É livre a expressão intelectual, artística das atividades científicas e das atividades de comunicação. Essas liberdades de expressão são absolutamente livres, sem censura e independem de licenças.  – Artigo 5º inciso XIV da Constituição Federal.

Eu não pretendia escrever sobre um episódio ocorrido no Pacaembu, na tarde em que Leandro Damião passeou em campo, na tarde em que ele meteu três gols no Palmeiras, do jeito que quis… Na tarde em que quis morrer ao ver meu goleiro e o meu time tomarem um gol, como o terceiro feito pelo Inter… Na verdade, em respeito ao Palmeiras, e ao que isso poderia significar na cabeça já tão confundida do torcedor palmeirense, me abstive até de comentá-lo no Twitter, e aqui no blog. Mas ‘tava na cara’ que o assunto acabaria aparecendo, afinal, muitas pessoas viram, eu estava acompanhada de quatro amigos, conhecidos meus estavam sentados logo atrás de mim. Aí, as conversas, o telefonemas, os e-mails e a indignação fizeram o resto. Algumas pessoas comentaram no twitter e todo mundo ficou sabendo.

Vou ter que voltar no tempo uns dias para explicar a vocês como a coisa se deu. No dia 09/09, à noite, eu comecei a escrever o texto que foi publicado antes deste. Cansada e com sono, deixei para escrever no dia seguinte. Passei a manhã toda escrevendo, mas não conseguia encontrar no Youtube (passei a tarde procurando) , o vídeo que foi publicado junto. O vídeo em questão estava numa reportagem do Terra. Por uma falta de habilidade minha, não sabia e não sei, baixar o vídeo. Precisei encontrar um amigo que, depois de baixá-lo, o hospedou no Youtube, para que só então eu pudesse usá-lo. Isso, claro, levou algumas horas. Afinal, o amigo, ocupado, não tinha seu tempo todo disponível para mim.

Duas pessoas, que não são citadas aqui, que não participaram do episódio lá no Pacaembu, andaram escrevendo por aí que eu mentia quando disse que escrevia o texto antes mesmo das pessoas terem estado no CT. Para essas duas obtusas e limitadas pessoas, segue o print de um e-mail que mandei para um amigo, logo após o almoço do dia 10/09.



À noite, me avisaram que estavam veiculando a informação, que Felipão teria dito lá no CT que sabe quem são os vagabundos do time, e que eles ficariam no Palmeiras até o final do ano. Acrescentei então, o último parágrafo ao texto que já estava pronto.

E ele foi, então, publicado no blog.

No dia seguinte fui ao Pacaembu assistir Palmeiras x Inter. Como é usual, me sentei na arquibancada verde, no lugar de sempre. Notei, com alguma curiosidade, que algumas pessoas conhecidas, que NUNCA se sentam na bancada verde, vieram se sentar ali. Uma parte delas, alguns bons degraus acima de onde eu estava, outra parte, mais abaixo. Depois entendi o porquê.

No intervalo do jogo, numa ação que me pareceu orquestrada, fui cercada por 4 pessoas, que chegaram a mim, uma de cada vez, com posturas agressivas, acintosas, com o intuito de me intimidar. A menos de 30 cm de distância da minha pessoa, no mesmo degrau onde eu estava e, me isolando dos amigos que me acompanhavam, no círculo que fecharam à minha volta, eles vinham tirar satisfações sobre o texto que tinham lido no Blog da Clorofila. Nada amigável, não é mesmo? As pessoas em questão eram Toninho Blanes, Toninho Rosário, Marco Néspoli (todos do Fanfulla) e o Pepe Reale (da Pró Palmeiras que, embora tenha feito parte do círculo que se fechou à minha volta, eu isento da tentativa de intimidação)

Blanes e Toninho Rosário me pareciam bastante nervosos e queriam saber se, as “ratazetes militantes” do texto se referiam ao Fanfulla, e se tinha algo a ver com a manifestação ‘Pró Felipão’ que Fanfulla e Pró Palmeiras tinham ido fazer no CT naquele dia. Ainda que eu não devesse dar explicações a ninguém sobre o que escrevo em MEU blog, sobre o que penso e acredito, em respeito à consideração que sempre tive por aquelas pessoas, disse-lhes que não, que nem tinha ficado sabendo de tal manifestação. Que o termo ‘ratazetes’, se referia aos simpatizantes das ratazanas que infestam o Palestra, e Felipão, com certeza, não era uma delas, portanto não havia lógica alguma na ligação que faziam entre o apoio ao técnico com o que leram no blog. O termo se referia aos amigos das ratazanas, e eu não conseguia entender porque eles se viram naquilo.

Nervosos, eles insistiam que o texto dava a entender o que tinham entendido. Em meio à discussão que se seguiu, em meio ao seu nervoso discurso, eles (Blanes e Toninho Rosário) usavam frases agressivas como as que me diziam sobre dar um murro na cara do Júnior Gottardi, por algo que ele escreveu e que eu nem sabia o que era. Diziam que ele tinha escrito algo que eles também achavam que era para o Fanfulla e do qual não gostaram nem um pouco. (E o que eu tinha a ver com isso, não é mesmo? Alguém vem me cobrar explicações sobre algo que escrevi, dizendo que vai dar um murro na cara de uma outra pessoa que também escreveu algo que os desagradou. Ainda que não tenha sido a intenção deles (acredito nisso) foi bastante sugestivo, não é verdade?)  Respondi que a minha responsabilidade era sobre o que escrevo e não sobre o que as pessoas entendem. E eles ironizavam o fato de eu ter dito que se equivocaram na compreensão do texto.

Um amigo meu entrou no círculo tentando desfazê-lo. Logo depois chegou o Conrado, que se manteve um degrau abaixo de onde eu estava. Ele e Pepe alegavam que eu deveria dar nomes quando escrevo, Conrado insistia que eu TINHA que colocar nomes. Pepe se mantinha cordial, Néspoli nada disse, só ficou postado à minha frente, e o Toninho Rosário me pareceu estar mais calmo. Blanes continuava nervoso.

Discutimos mais alguns minutos e eles se retiraram, contrariados, não me parecendo muito convencidos. Pepe ficou conversando comigo até o final do desastre dos 3 x 0.

Foi isso o que aconteceu. Ninguém me agrediu, nem me ofendeu. A não ser no meu direito à liberdade de expressão.

E óbvio que isso abriu uma grande discussão entre os meus amigos, entre os meus seguidores no Twitter, entre os torcedores que ficaram sabendo.

Pessoas me cobrando sobre o que escrevo, achando que têm o direito de me dizer como escrever. Pessoas que se sentem criticadas e vão constranger e intimidar os seus supostos críticos… Pessoas que querem mudar as coisas no Palestra… Pessoas que lutam pelo mesmo ideal, se portando de maneira tão agressiva umas com as outras, carregando ódio e revanchismo… Tão parecido com o que querem extirpar do Palmeiras… Tão “Mustafá”… Era a única coisa que eu pensava enquanto saía do Pacaembu… é a única coisa que continuo pensando, ainda hoje.

“Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre.” (Simone de Beauvoir)

P.S Prá vocês terem uma ideia de como conheço as pessoas que me abordaram e o quanto eu teria de motivos para atacá-las, cometi um deslize lastimável aqui. Usei equivocadamente o nome do Sr. Luiz Mousinho, quando, na verdade, me referia ao Sr. Toninho Blanes.

Devo desculpas ao  Sr. Luiz Mousinho, que esteve no Pacaembu, apenas para assistir à partida, e nada teve a ver com esse episódio.