Eu não via a hora de chegar o sábado… Vinte dias sem Palmeiras em campo estava sendo um castigo. Não via a hora, também, de ver como estaria o time depois do período em que o Cuca pôde treiná-lo; ver se o time estaria veloz, se teria um esquema de jogo que funcionasse, se os jogadores estariam numa “vibe” diferente…

Tinha muito boas expectativas para o jogo, mas o Palmeiras me surpreendeu. Jogou fácil, sem tomar sustos, se impôs, pra valer, em seus domínios (sim, o adversário teve medo do Palmeiras) e deu o primeiro passo, dos 38 que precisará dar, rumo ao título.

O Allianz Parque estava lindo, cheio de gente (34 mil parmeras). As camisas mais maravilhosas do mundo desfilavam diante dos meus olhos. Todos os modelos atuais, alguns antigos também, estavam ali.

Não sei se foi por causa da saudade, da abstinência, mas deu um nó na garganta quando o Palmeiras, de camisa nova (linda), entrou em campo. Em alguns trechos do nosso “hino nacional” eu só mexi a boca, porque a voz tropeçou na garganta…

Iríamos ver o Palmeiras que Cuca imaginou para o Brasileirão. O lateral Tche Tche faria a sua estreia, Roger Guedes vinha de titular em lugar de Dudu, que ainda não estava apto pra jogo, Cleiton Xavier estava de volta… a torcida, com letras verdes em camisetas brancas, mandava o recado “Estamos juntos rumo ao título”. Título, que o técnico Cuca nos prometeu…

E só deu Palmeiras! Se compararmos os dois tempos de jogo, diremos que o primeiro – parte dele – foi mais equilibrado. Mas foi delicioso ver o Palmeiras jogar os 90 minutos sem sustos, com o Prass tranquilão, praticamente “de folga”; com Jesus, pra variar, levando muitas botinadas, desde os primeiros minutos de jogo; com Tche Tche e Jean trocando de posição em campo muitas vezes; com Cleiton Xavier fazendo uma bela partida; com a velocidade de Roger Guedes; com Barrios jogando bem;  com Jesus, desculpe a heresia, matador…

O Palmeiras marcou muito bem o Atlético, que se viu obrigado a, muitas vezes, tentar com lançamentos mais longos (isso não funciona, e sabemos muito bem). E, quando  tentou ficar com a posse de bola, sofreu com os contra ataques velozes do Palmeiras.

Achei que o juiz  deixou os adversários baterem, e não gostei disso nem um pouco.

Mas não dava nem tempo de ficar com raiva… a alegria era a palavra do dia. Cleiton lançou Jesus,  que desceu pela esquerda e cruzou na medida para Roger Guedes guardar. A bola ainda bateria em Thiago Heleno, mas, ao contrário do que disse a “press”, quem chutou mesmo foi o parmera.

Gol-RogerGuedes

Os adversários batiam um bocado, mas o juiz, que deixava de marcar muitas faltas cometidas pelo Atlético, resolveu dar um amarelo para… Barrios. E um amarelo totalmente “non-sense”.

Jean cruzou pra Jesus e ele foi atropelado na área pelo goleiro, levando uma cotovelada na cabeça e precisando de atendimento médico. Juizão não marcou nada. Como pode? Jesus à frente, e o goleiro Wewerton, tentando defender, chega por trás, dá uma cotovelada na cabeça dele, joga o corpo em cima dele o jogando no chão, e para o juiz não foi nada? Não há nenhuma regra que obrigue o jogador a se desmaterializar em campo para facilitar a defesa de um goleiro, né? Então…

cotovelada-goleiro-em-Jesus

Thiago Heleno levantou o pé  no rosto de Roger Guedes e o juiz, não marcou nada (contra o Palmeiras pode tudo)… essas coisas dão raiva, precisam ser lembradas e ditas, porque, muitas vezes, atrapalham e prejudicam o jogo do time que o juiz deixa apanhar.

E o árbitro causou uma confusão em campo… Barrios foi atingido por trás por Paulo André; o juiz parou o jogo e sinalizou que daria amarelo para… Barrios (ele cismou com o parmera, né?)!! Seria o segundo, e ele teria que expulsar o palmeirense  – por ter sofrido falta de Paulo André, vê se pode? Então, ele se tocou, ou foi avisado, do absurdo que ia fazer e, consertando a lambança, voltou atrás e deu (só) amarelo para o Paulo André – que  deu um carrinho por trás em Barrios, quando ele teria chance clara de gol. O Atlético, na maior cara de pau, ainda ficou reclamando.

Mas o Palmeiras mandou na primeira etapa (Tche TChe fazia uma bela estreia), e muitos ataques verdes se seguiram até o juiz apitar o final do primeiro tempo.

Na segunda etapa, o Verdão voltou avassalador, veloz e determinado a aumentar o placar. Troca de passes em velocidade entre Cleiton, Jesus, Barrios, Cleiton (de novo), que cruzou na área pra Jesus guardar o segundo do Verdão. Que gol lindooooo! O décimo gol de Jesus na temporada. E com 22 segundos de jogo! Allianz explodia em festa.

O Palmeiras mostrava uma boa evolução era leve, rápido… Jesus estava impossível e, de cabeça, quase fez mais um; o goleiro conseguiu tirar. Um minuto depois, aos 7′, Cleiton Xavier cobrou escanteio e Thiago Martins, no primeiro pau e meio de costas pro gol, se antecipou, e de cabeça meteu a bola na rede pra fazer o terceiro do Palmeiras. A goleada se desenhava… e a torcida quase morria de felicidade.

Léo, que já tinha batido bastante nos parmeras o jogo todo, foi expulso por falta em Jesus. E, como se não tivesse feito nada, saiu dizendo que o árbitro era fraco (a press também diria que foi uma suposta falta)… Aham! E ainda ficou barato para o Paulo André, que já tinha amarelo, e também acertou Jesus…

Expulsão-poodle

Era Verdão e só Verdão em campo… Jean, quase… Roger Guedes, quase… O Atlético não sabia nem de qual caminhão de mudança tinha caído.

Cuca substituiu Cleiton Xavier (que pedira substituição) por Moisés, depois Barrios por Alecsandro.

As chances verdes se mutiplicavam… a torcida fazia festa em lateral, ataque, desarme… era só alegria no Allianz, e todos sabiam que ia sair mais gol.

Rafa Marques entrou no lugar de Roger Guedes. E foi ele, Rafa, que uns minutinhos depois, aos 41′, enfiou uma bola pra Gabriel Jesus dominar com estilo, entrar na área, fuzilar o goleiro, marcar o seu segundo gol e o quarto do Verdão. E Jesus saiu “atirando pra todo lado” na comemoração. Coisa linda esse menino!

E o jogo terminou assim… 4 x 0 pro dono da casa para alegria imensa de sua torcida.

Foi só o primeiro passo, de 38 que teremos que dar em busca do título. Sabemos que nem tudo serão flores em nosso caminho (nunca é, pra nenhum time),  no entanto, num campeonato de pontos corridos, é preciso ter regularidade. Que o Palmeiras sabe jogar, e bem, eu sei, eu vi nessa rodada (e não foi por acaso) mas o time precisa encaixar e fazer com que passe a ser rotina goleadas como essa, vitórias tranquilas como essa, um adversário com medo do Palmeiras, como foi o Atlético-PR.

Vamos em frente, Verdão! Temos um título a  conquistar!

Na noite de sábado, o Palmeiras venceu o Coritiba por 1 x 0, saindo da indesejada posição em que se encontrava na tabela. Os alviverdes jogaram bem mais que o time de “mecânicos” do Coritiba. Leandro e Allione fizeram uma grande partida, Wesley também jogou um bom futebol, Marcelo Oliveira foi bem e deu uma de Messi na jogada que construiu o gol do Palmeiras, e o Juninho, que marcou o belo gol da vitória palestrina, fez uma partidaça. Sem contar o Lúcio, que é o “senhor” capitão!! Tem uma garra sem limites! Adoro ele (acho que a chacoalhada que ele deu no time foi providencial. Ninguém queria ser o “cara que não corre” do time).

Que noite! O Palmeiras voltando a apresentar um bom futebol, saindo do Z4, Leandro, Wesley e Juninho batendo um bolão, e o sinal da TIM… funcionando! Mal dava para acreditar.

E a torcida… ah, a torcida… quando ela quer ser apenas linda, ela consegue ser maravilhosa! Deixou as broncas em casa, entrou em campo e jogou com o time, e o time sentiu a força e a energia que vinha da bancada! Mesmo quando, no segundo tempo, o emocional da equipe a deixou meio insegura, a força que vinha da torcida lhe dava a segurança que faltava. Podíamos sentir isso.

Era a-r-r-e-p-i-a-n-t-e ouvir o Pacaembu cantar a plenos pulmões “EU SEMPRE TE AMAREI E TE APOIAREI, EU CANTO AO PALMEIRAS”… O nó na garganta era imenso, os olhos brilhando, o peito inchado de orgulho por sermos palestrinos, palmeirenses, alviverdes; por estarmos vivendo o centenário – que dádiva -, DO CAMPEÃO DO SÉCULO, DO TIME BRASILEIRO QUE MAIS TÍTULOS CONQUISTOU (tchuuupem essa manga) o time pelo qual a gente morre de paixão, e não importa a fase que ele atravesse, o orgulho e o amor permanecem intactos. Foi mágico… Saímos leves do Pacaembu, nos sentindo passarinhos com vontade de voar…

Mas nem por isso, vamos fazer de conta que não aconteceu nada errado na partida, porque aconteceu. Jogo contra o Coritiba é sempre a mesma coisa. O Palmeiras sendo prejudicado pela arbitragem, eles batendo um bocado e, depois, para justificar a derrota, vem um mané qualquer falar em “armação”… uma cara de pau do tamanho do mundo tem esses coxinhas. “Cê” concorda, Celso Roth?

A mesma coisa que aconteceu na final da Copa do Brasil 2012, e é sempre bom lembrar isso. Valdivia foi expulso por ter feito uma falta em Wiiliam, que o agredira com um chute no s#@%aco um minuto antes, sem que o juiz marcasse qualquer coisa (ele faz uma falta e é expulso, o jogador William, que o agride com um pontapé, continua em campo, e o “prejudicado” é o Coritiba. Ah, tá! – o STJD até hoje “não viu” essas imagens), pênalti em Valdivia no primeiro jogo, que o juiz não marcou; pênalti em Betinho, também na primeira partida, marcado pelo árbitro, mas sem a expulsão do infrator. O árbitro Wilton Pereira Sampaio, tirou Valdivia da segunda partida da final, mas não tirou o jogador do Coritiba, que agrediu o Mago, e tampouco o jogador Jonas, que cometeu o pênalti em Betinho quando ele ia marcar um gol, e que deveria ter sido expulso, sim! E o beneficiado foi quem mesmo?

Na segunda final, a arbitragem também fez que não viu a penalidade em Henrique… e o Coritiba, cara de pau que só ele, ajudado pela “press”, posou de prejudicado, falou em esquema, tentou desmerecer o título legítimo do Verdão, quando, na verdade, ele, Coritiba, foi pra lá de ajudado.

E não foi diferente no último sábado, o Palmeiras jogou bem mais que o time paranaense, e ficou com os três pontos na raça, mesmo apanhando um bocado dos botinudos adversários, mesmo o juiz deixando de amarelar muitas faltas violentas dos coxinhas, que mereciam cartão (Leandro levou entrada dura por trás, e quem tomou amarelo foi ele, a vítima. Para o infrator, nada), mesmo com o juiz deixando de marcar algumas faltas a favor do Palmeiras, mesmo com o juiz deixando de expulsar uns três jogadores do Coritiba que mereciam ter sido expulsos (só expulsou um)… e… mesmo tendo um pênalti em Lúcio, marcado pelo árbitro, e desmarcado (vê se pode) por sabe-se lá quem (o nosso terceiro pênalti desmarcado em dois anos). Vai ver, apareceu um “delegado Baluta” e “soprou” algo no ouvido do juiz, do bandeira…

Na hora, vendo que a penalidade tinha sido desmarcada – só com o Palmeiras acontece isso – eu, que estava no Pacaembu, não entendi nada, uma vez que tinha certeza  que o bandeira nada marcara.

Mas imagina se a “press” iria questionar isso?  Muito pelo contrário, ela só se preocupou em veicular a choradeira do técnico Celso Roth, dizendo que estava tudo armado para ajudar o Verdão – Roth deveria ser chamado a se explicar no STJD por isso, não é? Deola, por muito menos, foi chamado na “Capitania Hereditária da Justiça Desportiva”, Felipão também.  E se “estava armado” como Celso Roth dizia,  por que será que ele perdeu o emprego depois? Que pateta!

E a “press” não só não questionou a desmarcação da penalidade que o Palmeiras iria cobrar, como a legitimou. Nas notícias que foram publicadas após a partida – nos comentários dos vídeos de melhores momentos também -, a informação que tínhamos era a de que o bandeira tinha visto e assinalado o impedimento…

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Mas será que o bandeira viu Lúcio em posição de impedimento mesmo, “Press”? Quem publicou isso, jura sobre a Bíblia que o bandeira viu e assinalou impedimento quando o lance ocorreu? Se jurar, vai jurar em falso…

No momento em que Lúcio é derrubado, a bandeira do bandeira está abaixada, como você pode observar na imagem abaixo:

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Quando Lúcio está se levantando, depois de ter sofrido pênalti, a bandeira do bandeira continua abaixada. A imagem não mente. Se ele viu algum impedimento, ele viu depois que o lance ocorreu, ou depois que o “além” o avisou?

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E quando o juiz, avisado pelo auxiliar de linha de fundo, marca a penalidade, a bandeira do bandeira continua abaixada… repare que, pela posição das pessoas em campo, levou um tempinho para marcação. Parece que O BANDEIRA NÃO VIU IMPEDIMENTO ALGUM…

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Que coisa, não? Tem sempre uma “força oculta” em linha direta com as arbitragens dos jogos do Palmeiras… e a imprensa sempre a reforçar isso.  A questão nem é se Lúcio estava ou não impedido. As imagens são claras, o juiz assinala a penalidade, e nem bandeira ou auxiliar de linha de fundo assinalam qualquer coisa que fosse contrária à essa marcação. Então, quem viu o impedimento? O bandeira é que não foi…

E é muito esquisito o bandeira “ter visto” irregularidade só depois que o Lúcio foi derrubado, levantou, deu alguns passos,  e depois que  o juiz assinalou o pênalti. O auxiliar não tem que levantar a bandeira tão logo veja a infração? Se não o fez, é  porque não tinha visto nada. E se não viu nada na hora, como viu depois?

Metem a mão no Palmeiras à vontade, sem medo de serem felizes. O pênalti não nos fez falta dessa vez, mas poderia ter feito… como fez falta a penalidade sofrida por Henrique, e não marcada pelo árbitro carioca no empate diante do Bahia (e o Flamengo, que precisava escapar do Z4 na ocasião, foi quem acabou se beneficiando com algumas arbitragens cariocas em jogos palestrinos – 3 seguidas).

O futebol brasileiro não toma vergonha na cara mesmo. De nada adiantou o vexame dos 7 x 1 que o Brasil sofreu diante da Alemanha. Essa mutreta toda, que rola por aqui, está do tamanho certo para os interessados na “espanholização do futebol brasileiro”, principalmente, quando um dos clubes “hispano tupiniquim”, e de trancinhas rubro-negras, está na zona de rebaixamento ou muito próximo dela.

E o Palmeiras é o time favorito para ser prejudicado… Abre o olho palmeirense, em campeonatos brasileiros todo cuidado é pouco!

100Anos-Brasão

#Palmeiras100Anos

“Foi lindo ver no meu Estado a reunião de tantos palmeirenses. A maior parte das arquibancadas tinha um ponto verde escuro, verde limão, azul, branco com verde, amarelo…” – Juliana Oliveira 

O Palmeiras estreou na Copa do Brasil 2014, jogando diante do Vilhena,  em Rondônia. Quando houve o sorteio, o clube paulista até poderia ter optado por um estádio com melhores condições, mas, no ano do seu centenário, o Palmeiras tem procurado ir aos locais aonde a sua família está. E foi uma decisão bastante acertada.

Eu mostrei aqui pra você, na postagem anterior, o alvoroço que foi a chegada do Verdão por lá. Pra se ter uma ideia, até seguranças, roupeiros, médicos e nutricionistas do clube posaram para fotos e distribuíram autógrafos. E quem assistiu à partida viu o que aconteceu no ‘Portal da Amazônia’ na hora do jogo. Uma loucura! Num estádio com capacidade para 5 mil pessoas, tinha quase 15 mil – construíram arquibancadas móveis para aumentar em 10 mil lugares a capacidade do estádio e receber o Campeão do Século com a festa que ele merece!! E, segundo a Juliana, a torcedora cujo texto inicia essa postagem, com menos de 1/4 da torcida vestindo vermelho e branco, o time da casa era o Palmeiras!

E que coisa impressionante foi ver aquele mar de bandeiras e camisas oficiais do Palmeiras, em verde, branco, limão, amarelo, espalhadas nas arquibancadas e nas grades do estádio também. Que tocante foi sentir a emoção dos torcedores que viam o seu amado clube pela primeira vez (me contaram que muita gente chorou). E tudo isso a 2.366 Km de São Paulo. Parecia um Palestra Italia em Rondônia! É PALMEIRAS, P%@#RRA! NÃO TEM NENHUM TIME DO BRASIL QUE CHEGUE PERTO DISSO!!!

Já pensou se fosse com outros times aí, o que a imprensinha não falaria, não faria? Mas, como é o Palmeiras, a Press faz que não está vendo, “narradoresh e comentarishtaish” não dão  o destaque merecido. Mas acontece, que os telespectadores não são cegos, e as imagens, as demonstrações de amor ao Verdão, onde quer que ele vá, são sensacionais e indiscutíveis!

Veja essas imagens. Parece São Paulo, mas é Rondônia! São os nossos irmãos do Norte do país!

A festa era linda, mas o “palco”… uma lástima. Manja o garimpo de Serra Pelada depois que tiraram todo o ouro que havia lá? Era mais ou menos isso, cheio de desníveis, com a grama muito alta, além disso, com as chuvas diárias do “inverno amazônico”, o campo estava completamente encharcado, havia uma infinidade de poças d’água – principalmente na área onde o Palmeiras tentava fazer gols no primeiro tempo, e no lado direito do campo também -. O gramado, muito pesado, estava mais horroroso do que aquele mosaico dos gambás (mentirinha, não há nada pior do que aquilo). Pobre futebol…

gramado

Repare na imagem abaixo, você nem pode ver a chuteira do jogador do Palmeiras, cujo pé está sumido na grama bastante alta e na água.

Complicado, né? E, por isso mesmo, o primeiro tempo foi de matar a gente de desgosto. Horrível! Embora o Palmeiras atacasse o tempo todo, nossos jogadores não conseguiam tocar a bola do jeito que sabem, os passes não davam certo, a bola não corria como deveria correr, a coisa não fluía e as tentativas de jogadas precisavam ser feitas todas pelo alto.

Nossos jogadores mais habilidosos eram os que mais sentiam dificuldades. Mais ou menos a mesma coisa que querer que uma “Ana Botafogo” dance “O Lago dos Cisnes” num piso de pedregulhos… não rola.

Se o campo é ruim para um, é ruim para os dois, disseram alguns. Não é bem assim, uma vez que o dono da casa está acostumado a jogar ali. E some-se a isso uma boa quantidade de botinadas que o juiz deixou os jogadores do Vilhena darem nos palmeirenses à vontade. Valdivia, Kardec, França e Patrick apanharam um bocado, Vinícius também levou “boas” sarrafadas, e nenhum parmera escapou. O Mago, claro, foi quem apanhou mais, e se irritou bastante com isso, mas não era pra menos…

Olhe onde está a bola, e repare o pé e o foco do “artista” de camisa branca que prepara a solada (‘Má que mané bola, o quê?’). Esse Carlinhos cansou de bater nos palmeirenses, principalmente no  Mago. O cara ia de sola, pra pegar mesmo, e, ao contrário do que seria normal, caso ele jogasse de verde, não foi expulso e pôde distribuir botinadas como bem quis. Aí, o Mago, cansado de levar pontapé, deixou o braço na cara dele e levou amarelo. Claro que o amarelo para Valdivia foi merecido, mas o ‘liMdo’, do time adversário (a cera era tanta,  que ele saiu de maca após o lance com Valdivia?!?), deveria ter levado o amarelo dele, e quem sabe o vermelho também, muito antes disso (só no segundo tempo o árbitro o puniria). Após o jogo, a Press falaria até não querer mais sobre esse lance, mas esqueceria da agressão que Kardec sofreu depois, quando levou um soco de Alex Barcellos, e que ficou só no amarelo.

E, por falar no “Lã” Kardec, vou mudar só um pouquinho de assunto. Nosso atacante foi expulso no dia 19/02, no jogo contra o Ituano, sem ter feito nada para merecer cartão vermelho, e vai ser julgado pelo STJD. Não deveria ter julgamento algum, uma vez que a expulsão foi puro “inventation” do árbitro.  Mas o curioso é que o Bruno César, que foi expulso em uma partida que aconteceu no dia 23/03, portanto, depois dessa, já foi julgado e absolvido. O julgamento do Kardec, QUE FOI EXPULSO ANTES, não tem data marcada ainda. Só eu estou pensando o que eu estou pensando? O STJD está guardando isso para uma “ocasião propícia”? Vamos ter mais do ‘mesmo de sempre’? Vamos ficar de olho, parmerada!

Mas voltando ao jogo no ‘pântano’ do Portal da Amazônia, se jogar estava difícil, vontade não faltava para o Palmeiras (para o outro time, que sonhava com o jogo de volta, também), e, quando ele engatava um ataque era parado na falta, e o juiz… deixava barato. Como aconteceu aos 26′, quando Eguren passou para o Mago, que tocou de primeira para o Patrick; ele tocou pra Wendel, que deixou mais à frente para o próprio Patrick, que saiu à frente de Marinho; o adversário, ao se ver ultrapassado, o puxou, o derrubou, e o juiz  só marcou a falta. Cartão que era bom…  Patrick reclamou um bocado, e com razão.

E dá-lhe botinada em Vinícius, no “Lã”, no Mago, no Patrick… França apanhava bem mais do que batia…

Nossa zaga deu um vacilo e, numa jogada de impedimento, não marcado pelo árbitro, e tampouco pelo bandeira, Edilsinho teve a oportunidade de marcar e chutou pra fora.

Edilsinho-impedido

Já pensou se o gol tivesse sido marcado? Na conta de quem ficaria esse prejuízo?

No segundo tempo, o Palmeiras, atacando para o lado menos encharcado, começou a encontrar melhores oportunidades, mas pecamos, muito, nas finalizações. Vinícius perdeu um gol feito. Os jogadores (dos dois times!), correndo tanto naquele lamaçal que virou o campo, pareciam extenuados. E o nosso futebol não fluía como deveria, como temos visto em outras oportunidades… A torcida, vendo toda a dificuldade que o Palmeiras enfrentava, não parava de apoiar.

Cansada dos comentários do ‘porre’ chamado Maurício Noriega, tão contra o Palmeiras, mudei de canal e coloquei na ESPN. Kleina colocou Mendieta e Leandro no lugar de Patrick e Vinícius (que perdera um gol imperdível) e o gol nada de sair…

O Palmeiras não desistia, mas sofria com o campo pesado demais; o Vilhena, que já fazia cera antes, fazia ainda mais agora, ao contrário do que aconteceria mais tarde, no jogo de “Lojas Marisa” 1 x 0 “C&A”, quando quem procuraria o jogo seria o pequeno e o “grande” faria cera.

Aos 34′, Kleina colocou Bruno César em lugar de Eguren. O desgraçado do relógio parecia fazer o tempo correr mais rápido. As coisas caminhavam para um 0 x 0… não era possível uma coisa dessas.

E não era possível mesmo… Aos 42′, Bruno César recebeu na direita, raçudo, levou a melhor na disputa com seu marcador, avançou e meteu a bola na área; Leandrinho deu uma ajeitadinha e guardou!

E o ‘Portal da Amazônia’ explodiu de felicidade! Aqueles torcedores todos, que tanto esperaram para ver o Palmeiras em campo, que saíram de várias cidades e estados, que viajaram muitas horas para chegarem até ali, merecidamente, viram o seu time marcar um gol, vencer a partida. E vibraram com ele, se abraçaram, choraram e sorriram de felicidade… e o ‘Portal da Amazônia’ nunca mais será o mesmo depois do Palmeiras ter estado lá…  dizem que, agora, ele se chama “Palestra Italia de Rondônia”…

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E, enquanto por aqui, havia quem morresse de raiva porque o Palmeiras teve dificuldades para jogar no meio da água, da lama, dos buracos, da grama alta (qual time não teria?), e conseguiu uma vitória ‘magrinha’ (nas duas Copas do Brasil que conquistamos, não iniciamos eliminando o jogo de volta)… lá de Rondônia, a torcedora que viajara 12 horas para ver o seu time de coração, a Juliana Oliveira, do início dessa postagem, me diria:

“Tenho certeza que o jogo seria melhor num campo seco, só que estamos em pleno “inverno amazônico” ou seja chove muito. Vai ficar pra sempre em nossas mentes, um jogo do Palmeiras pela Copa do Brasil, equipe titular (com exceção de lesionados), ver o Prass em ação, a caçada ao Mago, Lã Kardec, a pegada do França (e não é que pegou o “Lã Kardec” e “a pegada do França”?), a corrida do Juninho… a garra dos jogadores do Vilhena (às vezes maldosa) e tudo isso sendo transmitido ao vivo pro mundo…”

Não é preciso dizer mais nada, né?

Hoje, eu acordei de ressaca… Ressaca de emoção.

Ainda estou tocada por tudo o que vivenciei na noite de ontem…

Cheguei no Pacaembu quando ainda faltavam umas duas horas para a partida começar. As pessoas não paravam de chegar; as camisas com o número 12 às costas se multiplicavam, os sorrisos nos rostos das pessoas eram maiores do que nos dias normais, a quantidade de crianças também. Os nossos corações se preparavam para um encontro… e que encontro!

Amigos de perto, amigos de longe, amigos  que ainda não conhecíamos pessoalmente… tinha vindo todo mundo! Abraços, beijos, muita conversa, muitas recordações e uma quantidade imensa de orgulho estavam em todas as rodas. E no escuro da noite, o palco da última apresentação do melhor goleiro do Brasil, o melhor que eu já vi na minha vida, se acendia em verde…

Foto: O Pacaembu está verde!

Quem achou que depois do Brasileiro essa festa perderia brilho, perderia vibração, se enganou redondamente. Vendo aquela multidão que continuava a chegar, eu me perguntava: Que gente é essa, que se supera e se transforma a cada revés? Que se deixa levar só pelo amor? O nó na minha garganta era constante. O melhor mesmo era só falar “abobrinhas” e nem pensar muito sobre o que aconteceria lá dentro do estádio.

E ele estava lindo quando entrei. Lotado! Os quase 40 mil pagantes foram recorde de público do Pacaembu no ano. Tinha que ser o Marcos! E a gente na maior ansiedade esperando o Palmeiras entrar em campo. E quando ele entrou, o estádio explodiu e foi impossível não se emocionar. Quanta saudade daquele Palmeiras… O telão mostrava Marcos, que ainda não entrara, e que estava vindo com o filhinho recém-nascido nos braços.  O mosaico da Mancha reproduzia o gesto que Marcão eternizou.

“PUTA QUE PARIU, É O MELHOR GOLEIRO DO BRASIL, MARCOS!”, gritavam os 40 mil, quando Marcos Roberto Silveira Reis, o nosso São Marcos, subiu ao gramado. Os milhares de flashes dos que queriam capturar todos os momentos da última partida do Santo, deixavam o Pacaembu mágico! As lágrimas que derramávamos sem pudor algum, também.

E os corações palestrinos enlouqueciam diante de tantos ídolos do Palmeiras em campo. AU, AU, AU EDMUNDO É ANIMAL!! O Pacaembu ensurdecia! Que emoção eu senti ao ouvir isso e vê-lo responder lá em campo! EÔ EÔ EVAIR É UM TERROR!! A saudade explodia na arquibancada! Meu coração, em pedaços, se espalhava pelo gramado. Esses pedaços de coração vestiam camisas do Palmeiras e, alguns, as da seleção. Olhava no campo e ali estavam Marcos, Edmundo, Evair, Cleber (o nosso Clebão), César Sampaio, Alex, Paulo Nunes, Tonhão, Amaral, Asprilla, Oséas, Junior, Euller, Sérgio… Ademir da Guia!!! Meeeeu Deeeeus! Era bom demais pra ser verdade! Do lado da seleção, mais um monte de ídolos palestrinos: Cafu, Rivaldo, Antonio Carlos, Roberto Carlos, Velloso, Djalminha (você não, Edílson!)… no comando da equipe, César Maluco e Leivinha, Dudu estava no banco. Só o Palmeiras consegue montar dois times e uma comissão técnica de craques, de ídolos!! E ainda deixar alguns no banco. E Felipão comandava a seleção.

Quando o Palmeiras se perfilou para o hino nacional, eu fui sugada por uma máquina do tempo invisível e meu coração passou a bater num outro tempo, numa outra época. Ouvir o hino do Palmeiras no estádio, logo após ter ouvido o do Brasil, foi surreal. Olhar aquela fileira de craques em campo era algo de outro mundo.

A partida era uma festa! Nossa alma estava em festa! Marcos estava no gol em frente às arquibancadas, e  isso era delicioso. Eu me sentia como se nunca tivesse deixado de ver o Marcão ali, como se nunca tivesse deixado de ver aqueles craques todos jogarem. Era tudo tão familiar, que parecia ter sido na semana passada a última vez que eu os vira em campo.

Edmundo jogava fácil, naquele seu jeito Animal de ser… Clebão, impressionante,  parecia o mesmo de sempre… Paulo Nunes e Amaral também estavam jogando direitinho.  Rivaldo queria marcar gol no Santo de qualquer jeito;  levantou na área, tentou por cobertura do meio de campo (senta lá Rivaldo), bateu falta… mas Marcos estava Marcos, como sempre, e pegou tudo.

A árbitra, que entrou acenando para a torcida, como se fosse uma miss num concurso, teve a cara de pau de garfar o Palmeiras num jogo amistoso, de festa. Fez que não viu o pênalti de Cafu em Paulo Nunes.  Mas não teve o que fazer quando o Animal (contrata ele Tirone!) foi derrubado na área… PÊNALTI!!! Todo mundo pensou a mesma coisa. O Pacaembu era um grito só: Marcos, Marcos, Marcos… os amigos no campo também. Ele hesitava,  não queria ir. Diria mais tarde que achou que a torcida estava com saudade de ver o Evair bater pênalti. hahaha E então, os jogadores vieram buscá-lo. Evair o chamava de longe, Edmundo o empurrava… E nós enlouquecíamos na bancada com a possibilidade de ver o nosso amado Santo fazer um gol, justo no dia em que se despedia do futebol.

Quatro insistentes minutos depois, lá estava o Marcão na área, com o Ronaldo, brincalhão, dizendo em seu ouvido que ele ia errar… Os torcedores, de olhos grudados no campo, não conseguiam conter a ansiedade. Até as crianças estavam nervosas. NÓS ÍAMOS VER UM GOL DO MARCOS! O Dida que ousasse pegar, que eu matava ele! A respiração estava suspensa e o grito já estava na garganta, pronto! Roberto Carlos já comemorava, antes mesmo da cobrança.

E então, a juíza apitou, e o Santo cobrou com a maior categoria! Dida escolheu o canto e Marcão mandou no meio e no alto.

GOOOOOOOOOOL DO PALMEIRAS! GOOOOOOOOOOOOOOL DE MARCOS!! O Pacaembu veio abaixo! Os torcedores se olhavam incrédulos! Todo mundo se abraçava! Marcão pegando tudo e nos dando um gol de presente! Eu não sabia se estava chorando pela alegria de ter visto um gol do Santo ou por imaginar a felicidade dele, enquanto ele corria comemorando. Seus amigos em campo também estavam tão felizes quanto a gente e fizeram ele sumir num abraço gigante. E nós agradecíamos a São Marcos por mais uma graça recebida. Que festa linda! Digna da carreira e da pessoa de Marcos. Digna da Nação Alviverde que chorava de emoção.

Mas tinha mais! Edílson, Rivaldo, Ronaldo… todo mundo tentando, e o Marcão pegando tudo. A galera delirava! Edmundo fez jogada individual e bateu, Dida mandou pra escanteio, Cleber, na zaga, tirava todas (ele ainda cabe no nosso time, viu?)! Tudo como nos velhos tempos. E a máquina do tempo misturou 93 com 99 e nos presenteou com uma outra maravilha: Evair fez uma linda jogada, tocou pro Alex, que passou pra Edmundo; o Animal driblou o Cafu e achou Paulo Nunes na cara de Dida. E ele só teve o trabalho de mandar na rede! Coisa linda!! O coração, velho de guerra, se esparramava no peito, feliz…

No segundo tempo, Rivaldo continuava tentando, mas o Marcão nem aí, se esticava todo e mandava pra fora. E a gente matava a saudade do nosso baita goleiro e de todos os nossos craques. Euller, que continua o mesmo, invadiu a área e quase que Oséas marcou… Que coisa boa a gente poder ver tudo isso. E aí, o Marcão foi jogar de centroavante, e o Sérgio entrou em seu lugar.

Edílson, que cometeu o sacrilégio de tentar dar uma caneta no Divino Ademir da Guia (uma atitude vergonhosa e desrespeitosa como essa tinha que partir dele), sem respeito algum à grandeza de um jogador do quilate de Ademir, chamado de DIVINO, sem respeito algum aos bons anos a mais que ele tem,  diminuiu o placar. Euller quase fez o terceiro, mas Velloso, no lugar de Dida, fez uma baita defesa. Era parmera pra todo lado! E parmerada da mais alta qualidade! Aos 24′, Luizão empatou a partida.

E quem disse que não comemoraríamos a despedida do Santo no dia certo? Depois de uma contagem regressiva no telão, exatamente à meia noite, as luzes se apagaram, o telão nos avisou que era dia 12/12/2012, e Marcos foi para o meio do campo discursar e agradecer.

Confesso, esse momento foi difícil.  Ele agradeceu a Deus, aos seus pais, à sua família, aos seus treinadores e aos jogadores que estavam ali… e nos agradeceu também. Pediu para que a gente não se esqueça dele… como se isso fosse possível. Uns choravam disfarçadamente, outros choravam descaradamente. As lágrimas estavam nos olhos e nas faces da maioria das pessoas. Depois de um ano tão triste, tinha que ser o Santo para nos fazer chorar de emoção e alegria.

Marcos foi dar a sua última volta olímpica diante da Que Canta e Vibra junto com os filhos, num carrinho. E aí, meu coração se partiu de vez. Nem eu imaginei que fosse doer tanto vê-lo acenando em despedida e, como dizem por aí, chorei largada, copiosamente…  Um momento tão lindo e tão doído…

Mas, em meio àquela festa inesquecível, observando o Pacaembu lotado, observando aquela torcida linda, emocionada e tão orgulhosa, sentindo a energia tão intensa que havia no Pacaembu, eu tive certeza absoluta  que pode acontecer o que for ao Palmeiras, ele não perderá a sua grandeza jamais!

E na madrugada de 12/12/2012, a Nação, orgulhosa, foi dormir de olhos molhados e coração feliz…

E, hoje, me lembrando do pedido de Marcos para não nos esquecermos dele, eu o respondo: Isso só vai acontecer Marcão, no dia em que nos esquecermos de respirar.

PUTA QUE PARIU, É O MAIOR GOLEIRO DO BRASIL, MARCOS!