense que, na hora, ávida pelo segundo gol, eu consegui observar tão detalhadamente a jogada rsrs)…. e o baixinho, craque, cheio de raça, veio comemorar bem ali na minha frente. E eu, que “gosto pouco dele”, adorei.
Virada do Verdão! E o placar fazia jus ao time que jogou mais. E o intervalo foi de festa no Allianz.
Para a segunda etapa, eu esperava que o Palmeiras administrasse a vitória parcial e, se possível, fizesse mais um, pra garantir uma segunda etapa tranquila. E ela até seria tranquila se não fosse a arbitragem…
Cinco minutos de jogo, Guerra fez um lançamento lindo lá na frente, Dudu apareceu e ficou com a bola, mas foi marcado impedimento… mandrake. Logo em seguida, Willian entrou na área, o jogador do Vitória fez a carga, por trás, no jogador do Palmeiras, o derrubou, e o juiz nada marcou, o bandeira “nada viu”, e o auxiliar de linha de fundo também “não viu nada”…
O Palmeiras, se não era brilhante e ainda cometia erros, fazia uma partida muito melhor do que as duas anteriores e levava perigo. O adversário, por sua vez tentava pressionar o Palmeiras, mas se descuidava, e deixava espaços.
Cuca chamou Michel Bastos pro jogo, pena que quem saiu foi o Guerra. Tirar o Guerra? Não entendemos nada na hora, mas ficamos achando que ele é quem havia pedido pra sair…
O Palmeiras ia chegando, mas o terceiro gol não saía…
Foi então que Dudu, o craque da camisa número 7 mais linda do mundo, saindo do meio de campo, e com dois adversários em sua cola, puxou contra ataque pela direita, foi até a linha de fundo; pensei que fossem jogá-lo pra fora de campo, mas ele levou a melhor sobre os dois adversários e cruzou na área, Guedes deu um toquinho mais atrás, e para o lado esquerdo, por onde entrava Willian, ele chutou, a bola pegou a trave, voltou para o meio da área e, flertando com Mayke, ela pedia: “Me chuta, me chuta”… e ele deu um chutão e estufou as redes, marcando o terceiro do Palmeiras. Quanta alegria! Festa na manhã de domingo…
Cuca chamou o Zé e sacou o Pitbull. E o Pitbull foi muito aplaudido na saída. Por mim, Felipe Melo não sai do time nunca, além do seu futebol, do qual eu gosto muito, ele traz a energia e a vibração que motiva os companheiros e que precisamos em campo, mas, como ele estava voltando de contusão, sem ritmo, e como estávamos ganhando, eu não tinha motivos para reclamar de nada.
E nem daria pra reclamar mesmo, porque, uns minutinhos depois, Mina, nosso “zagueiro de Troia” (ele tem um atacante dentro dele e os adversários não sabem) deu uma arrancada pela direita e tocou pro Michel Bastos, e o Michel deu uma enfiada de bola, em diagonal, linda, lá pra área… adivinha quem chegou na maior velocidade e enfiou ela no gol?? Adivinha? D U D U ! O baixinho estava impossível! O Allianz explodia em alegria.
Três minutos depois, aos 34′, Cuca sacou Dudu (imaginei que fosse para poupá-lo) e chamou Borja (esse ainda vai se acertar e administrar essa pressão e expectativa exageradas, que colocamos nele, e render tudo o que esperamos). E o Allianz aplaudiu muito nosso pequeno gigante.
Tranquilo, ganhando por 4 x 1, o Palmeiras se distraiu, a defesa bateu cabeça… Egídio levou um chapéu de David lá atrás, o atacante do Vitória desceu rápido e, marcado por Dracena, tocou para André Lima, Mina não conseguiu evitar que ele cruzasse na área de volta para David, que chutou pro gol e descontou sem chances para Prass.
Borja quase faria o quinto gol, mas a bola passou rente à trave… e o jogo acabou assim.
Vitória justa e merecida do Verdão. E de goleada… é mais gostoso.
https://www.youtube.com/watch?v=I3ZTONkEFIc