Com drama, Palmeiras cura trauma contra o Corinthians e é campeão ...

Morri, mas passo bem… e estou feliz pra ‘baralho’.

 

Demorei uns dias para escrever, e acabei não publicando depois, mas jamais deixaria de registrar aqui o que aconteceu há duas semanas, num certo e lindo sábado, que foi pra lá de especial…

Palmeiras Campeão Paulista pela 23ª vez! Que maravilha!  E em cima do freguês (11 dérbis decisivos, 8  títulos para o Verdão e 3 para o Lava Jato).

Final contra o rival… e dois anos depois do indecente trambique, tamanho GG, da FPF na final do Paulista 2018. 

E agora foi emocionante!

Na primeira partida, não deu outra, o jogo ficou no 0 x 0, mas, graças ao árbitro Raphael Claus – que parece só enxergar falta grave dependendo da camisa – e ao VAR que “dormiu”, Jô deixou de ser expulso depois de uma solada criminosa em Gustavo Gómez; Fagner também pegou o Rony e ficou por isso mesmo; Luiz Adriano foi desequilibrado na área, quase na cara do Cássio, e o replay não apareceu na hora, a imagem mais próxima do lance, e de mais de um ângulo, a que tira todas as dúvidas, não apareceu em momento algum… Benefício pra um, prejuízo pra outro. Mais do mesmo… 

E foi por causa desse “mais do mesmo” que ficamos desconfiadíssimos quando a FPF escolheu (nem sorteio teve) Luís Flávio “Gambá” de Oliveira – useiro e vezeiro em errar em favor do time dele e em prejuízo do nosso – para a segunda partida. Mas, se por um lado, nos preocupávamos com uma arbitragem mandrake, por outro, já sabíamos que, se ganhássemos o título, ele viria de maneira limpa, digna… como sempre acontece quando o Palmeiras é campeão.

Sem a parmerada no estádio por causa do vírus chinês, as arquibancadas do Allianz foram ocupadas por imagens de ídolos palestrinos, do Luxa, por mosaicos – que ruim não podermos estar na nossa casa… Ficou lindo o Allianz.  E, com Luxa no comando da equipe, uma fragrância de 93 pairava no ar… 

 

………………..Palmeiras: Allianz Parque terá mosaico e bandeiras na final

Eu estava calma (a princípio) confiante. Principalmente, por causa do Luxa. Afinal, se ele não souber o que é uma decisão entre os dois maiores rivais do país, quem saberá? Mas era derby, decisivo… e podia ser de bolinha de gude, que os dois lados iam querer ganhar…

E o Palmeiras chegou ao Allianz em meio a um corredor verde de torcedores, fumaça verde, fogos e apoio… incondicional. De arrepiar!

Os tempos são outros, é verdade, e o futebol não anda muito vistoso em terras brasilis, no entanto, quando a partida começou, os times mostraram um futebol que, se não era empolgante, era melhor que o da primeira final. O Palmeiras, ainda que não criasse a nosso contento, me parecia mais firme, disposto, brigando pela bola, roubando-a dos pés adversários, insistindo, indo à frente… Willian teve a melhor oportunidade do primeiro tempo para marcar, mas, finalizando entre quatro marcadores, chutou onde estava o goleiro e deu a Cássio a oportunidade de fazer uma grande defesa.

Nem bem o segundo tempo começou e o Palmeiras saiu na frente. Cruzamento perfeito de Viña e um golaço, de cabeça, de Luiz Adriano. Que alegria!! Se com 0 x 0 a gente até consegue ficar “meio calmo”,  a vantagem no placar faz o contrário conosco, depois do grito, imenso, de alegria, ficamos mais nervosos, querendo que o time marque outro gol logo… Mas eu ficava sempre me lembrando de que, nos últimos tempos, o time que conseguia abrir o placar acabava sempre saindo vitorioso…

A pilha já tava carregadíssima… O Palmeiras tinha a partida sob controle e, por isso mesmo, nem imaginávamos o quanto a disputa desse título se tornaria emocionante… 

O jogo ia se aproximando do seu final… o árbitro, milagrosamente, fazendo uma boa partida… 

Já estávamos nos acréscimos – o grito de campeão prontinho para ganhar os ares… e tudo corria bem (pra nós)… até os 50’… O adversário no desespero, foi pro ataque, Jô – aquele que deveria ter sido expulso na partida anterior – estava com a bola… Gustavo Gómez, que fazia uma partida irretocável, foi na bola… o adversário caiu e o juiz apitou o pênalti…

O juiz fez o que deveria fazer, marcou o que ele viu ali, mas o VAR não… embora Gustavo Gómez tenha ido  de maneira meio estabanada, ele não tocou em Jô, que deixou o pé e, como se tivesse sido barrado pela perna direita do nosso zagueiro… se deixou cair.   

 

O árbitro não tinha como ver, parecia mesmo que ele tinha sido derrubado, mas o VAR tinha… no entanto, no final das contas, acabou sendo até melhor pra nós que a coisa tivesse acontecido assim… sem margem para mimimi…

Mas não pensamos nisso na hora, claro. Na hora, a marcação do pênalti foi devastadora… Ainda mais porque eles cobraram e guardaram – Weverton quase pegou. Teve torcedor que queria fuzilar o GG. Não fiquei na bronca com o nosso zagueiro, nada disso. Mas não conseguia me conformar que a sorte estivesse sendo tão madrasta… se era pra eles empatarem, por que cargas d’água tinha que ser nos últimos segundos? 

Mas quem é parmera sabe, com emoção é mais marcante… e se não tiver emoção, não é Palmeiras.

E lá íamos nós para as cobranças de pênalti… Será que o nosso time estaria abalado como estávamos nós? Será que conseguiriam colocar os nervos no lugar? E os nosso moleques, Patrick de Paula e Gabriel Menino, disputando uma final profissional pela primeira vez, como reagiriam? Luxa ia ter que usar sua experiência toda para levantar os ânimos do time. O adversário, nós sabíamos, tinha sido ressuscitado com aquele pênalti…

Por superstição, não costumo assistir cobranças de pênalti e, por isso, é ainda mais sofrido pra mim… Terço verde, benzido pelo Papa, ao lado da TV… camisa de treino da época da Parmalat (igual à que o meu pai usava na foto que o FB me lembrara naquele mesmo dia)… corri no meu quarto pegar umas “coisinhas” que costumo levar aos jogos… fui lá no terraço conversar com Deus… eu só podia rezar, pensar positivo, mandar as minhas melhores energias para o Allianz… e pedir para que Oberdan e Valdir de Moraes de alguma maneira ajudassem Weverton a defender…

O coração na boca… a respiração toda atrapalhada… e aquela interrogação, que certamente apertava os corações dos palestrinos, e dos rivais também… o que será que vai acontecer agora?

Eles cobrariam primeiro… e eu só conseguia repetir: Pega, Weverton, pega Weverton! E ELE PEGOU, agarrou a bola e ficou ela! Que emoção! Mas Cássio também pegou o de Bruno Henrique… cazzo!

Avelar marcou para o rival…

Eu ia na sala, olhava quem ia bater e saía… me ajoelhava na escada, rezando para que o parmera guardasse… Raphael Veiga bateu com força e deslocou o goleiro… GOOOOL DO PALMEIRAS!!

Não aguentei e fui ver a cobrança… gritando muito para que Weverton pegasse…  E ELE PEGOOOU! DE NOVO!! Se marcássemos agora, ficaríamos em vantagem…

Olhei que era o Scarpa e corri lá pra escada… “Guarda, Scarpa, guarda!!” E ELE GUARDOOOU!! O rival também guardou o dele.

Lucas Lima ia pra cobrança… “Faz, Lucas Lima, faz!!” E ELE FEZ!!!  O rival, infelizmente, também fez…

Era a última cobrança… Patrick de Paula, nosso menino, que joga um bolão de gente grande, que encara as partidas como gente grande, que já tinha marcado o gol da semi que nos colocou na final, ia pra cobrança…  Saberíamos depois que ele mesmo escolhera cobrar a última…

Uma hora e meia antes, nós não sabíamos, mas estava tudo escrito… ia ser com muita emoção, e com muito orgulho também… Nosso menino, que há três anos estava disputando a Copa das Favelas, que há três anos sonhava em jogar como profissional, num time grande, ia cobrar… e ia nos dar o título…

Eu já tava chorando de nervoso… corri pra sala e fiquei lá, mas não ousava olhar pra TV (tava dando certo assim). Olhei pra ele, mentalizei a bola entrando no gol e fechei os olhos… prendi a respiração… e, então, o narrador gritou o gol… e eu gritei também, os palmeirenses todos, pelo Brasil inteiro, e em vários países do mundo, gritaram comigo: É CAMPEÃO!! O PALMEIRAS É CAMPEÃO!!

https://www.youtube.com/watch?v-fkEy9leWAIk&feature=share

https://www.youtube.com/watch?v=fkEy9leWAIk&feature=share

 

https://www.youtube.com/watch?v-fkEy9leWAIk&feature=share

Estávamos todos no Allianz naquele momento, de coração, de alma… Patrick corria pelo campo enlouquecido de alegria e nós corríamos com ele, os nossos jogadores todos comemorando… Luxa, o rei dos campeonatos Paulistas, comemorando… e nós, ali também, comemorando com eles…

Foi lindo, foi emocionante… mais um título limpinho e legítimo para o Palmeiras… como, aliás, foram todos os outros que ele conquistou!! 

Obrigada, Verdão!!