Eu não via a hora de chegar o sábado… Vinte dias sem Palmeiras em campo estava sendo um castigo. Não via a hora, também, de ver como estaria o time depois do período em que o Cuca pôde treiná-lo; ver se o time estaria veloz, se teria um esquema de jogo que funcionasse, se os jogadores estariam numa “vibe” diferente…
Tinha muito boas expectativas para o jogo, mas o Palmeiras me surpreendeu. Jogou fácil, sem tomar sustos, se impôs, pra valer, em seus domínios (sim, o adversário teve medo do Palmeiras) e deu o primeiro passo, dos 38 que precisará dar, rumo ao título.
O Allianz Parque estava lindo, cheio de gente (34 mil parmeras). As camisas mais maravilhosas do mundo desfilavam diante dos meus olhos. Todos os modelos atuais, alguns antigos também, estavam ali.
Não sei se foi por causa da saudade, da abstinência, mas deu um nó na garganta quando o Palmeiras, de camisa nova (linda), entrou em campo. Em alguns trechos do nosso “hino nacional” eu só mexi a boca, porque a voz tropeçou na garganta…
Iríamos ver o Palmeiras que Cuca imaginou para o Brasileirão. O lateral Tche Tche faria a sua estreia, Roger Guedes vinha de titular em lugar de Dudu, que ainda não estava apto pra jogo, Cleiton Xavier estava de volta… a torcida, com letras verdes em camisetas brancas, mandava o recado “Estamos juntos rumo ao título”. Título, que o técnico Cuca nos prometeu…
E só deu Palmeiras! Se compararmos os dois tempos de jogo, diremos que o primeiro – parte dele – foi mais equilibrado. Mas foi delicioso ver o Palmeiras jogar os 90 minutos sem sustos, com o Prass tranquilão, praticamente “de folga”; com Jesus, pra variar, levando muitas botinadas, desde os primeiros minutos de jogo; com Tche Tche e Jean trocando de posição em campo muitas vezes; com Cleiton Xavier fazendo uma bela partida; com a velocidade de Roger Guedes; com Barrios jogando bem; com Jesus, desculpe a heresia, matador…
O Palmeiras marcou muito bem o Atlético, que se viu obrigado a, muitas vezes, tentar com lançamentos mais longos (isso não funciona, e sabemos muito bem). E, quando tentou ficar com a posse de bola, sofreu com os contra ataques velozes do Palmeiras.
Achei que o juiz deixou os adversários baterem, e não gostei disso nem um pouco.
Mas não dava nem tempo de ficar com raiva… a alegria era a palavra do dia. Cleiton lançou Jesus, que desceu pela esquerda e cruzou na medida para Roger Guedes guardar. A bola ainda bateria em Thiago Heleno, mas, ao contrário do que disse a “press”, quem chutou mesmo foi o parmera.
Os adversários batiam um bocado, mas o juiz, que deixava de marcar muitas faltas cometidas pelo Atlético, resolveu dar um amarelo para… Barrios. E um amarelo totalmente “non-sense”.
Jean cruzou pra Jesus e ele foi atropelado na área pelo goleiro, levando uma cotovelada na cabeça e precisando de atendimento médico. Juizão não marcou nada. Como pode? Jesus à frente, e o goleiro Wewerton, tentando defender, chega por trás, dá uma cotovelada na cabeça dele, joga o corpo em cima dele o jogando no chão, e para o juiz não foi nada? Não há nenhuma regra que obrigue o jogador a se desmaterializar em campo para facilitar a defesa de um goleiro, né? Então…
Thiago Heleno levantou o pé no rosto de Roger Guedes e o juiz, não marcou nada (contra o Palmeiras pode tudo)… essas coisas dão raiva, precisam ser lembradas e ditas, porque, muitas vezes, atrapalham e prejudicam o jogo do time que o juiz deixa apanhar.
E o árbitro causou uma confusão em campo… Barrios foi atingido por trás por Paulo André; o juiz parou o jogo e sinalizou que daria amarelo para… Barrios (ele cismou com o parmera, né?)!! Seria o segundo, e ele teria que expulsar o palmeirense – por ter sofrido falta de Paulo André, vê se pode? Então, ele se tocou, ou foi avisado, do absurdo que ia fazer e, consertando a lambança, voltou atrás e deu (só) amarelo para o Paulo André – que deu um carrinho por trás em Barrios, quando ele teria chance clara de gol. O Atlético, na maior cara de pau, ainda ficou reclamando.
Mas o Palmeiras mandou na primeira etapa (Tche TChe fazia uma bela estreia), e muitos ataques verdes se seguiram até o juiz apitar o final do primeiro tempo.
Na segunda etapa, o Verdão voltou avassalador, veloz e determinado a aumentar o placar. Troca de passes em velocidade entre Cleiton, Jesus, Barrios, Cleiton (de novo), que cruzou na área pra Jesus guardar o segundo do Verdão. Que gol lindooooo! O décimo gol de Jesus na temporada. E com 22 segundos de jogo! Allianz explodia em festa.
O Palmeiras mostrava uma boa evolução era leve, rápido… Jesus estava impossível e, de cabeça, quase fez mais um; o goleiro conseguiu tirar. Um minuto depois, aos 7′, Cleiton Xavier cobrou escanteio e Thiago Martins, no primeiro pau e meio de costas pro gol, se antecipou, e de cabeça meteu a bola na rede pra fazer o terceiro do Palmeiras. A goleada se desenhava… e a torcida quase morria de felicidade.
Léo, que já tinha batido bastante nos parmeras o jogo todo, foi expulso por falta em Jesus. E, como se não tivesse feito nada, saiu dizendo que o árbitro era fraco (a press também diria que foi uma suposta falta)… Aham! E ainda ficou barato para o Paulo André, que já tinha amarelo, e também acertou Jesus…
Era Verdão e só Verdão em campo… Jean, quase… Roger Guedes, quase… O Atlético não sabia nem de qual caminhão de mudança tinha caído.
Cuca substituiu Cleiton Xavier (que pedira substituição) por Moisés, depois Barrios por Alecsandro.
As chances verdes se mutiplicavam… a torcida fazia festa em lateral, ataque, desarme… era só alegria no Allianz, e todos sabiam que ia sair mais gol.
Rafa Marques entrou no lugar de Roger Guedes. E foi ele, Rafa, que uns minutinhos depois, aos 41′, enfiou uma bola pra Gabriel Jesus dominar com estilo, entrar na área, fuzilar o goleiro, marcar o seu segundo gol e o quarto do Verdão. E Jesus saiu “atirando pra todo lado” na comemoração. Coisa linda esse menino!
E o jogo terminou assim… 4 x 0 pro dono da casa para alegria imensa de sua torcida.
Foi só o primeiro passo, de 38 que teremos que dar em busca do título. Sabemos que nem tudo serão flores em nosso caminho (nunca é, pra nenhum time), no entanto, num campeonato de pontos corridos, é preciso ter regularidade. Que o Palmeiras sabe jogar, e bem, eu sei, eu vi nessa rodada (e não foi por acaso) mas o time precisa encaixar e fazer com que passe a ser rotina goleadas como essa, vitórias tranquilas como essa, um adversário com medo do Palmeiras, como foi o Atlético-PR.
Vamos em frente, Verdão! Temos um título a conquistar!