“A vida fica sem sentido,
Segunda à tarde,
Terça de manhã.
Quarta ao anoitecer.
Quinta ao meio dia,
Sexta, Sábado e Domingo,
todo dia, toda hora,
Sem a luz verde brilhando…” – WB (a palavra “verde” foi incluída por mim)
Fui até o sótão, abri todas as caixas empoeiradas, procurei, até encontrar a que guardava os meus maiores pesadelos, aqueles, mais aterrorizantes; aqueles, tão sem propósito, que nem sei como povoavam o meu imaginário… e não encontrei nenhum tão inquietante, tão horripilante quanto ver o Palmeiras na última colocação do campeonato, no ano do seu centenário, e quando faltam poucos dias para a festa…
Como administrar isso? O peito dói… no sentido literal da palavra…
A culpa desse pesadelo certamente não é minha, e tampouco sua, torcedor. Por mais que alguns de nós façam umas bobagens bem grandes, pra lá de condenáveis, e, na maioria do tempo, mais atrapalhem do que ajudem, já colocando o Palmeiras na segunda divisão, quando ainda faltam tantas partidas a serem disputadas, os responsáveis por isso se encontram dos portões do Palestra pra dentro, e não do lado de fora.
Não tem lugar mais fundo pra irmos agora, não é mesmo? Abaixo da lanterna não tem mais nada! Então, que tal alguém tomar uma providência?
E não me perguntem qual providência deva ser tomada, porque a minha área é torcer e nada mais! Mas alguém tem que fazer algo, e logo, enquanto ainda há tempo suficiente para se reverter essa situação.
Não dá para se terminar de ‘(re)construir um prédio’, por mais fantástica tenha sido a ideia que o concebeu, se antes de se (re)fazer os últimos andares o porão começar a inundar, os alicerces começarem a ceder, ameaçando ruir e colocar abaixo tudo o que foi (re)construído com tanta dificuldade.
Numa hora dessa, se larga tudo, se esquece a (re)construção por um tempinho, e todo mundo se une (quando haverá união no Palmeiras, cazzo?), todo mundo corre para tirar a água, para, juntos, reforçar o alicerce que segura o prédio todo e não deixar que ele desabe. E só então, é que se retoma a (re)construção.
E QUANDO É QUE TODOS OS PALMEIRENSES FARÃO ISSO PELO PALMEIRAS? Sem futebol, tudo desaba! O Palmeiras há muito tempo é vítima dessa desunião toda. Está cheio de palmeirenses que só querem estar certos, ter razão, mesmo que isso custe muito caro ao Palmeiras.
Quando é que vão entender, de uma vez por todas, que o futebol é a razão de existir do clube? Que sem futebol todo o resto perecerá?
Será que os tolos, que só se preocupam com o clube social, não sabem que se o futebol do Palmeiras naufragar de vez, muito provavelmente não haverá piscininha, parquinho, e nem quadrinhas de tênis por muito tempo? Que, por muito tempo, até a chegada da administração Paulo Nobre, os grandes prejuízos que o clube social dava eram cobertos com o dinheiro do futebol? Será que não sabem por quanto tempo o futebol sustentou o clube social (só deixou de ser sustentado agora)?
E quando será que os aproveitadores, que ficam brigando por poder, por inveja, por cargos, por ingressos, por benefícios; que ficam se aproveitando de resultados ruins do time, para vir a público jogar gasolina no que já está em chamas, serão palmeirenses de verdade e se unirão por amor ao Palmeiras? Quando é que irão servir ao Palmeiras e não SE servir dele?
Quando é todos remarão para o mesmo lado – é tão difícil fazer isso? Quando é que todas as inteligências, as habilidades e a boa vontade dos palmeirenses serão usadas, ao mesmo tempo, em proveito da SEP? União é isso! Se não somos capazes de fazer isso nem mesmo no centenário do Palmeiras, o clube que amamos, a poucos dias de 26 de Agosto, então somos todos uns merdas, e não amamos o Palmeiras coisíssima nenhuma!
De todos os nossos problemas, e o palestrino é PHD em criá-los, o mais nocivo é a desunião, e a vontade de alguns de ver tudo dar errado só para que seja prejudicado o seu rival político, o jogador que ele não quer, a pessoa que ele não gosta, a que atrapalha o recebimento de benefícios… Nunca tantos palmeirenses jogaram tão sujo contra o próprio clube como acontece agora.
Chega! Tem que haver uma trégua, principalmente neste ano, nesta semana.
Temos que ajudar o Palmeiras, temos que olhar nos olhos uns dos outros, nos darmos as mãos (ninguém precisa passar a gostar de quem não gosta) e entendermos, de uma vez por todas, que todas as nossas diferenças se acabam diante do amor que sentimos pelo clube.
É o nosso centenário e não estamos nos dando conta do privilégio que é estarmos vivendo esse momento, mesmo com todos os problemas, mesmo com os ressentimentos que alguns de nós trazem no peito. Quantos palestrinos gostariam de estar aqui nesse Agosto de 2014, e já não estão mais? Quantos outros, que virão muito depois de nós, olharão para trás e contarão essa história, a história do centenário, que nós estamos vivendo agora, que nós estamos ajudando a escrever? E não importa qual o nosso papel nesse grande e maravilhoso teatro palestrino, se grande ou minúsculo, a nossa importância é enorme! E 100 anos é uma vez só.
Em campo, o futebol afunda, ainda que tenhamos time e técnico para uma campanha, senão gloriosa, bem melhor do essa que fazemos. Coitado do Gareca… nada funciona, nada dá certo pra ele. E ainda tem o imponderável das entregadas, das bolas que batem nas costas e entram, dos gols do meio da rua, que o sujeito nunca fez antes na vida e nem tornará a fazer… Imagina o peso que ele está carregando? Imagina a pressão em cima dos que chegaram agora? O Kleina, que era bastante limitado, dava mais sorte do que ele, conseguia melhores resultados. E não adianta apoiarmos só o nosso técnico…
Mas nós estamos sofrendo, eu bem sei. E não conseguimos entender o que acontece com um time que joga melhor do que seu adversário, como foi contra o São Paulo, e sai derrotado; que joga contra um time fraco, sem expressão, como foi contra o Sport, e sai derrotado… que vai bem na partida, até tomar um gol… e então se desajusta e desequilibra. O que está acontecendo? É só o emocional mesmo ou o time rachou? Será que alguém pode vir a público nos dizer o que se passa? Nos dizer o que está sendo feito para que o Palmeiras saia da trilha de insucessos e volte a vencer no campeonato? Onde estão os nossos dirigentes para virem nos dizer alguma coisa, para nos trazerem algum alento? A união de todos também passa pela aproximação de dirigentes e torcida. Não pode existir um fosso entre nós. Não pode existir esse silêncio…
Eu não sei ter raiva do Palmeiras, não sei achar que esse problema todo é “bem feito”, só porque eu talvez não goste de “A” ou “B”… não sei desistir do Palmeiras como tanta gente fala que vai fazer… não sei vender as camisas… não mandaria apagar tatuagens caso as tivesse… não sei e não vou jogar contra o meu time, jamais.
Eu não sei fazer outra coisa a não ser amar o Palmeiras, e torcer, torcer pelo seu sucesso, torcer pelo bom desempenho dos jogadores, dos jogadores que gosto, e, principalmente, dos jogadores que me desagradam. E com a melhor energia que eu tiver. E não é questão de defender o Palmeiras, é questão de ser, ou não, Palmeiras. Não dá pra ser Palmeiras só de vez em quando. Não dá para amar o Palmeiras só quando ele vence. Eu amo o Palmeiras o tempo todo, todos os dias. É doença? Pois que seja.
Durante o dia de ontem, e enquanto escrevia o que você leu acima, eu “lambia as minhas feridas”, colocava curativos na alma… olhava de frente os meus medos. Hoje, já coloquei o pesadelo na caixa do sótão, botei os meus medos pra correr, escancarei as caixas da alegria, da confiança e da esperança – a do amor nunca se fecha -, e não vejo a hora de chegar amanhã, pra participar da festa do centenário, para ver o meu Palmeiras jogar…
O Palmeiras, eu , você, juntos, vamos mudar essa escrita. Porque tem sido assim desde sempre. As nossas piores batalhas, ao longo desses 100 anos, foram vencidas com a determinação, o amor e a união da Família Verde Esmeralda.
Amor , determinação e “estar com o Palmeiras” eu tenho de sobra, e não seria no ano do seu centenário, e quando ele tanto precisa de mim, que eu iria lhe faltar.
E eu tenho certeza… essa virada, que o Palmeiras dará na má sorte, vai estar um dia guardada lá sótão, dentro da caixa das minhas grandes alegrias…
VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO, VERDÃO, ESSA BATALHA TAMBÉM É MINHA!!
#Palmeiras100Anos #OrgulhoDeSerPalmeirense