Sexta-feira 13 é fichinha para quem já viu a “assombração” na quinta-feira…

Comecei a escrever essa postagem para falar do jogo de ontem, do péssimo resultado, e logo veio a notícia de que Cuca não era mais o técnico do Palmeiras.

Uma pena… pena que as coisas não tenham saído como tínhamos imaginado há uns meses… pena que,  ao contrário da campanha vitoriosa no Brasileiro de 2016, pela qual eu agradeço muito o Cuca – fazia um tempão que não conquistávamos esse título -, não tenha dado certo a sua volta e o trabalho não tenha vingado agora, mesmo com um elenco que qualquer técnico tupiniquim gostaria de ter. Desclassificação na Copa do Brasil, desclassificação na Libertadores – nas oitavas ainda -, adeus à disputa do Brasileiro… e cada hora com uma desculpa, um “culpado”… menos o esquema tático, as escalações e substituições.

Não ia dar para ficarmos nessa lenga-lenga de panelinha, e de futebol que chega mas não morde ninguém – nem um Bahia, uma Chape -, em 2018 também, né?

Cuca é mais um técnico que faz um trabalho muito bom aqui, ganha um título, vira unanimidade com a torcida – isso não é fácil -, e depois, sei lá porque, desconecta os neurônios e desanda a fazer bobagens…

Alguns torcedores o defendem, encontram mil argumentos para justificar o seu trabalho, o time mal treinado, time que tem mais posse de bola, mas  não leva muito perigo à área adversária, não assusta o adversário, as escalações equivocadas, as substituições que apenas mudam peças e não a forma de o time jogar… outros, a maioria, já estavam empapuçados de ver o Verdão jogando assim, de ver o técnico deixar de lado o melhor rendimento, a possibilidade de um melhor futebol em razão de favorecer alguns jogadores enquanto outros são preteridos, e mal recebem chances no time.

Mas não adianta ficarmos nos indispondo uns com os outros, tentando convencer as demais pessoas sobre o “Cuca que fez um trabalho péssimo em 2017”, ou o “coitadinho do técnico que não pôde trabalhar no ambiente ruim”, ou o técnico que “foi vítima dos jogadores malvados”, “que não montou o elenco”, “que fazia panelinha e favorecia alguns jogadores enquanto sacaneava outros”…

Ele não saiu por causa do que eu ou você  achamos dele, por causa do que eu ou você percebemos ou deixamos de perceber nele, por causa das minhas “certezas” ou das suas… saiu porque, mesmo depois das desclassificações na Copa do Brasil e na Libertadores (nas oitavas), depois do brasileirão perdido, e com bastante tempo tempo parta treinar o time, o trabalho dele não mudou nada, e continuou na casa dos 50% de aproveitamento. E ele mesmo disse quando voltou que, para ser campeão, seria preciso um rendimento de 70% ou mais.

Ontem, quando vimos a escalação já ficamos meio desconfiados… Guerra, no banco, de novo?  Se a gente sabe que Moisés renderia mais com um meia ao seu lado – ele ainda não voltou a jogar o seu melhor futebol -, o técnico não sabe?  E se não gosta do Guerra (é o que parece) temos outros meias no elenco, mas eles nunca são lembrados.

Empatar com o Bahia, em casa, depois de estar vencendo por 2 x 0, foi um resultado bem ruim. Tomar sufoco de um time que está lá embaixo na tabela, que não tem um elenco dos sonhos, tampouco um técnico considerado “top” (essa palavrinha é u ó) é pra desencantar qualquer cristão. Ainda mais depois de um começo de jogo eletrizante…

Com 1 minuto de jogo, o Palmeiras balançava a rede baiana. Nem a gente esperava um gol tão cedo… Dudu roubou uma bola, Bruno Henrique enfiou para o Deyverson, ele cruzou, Moisés ajeitou/desviou e o BGod entrou rasgando e meteu pro gol. E foram uns 20 minutos nesse pique, com o fio desencapado, com Dudu jogando na ponta, como deve ser, e Verdão marcando forte… me fez lembrar até aquele time de 2016, do mesmo Cuca, que marcava gol logo no início e depois se garantia, jogando com bola e sem ela, marcando demais…

Teve uma jogada ensaiada tão linda, tão perigosa, com Egídio, Moisés e Willian… tava tudo parecendo certinho, mas não fizemos como em 2016…  a marcação foi afrouxando um pouco, o fio não parecia mais desencapado, e fomos deixando o Bahia chegar… e o Prass começou a aparecer… a ser importante.

Mas, aos 39′, foi o Palmeiras quem fez o segundo gol… Uffa. Jogada trabalhada… Bruno Henrique, Deyverson, Tche Tche, Willian e a finalização de Bruno Henrique. Mas ficamos desatentos e no último minuto tomamos um gol do Bahia. Bola levantada em nossa área, a zaga vacilou, ninguém de verde subiu, e o jogador do Bahia cabeceou pro gol.

Na segunda etapa, antes mesmo dos 10 minutos de jogo, depois de Deyverson tentar uma jogada individual e errar,  depois de Deyverson cair na área num lance que parecia pênalti, mas não tinha sido nada (ele é quem pisou no pé do adversário e caiu), parte da torcida começou a pedir “Borja, Borja, Borja”…  não demorou quase nada e Cuca chamou Borja pro jogo.

O tempo ia passando, o Palmeiras não estava muito bem, mas ia segurando a vitória… E, para minha surpresa, e a de muitos torcedores, Cuca chamou Felipe Melo pro jogo (fiquei encantada com Cuca, é desse Cuca que a gente gosta). Grande parte da torcida comemorou, aplaudiu. Eu fui uma delas. Não quero nem saber se ele e o técnico se gostam, se brigam, isso é problema deles, quero que jogue quem é bom de bola, e Felipe Melo é. Tem números melhores que Bruno Henrique, por exemplo.

O Palmeiras ia pro ataque, mas não dava muito certo… e corria perigo, porque o Bahia vinha apara cima. Ai se não fosse o Prass…

Cuca fez então a última (última mesmo) e fatídica substituição… Quando todos queríamos o Guerra, mas sabíamos quem ele colocaria em campo, ele chamou o Guedes (acertamos todos).

E, por falta de sorte, por trapalhada, as duas coisas… sei lá… um minuto depois de Guedes entrar no jogo, em jogada de ataque do Bahia, o juiz assinalou pênalti de Guedes em Mendoza. Na hora achei que não tinha sido nada, e quando revi as imagens não consegui me convencer de que foi pênalti.

Guedes tropeça no pé de Mendonza e cai,  longe do adversário, por sinal… e aí, depois de dar mais dois passos, o Mendonza desaba no gramado. O juiz, nem pisca e marca o pênalti…

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Prass até acertou o canto, mas o jogador do Bahia cobrou muito bem e empatou a partida. E não conseguimos mudar esse resultado, o jogo acabou assim.

Tenha sido pênalti ou não, não dava para nos contentarmos com a partida feita pelo Palmeiras, não dava para tomarmos um sufoco do Bahia… E nem podemos chamar de acidente de percurso o resultado, não é mesmo? Já acumulamos outros resultados bem ruins e descabidos nesse brasileiro; a derrota por 2 x 0 para a Chape – que voltava de excursão -, em pleno Allianz Parque, é um exemplo.

E, certamente por causa da turbulência originada por esse resultado, no dia de hoje, Cuca deixou o Palmeiras.Foi uma pena que não tenha dado certo… Nossas expectativas foram imensas com a volta dele…

Desejo sorte ao Cuca em seus novos caminhos. Agradeço a ele pelo Cucabol de 2016, que nos levou à conquista do campeonato brasileiro – nosso eneacampeonato, que reafirma o Palmeiras como o maior campeão do Brasil -, agradeço a ele pela mística da calça vinho, pelas alegrias, pela emoção imensa de voltar a conquistar um campeonato brasileiro depois de um tempão, pelas lágrimas de alegria, pela página linda que ele ajudou o Palmeiras a escrever, mas a vida segue… Neste ano, não estávamos muito felizes com o Palmeiras atual e o nosso técnico também não parecia andar muito entusiasmado. Quem sabe, numa outra vez, em uma outra volta, as coisas funcionem melhor.

Hoje, dissemos “Tchau” para o Cuca e “Oi” para o Valentim… É ele quem assumirá o Palmeiras no restante do campeonato…

Desejo muito sucesso para nosso novo técnico. Que sejam 11 vitórias até o final do ano.  E, quem sabe, seja ele mesmo quem comandará o time em 2018.

Nós estamos aqui, e no Allianz, para torcer e vibrar com ele e com o time, para apoiá-los, como fizemos com Cuca e com todos os outros que comandaram o Palmeiras antes dele. E é assim que tem que ser.

BOA SORTE, SÃO VALENTIM! E MÃOS À OBRA!