PRIMEIRA PARTE –

Nesses últimos dias/anos, andamos reclamando um bocado do Superior Tribunal de Justiça (?) Desportiva – STJD.

Parece que o tribunal tem problemas com o poder que tem para punir jogadores; jogadores que, muitas vezes, nem foram punidos pelos árbitros, e que são punidos pelas imagens das partidas; jogadores já punidos pelos árbitros, que o STJD acha que deve punir de novo, quando isso nem é necessário; jogadores punidos pelo próprio tribunal, que são levados a julgamento outra vez pela mesma infração… e esse poder, que não anda sendo usado de maneira justa e imparcial, acaba influenciando até no andamento dos campeonatos.

Parece também que o STJD tem algum problema com o Palmeiras… ou então, o problema é que os seus promotores não conseguem julgar e punir outros clubes, jogadores de outros clubes, as torcidas de outros clubes, com o mesmo rigor com que julgam as situações envolvendo o Palmeiras. O tribunal parece implacável para o Palmeiras e para os que vestem as suas cores – se valendo até de denúncia feita por torcedor profissional de imprensa -, enquanto é uma verdadeira “mãe” pra outros… As penas nunca são iguais, mesmo em situações semelhantes. E as desculpas pra justificar essa “bipolaridade” são as mais esfarrapadas possíveis. Fica parecendo que é apenas clubismo o que move os promotores e que, de justiça, mesmo, esse tribunal não tem nada, uma vez que as imagens de um, são minuciosamente revistas e analisadas, enquanto as de outros, parecem que nem existiram, ou então, que foram/são vistas com outros olhos.

E aí a gente lembra do Vagner Love sendo julgado pelo STJD, e um dos seus promotores se lamentando que as trancinhas do jogador – verdes e brancas, na ocasião – não fossem rubro-negras. Essa “cor das trancinhas” tem feito cada coisa…

Na semana retrasada, os promotores do STJD tiveram a cara-de-pau de dar 2 jogos de suspensão para Valdivia, por ele ter forçado um cartão amarelo. Um tipo de suspensão que o mesmo STJD nunca deu para nenhum outro jogador, mesmo tendo sido inúmeros os casos de cartões forçados e publicamente confessados. E se a Justiça Desportiva nunca puniu ninguém por isso (o mesmo STJD absolveu Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves, quando eles tinham as “trancinhas” rubro-negras), por que é que puniu um jogador do Palmeiras? E por que não puniu Paulinho e Tite do Corinthians no ano passado? Nem o Riveros do Grêmio? Nem todos os milhares de outros que fazem o mesmo desde que os cartões foram inventados? Punição com exclusividade para um único clube é inaceitável. Cheira a abuso de poder!

Na ocasião do cartão amarelo forçado de Valdivia, o presidente do tribunal, Flávio Zveiter, participou de um programa da Globo (o programa que havia recebido Valdivia antes da rodada, e que depois usou o que foi falado por ele lá, para dedurá-lo ao STJD) e afirmou:

Estou tomando conhecimento da declaração do atleta agora (“agora” significa: depois que o programa do corintiano André Rizek ligou pra ele pra questionar a punição que cabia ao jogador do Palmeiras. O mesmo Rizek, que não ligou para o tribunal quando o Paulinho, do Corinthians, o time para o qual ele torce, fez o mesmo), mas em tese, uma vez que eu ainda não vi o lance, essa atitude pode ser passível de punição porque caracteriza uma infração ao artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que fala em assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva. Ou seja, cavar propositalmente um cartão amarelo para se livrar de pura ou eventual suspensão se caracteriza como uma infração ao código, o que passa a ser passível de punição de uma a seis partidas (Guarde bem essas informações, você vai precisar delas depois).

O promotor Paulo Schmitt, também afirmou que jogador seria denunciado no artigo 258 do CBJD. E Valdivia foi mesmo denunciado (imagina se não seria) e punido com dois jogos. Uma punição exclusiva para Valdivia, nunca antes dada a nenhum outro jogador do país! Mas, antes dessa punição, já havia acontecido um julgamento – o único – de jogadores que forçaram um terceiro cartão amarelo. 

E veja o que o STJD achou da infração ao código naquela ocasião:

STJD-absolve-ronaldinho

Os jogadores das “trancinhas rubro-negras” – o tribunal as adora –  forçaram um terceiro cartão amarelo, admitiram isso e foram absolvidos, e, pelo mesmo motivo, o jogador do Palmeiras foi condenado. O pau que não bateu nos jogadores do Flamengo, bateu no jogador do Palmeiras. MAS QUE REGRA É ESSA, QUE VALE PRA UNS E NÃO VALE PRA OUTROS?  O STJD está se sobrepondo às regras do futebol? Caça as bruxas que ele bem entender, e deixa voando as que bem entender também? Se forçar um cartão é infringir o artigo 258, não pode haver absolvição pra uns e condenação pra outro. Ou pune todos ou não pune ninguém.

E o que diz o famigerado artigo 258?

Art. 258. Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).

PENA: suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador (o Tite não foi punido, nem julgado e tampouco denunciado), médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código. (NR).

§ 1º É facultado ao órgão judicante substituir a pena de suspensão pela de advertência se a infração for de pequena gravidade. (AC). (acharam de grande gravidade o Valdivia forçar um cartão, sem ter dado botinada em um adversário!?!?)

§ 2º Constituem exemplos de atitudes contrárias à disciplina ou à ética desportiva, para os fins deste artigo, sem prejuízo de outros:

I – desistir de disputar partida, depois de iniciada, por abandono, simulação de contusão, ou tentar impedir, por qualquer meio, o seu prosseguimento; (AC). 

II – desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões. (AC). (nessa aqui, o tribunal vê quem ele quer ver. Os casos de punição pra uns e “vistas-grossas” pra outros são inúmeros. Tem jogador que xingou o juiz e recebeu gancho, e tem jogador que xingou o juiz, igualzinho, e recebeu pena comunitária…)

E prestem atenção: O ARTIGO NÃO DIZ ABSOLUTAMENTE NADA SOBRE A PUNIÇÃO SER BASEADA NO TIPO DE REAÇÃO QUE TEVE O JOGADOR AO CONSEGUIR O SEU INTENTO (guarde essa informação também).

E se já tínhamos a impressão de que esse artigo 258 poderia estar sendo usado de maneira seletiva, clubista, uma nova situação veio reforçar a coisa. Nesta semana, o jogador Elias, do Flamengo – olha as “trancinhas” rubro-negras de novo -, forçou um terceiro cartão amarelo, pra descansar, e admitiu isso:

Elias-admite-cartão-forçado1

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2013/09/elias-recebe-o-terceiro-cartao-amarelo-e-nao-enfrenta-ponte-preta.html#atleta-elias-trindade

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2013/09/elias-deve-ser-denunciado-pelo-stjd-por-forcar-cartao-e-pode-levar-gancho.html

E aí, todo mundo pensou: “vai pegar dois jogos de gancho, assim como pegou o Valdivia, vai ser pego no tal artigo 258”, não é mesmo? Não há nem o que questionar. O presidente do tribunal disse que cavar propositalmente um cartão amarelo para se livrar de pura ou eventual suspensão se caracteriza como uma infração ao código. 

Nada disso! Parece que para o promotor Paulo Schmitt (como ele é contraditório) as coisas não são inquestionáveis assim. Pasme com as declarações do promotor à imprensa, sobre Elias ter admitido que forçou o cartão, acrescentando que a ideia foi do seu treinador:

Quem falou foi o Elias, o Mano disse que não pediu ao jogador. Em tese, será só o atleta (que será denunciado) – explicou Paulo Schmitt, procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

Um dos dois está mentindo, né “seo Ximit”? E o tribunal, ao que parece, premia a mentira, absolvendo de antemão quem dela se utilizou.

E então, o promotor falou sobre denunciar ou não o jogador do Flamengo:

É provável. O tratamento a esse tipo de conduta de manipular o controle de cartões, escolhendo o adversário para o cumprimento do impedimento automático, é reprovável e será avaliado. Dependendo da análise das provas, receberá da procuradoria esse atleta o mesmo tratamento de outros que assim agirem – explicou.

http://extra.globo.com/esporte/flamengo/flamengo-stjd-vai-analisar-se-elias-forcou-terceiro-cartao-amarelo-9946022.html#ixzz2eyQ0A1f5

Análise das provas? É reprovável e será avaliado? O jogador admitiu e o tribunal ainda vai analisar as provas? Como assim, “seo Ximit”? Não tem essa de que vai analisar se o Elias forçou o cartão, ELE ADMITIU PUBLICAMENTE QUE FEZ ISSO! O jogador vai ter que provar que falou o que falou? Depois dessa embrulhada toda só se ele for muito burro, né? O senhor não se pronunciou da mesma forma sobre o cartão do Valdivia.

E o promotor também não quis comparar os dois casos (Valdivia e Elias) ainda alegando que precisaria rever os lances da partida e o pós-jogo.

Cada caso é um caso. O Valdívia riu no lance, debochou após o jogo e entrei com uma ação para a suspensão. Nesse caso tenho que avaliar, ver como tudo aconteceu, como o jogador reagiu. Não posso afirmar nada ainda – disse.

Que história é essa de “Valdivia riu no lance” e ” tenho que ver como o jogador reagiu”, Sr. Paulo Schimitt? A regra diz que a punição é para quem ri ou para quem força o cartão? Os dois casos são idênticos! Os dois forçaram o cartão e admitiram isso. A única diferença que há no caso são as “trancinhas rubro-negras” do Elias. Elas vão pesar, de novo?

Onde há na regra qualquer alusão à reação do atleta que forçar um terceiro cartão? O TRIBUNAL NÃO PODE INVENTAR UM “ADENDO” À REGRA QUE ESTÁ NO LIVRO, CONDENAR VALDIVIA PORQUE ELE RIU E ABSOLVER ELIAS PORQUE ELE NÃO RIU. Já não há nada no artigo sobre forçar um terceiro cartão, o tribunal é que resolveu que um cartão tomado de propósito (só o do Valdivia) é exemplo de atitude contrária à disciplina ou à ética desportiva. NO ARTIGO NÃO HÁ NADA SOBRE A REAÇÃO DO ATLETA. A Justiça Desportiva está querendo que isso seja a brecha para livrar o jogador que tem as trancinhas nas cores que agradam aos homens do tribunal? É isso? Se não é, tá com cara que é!

Tá com cara também, que estão dando a deixa para que os jogadores, daqui por diante, cometam a infração, jurem de pés juntos que não a cometeram e não riam em hipótese alguma. E isso é vergonhoso, uma vez que a infração, SE É QUE ISSO É MESMO UMA INFRAÇÃO, continuará a ser praticada. O tribunal, que puniu a sinceridade de Valdivia,  absolverá a dissimulação de outros?

Não entendo nada de leis, mas imagino – e imaginar eu posso – que os promotores não têm o direito de usar a regra de maneira torta, da maneira que acharem melhor, para punir quem eles querem punir e inocentar quem eles querem inocentar.  Eu quero entender, Sr. Paulo Schmitt. O tribunal não DEVE APENAS FAZER COM QUE AS REGRAS SEJAM CUMPRIDAS, IGUALMENTE, SEM PRIVILÉGIOS? A DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL É CLARA: cavar propositalmente um cartão amarelo para se livrar de pura ou eventual suspensão se caracteriza como uma infração ao código. 

Vou achar imoral e muito anti-ético se isso for agora distorcido para beneficiar um clube, quando um outro clube já foi prejudicado pelo mesmo motivo (acho imoral que a imprensinha já tenha “esquecido” o cartão forçado do Elias; acho indecente que ela legitime, sempre, o benefício pra alguns em detrimento do prejuízo pra outros). O STJD vai ter que dar dois jogos para o Elias também, como deu para Valdivia (onde está a imprensa para falar sobre isso?). Porque se não der, vou me sentir no direito de pensar que o STJD pune quem quer, quando quer, do jeito que quer, e deixa de punir também quem ele quer, quando ele quer e do jeito que quer.

E aí, vou começar a pensar também que vão ter que criar um outro tribunal, para que ele possa fiscalizar, denunciar, julgar e punir o STJD que não anda fazendo as coisas direito…

“Quem julga pelo que ouve, e não pelo que entende, é orelha, e não juiz.” Francisco de Quevedo  

(Que me perdoem os verdadeiros profissionais da imprensa esportiva, éticos e sérios. Na minha visão de torcedora, vocês, são hoje, uma minoria alienígena nesse universo de torcedores profissionais. Tânia “Clorofila” Dainesi)

Nos portais de hoje (04/04/2012):

UOL – ‘Palmeiras busca classificação antecipada na Copa do Brasil para espantar má fase’

‘Gambá’, atacante do Horizonte deseja dar alegria a corintianos  – espn.com.br – 3/4/2012 19:25

Barcos - Palmeiras (Foto: Miguel Schincariol)

Barcos: o ‘forasteiro’ quer fim do maior jejum com a camisa alviverde – Lancenet

Para uma pessoa que não acompanha o dia a dia do Palmeiras, que não sabe que foram apenas duas derrotas nos últimos 25 jogos, que não sabe que Barcos já marcou 9 gols, que não lê, absolutamente nada, sobre balanços e déficits de outros clubes (POR QUÊ?), qual o perfil que ela traça do time, a partir de informações como essas? Tão óbvias as intenções de quem escreve, não é mesmo? E isso enche o saco!

Quando eu digo que os veículos de comunicação, em sua maioria, têm uma imensa má vontade em relação ao Palmeiras e, nas entrelinhas, fazem de tudo para o diminuir, que distorcem algumas informações, sempre aparece alguém para dizer que isso é paranóia, que os maus resultados do Palmeiras nos campeonatos são os responsáveis por essa postura da mídia.

Seria até possível, se não tivesse clube que a mídia empurra há décadas,  mesmo tendo levado 80 anos para conquistar seu primeiro título nacional; seria uma afirmação válida, se não tivesse clube que, desde a sua fundação, não tem um único título internacional, que já viveu fases horrorosas e, mesmo assim, continuou sendo empurrado… Seria birutice minha, se não tivesse time com dívida até o pescoço, enroscado na Libertadores, ainda na primeira fase, com craque de renome internacional no elenco, jogando nada, sem que esse seja crucificado nos jornais… Seria crível, se não tivesse atacante de outro time que passa meses sem marcar gols, sem que a imprensa faça matérias procurando o “seu gol perdido”, e sem falar de seu longo jejum, como agora faz com os TRÊS JOGOS (!?!?!) sem marcar, de Barcos, e como fez com Valdivia, anteriormente…

Seríamos mesmo uns lunáticos, de nos rebelarmos contra a imprensa, se ela tivesse um comportamento profissional, de apenas informar, como mandam as regras do jornalismo, ao invés de plantar notícias e ideias, na cabeça dos incautos torcedores, à sua conveniência, e à de seus patrocinadores, à conveniência da paixão clubística de seus “torcedores redatores, torcedores apresentadores e torcedores comentaristas”. Se até mesmo fatos verídicos, não passassem a ter outra conotação sob as lentes e canetas da maioria dos profissionais de imprensa. E a impressão geral que acabamos tendo, é a de que boa parte da imprensa, manipula as informações, em todas as outras áreas de informação, e não somente no futebol, de acordo com o que convém aos seus interesses.

Os jogadores do Palmeiras não prestam, são grossos, incapazes, “cai-cai”… são cachaceiros, encrenqueiros e todos os “eiros” que se possa usar pejorativamente… Cada um pensa o que quer, mas, quando um sujeito se enfia no morro, buscando lá, o que todo mundo sabe que foi buscar, dependendo do time em que ele esteja jogando, ele tem apenas depressão… Se for no Palmeiras, ele é um cafajeste (por muito menos Edmundo era chamado de cada coisa!)! O gordo de outros times tem hipotireoidismo, o de cá é só gordo, cachaceiro e preguiçoso mesmo… O jogador de outros times, mesmo sendo casado, se pego em motel com três homens, apenas se confundiu;  o de cá, se for pego com uma garota, merece ir para a guilhotina por estar traindo a mulher… Um jogador de outro time, encostado no DM por um ano, é uma vítima, os do Palmeiras são responsáveis por suas lesões… Os argentinos de outros times podem ser feios, boçais, sem nem mesmo saber falar;  podem quebrar o nariz de seus companheiros, podem passar muitos jogos sem “dar certo”, sem por isso serem ridicularizados. Mas se o argentino for do Palmeiras, ele já tem que aturar o veneno da imprensa, tentando ridicularizá-lo, assim que concede a primeira entrevista…

É a imprensa “eshpoRtiva” (boa parte dela) que vai muito além dos dois pesos e duas medidas. Ela tem pesos e medidas para dar e vender! Principalmente, para vender!!!

O Palmeiras venceu o Botafogo por 6 x 2, resultado que não é comum no futebol, e não tem sido comum no Paulistão. Vocês são capazes de imaginar como seriam os programas esportivos, dependendo do clube que aplicasse uma goleada dessa num adversário e fosse o líder do campeonato? São sim, eu sei! Pois vejam como a Globo mostrou a goleada do Verdão:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=dQqMBh6spng&feature=youtu.be[/youtube]

Ao Palmeiras, que jogou um futebol brilhante, que teve Valdivia, Barcos e Cia sobrando em campo, que apresentou, dentro das quatro linhas, todos os motivos que fazem os programas esportivos existirem; ao Palmeiras, coube 2 minutos (o tempo necessário para mostrarem os gols) de papo entre os apresentadores, nenhuma entrevista com técnico, nem com jogadores, muito menos com torcedores. Ao Santos, que perdeu seu jogo, dedicaram 44 segundos. Mas vejam só na parte 2 do vídeo:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=soVA8Q9JyUk&feature=youtu.be[/youtube]

Ao São Paulo, que não jogou nada, boa parte dos 90 minutos de jogo, e que ganhou de 2 x 1, eles dedicaram 5 minutos do precioso tempo da Globo, e não houve nenhum comentário depreciativo à todas as chances que Luís Fabiano desperdiçou, até conseguir marcar o seu gol. E mostraram entrevistas com técnico, jogadores, torcedores… Só faltou entrevistarem os pipoqueiros do lado de fora do estádio. Já, ao Corinthians, que empatou com o Guarani de Barcelona, mesmo tendo um homem a mais em campo (para variar, um adversário foi expulso), 7 minutos de programa foram dedicados, e nada de pejorativo ao gol feito, perdido grosseiramente por William, que a Globo tentou fazer parecer ter sido apenas um capricho da sorte…

É a imprensa esportiva, parcial, te conduzindo na direção que a manada deve seguir. Entupindo você daquilo que ela, imprensa, quer você goste, na marra; do que ela quer que você tenha vontade de assistir. É a imprensa, impondo alguns clubes a você, mesmo quando eles não merecem os destaques nos programas e páginas esportivos. Não é difícil imaginarmos as razões desse comportamento, não é mesmo?

Os exemplos estão aí todos os dias. Os torcedores, ‘lunáticos’, os identificam muito bem nos portais, nas TVs, nos comentários tendenciosos de torcedores dos microfones e dos notebooks. E, de tão lunáticos que somos, a gente até “inventa” as imagens…

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Y_GBoRUxQg4&feature=youtube_gdata[/youtube]

As notícias abaixo mostram que, não importa a ocasião, o objetivo de boa parte da imprensa é vender um título diferente do que diz o conteúdo e, muitas vezes,  vender título e conteúdo duvidosos.

Mas os salários de Luís Fabiano (que ficou recebendo sem jogar e estrear, em quase um ano de DM) e de Adriano (que vai continuar recebendo, mesmo sem nunca ter jogado), por exemplo, não causam problemas nos vestiários de seus clubes… Nem o de Ronaldinho Gaúcho, Vagner Love, cujos companheiros, nem mesmo recebem em dia… Todos os clubes podem ter jogadores ganhando salários altíssimos, menos o time de Palestra Itália. Que coisa interessante! Mas esses jogadores do Palmeiras são mesmo uns invejosos!!

O título, levianamente sugere, que Valdivia, que não tem jogado muitas partidas, por causa de sua lesão, estaria comemorando a folga. Com isso, a matéria levaria o torcedor, que só leu o título (e muitos fazem isso), a pensar: Ele já tem jogado pouco e ainda quer folga? Basta a gente ler a notícia inteira para ver que o conteúdo não traz o que o título sugeriu:

 


Você não viu nenhuma matéria semelhante à que fizeram sobre Barcos, referente ao atacante Liedson, que esteve sem conseguir marcar gols neste ano, até a rodada passada. Ninguém calculou a porcentagem de seus erros… Você não viu um título com “culpados”, após os empates de outros times, viu? Você também não viu uma matéria falando sobre o péssimo nível do “cansativo” Paulistão, quando outros times, além do Palmeiras, continuavam invictos…

De Valdivia não colocam nem a foto…

Mas o Adriano, ao contrário do Mago, não foi comparado a ninguém, não teve o “menos” na sua notícia. Ninguém contou há quantas partidas ele está fora de ritmo, de peso, de sintonia e de vontade de jogar. Pelo contrário, a ideia que tentaram passar é a de que ele tentava, mas não conseguia… e apenas se atrapalhava.

Lembram, no Paulistão do ano passado, quando o Palmeiras ia enfrentar o Santos (antes de ser roubado por PCO contra os gambás)? Às vésperas do clássico, VENCIDO PELO PALMEIRAS, segundo os portais, ao Santos, vencer o jogo e consolidar a vaga na final, diante do Verdão, eram favas contadas.  Ao Palmeiras só restava sonhar…

E nem mesmo os negócios do clube escapam da depreciação…

O Corinthians contratar presos, que vão receber menos do que um salário mínimo de pagamento, é grande negócio e não é miserê do clube. Imagina!

Mas o Palmeiras fazer uma parceria com uma rede de hotéis, já é noticiado,  pela mesma pessoa da notícia acima, como se fosse desespero de causa…

E isso não acaba nunca!

 

 

Basta que a gente compare as notícias de um clube e de outro. As do Palmeiras são essencialmente negativas, ao contrário das do São Paulo e de outros clubes, essencialmente positivas. As palavras são escolhidas “a dedo” para que elas pareçam positivas. Lucas, em má fase, com problemas com o técnico, aparece numa matéria divertida, leve… Já Luís Fabiano, parabeniza o time!!! PAREM AS MÁQUINAS!!

E, reparem, quando acessarem os portais; nas páginas de todos os clubes, nas notícias sobre a violência entre as torcidas, está o desenho de um Mancha segurando dois revólveres. As imagens, que infestam o Facebook e o Twitter, de Gaviões, cujos torcedores assassinaram dois palmeirenses, segurando armas, não aparecem em nenhum veículo de imprensa, tampouco as suas comemorações por terem assassinado dois rivais.

E, pra terminar, uma da noite de ontem, via Twitter, de um jornalista que, na maioria das vezes, me parece bastante coerente e sensato, e que, ao contrário de muitos outros, tem a minha admiração. Mas repetiu o mantra, inventado pelo juiz/comentarista da Globo, e repetido à exaustão pelos profissionais de imprensa, pra argumentar a sua opinião, contrária à uma penalidade marcada pelo árbitro, no jogo Barcelona x Milan.

Mauro Cezar@MauroCezarESPN Alexis Sánchez, como sabemos, joga com Valdivia na seleção chilena… #cai-cai

E a pergunta que não quer calar: Os jornalistas chamam Valdivia de “cai cai” porque os juízes não marcam 90% das faltas que ele recebe, ou os juízes deixam de marcar 90% das faltas que Valdivia recebe, porque os jornalistas insistem em estigmatizá-lo como “cai cai”?  E do Neymar, ninguém fala…

ABRE O OLHO, PALESTRINO! TEM MUITA GENTE ENGANANDO VOCÊ!