Hoje, comemoramos a conquista do Mundial de 1951… a nação palestrina está em festa.
65 anos da Copa Rio… 65 anos de uma explosão de alegria que parou e emocionou todo um país… 65 anos de paixão…
Sim, foi num distante 22 de Julho de 1951, no ano seguinte ao Maracanazo (a frustração imensa pela derrota do Brasil para o Uruguai, na final da Copa de 1950), que a Sociedade Esportiva Palmeiras protagonizou o feito mais espetacular de um clube para o futebol brasileiro… Enfrentando grandes times europeus, enfrentando, na final, a temida Juventus de Turim-ITA, conquistou a Copa Rio e resgatou o orgulho de uma nação. Assim, o Palmeiras se sagrou campeão mundial, o primeiro campeão mundial de clubes, e trouxe o sorriso de volta ao rosto tão sem alegria do Brasil. Trouxe o futebol, e a vontade de se falar sobre futebol, de volta à todas as conversas, de volta aos bares, ao rádio, às TVs, aos estádios, às ruas, de volta à vida dos brasileiros…
Só podia ser o Palmeiras… quem mais haveria de protagonizar um feito tão maravilhoso? Quem mais poderia ter a torcida e o carinho de todo um país, de torcedores de todos os clubes? Quem mais poderia escrever uma página tão linda para o futebol brasileiro e mundial?
Os torcedores brasileiros todos conhecem essa história – até os que fingem não conhecê-la a conhecem. Nem é preciso republicar as imagens dos jornais da época, as fotos todas… Todo mundo já viu isso em algum lugar, em algum momento…
A data de hoje é nossa, é dos palmeirenses, palestrinos, alviverdes… apaixonados pelo Palmeiras, de todas as etnias, e dos mais diversos pontos deste planeta. É uma data para comemorarmos, para reverenciarmos o nosso clube – gigante do futebol -, e os heróis desse feito tão extraordinário. Uma data de festa em nosso coração.
Hoje, abrimos as janelas e deixamos a taça da Copa Rio, a taça do Mundial, iluminar o nosso mundo. Hoje, abrimos os nossos corações e os baús todos, para “revivermos” a história, para contarmos aos mais jovens sobre a história e grandeza da SEP.
Nunca antes – nem depois também – na história do futebol brasileiro um clube foi recepcionado por mais de um milhão de pessoas após uma conquista – imagina o tamanho da alegria que sentia aquela gente toda? Imagina o orgulho dos palmeirenses na ocasião?
Meu pai foi um deles… ele foi assistir ao jogo do Palmeiras em 1951… O que ele viu e sentiu naquele dia, ele me transmitiu no DNA, no sangue… Talvez seja por isso que eu me emocione tanto nesse dia.
Hoje, 22 de Julho de 2016, 65 anos depois daquela maravilha, da catarse que foram os gols de Liminha e Rodrigues e a conquista do Palmeiras, estamos comemorando o campeão mundial e o seu título, estamos “relembrando” aquelas coisas que não vivemos, mas que a história e a memória do futebol palestrino, brasileiro e mundial guardaram para os nossos tempos… estamos falando o dia todo sobre isso, e eu fico pensando com meus botões (todos verdes)…
Conheci Oberdan Cattani, beijei aquelas mãos inúmeras vezes, mãos que escreveram páginas tão lindas da nossa história, agradeci a ele inúmeras vezes também. Em cada oportunidade em que pude estar com Oberdan eu olhava pra ele e dizia pra mim mesma: é a história do Palmeiras que está diante de mim – nunca perdi a impressão tão forte que ele me causava. Era sempre emocionante estar diante daquele homem, lenda viva da SEP, era como se ele trouxesse o perfume e o brilho daqueles jogos que eu não vi, daquele Palestra/Palmeiras que não conheci, dos gols e defesas que não comemorei… Ele me fazia respirar os mesmos ares de outrora… Enquanto ele me contava as histórias, e seus olhos pareciam rever todas as cenas, eu passava a me sentir como se tivesse mesmo estado lá.
E foi através de Oberdan que pude conhecer e abraçar, pude agradecer Fabio Crippa, o goleiro que foi titular do Palmeiras na final de 51. Ainda não acredito nisso tudo e me pergunto: Como pode Deus, a vida, terem me proporcionado algo tão fantástico assim? É muita coisa pra uma reles mortal.
Hoje, enquanto Brandãozinho, o único remanescente dessa conquista, teve a oportunidade de matar a saudade da taça do Mundial – o Palmeiras a levou até ele dias atrás -, nossos outros heróis descansam no Olimpo Verde… e por certo há comemoração lá também. Talvez até meu pai esteja com seus ídolos…
E a energia da fantástica façanha palestrina, daquele torneio memorável, daquela última partida de tirar o fôlego dos 100 mil torcedores que estavam no Maracanã, a energia dos sorrisos todos que foram dados, das lágrimas de alegria que correram por milhões de rostos, dos gritos que ganharam os ares, de todos os abraços que foram trocados, dos aplausos… a energia dos torcedores do Palmeiras, a energia de cem mil pessoal, em pé no estádio, acompanhando os últimos minutos com uma ansiedade enorme, esperando o juiz apitar o final…a energia da raça, fibra e talento com que nossos jogadores conquistaram esse título -um dos mais sensacionais do futebol brasileiro – para o Palmeiras e para o Brasil… essa energia toda permanecerá conosco, e será transmitida aos nossos filhos, e aos filhos dos nossos filhos e a todos os que vierem depois de nós e deles… e ela será eterna.
O livro da vida escreveu e nada e nem ninguém jamais poderá apagar… o Palmeiras é o Primeiro Campeão Mundial de Clubes. E seus filhos se enchem de orgulho.
A Fifa também lembrou dessa conquista, a Fifa também homenageou o campeão mundial de 1951…
E é a Fifa quem diz: “Verde é a cor da inveja”… “O Verdão (o grande verde) foi a inveja do mundo todo”… “para se tornar o primeiro campeão mundial do esporte (futebol)…”
Arrasou a Fifa com esse “verde é a cor da inveja”, não é mesmo? Parece até que ela sabe como tem gente por aqui morrendo de dor de cotovelo do “Big Green” e desse nosso título…
O Palmeiras merece todas as homenagens, merece todo o nosso amor e orgulho. É o primeiro campeão mundial, é o clube mais vencedor do Brasil, o que mais títulos nacionais possui, é o Campeão do Século… e esse Big Green vai muito mais longe… tem muita história linda pra ser escrita por ele…
PARABÉNS, PALMEIRAS, AMORE MIO! PARABÉNS, PRIMEIRO CAMPEÃO MUNDIAL!! E MUITO OBRIGADA POR TANTO!
Descansem em paz heróis palestrinos de 1951… vocês se tornaram eternos, na história e em nossos corações.