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Eu tinha trocado o almoço de Páscoa com a família, pelo jogo do Palmeiras. Tudo bem que a partida começaria só às 18h30, mas com o almoço se esticando pela tarde afora, tava na cara que eu acabaria perdendo a hora. Nada disso! Se o Palmeiras vai jogar, eu vou!(A família me entende…) Ainda mais com o meu ídolo em campo! Sonhei tanto com a volta do Mago e, agora que ele está aqui(tem horas em que ainda não acredito), não quero perder nadinha. Meu sanduíche de Páscoa, em companhia da Frida (minha cachorra), acabou valendo muito a pena…
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O Pacaembu não estava tão cheio quanto estivera na quinta-feira, mas num feriado de Páscoa, com significado religioso de renascimento e amor… a maioria preferiu ficar na companhia da família. E 18 mil pessoas, num feriado desse, é público para ninguém botar defeito. Que o digam os bambis lá na Arena Barueri, que fazia eco… Além do mais, por ser o último a jogar na rodada, o Palmeiras ia a campo com uma baita responsabilidade. Os outros três grandes já estavam classificados. Todo aquele blá blá blá de perder vaga para time pequeno, já devia estar prontinho, digitado, esperando só o momento de ser publicado pela impren$inha…
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Mas, neste ano, o Palmeiras também renasceu! E com ele, o orgulho de ser palestrino ficou ainda maior. Se eu já me sentia emocionada ao ver o meu time entrar em campo, nem sei dizer o que sentiu meu coração ao ver o Santo, de uniforme branco, caminhando em direção ao banco de reservas. Ele também renasceu! Mais uma vez, nosso goleiro tão amado ressurge das contusões e dores que o atormentam há tanto tempo. Mesmo com Deola jogando muito, me pareceu tão estranho saber que Marcos ficaria no banco…
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O jogo começou como gostaríamos que começasse. Com o Palmeiras em cima do Mirassol. Aos 6′, por pouco Luan não marca. Chutou de dentro da área, mas o goleiro espalmou. Quatro minutos depois, o mundo parou… O palestrino ficou alguns segundos sem respirar… Jogada espetacular do Mago… o craque, lá de fora da área, com a bola dominada, dá uma entortada no seu marcador e chuta… Olhei para o gol e vi o cantinho onde “a coruja dorme”. A bola subiu, e nosso coração subiu com ela… Foi tão rápid0, mas deu tempo de pensar tantas coisas, de torcer prá bola entrar, de querer que ela descesse um pouco, de desejar que o goleiro não a pegasse, de sentir que o Mago merecia aquele momento; de saber que, por lances assim, geniais, é que sonhamos com o título… Com a respiração suspensa, e o coração querendo voar do peito, vimos a bola morrer no gol… e ele sair comemorando como se fosse um coelho… Nosso amado Coelhinho da Páscoa!! O Pacaembu quase veio abaixo! QUE MOMENTO MARAVILHOSO! Momento de alegria pela abertura do placar, e de estupefação pelo talento do nosso craque! Um gol mágico, sensacional! Um poema, que só poderia ter sido escrito pelos pés de Valdivia, o “Coelhinho da Páscoa” mais lindo do mundo!
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Eu, que ainda não tinha conseguido ver um gol do Mago, desde a sua volta, não contive as lágrimas… O meu Palmeiras saindo na frente, o meu Palmeiras se credenciando ao título, os torcedores se abraçando, o meu ídolo sendo reverenciado pelo estádio inteiro… Mas era Páscoa, né? Comemorávamos o renascimento! E o Mago fez nossos sonhos renascerem, nossas esperanças aumentarem… Que Deus o abençoe sempre por tudo de bom que nos dá.
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O jogo, que deveria ter acabado naquele momento, dada a grandeza do que tínhamos presenciado, continuou. E Xuxa, do Mirassol, acabou expulso. O Palmeiras se mantinha soberano na partida. Aos 17′, Valdivia achou Luan, que entrou no meio da zaga e cruzou. A bola passou na frente do gol, pedindo para ser chutada, mas Tinga não conseguiu tocar nela. Tivesse se jogado num ‘carrinho’, ela teria entrado. O Palmeiras desarmava tudo que o Mirassol tentava fazer mas, no finalzinho do primeiro tempo, demos uma vacilada e eles empataram. Que saco! Mas em momento algum temi pela classificação e tampouco achei que decidiríamos nos pênaltis. E, caso fosse assim, São Marcos estava no banco. Tínhamos tudo sob controle…
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No segundo tempo, o Palmeiras continuava em cima do Mirassol. Luan ia perdendo um gol atrás do outro… A Que canta e Vibra não parava de cantar, de empurrar o time. Márcio Araújo, que nunca vi jogar tanto (Rivaldo também jogou bem), parecia estar em estado de graça. Já tinha descido com perigo algumas vezes e feito belas jogadas; mas quando Kleber avançou com a bola dominada e tocou prá trás, na entrada da área, o Mago só abriu espaço para o chute certeiro de Márcio Araújo, que parou no fundo do gol!! QUE FESTA NA ARQUIBANCADA! FESTA NO CHIQUEIRO!! O Palmeiras, merecidamente, estava na frente, outra vez. Fiquei tão feliz por ver meu time vencendo, tão feliz por Márcio Araújo…
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Em campo, Valdivia, o homem que monopoliza a mídia toda, por causa do seu chute-no-vácuo (que existe desde 2006, diga-se de passagem), fazia uma partidaça! Que importa se a jogada genial é feita com 0 x 0, ou com 1000 x 0? Valdivia a usa quando acha que dá, quando quer despistar seu marcador, quando lhe é conveniente. E é ele quem determina isso! Só idiotas para discutirem, medirem e encontrarem regras para “determinar” como alguém deve se utilizar do próprio talento.
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Valdivia é um presente de Deus! E como o futebol fica melhor com ele em campo… Como a bola fica dócil, submissa… Como os torcedores sem sentem mais felizes quando podem ver o Mago jogar… E Valdivia, que nos brindou com chapéus, chute-no-vácuo, ainda deu um gol de bandeja para Luan. Pena que ele perdeu esse também…
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Felipão então tirou Tinga e colocou Chico. O Palmeiras tratou de se defender um pouco mais, mas sem abdicar de atacar. Continuávamos perdendo gols mas, nas arquibancadas, o torcedor ficava apreensivo com as faltas e escanteios a favor do Mirassol. Na beira do campo, a cena era de arrepiar o mais indiferente dos mortais!! São Marcos, como se fosse um auxiliar de Felipão, como se fosse ele o técnico, gritava e gesticulava. Só vi isso direito depois, na TV, e quase morri de chorar. Nosso Santo, tão querido, guerreiro, sofrendo lá no banco de reservas, gritando para os companheiros, empurrando o time que ele tanto ama… Só o Palmeiras tem dessas coisas…
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Ainda teríamos uma bela oportunidade com Rivaldo, mas o goleiro defendeu. Aos 40′, a magia deu lugar ao futebol de Lincoln (como eu queria ver esses dois jogando juntos). O estádio inteiro reverenciava o craque mágico que saía de campo. Emocionante! Minutos depois, aos 49′, o juiz encerraria a partida.
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Com a classificação garantida, o Palmeiras vai agora enfrentar os gambás. POIS QUE VENHAM! Nosso exército está pronto! Nosso “general” desenhou a estratégia para chegarmos e chegamos! Mago, Santo, Gladiador, Defesa Que Ninguém Passa, Zagueiros Artilheiros, Volantes Guerreiros, Operários do time, Vontade, Garra, União, Torcida, Amor… essas são as nossas armas. E É COM ELAS QUE VAMOS À LUTA!
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CHEGOU A HORA! TANTI AUGURI, PALMEIRAS!