Duas coisas, que aconteceram no derby, estão servindo de pauta pra todo mundo, desde quarta-feira, e também são o motivo de escândalo dos nossos “honestíssimos” rivais, “reis do fair-play”, “que nunca recebem benefício algum das arbitragens” e que, quando recebem, “comunicam o erro imediatamente ao árbitro”: a cotovelada que Vítor Hugo desferiu no jogador do Corinthians (segundo dizem, em revide a algo que Pablo lhe fizera antes – as imagens já começam a aparecer por aí, logo saberemos se isso é verdade ou não) e a expulsão equivocada do Gabriel.
Eu achei horroroso o que Vítor Hugo fez , seja por revide ou não. Não pode. Não estamos acostumados a ver o Vítor Hugo fazendo esse tipo de coisa e isso nos envergonhou, nos chocou. Não tinha nada que agredir e, se foi mesmo revide, não tinha nada que revidar. Agressões não são do feitio de Vítor Hugo, tanto, que ele se arrependeu, pediu desculpas depois – são poucos os que se desculpam – mas, com desculpas ou sem elas, ele deveria ter sido expulso, e nenhum de nós poderia reclamar da sua expulsão.
Agressões são inadmissíveis, seja o Mito a fazê-lo ou qualquer outro jogador… são os “melhores recursos” de jogadores desleais, que só sabem ser desleais, que não se garantem dentro das quatro linhas, ou então dos que são desequilibrados e nunca conseguem raciocinar em campo, e em nenhuma dessas coisas o VH se encaixa; além de ser um grande zagueiro ele é gente boa pra caramba. Não faz mais isso, Mito! Que vergonha!
Eu sei que todo e qualquer torcedor fica furioso quando seu time é prejudicado pela arbitragem e quando um jogador do seu time é agredido, ainda mais se a agressão ficou impune; não há desculpas para esse tipo de coisa, a arbitragem está lá pra ver… e para punir. No entanto, vermos os ‘lava-jato’ fazerem um escândalo tão grande, se sentirem tão indignados com um árbitro que lhe deu uma garfada e com uma jogada desleal sofrida é o suprassumo da cara de pau, não é mesmo?
Logo eles, useiros e vezeiros em agredir adversários sem receber punição (né Fagner, Cássio, Vilson, Elias, Sheik, Gil, Liedson, Chicão…?) , ou sem receber a punição devida; useiros e vezeiros em benefícios e pontos oriundos do apito (vide Brasileirão 2015)… Logo eles, os “honestíssimos”, que costumam molhar só um lado do campo, que conseguiram “golear” o São Bento de Sorocaba por 1 x 0 graças a um pênalti que Jô simulou ter sofrido…
Pois eles estão com amnésia agora e, desde quarta-feira, juram que são um poço de virtudes e fair-play e nunca viram nada parecido com a cotovelada – indesculpável – do Vítor Hugo e com o erro do árbitro – e a imprensinha faz o mesmo… Que fiquem aborrecidos, eu entendo, eles têm razão, e não poderia ser diferente, ninguém gosta de ser prejudicado, mas que ‘metam o louco’ se fazendo de ‘Madre Teresa dos gramados’, de ‘vítima do apito’, pedindo punição pra todo mundo, não dá, né? E logo quem… Nem em novela mexicana isso seria verossímil. É como ver o Fernandinho Beira-Mar escandalizado com o tráfico de drogas…
Não me importo e nem acho errado que o tribunal use as imagens da agressão e puna o Vítor Hugo (ele fez por merecer), mas desde que o tribunal faça o mesmo com os demais que dão cotoveladas, os que agridem seus adversários (cujos nomes e delitos são ignorados por um monte de gente), desde que as regras se apliquem a todos, igualmente.
No entanto, observando as reações de muitos, percebo que dimensionam de maneira diferente as agressões, dependendo de quem foi o jogador agressor e quem foi o agredido, dependendo da camisa que esse agressor veste e a que veste o agredido…
Por que não fizeram o mesmo estardalhaço, que fazem agora, quando aconteceu essa cotovelada aqui?
Não me lembro de tribunal algum querer pegar imagens para punir o Vilson por ele ter rachado a cabeça do Guedes com uma cotovelada (o árbitro nada marcou)… Também não vi a imprensa fazer um escarcéu, pedir a punição dele – como faz agora agora com VH -, não vi nenhum ‘lava-jato’ se escandalizar com essa agressão do Vilson (nem com qualquer uma das outras agressões que estão nas imagens abaixo)… não vi ‘lava-jato’ nenhum falar que o árbitro os estava beneficiando ao ignorar essa agressão, que ele tinha sido comprado…
E se fosse só essa… ainda ia…
Olha que “anjo da bondade e do fair-play” é o Alfacio… olha a posição que está a perna dele só para conseguir atingir o joelho do jogador do Cruzeiro… Arrebentou o joelho do cara e o juiz não marcou nada.
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Fagner, o moço do “jogo limpo”, que “não costuma agredir ninguém” (o Ederson que o diga), dando uma bela cotovelada no Dudu… e ficando por isso mesmo…
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Renato Augusto… deu soco na cara do adversário e não levou vermelho… ah, esses árbitros que apitam a favor do Palmeiras…
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Mais dois momentos “jogo limpo” do Fagner, que “não agride ninguém”… o jogador do Flamengo (na segunda imagem abaixo) está há meses parado, sem poder jogar, e Fagner continua batendo em todo mundo, sem medo de ser feliz.
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Esse é o Gil, que, assim como Fagner, tem “imunidade” e quase nunca é expulso… mas, também, como expulsar um jogador tão “fair-play”, né?
E esses não são os únicos exemplos. Existem muitos outros… Wallace pisando na perna de Barcos, Elias dando cotovelada no Mago, Chicão solando Barcos, Liedson dando um chute no peito de Deola, o mesmo Liedson entrando de sola e rasgando a coxa do Danilo (os dois se agrediram e só o Palmeirense foi expulso)… Gil dando cotovelada em Henrique, Sheik pisando no pescoço de um adversário e pegando um jogo de gancho, Cassio entrando de pé alto e fazendo pênalti em Gabriel Jesus (e nem falta o juiz marcou)…
Então… agressão é agressão e ponto. É inadmissível e ponto. Mas pimenta nos olhos dos outros é refresco… não é mesmo?
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A outra coisa a ser falada aqui é a intenção de se punir o Keno pelo erro do juiz, Thiago Duarte Peixoto, na expulsão do Gabriel. “O Keno induziu o árbitro ao erro ao apontar o Gabriel como o autor da falta”, dizem alguns…
O Keno foi tocado por trás, caiu, foi atingido por mais um jogador ‘lava-jato’, levantou, viu Gabriel à sua frente e achou que tinha sido ele. Ao árbitro não cabe consultar jogadores para saber quem fez falta e quem não fez, para saber quem ele deve punir… ele está em campo pra isso, pra ver as infrações, identificar os infratores, ele tem auxiliares em campo pra isso também, tem até um quarto-árbitro. A responsabilidade pela aplicação das regras no campo de jogo é do juiz e dos seus auxiliares. Se Thiago Duarte Peixoto, o árbitro, errou, errou por sua própria responsabilidade.
Querer punir o Keno por causa disso é querer inventar uma regra só pra ele. Afinal, se é preciso punir quem ‘leva o juiz no bico’ e o induz a assinalar algo equivocadamente, então o tribunal vai ter que rever algumas situações e punir mais um monte de jogadores, e não só o Keno…
Por exemplo, se um jogador simula ter sofrido uma falta na área e o árbitro marca o pênalti, esse jogador induziu o árbitro ao erro, não é mesmo? E o jogador que faz isso tem que ser punido também, ou é só para o Keno que isso vale?
Parece que a noção de certo e errado do Jô varia de acordo com com quem fez a ação… Se for ele a induzir o árbitro ao erro, é motivo de riso; se for um adversário a fazê-lo, é errado…
É absurdo um árbitro expulsar um jogador por engano, ainda mais porque identificar os infratores é parte da tarefa dele em campo (ele também errou ao não dar amarelo para o Gabriel quando ele fez uma falta dura em Dudu).
Mas já aconteceu a mesma coisa em outras oportunidades… Numa delas, um SAN x COR, em 2015, o árbitro expulsou David Braz (SAN) por engano, por achar que ele cometera um pênalti que, na verdade, fora cometido por Zeca. Uma informação equivocada que lhe fora passada pelo bandeira.
E nenhum jogador do Corinthians avisou ao árbitro que ele cometia um erro, que não era o David, e ninguém cobrou os corintianos por terem ficado calados; ninguém chamou o Corinthians e seus jogadores de “desonestos”, ninguém falou em falta de caráter…. e tribunal nenhum, mesmo depois de tomarem conhecimento do erro do árbitro, anulou o cartão vermelho que David recebeu…
Essa decisão foi tomada dois meses depois da partida entre Santos e Corinthians. No entanto, em relação à expulsão do Gabriel nessa quarta-feira passada, o TJD, no dia seguinte, decidiu que o cartão vermelho do atleta seria anulado – mudou o código ou só mudou a “boa vontade” do tribunal em razão do clube prejudicado ser outro?
O árbitro foi punido, mas o bandeira, que “cantou” o nome de David Braz para o árbitro, mesmo tendo sido a pessoa que induziu o árbitro ao erro, não recebeu punição alguma.
Ah, mas o Keno tem que ser exemplarmente punido…
E depois as pessoas falam em honestidade…