“Que o Natal existe, que ninguém é triste, e no mundo há sempre amor…”
Natal… Tempo de sentirmos o coração em paz… de promovermos a paz… de valorizarmos as pessoas que fazem parte da nossa jornada, de presentearmos o mundo com os melhores sentimentos que possuímos… tempo de amar, como nos ensinou o espírito mais iluminado que por aqui andou.
Por causa do aniversariante, e da mensagem maravilhosa que ele nos deixou, nos tornamos todos um pouquinho melhores no Natal… por causa do espírito natalino, que acaba afetando a todos de alguma maneira, nos sentimos mais felizes, ainda que, para alguns de nós, seja só um pouquinho mais felizes…
Natal também é tempo de “Papai Noel” – símbolo da generosidade e do “fazer bem” às pessoas, da caridade sendo praticada por alguns em benefício de quem precisa. Aquela figura lendária – tão real no imaginário infantil -, do bom velhinho que traz presentes, feitos por ele e por duendes que o ajudam.
E, sempre que o Natal está próximo, quem é que não se lembra de pedir alguma coisa para o bom velhinho? As crianças se apressam a lhe escrever cartinhas com pedidos de presentes; os adultos, por sua vez, se enchem de bons pensamentos, boas energias e também fazem os seus pedidos, ainda que mentalmente, numa simbiose divina que nos faz pedir a Deus e, ao mesmo tempo, imaginá-lo de gorro e roupa vermelha, e longas barbas brancas. E cada qual sabe o que mais lhe faz falta, o que mais necessita…
Tem gente que quer um carro novo, uma casa nova, quer ganhar dinheiro, trocar de emprego, ganhar uma promoção, quer fazer uma viagem para um país distante… tem quem queira um celular caríssimo, roupas bacanas, um vídeo game de última geração…
Tem uns que só precisam de mais saúde; outros, de coragem para enfrentar os problemas e o mundo; uns, precisam de um emprego; outros, de amigos; uns, precisam de presenças; outros, de alegria… uns, necessitam de comida, de um teto, de cuidados; há os que necessitam só de um abraço…
Há poucos dias, quando o Natal se aproximava… uma história, carregada com os sentimentos do Natal, se desenrolava bem longe daqui…
Dizem que “Papai Noel” não existe… Dizem (uma brincadeira diz) que o Acre não existe… dizem que a torcida do Palmeiras encolhe, não cresce mais, e, por isso, imagina-se que não há mais crianças que o amem…
Dizem que nem todas as “verdades” são verdadeiras…
“Mikael, um garoto de 12 anos, não conheceu a poderosa Academia, não viu os grandes times do Palmeiras em campo, nem viu as maiores conquistas do clube. Vivendo no Acre, nunca viu um jogo sequer do Palmeiras ao vivo.
Ele tinha um tesouro, uma camisa do clube de coração, que havia ganhado, mas que foi rasgada, e ele não pôde ter uma nova…
E então, com a aproximação do Natal, ele escreveu uma cartinha para o “Papai Noel” e a enviou para uma agência dos Correios de sua cidade. Quando a cartinha de Mikael foi selecionada por alguém, o pedido que ele havia feito causou estranheza… Crianças costumam pedir brinquedos, vídeo-games, bicicletas…
O garoto do Acre, no alto de seus doze anos, fazia uma declaração de amor ao Palmeiras em sua carta, dizia que tinha sangue verde correndo nas veias (somos irmãos, Mikael) e queria de presente do Papai Noel uma camisa do seu time de coração.
Foi um pedido tão diferente daqueles que os Correios costumam receber, que ele ganhou a publicidade de uma TV e a sua cartinha chegou até aqui em Sampa…
Um amigo, do Acre, me mandou a matéria, publicada no site da Globo. Pensei em enviar o pedido ao Palmeiras – imaginei que se ele ganhasse do clube de coração a sua tão sonhada camisa, ele se sentiria duplamente feliz – outros palmeirenses planejavam comprar a camisa e enviá-la. Mas nem deu tempo…
“Papai Noel” (a providência divina?) estava atento e colocou seus ajudantes pra trabalhar…
E o garoto, que, segundo a mãe, escreveu a cartinha com o coração, e acreditava sim que seu pedido seria atendido – acreditar é essencial -, nem de longe imaginou o que aconteceria…
O Palmeiras resolveu atendê-lo, e enviou na semana passada (17) uma camisa para ele usar no Natal. Mas não ficou só nisso. Mikael, que ficou famoso depois disso, acompanhado do pai e da mãe, virá conhecer o Allianz Parque, na partida do Verdão contra a Ponte Preta, no dia 4 de fevereiro de 2015; a viagem é mais um presente do Palmeiras.
Além da viagem, o garoto será presenteado com kits e camisas do Verdão e também com um plano de sócio-torcedor do programa Avanti, na categoria bronze.
Mágico, não é mesmo? Comovente. O seu amor incondicional ao Palmeiras tocou a todos que tomaram conhecimento da sua história – Mikael não precisa de títulos, nem de jogadores caros no elenco, para ser palmeirense, para amar o seu clube e sentir orgulho em vestir a camisa do time. Sua história nos chegou ao coração, ainda mais por ser a época em que todos estamos mais suscetíveis, mais sensíveis. Época em que nos damos conta da importância das pequenas coisas, prestamos mais atenção aos sentimentos alheios, valorizamos o que importa de verdade…
E quantos de nós, ao conhecer a história de Mikael, se perguntaram? Será que não foi mesmo o “Papai Noel”? Será que não foi uma ajuda do Alto?
Eu nunca duvidaria…
Também pedi um presente ao “bom velhinho” e lhe “mandei uma cartinha” (Deus está nas palavras e em todas as coisas)… era um presente modesto, é verdade, mas era o que eu mais queria ganhar neste Natal… de Deus, da vida, do “Papai Noel”…
Pedi a ele(s) que, num dia e num lugar especial, num horário pré determinado, eu pudesse estar caminhando na rua, com o coração e os ombros mais leves, deixando pra trás uma inquietação imensa… que eu pudesse olhar para o céu naquela ocasião e pudesse voltar a respirar, a encher os meus pulmões de ar e me deliciar com o perfume daquela noite, e pudesse me entorpecer de uma alegria com a qual eu sonhava há meses…
Pedi a ele para que eu pudesse ouvir as risadas dos meus amigos, e que, assim que chegássemos na calçada, pudéssemos nos olhar sem medo nos olhos, e, em paz, aliviados, nos abraçássemos, cúmplices e solidários por tudo o que havíamos vivenciado.
Parecia tão pouco, mas era tanto…
“Papai Noel” atendeu o meu pedido – do jeitinho que estava na minha “cartinha” -, no dia 7 de Dezembro de 2014. Às 19h30, eu estava do lado de fora do Allianz Parque, exatamente como sonhara. E nunca mais vou me esquecer dos olhares molhados dos meus amigos, e os de todas as outras pessoas que vi… não vou me esquecer dos sorrisos, e tampouco dos gritos e dos abraços… nem dos que choravam copiosamente… não vou me esquecer daqueles milhões – sim, éramos milhões ali -, que submergiram, voltaram à superfície e, finalmente, puderam respirar… não vou me esquecer dos carros e da agitação da rua, não vou me esquecer de agradecer…
Que o seu Natal seja assim, meu amigo, feliz, com paz, alegrias e coração em festa, ao lado de pessoas queridas! Que a sua árvore seja enfeitada de esperança… E que os presentes trocados, sejam muito mais valiosos do que os que o dinheiro pode comprar, que eles sejam de sorrisos, beijos e abraços, de carinho, amizade, companheirismo, caridade, respeito e amor.
UM SANTO E FELIZ NATAL, PARMERADA! E que o “Papai Noel” abençoe você e a sua família nesta noite…
BOAS FESTAS!!