Palmeiras quita dívida com Paulo Nobre sete anos antes do prazo previsto, que era de mais ou menos dez anos.
Assim como Paulo Nobre honrou os compromissos do clube, Maurício Galiotte faz o mesmo agora em relação às dívidas do Palmeiras.
Considerando ativos repassados em direitos de atletas, o Palmeiras tinha uma dívida de quase R$ 200 milhões com o nosso ex-presidente – ele tem ainda tem valores a receber pelos direitos econômicos de Allione, Róger Guedes, Tobio e Mouche, jogadores que ajudou a contratar.
A dívida financeira está paga, mas a dívida de gratidão e amor por tudo o que Paulo Nobre fez/trouxe de bom ao Palmeiras, nenhum palmeirense conseguirá pagar.
Claro que o dinheiro que Paulo Nobre colocou no clube foi importante – pegou o clube falido pelas más administrações de presidentes anteriores a ele -; claro que os juros abaixo dos valores de mercado, que o clube teria que pagar a ele, também foram importantes; claro que ele ter estipulado que o clube pagaria sempre 10% das receitas, foi importante (se arrecadasse muito dinheiro pagaria mais; se arrecadasse pouco, pagaria menos), não trouxe dificuldades ao clube para que os pagamentos fossem feitos; claro que ele ter comprado alguns jogadores com o seu próprio dinheiro (o lucro de uma possível negociação desses jogadores ficaria para o Palmeiras) foi importante… mas a gestão Paulo Nobre foi muito mais do que isso, né?
Foi transparente, séria, profissional, com mão de ferro, reestruturando o clube em todos os seus “alicerces”, além das palavras e discursos, priorizando o Palmeiras, de verdade, muito além das palavras.
PN bateu de frente com quem tinha que bater, defendeu o Palmeiras dentro das alamedas e fora delas também. Segurou todos os rojões de algumas atitudes – necessárias, importantes – que precisou tomar. Passou dois anos sendo apedrejado, diariamente, por muitas pessoas (que hoje parecem felizinhas, algumas até fazem parte do aviãozinho da alegria), enquanto reestruturava o clube, enquanto tirava o Palmeiras do buraco onde seus antecessores e um bando de aproveitadores o tinham enfiado. Bancou o clube sem patrocinador, enquanto não aparecia nenhum contrato à altura do que ele queria para o Palmeiras, do que ele achava que o Palmeiras merecia… trouxe a Crefisa… contratou profissionais para cuidar do Depto de Futebol… tornou o Avanti um sucesso… fez a TV Palmeiras passar a ser a TV mais assistida pelos palmeirenses… Foi Paulo Nobre quem idealizou e conseguiu que parte da Rua Turiaçu (a nossa parte, a parte do Palestra) passasse a se chamar Rua Palestra Itália…
Paulo Nobre blindou a Academia e, por consequência, blindou e protegeu o elenco; participou ativamente do futebol… Ele acabou com o Palmeiras B, um grande ralo por onde escoava dinheiro palestrino – ele acabaria com outros ralos também; acabou com o vazamento de notícias; zelou pelo bom ambiente dentro elenco… homenageou os ídolos de gloriosos tempos… Homenageou Marcos, Oberdan Cattani e Dudu com bustos no Palestra Italia…Torceu, brigou, se emocionou, foi intransigente algumas vezes, traçou objetivos para o clube e os perseguiu com determinação e arcando com todas as consequências dessa determinação… bateu na mesa na hora que tinha que bater, proibiu jogadores de irem ao programa dos que não respeitavam o clube – foi o exemplo para os jogadores de qual era o espírito que ele queria no elenco -, construiu o Centro de Excelência; criou as condições para a conquista da Copa do Brasil e a do eneacampeonato brasileiro, para a contratação dos profissionais que nos ajudaram a conquistar esses títulos… nos deu momentos maravilhosos… e deixou a casa arrumadinha para o seu substituto dar continuidade ao trabalho e buscar novas conquistas.
E não podemos nos esquecer, se hoje as bilheterias do Allianz, cheio de torcedores em todos os jogos, trazem ao clube ótimas receitas, de valores maiores do que qualquer patrocínio máster no Brasil, devemos isso a Paulo Nobre também, foi ele que comprou uma briga ferrenha, longa, que saiu em defesa do clube e não permitiu que a construtora, apoiada por alguns “palmeirenses”, e se valendo de uma brecha no contrato, ficasse com as nossas cadeiras, ficasse com as cadeiras que, desde o início da reforma, eram da Sociedade Esportiva Palmeiras. Essa, sem dúvida nenhuma, foi uma das maiores conquistas da gestão Paulo Nobre.
Resumindo, aquele menino apaixonado pelo clube, frequentador das arquibancadas do Palestra, que defendia o Palmeiras contra os que não cuidavam bem dele, que participou de protesto carregando um caixão simbólico de Brício Pompeu de Toledo, o presidente da época… aquele menino sonhador, e que um dia sonhou ser presidente do Palmeiras, realizou o seu sonho em alto estilo – graças a Deus. Paulo Nobre administrou e cuidou do Palmeiras com profissionalismo, seriedade e amor (amor de uma vida toda)… resgatou o orgulho, o respeito, trouxe o Palmeiras de volta, reergueu o gigante e o colocou no alto… de onde ele nunca deveria ter saído.
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A dívida, em dinheiro, está paga. Mas a dívida de todo o bem que Paulo Nobre nos fez, as outras coisas todas, os momentos inesquecíveis, nós só vamos poder lhe agradecer – todos os dias -, mas nunca conseguiremos lhe pagar. Se hoje o Palmeiras é outro, nós devemos isso a ele. A nossa dívida com ele é de gratidão, e é pra sempre.
Obrigada por tudo, Nobrão da Massa, e que Deus o abençoe.