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Fui ao Canindé  assistir Palmeiras x Grêmio Prudente. Achei que sem Kleber, Cicinho e Valdivia, que não iniciaria a partida, teríamos dificuldades para vencer… Pensei que o Verdão fosse só se defender.  Bobagem! O Prudente até que deu mesmo algum trabalho, mas o Verdão foi prá cima e atropelou o time do Prudente. Nem tanto pelo placar do jogo que, apesar da superioridade verde, acabou sendo modesto, mas pelo preparo físico, pela vontade, comprometimento e força coletiva do time do Palmeiras, que foram incontestáveis!!  ‘Efeitos colaterais’ do trabalho de Felipão…
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O juiz nem tinha apitado o começo de jogo e eu já tinha os olhos cheios de lágrimas. Uma cena linda se desenrolava no campo. Dezenas de crianças aguardavam a entrada dos jogadores, ansiosas, frenéticas… Não paravam de se mexer um segundo … Felipão saiu primeiro. Uma delas correu até ele que, gentilmente, tentou recolocá-la de volta na fila para esperar os jogadores que viriam em seguida. Veio outra, e mais outra e, de repente, elas estavam todas com ele! Um bando de crianças felizes fazendo festa para Felipão! Crianças que nem sequer tinham nascido quando ele por aqui passou ou quando dirigiu a seleção, mas que já aprenderam a gostar de Felipão, a admirá-lo. E quem pode contestar o coração de uma criança? O estádio todo vibrou com a cena e aplaudiu o comandante palestrino. Eu nunca tinha visto um técnico receber uma manifestação de carinho desse tipo. Emocionante demais…
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O jogo começou e, ao contrário do que eu pensara, o Palmeiras iniciou a partida com um bom volume de jogo e muita disposição. O Prudente até que tentou pressionar, mas o Palmeiras tinha como trunfo a boa troca de passes e a velocidade nas laterais. Adriano, que não desistia de nenhuma jogada, dava trabalho à zaga adversária. A torcida era um show à parte. E as chances foram sendo criadas. As melhores delas surgiam das jogadas de Luan e Gabriel, pela esquerda. Danilo quase abriu o placar, após cobrança de escanteio; Luan, chutou forte, de fora da área e o goleiro espalmou; depois foi a vez de Lincoln chutar cruzado na área e a bola passar pertinho. A “Defesa que Ninguém Passa”, e que também ataca, levava muito perigo ao gol adversário. A cada jogada de bola alçada na área, os zagueiros adversários tinham que se redobrar, pois Danilo e Thiago Heleno sempre apareciam com perigo.
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E como o Palmeiras era muito superior e tinha mais posse de bola, ao Prudente sobrava arriscar chutes de longa distância. Mas Deola estava lá! Sempre seguro, preciso (na verdade, não esteve em perigo em nenhum momento), nosso goleiro já escreve seu nome nas páginas das glórias esmeraldinas. São 414 minutos sem tomar gol!
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Nossa defesa está impecável! Em 18 jogos, sofreu apenas 6 gols. Na temporada são 21 partidas e 8 gols sofridos, média de 0,38. O que faz da nossa defesa a melhor do mundo! Nenhuma outra tem números assim! E isso é mérito de Felipão e do espírito de grupo que ele conseguiu implantar no time. Todos ajudam a defender e a desarmar, desde a saída de bola do adversário. E é exatamente por isso que estamos vendo o time do Palmeiras tão consistente, tão equilibrado, com uma baita cara de campeão.
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E quem não toma… FAZ! Aos 30′, Assunção cobrou escanteio, Thiago Heleno, nosso ‘Trator Fiat Case’, se antecipou à zaga, olhou bem onde ia cabecear e meteu pro fundo da rede!! Que gol lindo! GOL DA MELHOR ZAGA DO PLANETA! O 4º de Thiago Heleno, neste Paulistão.
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Com a vantagem no placar, o Palmeiras conteve um pouco o seu ímpeto, mas não abdicou de atacar. E Valdivia continuava lá no banco…
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Veio o segundo tempo e nada do Mago entrar. O rendimento do Palmeiras, à essa altura, já não era o mesmo. Mesmo assim,  as oportunidades continuavam a aparecer. Adriano MJ quase fez o dele. Por milímetros a bola não entrou…  Mas é claro que, assim como eu, a torcida queria ver El Mago em campo. E o Canindé inteiro pedia: VALDIVIA!! E desta vez, Felipão não se fez de rogado e tratou de chamar logo o jogador tão querido e tão pedido pela torcida. E,  ao ver o Mago correndo, para ouvir as instruções antes de entrar, o estádio explodiu de felicidade! Mais um momento lindo… Eu mal podia conter as lágrimas… Que alegria inexplicável vê-lo de volta ao time, depois de um mês de saudade de seus mágicos pés. Meu coração se derrete quando ouço a torcida gritar o nome do meu ídolo. Ele merece todo esse carinho. Pena que Felipão tirou Lincoln, que fazia uma boa partida e saiu ovacionado. Bem que eu queria ver os dois jogando juntos.
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E quando o Mago está em campo, o futebol agradece, e até a grama fica mais feliz. Foi só ele entrar e o setor ofensivo do Palmeiras já se acendeu, a torcida se inflamou. Minutos depois, quase que Adriano MJ marca o segundo, mas a bola passou raspando. O segundo gol não saía mas , para delírio dos torcedores,  o Mago  nos presenteava com um chapéu, chute no vácuo, e lindas jogadas. Cobrou uma falta tão bem, que, por muito pouco, Thiago Heleno não marcou o segundo.
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Felipão sacou Assunção para a entrada de Chico. O segundo gol do Palmeiras estava maduro… Aos 30′, Valdivia sofreu falta na direita e foi para a cobrança. Levantou a bola na área e ela desviou no zagueiro do Prudente e foi morrer nas redes. Coisa de Mago, mesmo! Que festa linda da Que Canta e Vibra! O Palmeiras mais líder do que nunca! Para desgosto daqueles que profetizavam a não classificação e até mesmo a segunda divisão para o time de Palestra Itália.
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Logo após o gol, numa jogada em que  depois de  tocar a bola para Luan,  o Mago, melhor posicionado, não a recebeu de volta, os dois se estranharam. Coisas de jogo; de time que tá querendo ganhar campeonato, de jogadores motivados; mas Felipão, por precaução, colocou Max “Pardal”(que foi muito bem) no lugar de Luan. (A imprensa bem que tentaria achar um incêndio onde não havia mais nem brasas. Inteligentemente, Felipão, Valdivia e Luan colocaram “água na fervura” dos jornalistas e encerraram a questão.)
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Deola ainda levaria um sustinho, numa bola chutada de longe, mas a torcida palestrina já estava em ritmo de festa fazia tempo. E  enquanto o Mago, aparecendo de surpresa no meio dos zagueiros, mandava uma bola na trave (que pecado!), pegava o rebote,  fazia a jogada, a bola voltava prá ele, a marcação chegava junto, e ele continuava com ela, fazendo um salseiro na área do Prudente, o céu, em reverência ao nosso chileno mágico, era recortado por inúmeros raios.
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E foi assim, com uma chuva fininha caindo do céu, que o palestrino ouviu o apito final, aplaudiu o time e saiu do Canindé, caminhando  feliz  pelas ruas…  Pela expressão contida no rosto de cada um, pelos sorrisos, eu tinha uma certeza: A FAMÍLIA SCOLARI ESTÁ DE VOLTA! Felipão conseguiu a proeza de unir time e torcida. E O TORCEDOR JÁ PRESSENTE O QUE ESTÁ POR VIR… Que assim seja!
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