O Palmeiras jogou na segunda-feira contra o Bragantino, pelo Paulistão – o campeonato mequetrefe da Federação Paulista de Futebol.

Jogou um bolão, colocou a bola no chão, e venceu bem. Dudu, Moisés e Scarpa arrasaram em campo. Prass esteve muito bem também. Aos 8′, Dudu fez 1 x 0. Jogada linda com Felipe Pires, Scarpa e ele, o baixola, mandando pra rede. Aos 29′, Borja invadiu a área, sofreu pênalti, Scarpa cobrou e  fez 2 x 0, resultado final.

Teria sido tudo tranquilo se não fosse a licença/alvará/permissão que o árbitro Vinícius Furlan  deu para a violência do Bragantino. Já tinha acontecido na partida diante do Oeste (contra o Botafogo também). Um chute no estômago de Dracena, uma cotovelada em Deyverson, na área, e uma outra cotovelada em Victor Luís (não tenho essa imagem) ficaram escandalosamente impunes… Lembra?

E como as botinadas nos parmeras parecem estar liberadas, aconteceu de novo, claro. O Bragantino, na última rodada, não se fez de rogado e desceu a botina sem dó nos palmeirenses. Com o consentimento da arbitragem. Um absurdo. O árbitro, fez vistas grossas para um monte de coisas, até mesmo para uma entrada criminosa de Júnior Goiano em Scarpa. Uma tesoura, por trás, digna de um cartão vermelho (e de uma punição do tribunal), que vai deixar o atleta palmeirense sem jogar por 3 semanas, e que o árbitro Vinícius Furlan nem sequer achou que merecia amarelo (o tribunal também fez de conta que nem ficou sabendo). Cego, sabemos que o árbitro não é (aliás, nenhum árbitro é cego)… também não desconhece as regras, senão, não estaria ali (os árbitros não chegam à primeira divisão sem serem preparados pra isso) … e, se não são cegos, se conhecem bem as regras, por qual motivo um árbitro deixaria de assinalar uma entrada criminosa dessa? Por qual motivo não puniria o agressor? Me engana que eu gosto, viu Federação Paulista?

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Não tem desculpa para deixar uma falta dessa impune, não é mesmo? Ainda mais porque sabemos – temos certeza – que se fosse um jogador do Palmeiras a cometê-la – Felipe Melo, por exemplo -,  teria sido expulso na mesma hora, saído de camburão do estádio e, no dia seguinte, sendo detonadíssimo pela imprensa esportiva, e em todos os programas de TV,  seria denunciado pelo tribunal, o julgamento já seria marcado, a provável pena pra ele já seria noticiada na TV… e o Delegado Olim apareceria dizendo que lá ninguém ganha no grito, aquelas coisas todas que conhecemos tão bem (a mesma “dinâmica” do que aconteceu –  merecidamente – com Deyverson, que cuspiu em um adversário, mas que não aconteceu com Henrique e com Clayson, que cuspiram em Borja e Felipe Melo)…

E agora, a coisa se repete… agressão em atletas do Palmeiras continua sendo coisa permitida pelas arbitragens nesse campeonato paulista… e a imprensa esportiva, dependendo da cor da camisa (de quem agride e de quem é agredido), atua como aliada. Uma agressão de um Felipe Melo é um escândalo, mas a de um Everton, de um Fagner, de um Júnior Goiano, ainda que violentas, desleais, não têm o mesmo peso, não ganham o mesmo destaque, os seus autores não são execrados, as suas reputações, como profissionais, não são destruídas… Fosse a imprensa realmente imparcial, isenta, ética, e desse o mesmo relevo para agressões, quaisquer que fossem elas, sem levar em conta a cor das camisas dos envolvidos, certamente as arbitragens não se sentiriam tão à vontade para brincar de “Bird Box” e fazer de conta que não enxergam o que acontece na  cara de árbitros e auxiliares, porque as notícias todas apontariam seus ‘erros’ e favorecimentos depois.

Dudu também apanhou na partida. Aliás,  uns segundinhos antes da tesoura em Scarpa, Dudu levou um tranco.  Ele avançava nas proximidades da área, foi parado na falta (o árbitro, muito perto do lance, acaba escondendo o tranco que Dudu levou), a bola sobrou para Scarpa e o Júnior Goiano entrou meteu uma tesoura desleal e criminosa nele… por trás.  Duas faltas seguidas, uma delas, escabrosa… e o árbitro ali pertinho… de enfeite.

Eu sei que num jogo entre um time mais técnico, talentoso, com jogadores mais habilidosos, dribladores, leves, e um time com jogadores com menos recursos técnicos, o que tem menos recursos vai querer parar o mais habilidoso na falta (às vezes, jogadores dos elencos melhores, mais categorizados, tecnicamente falando, também pegam duro os jogadores dos elencos tecnicamente inferiores, mas não com a mesma frequência). Isso é do futebol. No entanto, a regra não permite que seja assim. Por isso é que temos árbitros e auxiliares atuando nas partidas, para coibir a violência, para que sejam assinaladas as infrações e para que sejam punidos os infratores, como manda a regra.  Pra não virar um salve-se quem puder em campo. Mas não é isso o que temos visto acontecer…

Nenhum time, seja ele grande ou pequeno, pode ter aval da arbitragem para quebrar jogadores adversários; da mesma forma que que nenhum time pode estar fadado a apanhar com o consentimento do juiz.  Nenhum jogador, seja ele mais, ou menos valioso – em relação ao valor do seu passe e ao seu talento -, pode receber entradas passíveis de lhe quebrar uma perna, arrebentar ligamentos do joelho, do tornozelo, pode ser impedido de exercer a sua profissão por alguma lesão ocasionada por um adversário, sem que o agressor seja punido. Não punir coisas assim é o mesmo que dizer: “Pode bater à vontade, que tá liberado”. E é o que está acontecendo no campeonato mequetrefe da Federação Paulista. É por isso que o Botafogo bate, aí vem o Oeste dá chute, cotovelada, depois vem o Bragantino e arrebenta o Scarpa, dá uma entrada feia em Borja… Já que não acontece nada mesmo, a impunidade, para alguns, vai “fazendo escola” (e quem  será que dá a “licença” para que os árbitros possam agir assim?).

E enquanto a imprensa esportiva discute a camisa falseta do Bolsonaro, quem, além dos palmeirenses,  está discutindo a punição cabível para o jogador do Bragantino, que deu uma tesoura criminosa no Scarpa e o tirou dos próximos jogos do Palmeiras? Quem está pedindo que as arbitragens coíbam essa violência gratuita de que o Palmeiras tem sido vítima em alguns jogos?

Ninguém! Nem o tribunal… nem a FPF… e muito menos a imprensa esportiva (e todos fariam exatamente o contrário se o agressor fosse palmeirense) . E é exatamente isso que faz com que a gente pense que há algo de podre no reino do futebol paulista (e brasileiro), né?

O Brasil, guiado pela impunidade, por um senso de moral seletivo, caminha para o desgoverno total, caminha para o favorecimento de alguns grupos em detrimento de outros. Nos dias de hoje, é mais fácil você surrar uma mulher e ser punido apenas com o pagamento de cestas básicas, do que surrar um homossexual e ir parar atrás das grades. Se você fizer uma manifestação na rua contra o governo, você vai parar na cadeia, mas se você for um político condenado por corrupção (há muitos corruptos e poucos condenados), aparece um monte de juízes (!?!?) “amiguinhos”, que dão um jeitinho para você ficar em regime semi-aberto, recebendo um considerável número de regalias (devolver o dinheiro adquirido com a corrupção, nem pensar)… Como se cidadãos pudessem ser diferenciados, em seus direitos de cidadãos, pelo sexo, cor, preferências sexuais, classe social…

No futebol é a mesma coisa. Cansei de ouvir no estádio, as coisas mais absurdas e horrorosas, proferidas por torcidas inteiras, para mulheres que atuavam como bandeirinhas, repórteres de campo, sem que jamais a imprensa dedicasse uma linha a isso, sem que alguém se revoltasse com isso, sem que direito humano algum quisesse enquadrar os agressores (xingamentos são agressões também), sem que alguém saísse em defesa do direito dessas mulheres serem mulheres, mas se você xingar um adversário de “bicha”, que escarcéu isso dá… é pejorativo. Chamar mulher de biscate, de cachorra, de gostosa, entre outras coisas bem mais ‘cabeludas’, é ‘bacaninha’, e não dá nada.

A sociedade vai se separando em grupos, e quando alguns desses grupos passam a ter mais direitos do que outros, nasce a hostilidade entre eles e eles começam a trilhar o caminho do ódio; sem contar o dano que a impunidade, concedida apenas para alguns, causa no âmago dessa sociedade, que, estimulada pelo que vê acontecer, passa a assimilar e repetir os comportamentos que deveriam ser punidos e nunca são.

A impunidade é uma doença em nosso país… E os interesses que estão por trás da impunidade são ainda piores.

No universo do futebol, estamos cansados de acompanhar o ‘dois-pesos-e-duas-medidas’ da Justiça Desportiva para punir clubes e atletas de clubes. O Palmeiras teve que jogar no interior porque a sua torcida brigou, enquanto que uma briga no Pacaembu, não deu em nada para o time de outros torcedores brigões. Punição para uns, impunidade para outros… clubes que caem e não vão para a série B, e clubes que não caem e têm a sua vaga tomada pelo que caiu… uma Justiça “prostituta” com dois tipos de moral.

Temos acompanhado os abusos de alguns integrantes de torcidas organizadas , de todos os times, e o dois-pesos-e-duas-medidas para se punir esses abusos e para punir os clubes aos quais elas pertencem. Já vimos recompensa em dinheiro(!!!), para um “di menor”, suposto assassino de um torcedor na Bolívia (eu nunca acreditei que ele fosse o responsável), já tivemos notícias de tantas brigas entre torcidas rivais, tantas mortes de torcedores; já acompanhamos as notícias de atletas que foram agredidos por torcedores, de outros que quase foram; de paredes pixadas, sala de troféus destruída, de apreensão de armas, de drogas, nas quadras de algumas torcidas… Violência que cresce a cada dia… e algumas torcidas são punidas – sem o rigor necessário, é verdade, mas são punidas -;  outras, ficam totalmente impunes… Alguns clubes, são punidos por atos de suas torcidas; outros, nem são lembrados e relacionados aos atos de seus torcedores…

O caso mais recente:

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As notícias são claras: Invasão, depredação das telas de proteção, perseguição aos jogadores – que precisaram ficar escondidos por horas -,  furto de coletes e equipamentos de treino, furtos de celulares, agressões, veículos dos jogadores danificados, danos ao patrimônio do clube, terror (o médico do clube, de tão assustado, teve uma alteração arterial, caiu e se feriu), uma funcionária pega pelo pescoço, um jogador também (mas, depois, ele desmentiu a agressão)… e, na ocasião, mesmo a PM estando no local ninguém foi preso, nem mesmo “convidado” a se retirar. Só depois de alguns dias, e muita coisa que ficou mal explicada (várias câmeras de segurança do CT, por exemplo, que ‘estavam com defeito’ e não filmaram os invasores), é que algumas prisões foram feitas.

Dos cem invasores, três foram presos no Centro de Detenção Provisória (um deles, era um dos que haviam sido presos em Oruro, pelo envolvimento na morte de Kevin Espada), e um quarto torcedor, também denunciado, estava foragido.

E não é que a Justiça concedeu alvarás de soltura pra eles, nessa segunda-feira?  O torcedor que estava foragido, teve o pedido de prisão revogado pelo juiz. Isso até poderia ter acontecido, caso tivesse ficado comprovado que eles não estavam envolvidos naquele episódio. Mas nunca poderia ter acontecido porque o juiz resolveu dar uma “canetada”.

Sabe por quê eles foram soltos? Porque  o juiz, Gilberto Azevedo de Moraes Costa, pasme, proferiu a seguinte sentença:

“… queriam apenas chamar a atenção: fazer com que os jogadores honrassem os salários que ganham”.

A denúncia oferecida pela Promotoria, que vai recorrer da sentença, foi rejeitada pelo juiz, que considerou que não houve formação de quadrilha. “tudo não passou de um ato (nada abonador) de revolta dos torcedores”.

“Fiéis que são e disso a própria equipe se vangloria -, queriam apenas chamar a atenção: fazer com que os jogadores honrassem os salários que ganham; mostrando um futebol verdadeiramente brasileiro.”

Para o magistrado, a denúncia não individualizou a conduta do trio. “Na espécie, a inicial também não descreve no que consistiu a participação dos réus. Lá se vê que eles teriam comandado, mas não se especificou no que consistiu esse comando. Aliás, não ficou claro se se tratava de instigação ou induzimento.”

Seja com torcedor do time que for, tem cabimento uma sentença como essa? Conheço torcedores corintianos que disseram se sentir envergonhados com isso.

Uma sentença como essa é mais do que um alvará de soltura, é um deboche, é um passaporte para a impunidade, um alvará de permissão para o uso da violência; violência  que a Justiça tem a obrigação de punir; um incentivo para torcedores de todos os clubes, organizados ou não (ou será que o raciocínio do juiz vale só para essa torcida?), invadirem CTs, agredirem pessoas, fazerem jogadores reféns, danificarem carros, furtarem equipamentos e celulares, a cada vez que eles se sentirem “revoltados”, ou cismarem que o time tem que mostrar um “futebol bem brasileiro”.

Que vergonha!! Como pode um representante da Justiça ter coragem de proferir uma sentença como essa? Como pode alguém se aproveitar do posto ocupado para fazer uma Justiça particular e proferir uma sentença tão subjetiva assim?

Seguindo a linha de raciocínio do juiz, podemos então, invadir o Planalto para chamarmos atenção, para exigirmos que eles honrem os polpudos salários que recebem por lá? É isso? Podemos fazê-lo por que estamos revoltados com o que está acontecendo no país? Porque o povo está abandonado, sem Educação e Saúde decentes? É o que tal sentença nos faz entender, não é mesmo?

Não sei o que você pensa, meu amigo, mas eu me reservo o direito de imaginar (pensar eu posso) que esse juiz ou não está em condições de fazer pleno uso de suas faculdades mentais, ou então, que ele é torcedor do time em questão e agiu apenas como tal. Se não for nenhuma dessas possibilidades, vou imaginar que ele não pode fazer com que a Justiça seja cumprida… e vou ficar aqui tentando imaginar por qual, ou quais, motivos ele não poderia fazê-lo…

O último que sair, por favor, apague a luz. Mas só isso, pois já não há mais portas para serem fechadas…

Enquanto se discutia de quem (MP ou PM) era a responsabilidade pela segurança do estádio em Joinville, e deixavam em segundo plano a prisão dos animais, – erroneamente chamados de torcedores -, que protagonizaram uma selvageria no jogo entre o Atl-PR e Vasco, deixando 3 torcedores gravemente feridos, o futebol brasileiro, já tão esculhambado e descredibilizado, às vésperas da Copa do Mundo, ganhou as páginas do planeta. Da pior maneira possível…

A BOLA, Portugal: ‘Violenta batalha entre torcedores no Atlético-PR x Vasco’

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DAYLY MAIL, Inglaterra: ‘Torcedor é levado de helicóptero após  violência irromper no Brasil, apenas 2 dias após o sorteio da Copa… mas o confronto é então REINICIADO’

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EL PAÍS, Espanha: ‘Vários torcedores em estado grave após os confrontos durante a partida entre Atlético-PR e Vasco da Gama, quando faltam seis meses para começar o Mundial

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LA  GAZZETTA DELLO SPORT, Itália: ‘Brasil, Atlético Paranaense-Vasco: Rixa muito grande e disparos da polícia, três torcedores em estado grave’ 

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THE GUARDIAN, Inglaterra: ‘Torcedor gravemente ferido após violência interromper partida do campeonato brasileiro’

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L’EQUIPE, França: ‘Violência sem precedentes em Joinville’

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MARCA, Espanha: ‘Violência brutal no Atlético Paranaense-Vasco’

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RECORD, Portugal: ‘Graves confrontos entre torcedores no Atlético Paranaense-Vasco. Imagens arrepiantes no país do Mundial 2014’

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OLÉ, Argentina – ‘Selvageria Mundial’ (em referência à proximidade da Copa do Mundo)

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Se você tiver estômago (eu não tive pra mais que 20 segundos), acompanhe as imagens desses bandidos, COVARDES, no vídeo abaixo. As imagens são muito fortes, difíceis de se  acompanhar.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Tu-Xp7IyUWw[/youtube]

Horrível, né? Fico aqui pensando… o que passa na cabeça de uma mãe, ao ver que o filho que ela trouxe ao mundo, e amamentou, cuidou, deu carinho… em quem ela pensa o tempo todo, até mesmo antes de pensar em si mesma, se transformou num animal, excessivamente covarde, que, em grupo, chuta a cabeça de uma pessoa que está caída no chão, e continua chutando quando ela já está desacordada, que a ataca com um pedaço de pau, só porque ela torce pra outro time (isso não inocenta os outros que, se não estivessem apanhando, estariam batendo).

Não foi a primeira vez que vimos isso acontecer, já vimos muitos torcedores serem assassinados por torcedores rivais; algumas vezes, até mesmo sem ter havido um confronto. E, lamentavelmente, na maioria das vezes, eles ficaram impunes. E a mesma impunidade que vai matando o Brasil, é a que vai matando o futebol…

Não faz muito tempo, vimos um torcedor boliviano ser assassinado, sem que tivesse havido briga ou qualquer hostilidade. O garotinho estava na arquibancada, torcendo pro time dele, e foi atingido por um sinalizador, disparado, de propósito, por torcedores rivais, em direção da sua torcida. Vimos também os envolvidos (fizeram até cabaninha pra esconder o lançamento do sinalizador), que acabaram presos depois, serem “pintados” de mártires aqui no Brasil; vimos uma grande emissora de televisão levar ao ar programas que dariam consistência à imagem de vítimas, presas injustamente, que fora criada para os infratores; vimos políticos viajarem para a Bolívia, na tentativa de libertá-los; vimos um ex-presidente da república usar a sua influência com a mesma intenção… vimos arranjarem um “di menor” para assumir a culpa pelo assassinato; vimos o “di menor” receber dinheiro, bolsa de estudo, como se fosse uma recompensa… Foi uma vergonha!

Tempos depois, vimos alguns desses mesmos “inocentes” (já libertados, e até festejados na TV) se envolverem em novos episódios de violência em estádio, de roubos…

Já vimos de tudo! Os casos são inúmeros, e já houve mortos e feridos de todas as torcidas, agredidos por gente (gente?) de todas as torcidas, inclusive, a nossa. E tanto agredidos quanto agressores, integrantes das chamadas ‘organizadas’ (nem todos os organizados são bandidos, mas boa parte é conivente), entram na briga com a mesma finalidade… agredir, agredir, agredir… e muitas vezes, matar…  Se a brutalidade e a crueldade são imensas, a covardia é maior ainda. E isso nada tem a ver com amor ao time, isso nada tem a ver com ser torcedor. Esses, que se comportam como animais (que me desculpem os verdadeiros animais) precisam ser banidos dos estádios, de uma vez por todas. É muito grave o que anda acontecendo.

E agora, vem a presidente da república, dizer que está chocada e quer a Delegacia do Torcedor. Ora, vá carpir um lote, minha filha! Como se isso fosse a solução pra violência, ou como se a falta de uma delegacia especial fosse a razão dessa violência toda.

O problema é a impunidade, nega! Essa infecção generalizada que toma conta do Brasil. A mesma que deixa em regime semi-aberto, os seus amigos condenados por corrupção. E você nunca quis a Delegacia do Deputado, do Senador, do Governador, Prefeito, Vereador… do Presidente.

Mas, agora, o que tá pegando é a repercussão das terríveis imagens pelo mundo, justo quando estamos às vésperas de 2014, não é mesmo? É por isso que a “politicaiada” está preocupada.

Tá ruim a imagem do Brasil lá fora, imagem do país que vai sediar a próxima Copa do Mundo. Já não bastam estádios caindo, atraso na entrega das arenas, superfaturamento, obras de mobilidade que não vão sair do papel, arrastões no entorno do estádio que será palco da abertura da Copa (um deles com SEIS MIL pessoas)… e ainda tem a violência das torcidas (um problema do país e não só do futebol).. tão comum no Brasil, tão permitida em nosso futebol,  e financiada pelas diretorias dos clubes, que dão dinheiro para organizadas que abrigam esses marginais. Ronaldo vai ter que melhorar bem as desculpas esfarrapadas que anda dando por aí…

E aí a gente se pergunta: Como alguém, em sã consciência, pôde pensar em realizar uma Copa do Mundo num país com tantos problemas sociais? Como alguém pôde pensar em torrar bilhões do dinheiro público, numa farra imensa de estádios superfaturados (alguns deles, virarão “elefantes brancos” depois da Copa), quando a população recebe quase nada de volta, do absurdo que paga em impostos? Como puderam ser tão gananciosos, sabendo que aqui falta tanta coisa?

Irresponsabilidade… impunidade… violência… não combinam com Copa do Mundo, nem com turistas, vindo dos mais diferentes cantos do Globo, apenas para se divertirem…

Mas eles virão, isso é certo. E que Deus tome conta deles! Que eles tragam terços, figas, água-benta, Bíblias, incensos, guia do santo, patuás, amuletos, Torás, ou o que quer que imaginem possa ajudá-los a se proteger… Tomara eu esteja enganada, mas, com esse descaso todo, o bicho vai pegar por aqui.