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Desci na estação Mal. Deodoro e a chuva, que já fazia um tempinho que tinha parado, recomeçou… Fraquinha, a principio, que me permitia ir caminhando numa boa. Mas começou a apertar e tive que pegar a capa que trazia na bolsa. E foi só eu pôr a capa que a chuva não se fez de rogada e começou a cair mais forte…

Eu olhava pra baixo pra não entrar água pelo capuz e, na noite molhada, caminhava o mais rápido que podia… a água escorrendo no meu rosto, nas minhas mãos, molhando a barra da minha calça e os meus tênis… As luzes da rua e dos faróis dos carros faziam a calçada brilhar… e ao iluminar a água nas pedras do calçamento, fazia parecer que vários pontos acesos estavam no caminho… Do outro lado da rua, a caminhada, ininterrupta, de dezenas (centenas?) de estranhos seres vestindo verde e branco e  envoltos em plástico… Todo mundo tinha pressa…  todo mundo queria se livrar da chuva que caía sem parar, todo mundo queria chegar logo… e todo mundo, como se fosse para uma festa, parecia ter o semblante feliz…

Pensamentos tão diversos e confusos povoavam a minha cabeça… Mas um deles persistia… Semifinal do Paulistão… a partida da volta contra o Santos, valendo vaga na final… naquele momento, ali, na rua, eu parecia meio anestesiada, como se soubesse que o final acabaria sendo feliz pra mim.

Dentro da capa o calor era insuportável, e o Pacaembu parecia ainda tão longe… Água, água e mais água… ela era a dona da noite…

Tínhamos a vantagem de uma vitória por 1 x 0 sobre o rival conquistada na primeira partida;  e, vantagem, seja ela qual for, é sempre uma coisa boa. Mas era uma vantagem pequena, sabíamos disso. As nuvens carregadas choviam sobre as poças d’água na rua e na calçada… choviam sobre os apressados seres envoltos em plástico…

A praça do Pacaembu estava repleta de torcedores, as barracas de comida e bebida estavam cheias de pessoas espremidas no espaço coberto… Meus amigos já estavam lá dentro do estádio. E mesmo com todo mundo parecendo igual  no uniforme das capas de chuva, consegui encontrá-los facilmente. O jogo logo começaria…

Times em campo, chuva chovendo… e o  nosso hino… “Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras…” quase 37 mil vozes cantavam o hino nacional à moda palestrina. A chuva não dava uma trégua…

O jogo teve início… Se, pela escalação, o Santos parecia que seria bem ofensivo, na hora do jogo ele fez o oposto, ficou mais atrás, esperando o Palmeiras, esperando um erro nosso, e cometendo muitas faltas também –  algumas, no decorrer da partida, seriam bastante desleais, e não receberiam a punição devida.

Nos primeiros minutos de jogo, o Palmeiras era melhor. Foi avançando e já trocava passes no campo do Santos… Keno já aparecera com perigo depois de um lançamento de Felipe Melo… Parecia tudo tranquilo. No entanto, aos 13′, numa vacilada  enorme nossa, e muito por causa dela, na primeira descida santista no jogo os adversários abriram o placar. Sasha, sem marcação alguma, recebeu tranquilamente um cruzamento que veio da direita e cabeceou pro gol, sem que Jaílson pudesse fazer alguma coisa.

Quase nem deu tempo de ficarmos contrariados… Três minutos depois, Tchê Tchê, batendo lateral, mandou a bola lá na área, Pitbull tentou interceptar, a bola bateu no zagueiro e sobrou para Bruno Henrique, na entrada da área, mandar um canudo pro fundo do gol. O Pacaembu quase veio abaixo no grito de gol… Ufa! Voltava tudo ao normal.

O jogo esquentou com esse empate – o Santos sentiu o gol tomado – e o Palmeiras passou a ter mais posse de bola ainda. Ao Santos cabia ficar mais na defesa esperando o Palmeiras… os dois times marcavam muito e no meio-campo o jogo ficava mais truncado, não fluía…

Cabeçada de Thiago Martins… Tabela de Victor Luís e Keno… Troca de passes entre Lucas Lima, Bruno Henrique, Keno, e quase que o Pitbull faz…

O Palmeiras marcava mais a saída de bola e o Santos se complicava perdendo a posse várias vezes… Dudu recebeu no ataque, achou Felipe Melo, e ele arriscou, de longe, e a bola passou raspando a trave…

Os palmeirenses sofriam muitas faltas, e o juiz relevava muitas delas… O Santos, ainda que tivesse muitos atacantes no time, não jogava um futebol muito ofensivo (Gabinongol era uma nulidade), procurava fechar os espaços e esperar o Palmeiras ir pra cima…

Mas, aos 39′, uma outra bobeada do Palmeiras e tomamos o segundo gol. Os santistas tiveram seu mérito pela jogada, claro, mas eles eram 3 na área, e o Palmeiras tinha 6 jogadores ali… Alguns jogadores nossos reclamaram impedimento – eu também pensei que tinha havido alguma coisa errada -, mas o gol foi legal.

O Santos abusava de entradas duras que, no máximo, geravam algum amarelo – no tranco de Gabinongol em Lucas Lima, por exemplo, por trás, sem bola, e na frente do árbitro, nada foi marcado…

 

 

Na mão de Lucas Veríssimo, deixada na cara do mesmo Lucas Lima, o cartão foi amarelo…

Bruno Henrique bateu falta e o goleiro santista fez uma defesaça.

Dudu achou Keno na entrada da área. Ele tentava o giro quando David Braz, esquecendo a bola entrou de sola, no palmeirense. O árbitro… nada marcou, e tinha que ter dado um vermelhinho para o zagueiro santista…

(Estou sem Photoscape e fotografei as imagens abaixo. Dá pra ver mesmo assim. Logo, elas serão substituídas por imagens melhores)

David Braz esqueceu a bola, foi de sola (foi pra quebrar), no tornozelo de Keno, entrou rasgando na perna que servia de apoio ao palmeirense (e qual é o jogador que não sabe o estrago que isso pode causar?). A entrada dura, desleal, acabou numa tesoura… e o árbitro deixou passar tudo isso.


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Que “sorte” teve o Palmeiras no jogo, não?

Victor Luís cobrou uma outra falta, chutou forte, rasteiro, e o goleiro santista teve que fazer outra boa defesa…

Gabigol, que não jogava nada, deu um golpe em Bruno Henrique, sem bola, na cara do bandeira… e ficou por isso mesmo. Imagina o Felipe Melo fazendo qualquer uma dessas faltinhas aí?

Só deu Palmeiras nos últimos minutos do primeiro tempo, mas o gol não saiu…

A água continuava a cair… a noite parecia estranha… o Palmeiras pecando nas suas finalizações – poderia ter matado o jogo no primeiro tempo – e perdendo para um time que desceu apenas duas vezes e fez dois gols, o árbitro sendo conivente com a deslealdade de alguns santistas…

No segundo tempo, o Palmeiras ia pra cima, mas parecia nervoso, querendo resolver de todo jeito,  e também parecia pilhado pelas muitas faltas que sofria e o árbitro deixava pra lá… e essa “pilha” só era boa para o adversário.

Não sei se por causa da chuva, ou se porque Lucas Lima precisava ser mais criativo, mas o Palmeiras insistia nos cruzamentos, nas bolas altas, voltava muitas bolas para Jaílson… não me parecia nada produtivo isso. Somos melhores com bola no chão. Sem contar que, nervoso, o time errava muitos passes. As atuações palestrinas, quase como um todo, deixavam a desejar… mas nem por isso o time deixava de buscar o gol de empate que garantiria a classificação do Palmeiras na final.

O tempo ia passando… a chuva nos castigava… mas a tensão nos castigava ainda mais…  Roger já tinha colocado Guerra, Deyverson e Moisés no time…

Dudu levou um pontapé (mais um)… e o árbitro só no amarelinho…

Dudu cobrou uma falta, o goleiro santista saiu de soco na bola, ela sobrou pra Keno, que fez o corte e chutou, mas ela foi pra fora…

Eu resolvera tirar da cabeça o capuz, e estava encharcada, com a roupa toda molhada, as meias molhadas também… mas nem sentia mais o desconforto… o coração, ansioso, tentava adivinhar o final daquela noite…

O segundo tempo acabou e teríamos os famigerados pênaltis… O Pacaembu gritava: Jaílson! Jaílson! Jaílson! Mesmo sabendo do absurdo potencial de Jaílson, não tive como não me lembrar de Prass – lá no campo, ele parecia falar algo ao grupo – e daquela semifinal e final de Copa do Brasil… Lá íamos nós outra vez…

Parece incrível, mas quase sempre sei quem vai, e se vai, errar a cobrança, por isso, não vejo as cobranças do Palmeiras nunca, para não contaminar meu coração com alguma coisa negativa…

Eu ouvia o nome de quem ia bater ser gritado e rezava por ele, torcia por ele… e, olhando para o céu, ficava esperando só pelo grito da minha torcida…

Dudu (Capricha, Duduzinho! lindo!)… GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

O sardinha, que se acha o último anel de Saturno (aham), converteu o dele…

Tchê Tchê (No fundo da rede, Tche Tchezinho) … GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

E, então, lembrando de todas as dificuldades que Jaílson enfrentara na carreira, e de como tudo mudara ´pra melhor quando ele foi contratado pelo Verdão, decidi que veria as cobranças santistas, porque Jaílson ia pegar… Parecia tão óbvio que ele ia pegar algum… ele merecia esse momento. A chuva molhava meu rosto, algumas lágrimas molhavam meu rosto… meu coração tinha certeza agora… a vaga seria nossa.

Gian Motta marcou para o Santos…

Victor Luís (Pra guardar, Victor Luís!)… GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

Jaílson foi pro gol…  a cobrança seria de Diogo Vítor (“Pega, Jaílson, pega, Jaílson!! Você vai pegar!!”)…   DEFENDEEEEEEEEEEEEEEU, JAÍLSOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOON!!!

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,Resultado de imagem para Palmeiras x Santos 2018 penaltis

Deus do céu… ali, na bancada cheia de água, castigados pela chuva incessante, os encharcados seres envoltos em plástico enlouqueceram… e gritaram muito, e se abraçaram muito…

A tensão aumentava conforme as cobranças iam chegando ao final…

Moisés (“Capricha, Moisés. Guarda essa, profeta!”)… GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

Arthur Gomes converteu o dele… e Jaílson tinha acertado o canto… quase….

Última cobrança para o Palmeiras…bastava acertar e a vaga seria nossa… O torcedor gritava o nome de Guerra…

Guerra foi pra marca da cal (Guarda, Guerra! Guarda!!)… Ninguém ousava respirar no Pacaembu… nossos olhos dentro de campo… nossos corações também… GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL !!

A respiração, que estivera suspensa, se fartou de ar… o Pacaembu explodiu no grito de gol… os jogadores corriam alucinados em direção de Jaílson… os reservas corriam para o campo… Roger comemorava muito… os seres envoltos em plástico, inundados de água, lágrimas e alegria, se embriagavam com aquele momento… alguns deles choravam convulsivamente… nada mais nos importava aquela noite… o mundo todo era verde… nós éramos os verdadeiros donos da noite.

Tche Tchezinho lindo chorava lá no campo… Jailsão da Massa, nosso anjo da guarda, festejadíssimo, chorava também…

Saíramos de uma grande batalha… Estávamos todos vivos, exaustos, mais fortes e mais unidos do que nunca, encharcados de felicidade… e na final!

Grazie, Dio!! Grazie, Palmeiras!!

E vamos em frente, que a guerra ainda não acabou…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nada funcionou na partida diante do Rio Claro (era rio, mesmo!). Prá começar, o estádio e o gramado eram péssimos. Chovia muito e as poças d’água pareciam jogar também. Uma hora a favor, outra, contra o Palmeiras. Sem contar que parecia um circo, com arquibancadas improvisadas. Os vestiários do Palmeiras estavam alagados!! San Genaro tava de colete salva-vidas. A   Federação Paulista, que nos enche o saco a cada vez que queremos mandar um clássico no Palestra, é a mesma que habilita e aprova um estádio como esse? Eu, hein? Um time grande não pode ir ao Palestra, mas pode ir jogar na “casa” do Rio Claro?

Mas a chuva é democrática, dirão alguns. Choveu para os dois times. As dificuldades também foram para os dois. Talvez o Rio Claro tenha levado vantagem, por não ser uma equipe técnica e sempre treinar ali, mas  a verdade é que o Palmeiras não jogou nadinha… do que esperávamos. E, ao me lembrar disso, me lembro também que NÃO TEMOS TIME E NEM TÉCNICO DE POLO AQUÁTICO… Culpa da diretoria, rsrsrs

Começo de partida e o Palmeiras, sem Pierre, veio pressionando. Com 4 minutos,Diego recuperou uma bola no meio de campo e lançou Robert que, ganhou na dividida, e bateu cruzado. Aos 7′, Lenny recebeu na área, quase embaixo da trave e, por estar de costas, tentou de calcanhar, mas a zaga tirou. Aos 25′, Wendel cruzou para Robert cabecear à “queima roupa” e o goleiro fazer uma defesaça. Aos 29′, Souza mandou um canhão que acertou o travessão e, no rebote, Cleiton isolou a bola. Até então, Marcos tinha feito apenas uma grande defesa.O Palmeiras era mais perigoso, mas não tinha ainda conseguido se adaptar às condições do gramado. E um gramado naquele estado, é lógico que beneficia o time menos técnico. Aos 34′, demos um vacilo. Osni foi lançado; Souza perdeu o tempo de bola e a jogada, Osni bateu forte e marcou. Eu achei que Marcos poderia ter defendido. Mas acho que, com aquela água toda, mesmo as defesas mais fáceis se tornam difíceis.

Eu bem que acreditava na virada no segundo tempo, mas lá no fundo, sabia que ia ser um ‘parto’ o restante da partida… Ao Palmeiras restariam as jogadas aéreas, uma vez que, pelo chão, não ia dar. E não somos muito produtivos nesse tipo de jogada. Tivemos a prova, nos tempos de Muricy e sua única jogada. Na ‘lagoa’ de Rio Claro, as nossas cobranças de faltas eram todas desperdiçadas. Compreendo que Zago queira um time que toque com rapidez e jogue com a bola no chão, mas ouvi-lo dizer que não treinou ainda a tal “bola parada”, me assusta. Quero crer que tenha sido apenas pela falta de tempo, porque nem sempre as condições nos serão favoráveis, né belo?

No segundo tempo, o Palmeiras veio desatento, e por pouco o dono da casa não ampliou o placar no primeiro minuto. Marcos salvou com um ‘milagre’. Aos 5, Lenny, por puro capricho da bola, não igualou. A “mardita” passou raspando a trave… Zago chamou Ivo e Marquinhos, para a saída de Souza e Lenny. Mas a coisa não ia… Para se jogar nas condições que encontramos em Rio Claro, é preciso muita determinação, vontade e, sobretudo, criatividade. E isso nos faltou… Diego (principalmente) e Cleiton, de quem sempre esperamos mais, deixaram muito a desejar. Como o resultado não vinha, o desânimo, a apatia e os erros (a mim parecia que fosse assim) tomavam conta do time. E o Rio Claro tratou de suportar a pressão de um Palmeiras  que   queria, sim, empatar, mas errava muito. Zago ainda tentou Willian em lugar de Wendel, mas continuávamos apenas no “quaaaase”… 45′, e Robert cabeceou pro gol, mas o goleiro Sidney faz a defesa. E terminou assim. O Palmeiras conseguiu a façanha de perder do Rio Claro. Que m….!!!

Foi só a chuva e o gramado ruim, os responsáveis? Eu acredito que não. Com todos os problemas, ainda assim, somos, ou deveríamos ter sido, melhores que o lanterna do campeonato. Mas temos  muitas coisas a acertar, muitos fundamentos a treinar. A equipe não está pronta, como equivocadamente afirma Cipullo. Temos um bom time, mas precisamos de um bom elenco, também. Já vimos o “filme” de não termos um banco à altura do time e não queremos ver de novo. Mas, da mesma forma que a vitória contra os bambis não ofuscou os problemas que ainda temos, essa derrota para o lanterna do campeonato, não é parâmetro para dizermos que está tudo perdido. Pelo contrário, estamos caminhando, e o trabalho do Zago, apenas começando. A classificação é difícil, sim. O próximo jogo é contra o embalado Santo André. Eu sei que estamos muito mais próximos da parte de baixo da tabela do que da de cima. Tenso! Mas, com 24 pontos a disputar, ainda não é hora de jogarmos a toalha, né Zago? Né diretoria? Sem esse papinho furado que já estamos ouvindo por aí…  Tem que buscar até o fim!! AQUI É PALMEIRAS, PORRA!

Não sei você, amigo leitor, mas eu não desisti… E vou continuar ‘jogando junto’ com Zago e os nossos rapazes. Tô botando fé no trabalho que está sendo feito e vou ‘pagar’ prá ver.

FORÇA, VERDÃO!!! ESTAMOS JUNTOS NESSA!!