“Oh, as long as I know how to love
I know I’ll stay alive!
And I’ve got all my life to live.
And I’ve got all my love to give.
And I’ll survive. I will survive!” 

Cristaldo, gol Palmeiras x Criciúma (Foto: Marcos Ribolli)

Era jogo de seis pontos!! Grazie Dio que ganhamos. 

Ah, mas o Criciúma é fraco”. É benhê, mas teve time “badalado”, eternamente beneficiado pelo Apito Amigo – nesta mesma rodada, por exemplo -, que não ganhou do Criciúma, né?”.

O Pacaembu não lotou, mas tinha um público considerável para uma partida realizada numa quarta-feira, às 19h30, e na cidade de São Paulo: quase 19 mil torcedores estavam lá – o terceiro melhor público de todos os jogos realizados na quarta.

Por causa do horário, havia grandes filas para entrar – até mesmo na entrada dos avantis -, e tinha tanta gente, que conseguimos chegar na bancada quando o jogo já tinha começado.

Até a lua, brilhante, maravilhosa, espiava o Palmeiras lá do alto…

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A torcida, plenamente consciente da importância do seu apoio neste momento do time, não parava de cantar… Linda!

E o Criciúma veio de João Victor (aquele), Paulo Baier, o “presente de Natal” que Palaia nos deu um dia, e Luís Felipe, o ‘moço do Benfica’ – fez tudo aquilo para ir parar, com todo o respeito, no Criciúma? Que coisa! E não tá jogando nada.

Muito embora os dois times disputassem bravamente os espaços, as jogadas, o jogo em si era mixuruca, muitos erros de passes, muitas jogadas que não davam em nada… a parte técnica era sofrível. Mas o Palmeiras fez uma jogada linda com Juninho e Diogo, que entrou na área e tocou no meio para Leandro, na cara do goleiro, chutar… fraquinho (precisamos encontrar uma forma de ajudar Leandro a reagir também, saber jogar ele sabe, já nos mostrou isso).

E cisca daqui, cisca dali (o Palmeiras sofre com a falta de um bom armador), e nada acontecia; o Criciúma, por sua vez, fazia cera, enrolava, esperando uma oportunidade de um contra ataque. E foi numa cobrança de falta que eles nos assustaram, mas o Fábio voou na bola e fez uma defesa espetacular.

E então…  com dores na coxa, Tobio deixou o jogo. Ô fase madrasta! Com Lúcio e Wellington no DM, Dorival mandou Marcelo Oliveira pra zaga e chamou Eguren para o seu lugar.

O Criciúma queria se defender, o Palmeiras queria ganhar, e até conseguia fazer algumas jogadas, mas faltava alguém acertar aquela última bola. Leandro, que não se saía nada bem na cara do gol, fazia uns cruzamentos interessantes, mas lá na área alguém sempre os desperdiçava.

A torcida não parava de cantar, mas estava impaciente com o jogo fraco, com tantos “quases” que não davam em nada, com tanta bola que ia pro ataque e que acabava voltando para a defesa,  com tanta vontade de ver o time vencer…

Eu não gostava nada do jogo, mas meu coração estava tranquilo… eu acreditava que iríamos vencer. Não sei porque, olhava o Dorival lá na frente do banco, de azul, e pensava: Ele vai sair com a vitória daqui.

Veio a segunda etapa, e tinha que ser naqueles 45 minutos ou nunca. Dorival sacou o contestado Leandro e colocou Felipe Menezes. Eu preferiria o Cristaldo, mas até entendi a intenção de Dorival de ter alguém que pudesse armar o jogo (pena que ele não fez isso em campo).

O Criciúma, vendo que o Palmeiras não chegava mesmo com grande perigo, começou a se atrever um pouco mais; o Palmeiras, por sua vez, parecendo pressionado pelo gol que não saía, e pelo adversário mais presente em seus domínios, errava ainda mais passes, perdia mais vezes a bola – temos que ter muita paciência, a fase é ingrata e, por mais que queiramos ver o time jogando bem, temos que “contar as nossas bençãos” e todo e qualquer pontinho que pudermos fazer.

No meio daquele nada que nos irritava, a boa atuação de Victorino não passava despercebida, nem a de Diogo, que quase fez um gol, nem as importantes defesas do Fábio… apesar de nossos maiores problemas esbarrarem na falta de criação, a finalização também nos incomoda muito e, talvez por isso, nós estávamos doidos para ver Cristaldo em campo. E Dorival atendeu as nossas preces, chamou o argentino para o lugar de Juninho.

O Criciúma enrolava como ele só… E eu queria só ver os seus jogadores começarem a correr feitos uns desesperados quando o Palmeiras marcasse. E ele ia marcar!

Eguren, parecendo atacante, chutou da entrada da área e a bola passou perto… pouco depois, Weldinho cruzou para a área e Eguren quase fez de cabeça… a bola passou perto de novo e Eguren  se desesperava em campo por não ter guardado…

Corríamos contra o tempo… o nervosismo do Palmeiras  era visível, a impaciência da torcida também. Mas, nem por isso ela deixava de cantar. O coração palestrino só em compasso de espera… o grito na garganta, só esperando para ganhar os ares… FORÇA, VERDÃO!

O Coritiba ganhava o seu jogo, o Palmeiras tinha que ganhar o dele de qualquer jeito para não ser ultrapassado na tabela. A angústia no peito do torcedor fazia “arder” o Pacaembu, que pegava fogo, de novo… “Porco, e dá-lhe, dá-lhe Porcoooo, e dá-lhe, dá-lhe Porcoooo, razão da minha vida”, a todo volume.  A torcida chamava o gol. Emocionante! A lua, como se torcesse também, brilhava ainda mais…

E então, aos 36′, a bola saiu da nossa defesa e encontrou Diogo; ele, de cabeça, mandou a bola pra frente para Henrique; ela pingou no chão, Henrique, vendo Cristaldo no lance, deu uma protegida… quase vinte mil pares de olhos grudados em campo, quase vinte milhões de corações batendo no peito de Cristaldo quando ele, rápido, ganhou a bola do zagueiro, girou para encontrá-la à sua frente, e, de pé direito,  fazê-la morrer nas redes do Criciúma. O Pacaembu explodiu no grito de gol, o gol argentino do Palmeiras!

E com que emoção CR9 comemorou! E que lindo foi ver o “racha” que há os entre brasileiros e estrangeiros do time…  eu chorava de emoção na bancada…

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Marcelo Oliveira, sem poder ser substituído, jogava machucado, o Palmeiras fechava todas as portas para o time que tanta cera fizera durante o jogo – depois do gol eles resolveram correr.  E, ainda assim, fechadinho, poderia ter marcado o segundo com Henrique, que recebeu cruzamento de Cristaldo, mas chutou por cima do gol escancarado, e com o próprio Cristaldo, que recebeu um passe na medida, mas mandou pra fora.

Mas nada mais importava… A vitória, tão importante neste momento, e tão desejada por nós, tinha chegado (esse sangue de Dudu tem poder). A torcida, que gritara o nome do nosso camisa 9, saía do estádio mais leve, mais feliz… e a lua, que agora era de “cristal… do” , estava ainda mais linda no céu…

Estamos vivos! Muchas Gracias, Cristaldo!