“Uma mãe sabe o que é importante para o filho dela e não aprendeu isso com os livros, mas com o seu próprio coração”. Papa Francisco

Como eu havia dito na postagem anterior, um derby sempre dá muito ‘pano pra manga’, antes, durante e depois…

E como qualquer coisinha serve para acirrar os ânimos, para provocações, para dar ibope e acessos, imagina se a a emissora, que manda os jornalistas falarem mal do Palmeiras durante as transmissões, e que faz um lobby desgraçado para o seu rival (o sustenta com cotas de TV, patrocina bandeirão da organizada), não arranjaria uma pauta pra lá de sem vergonha antes do clássico?

Imagina se a rgt, que adora ter Ibope mostrando para o Brasil inteiro um sujeito fazendo a sua noiva de trouxa, numa situação desagradável e constrangedora pra moça, iria se importar em conseguir audiência às custas de uma situação deselegante que coloca em lados opostos mãe e filho?

Se aproveitando do fato de que a mãe de Jaílson é torcedora do lava jato (a irmã também), a rgt fez uma matéria com ela, a acompanhou ao Esmolão, vestida com a camisa do seu time, no meio da torcida do seu time (a filha também estava). Certamente ela não foi torcer pelo filho ali, não é mesmo? Depois da  expulsão de Jaílson, injusta por sinal, qualquer mãe estaria mortificada pelo filho, jogasse ele em qual time jogasse, torcesse ela para qual time torcesse, mas as familiares de Jaílson pareciam não se importar nem um pouco com isso. Não vi o vídeo todo, a não ser alguns trechinhos que me foram enviados, e li os comentários sobre eles… mas achei  uma falta de respeito e de carinho absurdas com Jaílson.

Triste isso… que até revolta a gente.

E, com exceção da “esperta” mãe,  que pareceu não pensar no filho, que não tentou antever as consequências, o dano que pudesse causar a ele  (coisa que toda mãe faz desde que o filho nasce, começa a engatinhar…), quem não sabia o que aconteceria, não é mesmo? Quem não sabia que apareceriam uns bobocas, com mais dificuldade para raciocinar, que se voltariam contra o goleiro? Que o culpariam  pela atitude da mãe, culpariam até a assessoria do atleta, como se a assessoria fosse um serviço extensivo à toda a família dele e tivesse controle sobre as ações de todos.

A mãe do Jaílson  – que ainda não deve ter se dado conta que a celebridade da família é o filho  – pode torcer para o time que ela quiser, pode vestir a camisa que ela quiser, ir ao jogo que ela quiser, é um direito dela. E nenhum de nós tem nada com isso, nem mesmo o Jaílson – que também não teria como evitar que a “ingênua” participasse de tão cirúrgica matéria (a impressão que se tem é que conturbar o ambiente no Palmeiras, às vésperas da estreia na Libertadores, parece ter sido o motivo de tão “singela” pauta – a mãe nem se tocou disso. Alguma vez, por exemplo, você viu alguma matéria com o palmeirense pai de Lucas Lima durante todo o tempo em que o jogador esteve no Santos? Antes das finais entre os dois clubes? Não viu, né? Isso não interessava para a rgt) . Mas a mãe do Jaílson e qualquer outra pessoa nesse mundo torce para quem quiser. Quantos torcedores, de todos os times, têm pai/mãe/irmão/irmã torcedores de times rivais aos seus. Ainda somos livres para fazermos as nossas escolhas, e para termos gostos e preferências diferentes dos demais, não é mesmo?

No entanto, como a coisa é assunto de domínio público, posso falar o que penso a respeito. Como torcedora eu até a entendo (só até a pagina dois do Livro do Entendimento),  mas como mãe… não tem como. Uma mãe, desde que o filho nasce – até mesmo antes do seu nascimento -, passa diferenciar as coisas entre o que será bom para esse filho, o que não lhe fará mal algum, e o que lhe será nocivo. Passamos a tentar antever e evitar quedas, ferimentos, doenças, perigos e toda e qualquer infelicidade que possa visitar o coração do nosso filho. Passamos a ser mais preocupadas… porque precisamos antever até mesmo o improvável (fiquei 5 anos sem ir aos jogos do Palmeiras – uma provação imensa pra mim – para voltar só quando achei que já podia ser mais tranquilo e seguro levar minha filha também). Mães são assim mesmo, têm mania de fazer dos filhos prioridades.

E aí, por empatia, nos colocamos no lugar das pessoas envolvidas…

Eu, se tivesse um filho, um irmão, jogando num time rival do Palmeiras, realizando o sonho de ser bem sucedido na sua profissão, realizando o sonho de jogar num grande clube, de ter seu potencial  reconhecido e ser amado por milhões, jamais iria assistir ao jogo entre o time dele e o meu. Torcer contra o meu time seria impossível, torcer contra meu filho, ou me alegrar com o seu insucesso, seria mais impossível ainda. Para o meu time ganhar, o do meu filho precisaria perder, meu filho teria que se frustar, se aborrecer. E, sendo goleiro, teria que tomar gols, fracassar na sua tarefa de defender a sua meta. É complicado uma mãe se alegrar com o insucesso do filho. É complicado uma irmã desrespeitar tanto, nas redes sociais, o time onde o seu irmão se projeta, brilha, e é amado. Na minha cabeça não entra – elas pouco se importaram com as consequências, nem depois que a coisa já estava em ebulição… Um pouco de bom senso e polidez caberia bem nessa situação. Mas cada um é cada um. Não conheço a história, mas posso imaginar que Deus foi grande quando deu uma avó para cuidar do Jaílson.

E  nós, torcedores, precisamos saber separar o joio do trigo, precisamos saber separar a pérola da “ostra”…

O Jaílson é uma pessoa e a mãe dele é outra. A parte que nos interessa, a pessoa que nos interessa, é o Jaílson, nosso goleiro bom pra caramba, muito querido, excelente profissional, bom de grupo, palmeirense, gente boa demais,  que honra a nossa camisa e que nos ajudou a conquistar um título maravilhoso – sem perder nenhuma partida com ele, aliás.

Pra mim, a mãe do nosso goleiro poderia ser até do Estado Islâmico, e sair cortando cabeças por aí, que, ainda assim, nada mudaria em relação ao carinho, respeito e admiração que sinto por ele. Se a mãe é uma  ‘ostra’, que consegue ser tão tola e egoísta num dia importante para o próprio filho, quando ele estava próximo de alcançar uma marca histórica, no primeiro grande clube de sua carreira, e onde ele faz tanto sucesso… se ela consegue ser estúpida a ponto de até torcer contra o time do próprio filho (se é que torceu mesmo)… O QUE É QUE O JAÍLSON TEM COM ISSO??

Se ela não tem amor por ele… NÓS TEMOS, E MUITO! E não foi à toa que ele foi criado pela avó, né?

TE AMAMOS, JAILSÃO DA MASSA, SEU LINDO!!!  Tamojunto!!