“Boi, boi ,boi, boi do Piauí… Verdão ganha no Allianz, Pacaembu e Morumbi!” 🎶
Era dia de clássico… na tarde de sábado, Palmeiras x São Paulo jogariam no Pacaembu – o mando era do nosso adversário e nós, palmeirenses, teríamos que assistir na TV. Se vencesse, o Palmeiras já garantiria a sua classificação nos mata-matas.
Eu estava fora e não tinha como assistir, e só ia conseguir voltar pra casa no segundo tempo, e olha lá. Que aflição! O jeito foi acompanhar, quando dava, as informações dos amigos, que eram enviadas pelo celular.
Desde o início, reclamavam todos, que o time adversário descia o sarrafo nos palmeirenses e o árbitro não os punia; diziam que Pablo poderia até ter sido expulso, e que amarelo mesmo, era só para o Palmeiras. E o árbitro do jogo era Thiago Duarte Peixoto, o mesmo que fora mandado para “Nárnia” (ficara um ano na série B), depois de errar contra o Lava Jato, num derby, e estava voltando a apitar a Série A.
Os amigos diziam também que o jogo estava ruim, sem grandes emoções, que Borja não estava bem; alguns afirmavam que o Palmeiras, mesmo ficando mais tempo com a bola não criara nada para que Borja pudesse finalizar… As informações iam chegando… Weverton espalmara, sem grande dificuldade, uma cobrança de falta, e também fizera uma defesa espetacular numa cabeçada de Carneiro; o lance, no entanto, já estava parado porque Pablo, muito acintosamente, de braço levantado, usara a mão para mandar a bola para Carneiro, mas Weverton, não querendo dar chance alguma ao adversário (e seguindo orientações recebidas em treino), foi pra defesa assim mesmo, e arrasou.
Eu estava na rua, quase chegando em casa, ansiosa pra ver o jogo… Assim que o farol fechou, um cara de bicicleta, usando uma camisa do City, atravessou a faixa de pedestres… Quando ele ficou de costas pra mim, eu vi: 33 Gabriel Jesus. Aí eu tive certeza que íamos ganhar o clássico (de novo), até falei isso para quem estava comigo. Era um sinal. 😉
Cheguei em casa e o primeiro tempo já estava quase acabando. E não é que, logo que comecei a assistir, Ricardo Goulart sofreu um pênalti… que o juiz não marcou? Mas que coisa! O sujeito voltando de uma punição de um ano, e parecendo não ter nenhum receio de ser mandado para a “geladeira” de novo… Deve ser porque ninguém vai para a geladeira se errar e prejudicar o Palmeiras… né?
Foi muito pênalti em Goulart… A não marcação de um pênalti em um jogo, num clássico, principalmente, pode ser determinante para o seu resultado, não é mesmo?
Ainda bem que o Palmeiras não ia precisar dessa possibilidade de gol…
Não sei se meus amigos/informantes reclamaram mais do que deviam no primeiro tempo, ou se o Palmeiras voltou mais ligado no segundo, mas o fato é que, já no primeiro minuto, Dudu quase abriu o placar em um chute cruzado que passou pertinho, quase lambendo a trave.
Carlos Eduardo, que viera pro jogo na segunda etapa substituindo Borja, era alvo de muitas reclamações do torcedores nas redes sociais, desde que a substituição fora anunciada; Felipão, por ter optado por ele, também recebia críticas de alguns – tem um pessoal que parece ter esquecido que torcer é diferente de ficar xingando o tempo todo porque aquilo que a gente imagina/espera/quer que aconteça não se realiza. Se o atleta, seja ele quem for, estiver em campo, vestindo a camisa do nosso time, o melhor que nós podemos fazer é torcer por ele, e pelos outros 10 também. Disse a mim mesma que adoraria que Carlos Eduardo fizesse um gol, e bem bonito, para calar os chatos reclamões. Mas só desejei o gol… não imaginei que ele, tão perseguido pela torcida e, por isso mesmo, e muito provavelmente, menos seguro em campo, fosse mesmo marcar. Mal sabia eu o que aconteceria…
Goulart teve uma boa chance depois de um belo passe de Scarpa, mas foi travado por Arboleda na hora de finalizar; depois foi a vez de Carlos Eduardo, que escorou de cabeça para o meio, a bola cruzou toda a frente do gol sem que aparecesse ninguém em condições de empurrá-la pra rede…
Estava gostando de ver o Palmeiras mais perigoso do que o adversário, mais ofensivo, merecendo fazer um gol. Dudu, Scarpa e Goulart (joga “nada” ele) estavam muito bem (imagina quando eles se entrosarem mesmo?) Do meio pra trás estava todo mundo ligado, atento, jogando seguro. Felipe Melo, pra mim, era um dos destaques do time. Jogava muito o Pitbull, Gustavo Gomez também. Weverton parecia bem tranquilo. O Palmeiras crescia no jogo.
E, então, aos 34’… ficamos todos estupefatos. Carlos Eduardo tabelou com Dudu, e o baixinho, rápido, inteligente, deu um passe de calcanhar lindo pra ele… e Carlos Eduardo soltou um míssil de fora da área. A bola bateu, por baixo, no travessão de cima, bateu no chão, bateu no travessão de novo, bateu no chão e entrou… Ah, danada. Tinha que ser caprichosa no gol maravilhoso de Carlos Eduardo (os bambis já colecionam muitas pinturas palestrinas. A cada jogo tem uma nova). Eu que desejara que Carlos Eduardo marcasse um gol , e gol bonito, nunca imaginei que seria esse espetáculo. Que golaço!
Os jogadores todos foram comemorar com ele, os reservas todos correram pro abraço. Um bolo de parmeras pulando ali na linha de fundo, todos eles felizes pelo garoto que entupia todas as cornetas com seu petardo – prova de que o time inteiro se ressente (e isso atrapalha) quando a marcação da torcida pra cima de um atleta é muita. Um gol para lavar a alma do Cadu, dos companheiros que o apoiam… e para levar o Palmeiras a mais uma vitória diante do São Paulo.
Foi tão sensacional o gol de Carlos Eduardo, foi tão linda a comemoração dos jogadores palmeirenses, que até o mascote bambi ficou encantado…
O jogo caminhava para seu final (por pouco não saiu mais uma cobertura), o Palmeiras, que há 10 anos não perde para o São Paulo em Campeonatos Paulistas (em brasileiros, a última derrota foi em Mai/2017), decidia a partida, saía com a vitória e , com 22 pontos conquistados, carimbava antecipadamente a classificação para os mata-matas…
E pensar que, em 2014, Carlos Miguel Aidar, então presidente do São Paulo, disse, enquanto debochadamente comia bananas diante das câmeras de TV, que o Palmeiras estava se apequenando. Veja só como são as coisas… O Palmeiras, em campeonatos brasileiros, não perde para os leonores desde Maio/2017… em Campeonatos Paulistas, não sabe o que é uma derrota desde 2009… O Palmeiras, de situação financeira, trabalho, estrutura e elenco invejáveis, ganhou dois Brasileirões (2016/2018) e uma Copa do Brasil (2015) desde então, e o adversário, que coleciona belíssimas “coberturas” e um “torpedo” presenteados por jogadores palmeirenses, está a ver navios há um tempão.
Como bem disse Paulo Nobre, o grande responsável pela reestruturação do Palmeiras, o mundo é redondo e, agora, o Aidar (e quem mais se refestelou com as suas idiotices) deve saber o que fazer com a banana, né?