“A honestidade é elogiada por todos, mas morre de frio” – Juvenal
De nada adianta termos o VAR – PARA CORRIGIR OS ERROS MAIS GRAVES QUE, PORVENTURA, AS ARBITRAGENS TENHAM DEIXADO PASSAR – se as pessoas envolvidas nisso, as que são responsáveis pela utilização do recurso, não estiverem interessadas mesmo em corrigir os erros.
Oficialmente (e no Brasil adoram o não oficial), o VAR é para ser utilizado em quatro situações:
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Mas não é o que temos visto acontecer… Tem toque de mão que o VAR vê, e avisa ao árbitro, tem toque de mão (claro) que o VAR não vê (por que será?)… Tem lance em que o comentarista da TV, que não pode comentar antes que o VAR veja as imagens, comenta antes e macula a decisão… Tem lance que é interpretativo, e o VAR não pode atuar, mas ele atua e até convence o árbitro a mudar de ideia, como aconteceu no pênalti, claro, sofrido por Dudu na semifinal do Paulistão, quando o VAR “pesou” a carga sofrida pelo jogador e fez o árbitro mudar de ideia… Alguns gols legítimos, por exemplo, que o árbitro de campo invalida, não têm a interferência do VAR… Tipo o de Dudu, do Palmeiras, contra o Botafogo, quando foi marcado um impedimento, que não existiu, mas o VAR não foi usado…
No Brasil, tem sempre uma interpretação distorcida (conveniente para as mutretas de alguns), das regras da Fifa. Como se não tivéssemos assistido à Copa do Mundo e não tivéssemos visto as situações todas de uso do VAR, como se não acompanhássemos os jogos na Europa… É preciso ser muito tapado para aceitar/engolir as picaretagens que fazem por aqui.
No jogo do Palmeiras contra o Botafogo, pela 6ª rodada do Brasileirão – quando um gol legítimo do Palmeiras foi anulado -, num outro lance, de ataque do Palmeiras, Deyverson, tentando disputar uma bola com o goleiro, caiu na área, saiu reclamando de ter sido pisado no tornozelo, mas o árbitro, como não tinha visto a pisada, não assinalou a falta e ainda deu amarelo para o palmeirense. No entanto, Deyverson tinha tido o seu tornozelo deslealmente pisado por Gabriel sim. O VAR avisou o árbitro, ele consultou as imagens, retirou o cartão dado para o jogador palmeirense e marcou a penalidade máxima, corrigindo um grande erro que ia passar batido. O Palmeiras cobrou, guardou, e ganhou o jogo por 1 x 0.
O Botafogo, pequeno como ele só, e sabe-se lá por quais outros interesses, entrou como uma ação no STJD para anular o jogo (mesmo correndo o risco de apanhar de mais se tiver que jogar de novo)… e o STJD, fazendo de conta que não sabe que partidas não são anuladas pelos motivos alegados pelo Botafogo (a quem que o clube carioca serve nesse caso, hein?), não só vai julgar, como ficou enrolando para fazê-lo, adiou e, agora, amanhã (18/06), assim, em meio à Copa América e Copa do Mundo de Futebol Feminino, sem ser muito notado, sem que a imprensa dê grande relevo à coisa, julgará o caso… lá na Bahia. Um time de São Paulo, outro do Rio, e o julgamento foi levado para a Bahia. Parece que a intenção dessa presepada toda é só querer tirar 3 pontos do líder Palmeiras, que está folgado na tabela.
O clube carioca argumenta que a regra 5 da Fifa não permite a alteração da decisão do árbitro após o reinício de jogo. Mas, se o árbitro não viu nada errado na hora, por qual motivo o jogo não continuaria? É pra isso que existe o VAR agora, para que ele veja o que o árbitro não viu, para que corrija os erros importantes cometidos pelas arbitragens, ainda que sem querer, na partida. E o juiz só vai saber disso depois que o VAR o avisar. Mesmo porque o usual na comunicação é que o VAR acione o árbitro, o contrário não é usual, e só acontece quando o árbitro tem uma dúvida.
Esse “não pode usar o VAR depois que o jogo continuou, que o goleiro cobrou tiro de meta… blá blá blá” é uma variação distorcida tupiniquim. Afinal, como é que vimos isso acontecer várias vezes sem que partidas fossem anuladas?
E, bem mais recentemente…
E nenhuma dessas partidas foram anuladas…
O objetivo do uso do VAR é corrigir os erros cometidos em lances importantes, e não há sentido em ficar caçando desculpas, querendo achar outros caminhos, para que os erros sejam mantidos. Se Deyverson foi pisado, sofreu pênalti, e o árbitro não viu, nada é maior e nem mais importante do que a correção (marcação do pênalti) feita pelo VAR. Querer anular essa correção, anulando uma partida… é trambique.
Vamos ver o que fará o STJD. Se for agir corretamente mesmo, não só vai manter o que foi estabelecido na partida, como também vai checar o outro gol palmeirense, cujo impedimento foi mandrake e ficou por isso mesmo.
Vai ser uma vergonha, uma grande picaretagem, se o tribunal se prestar à esse tipo de coisa. Vamos observar…
De qualquer maneira, com mutreta ou não do tribunal… #SegueMeuPAL