Pronto! Acabou a espera, acabou a ansiedade, os “periquitos” voando no estômago… acabaram as contas, os adversários nos secando… as notícias venenosas… acabaram as rezas, as promessas, o “vestir a camisa da sorte”… Dois anos depois de termos conquistado o enea, ganhamos mais um brasileirão! O Palmeiras é, pela décima vez, campeão brasileiro!! Sim, o nosso tão esperado decacampeonato brasileiro chegou… e consolidou ainda mais o Palmeiras como o  #MA10RDOBRASIL.

É CAMPEÃO, PARMERADA! VAMOS COMEMORAR!!

Agora, é o momento do coração explodir de alegria, de extravasarmos… de curtirmos essa maravilha de campanha que o Palmeiras fez no Brasileirão… é hora de saborearmos as delícias de mais um título – legítimo – que conquistamos… de revermos os lances, as partidas, as defesas, os gols, as declarações dos jogadores, a festa da parmerada pelo país e pelo mundo… hora de festejarmos, muito, nossos craques, nossos guerreiros, de revivermos as façanhas de Duduzinho (o melhor jogador do Brasil) e Cia…

É hora de parabenizarmos Felipão pela sua maravilhosa volta por cima… é hora de o agradecermos pela união do grupo, pela maturidade, pelos dois times que ele montou (só ele teve essa sacada)… Hora de agradecermos ao comandante e aos comandados pela melhor defesa do campeonato, pelo melhor ataque, a maior invencibilidade da história do Brasileirão de pontos corridos, pelo maior número de vitórias e o menor número de derrotas, pela maior sequencia de vitórias em casa,  pelo Palmeiras melhor mandante, melhor visitante… pela campanha tão tranquila no maior campeonato do país…

É hora de agradecermos a Deus por sermos Palmeiras e pela felicidade que estamos sentindo… é hora da alegria maior de todas,  hora das lágrimas de felicidade… da emoção que não cabe no peito… hora do orgulho imenso que sentimos pelo nosso time… hora de amigos, de abraços, de cerveja gelada, de vinho, de pizza e de muitas risadas… de Rua Palestra Italia lotada… de planos para a última e tão festiva partida, que acontecerá daqui a uma semana…

Mas é hora também de reconhecermos que foi tranquilo, que, no fundo, todos sabíamos, até mesmo os mais desesperados de nós, os que enxergam um furacão num mero balançar de bandeiras e reclamam como loucos por qualquer coisinha errada, por qualquer lateral perdido, passe errado, cruzamento que não deu certo… os palmeirenses todos sabiam… ESSE TÍTULO ERA DO PALMEIRAS, ERA NOSSO, E NÃO ERA DE HOJE, NÉ?

PARABÉNS, PALMEIRAS! Sua família, orgulhosa, feliz e emocionada, te abraça!! O Brasil é verde!! #QuemTemMaisTem10 

(Amanhã, eu escreverei sobre o jogo, sobre a nossa campanha… tá?)

PalmeirasTricampeão-PrassMonstro

“O amor conquista todas as coisas” – Cícero

Só agora estou voltando ao normal, arrebatada que fui por tanto encantamento… Só agora consigo falar a respeito do sonho, no qual entrei Prass nunca mais sair…

Aqueles que não conhecem os caminhos retos para se conquistar objetivos – campeonatos, por exemplo -, os que não sabem o que é caminhar com as próprias pernas, os que não têm história, jamais entenderão a magnitude desse momento do Palmeiras…

Era mais que um título, era mais que a Copa do Brasil… era mais do que a primeira volta olímpica da história do Allianz Parque… era mais do que ter chegado à final tendo que vencer adversários e arbitragens durante todo o campeonato… era mais do que viver um momento de prosperidade, de salários em dia, de casa sempre cheia… mais do que começar a colher os frutos da reconstrução do Palmeiras… era mais do que calar a empáfia e a dissimulação do adversário final… era mais do que poder desdizer os jornaleiros e seus prognósticos ridículos, mais do que fazer a imprensa engolir as suas chacotas, piadinhas, seu desdém… era mais do que mostrar a força do time que a imprensa insistia em fazer desacreditado…  era mais  do que mudar o fato de que em 40 anos só outros dois técnicos ganharam títulos aqui…  era tudo isso junto, era justiça, era uma questão de ser Palmeiras,  era(é) o resgate de um Gigante, que estava prestes a escrever mais uma linda página da sua gloriosa história…

Como foi difícil atravessar a noite e o dia que antecederam a final da Copa do Brasil…

Um certo passado, ainda recente, nos fazia ficar apreensivos; a razão, no entanto, nos lembrava que o adversário, que só nos vencera na primeira partida com a ajuda do árbitro, não era tudo aquilo que diziam dele; e o coração, ah, o coração… ele, que nunca erra, fazia os palpites palestrinos serem os melhores possíveis…

Por mais que eu tivesse imaginado mil vezes o final da noite do dia 02/12, não pensei que ele seria tão espetacular, tão épico, tão Palmeiras…

Desde que saí da minha casa, os palmeirenses pelo caminho eram incontáveis. Nas proximidades do Allianz, eram milhares, e traziam no rosto aquela ansiedade e  brilho nos olhos de quem está indo para uma grande festa.

A Rua Palestra Itália estava uma loucura! Entupida de gente… Muitas luzes de sinalizadores,  fogos, que espocavam sem parar… risos, alegria, ansiedade… todo mundo sabendo que a realização do nosso sonho já tivera o seu início…

PalmeirasTricampeão-RuaPalestraItalia

No entorno do Allianz, o ambiente era mágico, surreal. Nunca tinha visto nada igual, não daquele jeito. Era como se estivéssemos dentro de um sonho, numa outra dimensão, de luzes e névoa…

PalmeirasTricampeão-Matarazzo PalmeirasTricampeão-EntradaAllianz

40 mil pessoas no Allianz… Do lado de fora, na Palestra Italia/Turiaçu e arredores, outras 40 mil, se não mais, acompanhariam nos televisores dos bares..

PalmeirasTricampeão-RuaPalestraItalia1

E tanto dentro do Allianz como fora dele havia uma energia única, arrebatadora, que deixava a gente tonto, como se tivéssemos ingerido alguma droga, cujo efeito colateral fosse a felicidade.

Eu olhava aquele gramado e me lembrava de outros momentos, sentia o Palestra Italia  vivo ali, sabia que um pedaço da antiga ferradura dormia embaixo das arquibancadas… passado e presente misturados…

Eram muitas risadas, conversas e corações a mil quando Prass entrou pra se aquecer, seguido pelos companheiros… A recepção a eles foi eletrizante. “O Palmeiras é o time da virada, o Palmeiras é o time do amor”. E quanto amor estava envolvido naquela final…

A nossa “droga da felicidade” ia fazendo efeito. A conexão entre o que se via e ouvia era feita diretamente na nossa pele, no sangue nas nossas veias… Os sons e imagens pareciam atravessar a nossa pele e tomar conta do nosso corpo. O cérebro, atordoado, tentava assimilar, classificar, entender aquele mundo mágico, de sonho, mas era impossível, só podíamos sentir…

A última batalha ia começar… Corações a postos, orações,  alguns olhos grudados no céu,  outros fechados, mãos que seguravam terços… nossa energia se tornando uma só. O lindo mosaico da torcida, que, com muita justiça, trazia Prass, apareceu no momento em que nosso “hino nacional” ganhou os ares… e ele nunca foi tão lindo, tão tocante…

“Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras”… era emoção demais…  As lágrimas nublavam os meus olhos e, muitas vezes, eu só mexia a boca, porque a voz não saía…

O juiz mal acabara de apitar o início e, com uns 10 segundos de jogo, Arouca achou Barrios lá na frente, ele deu um passe lindo para Gabriel Jesus sair na cara do goleiro e chutar pro gol, mas Vanderlei conseguiu salvar com os pés e tirar a bola por cima… Uhhhhh!

Era o Palmeiras mostrando que era o dono da casa, que ali a conversa seria outra; o Santos parecia assustado, mas foi pro ataque, Prass fez uma defesaça e, no rebote, a bola foi chutada na trave. Que susto!

O Palmeiras procurava não dar espaços para o Santos, desarmava, defendia, e era mais ofensivo, mais objetivo. O time tinha velocidade e uma vontade enorme. Do jeito que a gente queria, do jeito que as sardinhas e a imprensinha não contavam que  seria…

Mergulhada na “outra dimensão”, nervosa, eu enxergava diferente, como se tudo à minha volta tivesse uma outra luz, uma outra perspectiva… a respiração era curta, mais difícil… assistia com o coração…

Chance com Dudu… Chance com Zé Roberto, que recebeu carga do defensor do Santos e caiu na área… Chance com Barrios, de cabeça, e o goleiro defendeu de mão trocada pra evitar o gol certo…

Vaaaamos, Palmeiras! A Que Canta e Vibra dava um show e esperava pelo momento de gritar gol… a energia nas cadeiras do Allianz era absurda. O som era impressionante… “Eu sempre te amarei e te apoiarei, eu canto ao Palmeiras”… Time e torcida dando tudo e o melhor de si…

O Santos fazia muita cera, e o seu goleiro inventava mil e uma para parar o jogo. Com as bençãos do juiz, que fazia muito jogo de cena para parecer aborrecido, mas amarelo que é bom…

Jesus invadiu a área e David Braz meteu o cotovelo na bola, pra evitar que ela sobrasse pro palmeirense. Braço afastado do corpo, braço que desceu para acertar a bola com o cotovelo… E o juiz… nada! Que raiva! Não tinha sido suficiente o gambá Oliveira nos garfar e nos fazer sair em desvantagem na primeira partida?

Sentindo dores no ombro, Jesus, que fazia uma bela partida, saiu de campo aos 40′ para a entrada de Rafael Marques. Que triste perder nosso Menino Jesus e vê-lo  sair chorando…

O grito de gol se torcia em nossas gargantas, querendo escapar…. mas o primeiro tempo acabou 0 x 0.

E veio a segunda etapa… a decisão se aproximava do final…

O Santos, que tanto se gaba de um dia ter parado uma guerra, iniciara uma guerra estúpida e imbecil contra o Palmeiras – logo contra o Palmeiras, que parava até o Santos de Pelé – e se dera muito mal, porque não tinha bala na agulha para enfrentar o Palmeiras em seus domínios. E tremia na base… amarelava… se encolhia…

O falastrão David Braz já tinha saído machucado; Lucas Lima, das risadinhas irônicas, era engolido pelo brilhante futebol de Matheus Salles; Ricardo Oliveira, o imbecil “Viola da vez”, não conseguia fazer nenhum palmeirense entrar na sua pilha…

Por outro lado, Dudu e Barrios jogavam muito…  na verdade, o time todo do Palmeiras jogava muito e era bem melhor que o seu adversário. Seria só questão de ter paciência e sangue-frio. Mas sangue-frio só se fosse o das sardinhas amarelentas… porque o sangue verde pegava fogo e fazia o Caldeirão do Porco ferver.

Eu não vi como a jogada foi feita,  só vi a bola morrer na rede lá do outro lado e o grito de gol de 20 milhões de palestrinos (estavam todos lá) se livrar das amarras e explodir no Allianz. Eu me perdi no amontoado de abraços e lágrimas, e gritos de alegria…

Duduzinho, lindoooooo!! Dudu vibrava muito, aliás, vibração foi a palavra dessa noite épica… Com 11′, conseguíamos tirar a vantagem que Luís Flávio de Oliveira, o árbitro da primeira partida, dera ao Santos. E íamos buscar o título…

O Palmeiras jogava muito mais (que partida de Barrios!), merecia a vantagem, e com uma garra do tamanho da nossa vontade de gritar “É campeão”, ia pra cima das sardinhas falastronas…

O tempo passava… A tensão aumentava. Eu sentia tonturas… Barrios sentiu a coxa e deu lugar para Cristaldo. Minutos depois, Lucas Taylor entrou no lugar de João Pedro…

O jogo ia se aproximando dos 40′, e nós íamos ficando cada vez mais nervosos. Eu já não via mais o jogo direito… estava inquieta, rezava… a cabeça voava mentalizando o final de jogo, a festa da torcida.

E então, uma falta para o Palmeiras… Rafa, um amigo, me pergunta: Você lembra da falta em 98? Presta atenção. Sim, eu me lembrava…

Dito e feito! Robinho cobrou lá na esquerda, Vítor Hugo desviou de cabeça, Rafa Marques deu um toquinho e mandou pra área. Com três santistas ali, Duduzinho apareceu como um raio e guardou.

E o Allianz enlouqueceu e se abraçou com o Palestra Italia. Duduzinho, herói do jogo, emocionado, nos emocionava ainda mais na comemoração…  Nossa camisa 7,  finalmente podia sorrir orgulhosa e feliz…

Palmeiras x Santos Dudu (Foto: Marcos Ribolli)

Mas a vida queria fazer mais um herói…

Não entendemos isso na hora em que o Santos marcou  o seu gol, justo quando faltavam poucos minutos para gritarmos o tão sonhado “É campeão”… Não entendemos porque a sorte madrasta tinha levado a decisão para as famigeradas cobranças de pênalti…

Tinha que ser épico, tinha que ser no jeito Palmeiras de ser, e logo compreenderíamos isso…

Eu, que nunca tinha visto nada igual a esse jogo, à essa vibração, à essa  conexão time e torcida, à festa na entrada, olhava a torcida palestrina no Allianz e pensava comigo “não existe outro final pra essa história. O Palmeiras vai ser campeão”… “Prass vai pegar”… Nem Deus, nem Allah, Jeová, a sorte, o destino, o acaso… ou seja lá o que for, seriam tão cruéis com essa torcida tão linda e tão apaixonada…

E me enchi de coragem pra assistir… Ninguém nos tomaria esse título… Em nossa casa mandamos nós!

Com meus terços nas mãos, eu chamava até Oberdan para ajudar Prass, mas acho que ele já estava ali mesmo… eu pensava que todos os heróis palestrinos, até mesmo os que já se foram, estavam no Allianz naquele momento…

Marquinhos Gabriel foi cobrar (“ajuda o Prass, Oberdan”)… e chutou pra fora! O Allianz explodia em alegria…

Zé Roberto foi para a nossa primeira cobrança… e guardou!!! O sangue esquentava na veia. Estávamos em vantagem…

Meu coração estava lá dentro do campo…

Gustavo Henrique foi pra cobrança (“Pega, Prass! Pega, Prass! Você vai pegar!” Eu quase perdia a voz de tanto gritar)… e Prass , maravilhoso, monstro, defendeu! Os palestrinos pareciam em transe de tanta felicidade…

Eu era a criança que encontrara a bicicleta embaixo da árvore de Natal… Meu Deus que felicidade! Chorava, ria e morria de nervoso ao mesmo tempo.

Rafa Marques cobrou e o goleiro do Santos defendeu… Isso fazia parte dos planos da vida para fazer um outro herói…

A tensão era palpável… qualquer erro agora poderia ser fatal… Mas continuávamos em vantagem… era só acertar as próximas cobranças… Alguns torcedores choravam copiosamente…

Geuvânio cobrou e fez para o Santos…

Jackson, com muita competência, guardou para o Palmeiras… Bendito seja o zagueiro que cobra como atacante…

Lucas Lima fez para o Santos…

Cristaldo,  cobrando lindamente, fez para o Palmeiras… raça gringa no Allianz em homenagem ao técnico adversário…

O “rei da farsa e pastor nas horas vagas” fez o terceiro  do Santos, e por muito pouco o Prass não defendeu…

Faltava uma cobrança… se guardássemos essa, o Palmeiras seria campeão… Um chute a gol nos separava de um sonho… um chute a gol… só um…

A cobrança era de Prass, cobrança  do nosso goleiro; aquele, que, profeticamente, a Mancha Verde trouxe em seu mosaico… aquele, que a vida, merecidamente, queria brindar agora com uma página especial em nossa história…

As mãos santas de Prass tinham nos empurrado à final… e, agora, pelos seus pés poderíamos conquistar o título. Prass nos colocaria uma faixa no peito…

Eu não tive coragem de ver… Olhei para o céu, pedi a Deus, lembrei de Evair, que assistia à partida, imaginei que a sua energia estaria com Prass naquele momento… a minha energia toda estava com Prass…

Fernando Prass bate pênalti (Foto: Marcos Ribolli)

Olhando pro céu, prendi a respiração e  esperei o grito da nossa torcida… e nunca mais vou me esquecer da força com que ele ganhou os ares…

https://www.youtube.com/watch?v=RNEYMB3HNyE

Aquela camisa, metade Oberdan, metade São Marcos, com recheio de Prass, corria pelo gramado, enlouquecida de alegria. Prass entrava pra história do Palmeiras, e a gente soltava o grito guardado… É Campeão! É Campeão! Tricampeão!

O mundo ficou mais bonito, o mundo ficou todo verde…

O Gigante Palmeiras estava de pé! Tricampeão da Copa do Brasil, 12 títulos nacionais, o maior campeão do Brasil… E o Gigante batia no peito dizendo: Na minha casa não!

PARABÉNS, PALMEIRAS! PARABÉNS, TORCIDA QUE CANTA E VIBRA!! Foi limpo, legítimo e muito merecido! ¯\_(ツ)_/¯

 

Eles se dispuseram a trazer o Palmeiras de volta, se fecharam na busca de um objetivo e cumpriram aquilo a que se determinaram. Mas, a campanha brilhante, as 24 vitórias (até agora), os 71 gols marcados e só 27 sofridos, o título, conquistado antecipadamente, vieram pela vontade, determinação e luta do grupo. Grupo que, aliás, era visto por muitos desses que estão dando “piti” pelas comemorações, como fadado a nem subir…

Muito obrigada, seus lindos, por terem feito o meu Palmeiras passar pelo inferno de maneira digna, sem trambiques e sem sujeira. Por terem trazido o meu Palmeiras de volta, pelas portas da frente e com a taça na mão.

É CAMPEÃO! E QUE VENHA 2014!

PalmeirascampeãoA

“Em janeiro de 1951, o periódico brasileiro, “O Globo Sportivo”,  noticiava em destaque que o presidente da FIFA, Senhor Jules Rimet, concedera apoio incondicional ao torneio a ser realizado no Rio de Janeiro. Para tanto, nomeava oficialmente o engenheiro Ottorino Barassi, secretário geral da entidade, para o Comitê Organizador do Campeonato Mundial de Clubes Campeões (prestou atenção, leitor, no nome do comitê?). A importante matéria vinha assinada pelo jornalista francês Albert Laurence – integrante do L ‘Equipe e do France Football, ambos da França.”  Trecho retirado do site Palestrinos.

A Fifa, querendo aproveitar o sucesso da Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil, organizou um mundial de clubes em 1951, também no Brasil.  Eram oito times, divididos em duas chaves de quatro: Vasco da Gama/Brasil, Áustria Viena/ Áustria, Nacional/Uruguai e Sporting/Portugal, PALMEIRAS/Brasil, Juventus/ Itália, Estrela Vermelha/Iugoslávia e Olympique/França.

A importância dele era tanta, que o campeonato paulista foi paralisado; no Uruguai, o Torneio Competência também parou. Afinal, o Uruguai tinha acabado de ganhar uma Copa do Mundo no ano anterior, e a ganhara do Brasil, em pleno Maracanã. Não podia deixar que lhe carimbassem a faixa de campeão do mundo. O Brasil, por sua vez, estava “mordido”, e o povo brasileiro, traumatizado, sonhava com a possibilidade de ver resgatado o orgulho de uma nação inteira.

O torneio prometia ser um sucesso! O Vasco, considerado uma máquina de jogar futebol, era um dos favoritos, sem contar os ‘bichos-papões’, Estrela Vermelha da Iugoslávia, e Juventus da Itália.

E boa parte do mundo parou pra acompanhar essa disputa…

E viu um certo time, muito conhecido nosso, da camisa verde-esmeralda mais linda do mundo, imponente como ele só, desclassificar a “máquina de jogar futebol”, ultrapassar os adversários todos e chegar à final, contra o único time que o vencera na competição, o temível Juventus da Itália – que goleara o Palmeiras por 4 x 0, na fase classificatória. Duas partidas entre eles decidiriam o campeão mundial de clubes.

Que tarefa para o Palmeiras… Que tarefa para Fábio Crippa, Oberdan Cattani, Juvenal, Richard, Aquiles, Lima, Rodrigues, Canhotinho, Liminha, Salvador, Dema, Luiz Villa, José Sarno, Túlio, Jair da Rosa Pinto, Ponce de Leon, Waldemar Fiume e o técnico Ventura Cambon…  Quanta responsabilidade!

Com as ameaças do Juventus de deixar o torneio, caso a segunda partida não fosse realizada no RJ, a CBD (a CBF daquele tempo) resolveu fazer a vontade dos italianos. Palmeiras sendo desfavorecido desde sempre…

O Verdão, disposto a se desforrar do resultado da fase classificatória, se agigantou, e, num jogo épico, venceu o Juventus por 1 x 0, levando a vantagem do empate para o segundo jogo. Os italianos acreditavam que ganhariam a segunda partida e também a prorrogação.

E, na final, o Maracanã ficou pequeno pra tanta torcida! 100.093 pessoas foram assistir à partida, enquanto o resto do Brasil a acompanhava no rádio.

E o futebol ficou pequeno para tanto Palmeiras… O PALMEIRAS ERA O BRASIL! O Brasil, que queria gritar “é campeão”, que queria esquecer a dor e a tristeza da Copa do Mundo do ano anterior.

E o gigante Palmeiras, destemido, guerreiro, numa apresentação soberba, empatou com o Juventus em 2 x 2 [Praest (Juv), Rodrigues (Pal), Boniperti (Juv) e Liminha (Pal)], e fez o Brasil explodir de alegria. A festa, que atravessou a noite e o dia seguinte, contagiou os brasileiros de Norte a Sul do país. Não tinha ninguém torcendo contra naquele dia. Cada torcedor brasileiro era “palmeirense desde criancinha”; cada torcedor deste país morreu de alegria nos gols de Rodrigues e Liminha; todos os brasileiros ‘defenderam’ embaixo das traves de Fábio Crippa.  Nunca se tinha comemorado tanto um título. Nunca se tinha desejado tanto um campeonato… Nunca se festejaria tanto a volta pra casa de um campeão mundial.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=SrZBxTIE6Q0[/youtube]

E numa noite muito fria, o Palmeiras, que aquecera o coração de um país inteiro, chegava em São Paulo, e foi acompanhado da Estação Roosevelt até o Parque Antártica por um milhão de pessoas. Sim, um milhão de pessoas! Nenhum clube de futebol jamais havia proporcionado uma apoteose dessa, e, até hoje, não houve quem conseguisse uma conquista com tanta magnitude e importância.

E 22 de Julho de 1951, em todos os jornais, em todas as rádios, em todas as bocas, em todo Brasil, ficou marcado como o dia em que o mundo conheceu o seu primeiro campeão mundial de clubes…

 

Hoje em dia, há quem coloque em dúvida ter sido esse campeonato um mundial de clubes. A Fifa o reconheceu em 2007 (e se o reconheceu é porque sabia que era um mundial, senão, não o teria feito jamais), a CBF comunicou ao Palmeiras a oficialização e nunca saberemos por quais motivos a Fifa voltou atrás. Nunca saberemos quem os convenceu a mudar de ideia e com quais argumentos.

CampeãoMundial-DocumentoFifa

Não foi o Palmeiras quem se auto-intitulou “campeão mundial interclubes”, esse era o torneio do qual ele participou, e, porque não poderia ser diferente, o Brasil e o mundo o aclamaram assim.

O Palmeiras é o 1º Campeão Mundial Interclubes e sabemos muito bem disso, assim como a Fifa também sabe. Se ela vai reconhecer ou não, pra nós isso pouco importa. O que importa mesmo é o que ficou na história do futebol brasileiro e mundial, o que essa história conta do grandioso feito do Palmeiras; importa tudo o que foi escrito sobre o Palmeiras e sua conquista; importa toda a alegria de um país que resgatou o seu orgulho; importa o troféu que dorme no Palestra; importa o que ficou no coração de cada brasileiro…

As notícias atravessaram o tempo, e são, hoje, as testemunhas do Palmeiras Campeão Mundial. E ninguém pode desmenti-las, nem mesmo a Fifa.

CampeãoMundial-Faixa

CampeãoMundial-Jornal

CampeãoMundial-Jornal2

CampeãoMundial-Rádio

CampeãoMundial-Jornal1

FELIZ 22 DE JULHO, AMIGO PALESTRINO!!

ORGULHE-SE, VOCÊ É TORCEDOR DO PALMEIRAS, O PRIMEIRO CAMPEÃO MUNDIAL INTERCLUBES!

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ZFBX5B_oEsY[/youtube]

Informações e imagens: www.palmeiras.com.br  e  www.palestrinos.com.br

Esse texto foi escrito há alguns anos. Resolvi republicá-lo para relembrar aquele 16 de Junho, pra relembrar aquele campeonato conquistado. Comecei aquele dia, chorando de tristeza e ansiedade; tristeza, por não ter ingresso para ir ao Palestra, e  ansiedade, pelo título inédito. Ao final daquele mesmo dia, eu choraria de felicidade… uma felicidade tão grande que nem caberia no peito…

16 de Junho de 1999… que dia foi aquele… Eu nem tinha conseguido dormir à noite. A cabeça pensando, pensando, sem parar. Tentando imaginar qual seria o desfecho da partida que teria início logo mais. Algumas horas apenas nos separavam de um sonho. E ele parecia tão real, naquela manhã. O coração apertado, nem me deixava engolir o café da manhã. Evair, Zinho, Alex, César Sampaio, Arce, Euller, Junior Baiano, Cléber, Junior, Galeano, Paulo Nunes, Sérgio, Roque Junior, Oséas, Marcos… o que será que eles estariam fazendo àquelas horas… Muito provavelmente estariam dormindo. Será que estavam nervosos, ansiosos, assim como nós?  Claro que sim, né? Conquistar a Copa Libertadores seria um feito único, inigualável, inesquecível.

Eu confiava tanto, mas tanto em Felipão, que tinha quase certeza do título. Mas, claro, sempre tem o inesperado, os juízes e suas “falhas”. Ai que meeedo! Eu, que tinha ido em quase todos os jogos do Verdão, estava de fora da final. Mesmo tendo ficado na fila, lá no Palestra, desde muito antes da bilheteria abrir, não consegui comprar ingresso. Eles acabaram sem que a fila tivesse andado 20 metros. Disseram que Mustafá tinha “sumido” com uma boa parte, para distribuir como cortesia. E muitos dos torcedores, reais, que vivem e respiram Palmeiras vinte e quatro horas por dia, iam assistir na TV. As horas passavam e o momento tão esperado ia chegando. Quem disse que eu almocei? Trabalhar foi um suplício. Durante a tarde, a cada vez que imaginava o apito final, eu já não conseguia segurar as lágrimas… “Meus Deus, por favor, permita que eu tenha essa alegria…” – era a única coisa que eu conseguia rezar.

Se você me perguntar o que eu me lembro do jogo, direi que quase nada, mesmo me lembrando de tudo. Era como se eu estivesse no meio de uma nuvem. Não conseguia ficar à frente da TV. Andava de um lado pro outro, tentando me acalmar, e rezando. O Palmeiras em cima, e a bola ia na trave, ou raspando…Parece mentira mas, quando a aflição já não cabia mais no peito, quando já era o segundo tempo, eu peguei uma imagem de Sto Expedito, num papel, e corri pro quarto rezar a oração que estava escrita no verso. No exato momento em que acabei a oração eu escutei: “Pênalti para o Palmeiraaaas!”. Deus do céu! Quase caí dura! Evair ia cobrar, eu não parava de tremer. Ele foi prá bola e guardou!!!!! GOOOOOOOOOOOOOOOOL! Obrigada, Santo Expedito! Obrigada, Evair!

Jogo de Libertadores é sempre difícil, catimbado e os piores para acalmar o coração do torcedor. Só que Junior Baiano fez pênalti e o Deportivo empatou. Nós tínhamos perdido a primeira por 1 x 0 e agora tínhamos que ganhar, ou ganhar. Lá pelos 30′, Euller lançou Junior na esquerda, que cruzou na área e encontrou Oséas que enfiou pras redes. Ubaldo Aquino, maledeto, ainda expulsou Evair, no finzinho. Eu que nem bebo, tomava vinho para acalmar… O juiz apitou e a decisão seria nos temíveis pênaltis. Eu simplesmente não era capaz de assistir. Não sabia se fechava ou abria os olhos.

Zinho, tão querido, perdeu o primeiro; Dudamel fez pros inimigos; Junior Baiano guardou; Deportivo fez mais um; Roque Junior marcou e dele e  vibrou tanto que chamou a torcida pros pênaltis , também. Era só coração e raça naquele momento. Os inimigos marcaram mais um… eu quase morria do coração… Rogério cobrou e guardou; o jogador colombiano meteu na trave. O Palestra explodiu de alegria!!! Tava tudo igual. “Nos ajuda, meu Santo Expedito”… Euller foi prá ultima cobrança e a fez com uma categoria de campeão… Naquele momento ninguém mais estava em sua casa, na rua; estávamos todos no Palestra, uma energia só, milhões de corações e olhos grudados no campo; milhões de preces ao céus; milhões de vozes que pediam: “Fora, fora, fora…”

Marcos e Zapata, frente a frente… o mesmo Zapata que havia marcado, de penalti, no segundo tempo… O que será que pensavam agora, esses dois jogadores? A Nação, de respiração suspensa, de olhos grudados na bola, em Marcos, o coração esperando… Os jogadores palmeirenses, de joelhos, e eu também. Os suplentes e a comissão abraçados, rezando… O colombiano chutou… e ela, a bola, numa reverência ao melhor goleiro do mundo que se encontrava à sua frente, foi pra… FORA!!!!!!

O pranto, que era contido, se fez  livre no rosto do palestrino, os jogadores choravam, todos gritando, alucinados, ninguém sabia para onde corria, ou a quem abraçava… Até os anjos e santos, tão lembrados e cantados durante a partida, vieram espiar que alegria era aquela no Palestra. Deus, por certo, estaria sorrindo naquele momento. O Palestra era verde e branco, a América era verde e branca, e reverenciava a fantástica conquista da Sociedade Esportiva Palmeiras.

MUITO OBRIGADA, GUERREIROS DO VERDÃO! OBRIGADA, FELIPÃO! VOCÊS FORAM GENIAIS! SEUS NOMES ESTÃO ESCRITOS EM NOSSOS  CORAÇÕES… PRA SEMPRE!

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=jDv4brBX4-w[/youtube]

Algumas pessoas querem apenas recordar… outras, não puderam vivenciar esse momento tão maravilhoso do Palmeiras, e querem conhecer esta emoção…

Prepare o seu coração, amigo palestrino! Aqui está, em vídeo completo, a fabulosa e última partida da Libertadores/1999. Nem tente segurar as lágrimas… será impossível…

PALMEIRAS, CAMPEÃO DA TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA 1999!!!!

Onde quer que exista um ‘parmera’, sempre haverá alguém de fibra, de raça e dedicação…

Foi o que aconteceu com o nosso time de futebol americano, o “Palmeiras Locomotives”, fundado em 2006 para disputar as competições da Liga Paulista de Futebol Americano e Flag (LPFA-Liga Flag), que contou com a participação de 20 equipes.

Na manhã desse domingo (12), a equipe do Verdão, com muita raça e esbanjando categoria,  conquistou o Campeonato Paulista da modalidade, ao vencer o São Paulo Rhynos pelo placar de 28 a 6. A partida foi realizada na Academia de Futebol II, em Guarulhos. Mas, peraí! São Paulo Rhynos?? São Paulo? Bem, por via das dúvidas… Tchuuuupa Bvambi!! hahahahahah

E  assim, o  Palmeiras/Locomotives, os “Locos”, como são chamados, se tornou o primeiro clube oriundo do futebol, a conquistar um título no futebol americano. Depois de uma excelente campanha, com apenas uma única derrota, a “locomotiva” do Verdão, começou a partida final sem dar qualquer chance ao time do São Paulo Rhynos. Sustentado pela grande atuação da defesa alviverde, o ataque, sob o comando de Kevin May (quarterback), seguiu tranquilo em busca dos touchdowns.

Confira a campanha dos Campeões Estaduais:

Palmeiras 0 x 13 Sharks Football
Palmeiras 8 x 6 Corinthians
Palmeiras 6 x 0 Tigers
Palmeiras 6 x 12 Destruction Flames
Palmeiras 24 x 13 Rhynos
Palmeiras 20 x 13 Devilz
Palmeiras 32 x 22 Portuguesa
Palmeiras 24 x 14 Red Warriors
Palmeiras 38 x 6 Eagles
Palmeiras 19 x 12 Devilz
Palmeiras 28 x 6 Rhynos (final)

PARABÉNS, “PALMEIRAS/LOCOMOTIVES” !!! ORGULHO DA NAÇÃO PALESTRINA!!!

Não sei se é porque fui ao Palestra, comprar ingressos, ou se é o de sempre, mas já entrei no clima do jogo e do título, faz tempo. Uma ansiedade desgraçada toma conta de mim. Quando penso que falta tão pouco para que possamos realizar mais esse sonho, perco até o ritmo da respiração… Uma coisa é a gente acreditar, só porque é torcedor e outra, bem diferente, é acreditar porque sabemos que podemos, que temos, time, técnico (esse trabalha!); que a diretoria fez o que devia para manter o elenco… que o time está unido e focado no título… que a torcida tá junto… Amanhã daremos mais um passo, em busca dele. Bons ventos sopram no Palestra, graças a Deus!

Lá na fila dos ingressos, enquanto esperávamos horas, a gente ia conversando com quem estava do lado. Caramba! Tá todo mundo acreditando, todo mundo sabendo que temos “bala-na-agulha”. Claro que, matematicamente, outros clubes têm chances. Mas e eu aí com a matemática? Meu coração tá me dizendo que o campeão será o Palmeiras e eu acredito nele e na minha intuição. Já provamos que com o time quase completo (porque falta Pierre e Maurício Ramos) o Palmeiras é muito difícil de ser batido. Teve um bambi dizendo por aí que eles têm mais elenco. Pois bem, tirem oito titulares dos postulantes ao título e vejam se eles conseguem ganhar de alguém.

Eu sempre procuro prestar atenção aos sinais… Vocês se deram conta que Vagner Love veio terminar o que Mustafá não permitiu, quando o vendeu? O Palmeiras liderava o Brasileiro e no meio do campeonato o “Treva” vendeu o craque do time. E não é que ele voltou e encontrou a mesma situação que deixou? Posso até estar enganada, mas VAGNER LOVE VOLTOU PARA SER CAMPEÃO BRASILEIRO!! A vida sempre se encarrega de colocar as coisas em seus devidos lugares…

Amanhã o Caldeirão Verde de Palestra Itália vai ferver!! A Que Canta e Vibra vai cantar e torcer como nunca! Os bambis acabaram de perder, no Panetone… coitadinho do Jason! uahuahuahuauah  O Goiás também perdeu. Parece que Papai do Céu tá usando a camisa verde-esmeralda mais linda do mundo. Mas não há acaso, e tampouco sorte. A diferença é que houve planejamento, há trabalho e envolvimento de todos. Não tem ninguém delegando função para jogar poker, não tem ninguém mais menosprezando o próprio time e jogadores. Quando tudo pareceu escuro, de repente se fez claro…Foi tão fácil fazer a mágica acontecer… né Belluzzo?

Ainda temos caminho à nossa frente, mas estamos seguros de que o paraíso é logo ali. O grito, aprisionado em nosso peito, feito pássaro na gaiola, espera só que as (agora frágeis) grades se rompam, e ele possa voar livre pelos ares. Até amanhã, Palmeiras! Temos um encontro marcado lá no Palestra! Juntos, a nossa força é imensa. Então, vamos buscar esse título! Ano que vem tem Libertadores… e  Valdívia!!!

Eu sabia que Belluzzo iria me dar esse presente de aniversário…