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Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro que, como torcedora palestrina que sou, estou bastante satisfeita com o contrato de patrocínio do Palmeiras com a Crefisa/FAM (empresas de mesmos proprietários que estampam as suas marcas em nosso uniforme).  A parceria é muito boa para clube, ainda mais porque, ao exigir exclusividade no uniforme do Palmeiras – não podemos ter outros patrocinadores em nosso uniforme – e ter exposição ainda maior, a patrocinadora acaba tendo que pagar mais por isso, e nem poderia ser diferente.

O que pega, o que está errado, e é por isso que faço essa postagem, é a necessidade absurda dos proprietários da Crefisa de querer fazer as pessoas acreditarem que fazem um favor ao Palmeiras, de que não teríamos nos reerguido se não fosse a empresa, ou que patrocinam o Palmeiras por amor… Onde estava esse amor, essa palestrinidade toda, no início de 2013, quando estávamos com a corda no pescoço, falidos e na segundona? Quem nos socorreu mesmo, quem reergueu o Palmeiras, quem fez pelo Palmeiras o que ninguém tinha feito antes se chama Paulo de Almeida Nobre.

Outra coisa que pega, e pega muito mal, é o que essa vontade, nociva,  de quererem ser mais do que apenas patrocinadores, está fazendo ao Palmeiras. Todo mundo está vendo Mustafá (fortalecido pelos muitos conselheiros de sua chapa, que a dona da Crefisa ajudou a eleger),  sair da sombra onde ele passou quatro anos e ganhar exposição nos portais, falando todas as besteiras que acha conveniente (abre o olho, Palmeiras!). Mas, para qualquer bom observador – pena que nem todo torcedor o é – fica muito clara, muito exposta, a mentalidade retrógrada e tacanha do Sr. Mustafá. Ele ainda pensa que um clube tem que economizar, e só economizar. Não contaram pra ele que atrair receitas – pra se poder gastar na montagem de bons times -, como foi feito na gestão anterior, é que é o pulo do gato, ou melhor, do porco.

Ano passado, segundo o que foi amplamente divulgado na imprensa, somando Avanti, bilheterias, patrocínios, naming-rights, cota de TV, venda de jogadores, venda de camisas e produtos oficiais… o Palmeiras terminou o ano com uma receita de quase R$ 500 milhões (440 milhões do futebol + 48 milhões, aproximadamente,  do clube social ( clube, para onde iam, antigamente, boa parte das receitas do futebol, né Mustafá?).

Nesse inicio de temporada 2017, em apenas 5 jogos pelo Paulistão e 1 pela Libertadores, o Palmeiras arrecadou o equivalente a R$ 9.282.856,67, com média de R$1.547.142,77 por jogo, e levou ao Allianz Parque 170.853 pagantes, média de público de 28.475 pessoas. No jogo Palmeiras x Mirassol, o mais recente jogo em nossa casa, o Palmeiras levou ao Allianz 21.488 pagantes, e arrecadou R$ 1.123.41,02. Pra você ter uma ideia, no campeonato carioca, Fla x Ban, Bot x Flu e Vas x Bot, juntos, levaram aos estádios 16.143 pessoas, e arrecadaram R$ 678.110,00.

Se levarmos em conta que, no Brasileirão 2016, o Palmeiras arrecadou R$ 42,3 milhões, com uma média de  R$ 2.226.928 e 31.359 pagantes por partida, e sabendo que ele está na Libertadores, com boas chances de se classificar à próxima fase, já está classificado no Paulistão,  disputará Copa do Brasil e o Brasileiro (onde deverá repetir as boas arrecadações), não fica difícil calcularmos, ainda que aproximadamente, que o Palmeiras, apenas com as bilheterias como mandante, vai faturar por volta de 80 milhões, se não mais.

Já a patrocinadora,  segundo as notícias, pagou ao Palmeiras no ano passado o equivalente a R$ 66 milhões, mais os R$ 12 milhões pelos gastos anuais com Lucas Barrios. E, neste ano, pagará R$ 78 milhões ao Palmeiras mais R$ 200 mil mensais, como parte dos salários de Borja. As luvas de 1 milhão de dólares (R$ 3,13 milhões) serão divididas entre o Palmeiras e a patrocinadora. Coube à patrocinadora também investir R$ 63,8 milhões mas negociações de Dudu (pagamento dos outros 50% dos seus direitos, e, ainda segundo as notícias, esse dinheiro, seria descontado quando o contrato fosse renovado), Fabiano, Guerra e Borja. E, no caso de negociação desses jogadores, o dinheiro investido será devolvido aos patrocinadores.

É realmente um ótimo patrocínio, a Crefisa é parceira do Palmeiras, no entanto, se ela muito faz ao Verdão, ela muito recebe também, não é mesmo ? Quanto mais investe no time, mais exposição positiva, e além do uniforme, ela tem, em todos os segmentos onde isso é possível. E o retorno é muito grande (A FAM, por exemplo, que tinha aproximadamente 5 mil alunos antes do patrocínio, tem hoje 17 mil).  E é essa parte que não vemos ser escrita por aí… são esses números que não são citados nas entrevistas  que ouvimos  por aí…

Eu não entendo nada de contabilidade, mas fui atrás das informações que poderiam me mostrar se é mesmo um patrocínio de “caridade”, se realmente “pagam muito mais do que vale”, ou se a patrocinadora “vai muitíssimo bem, obrigada” depois que veio patrocinar o Palmeiras. E, mesmo sem entender do assunto, (sei ler, somar e subtrair muito bem), tive a impressão que os números da Crefisa aumentaram bastante desde que ela passou a estampar a sua marca em nosso uniforme… tive a impressão de que o Palmeiras é muuuuito vantajoso pra ela…

Talvez, eu me engane… talvez, minha impressão seja correta…

Senhoras e senhores, apresento-lhes os balanços patrimoniais da Crefisa (parte deles) de 2013/2014 (antes do contrato com o Palmeiras) e 2015/2016 (depois do contrato com o Palmeiras)… Tirem as suas conclusões…

Então, né? Quem é que se dá bem com esse patrocínio mesmo? Parece que a ajuda é mútua… parece que a coisa é muito vantajosa para as duas partes… parece que o Palmeiras faz valer – e muito – cada moedinha investida nele…  parece que tem gente contando uma historinha pela metade para o torcedor palmeirense, você não acha?

Palmeiras e Crefisa é parceria que dá muito lucro… para os dois.