Desta vez Felipão não teve culpa…

Fez duas substituições que eram desejo de 99% dos torcedores (na terceira ele errou e trocou 6 por meia dúzia), mandou o time à frente, se esgoelou pedindo isso, mas ninguém obedeceu… Nenhum de nossos jogadores teve competência e nem mesmo brio para fazer o Palmeiras, COM DOIS HOMENS A MAIS E COM UM GOL DE VANTAGEM, sair com a vitória de Goiás. E o time adversário era apenas o Atlético Goianiense que, COM DOIS HOMENS A MENOS, diante do Palmeiras, octocampeão brasileiro (nossos jogadores sabem disso? sabem o peso da camisa que vestem?), acreditou que podia, deu pontapés, cotoveladas, lutou com as armas que tinha, e conseguiu empatar a partida. E nós, não conseguimos marcar mais um único gol que fosse, correndo sérios riscos de sofrermos a virada. Sem pontaria, sem eficiência na hora de decidir, sem inteligência, sem que o time se sentisse grande, o restante da partida foi para matar o torcedor palestrino de desgosto. Um empate que teve sabor de derrota.

Foi uma vergonha! Aliás, mais uma…

Eu podia até falar da falta de qualidade de muitos dos nossos jogadores, mas de que adianta isso? Todo mundo sabe! Falar que só temos a bendita jogada de bola parada, é chover no molhado… Falar que os jogadores parecem não ter personalidade e não conseguem se impor diante de times, considerados ‘timinhos’ no futebol brasileiro; que alguns deles parecem sem vontade, também não é novidade, porque todo mundo vê, todo mundo percebe. Todo mundo sabe que a diretoria, da lista de jogadores pretendidos por Felipão, por economia não contratou nenhum. Todos nós sabemos MUITO BEM que, a maioria das fogueiras que agora ardem no Palestra Itália, foram acesas por gente que deveria fazer o contrário, foram acesas por quem administra o clube, e que deveria blindar o grupo ao invés de expô-lo.

Não temos mais um time, não temos mais uma equipe. A Família Scolari, com que tanto sonhamos, está em guerra. Ninguém respeita mais ninguém, cada um fala o que bem entende do outro, da situação difícil que atravessamos, sem nem mesmo ter cuidado em preservar assuntos que deveriam ser mantidos dentro das nossas paredes. Jogadores desafiam dirigentes… Dirigentes se calam, em concordância, admitindo as críticas recebidas… Jogador não comemora gol do próprio time, coloca mais lenha na fogueira com declarações inconvenientes, inoportunas… Técnico abrindo mão do valor da multa contratual para que a direção do clube possa dispensá-lo, caso queira… Dirigentes manipulando torcedores de acordo com os seus interesses…

E o que se vê é surreal, o que se lê é inacreditável… “O jogador “X” (que eu gosto) faz “isso” e o que você gosta não faz…”, “O jogador “Y” (que você gosta) não tem “isso” que o que eu gosto tem…” Até nós, torcedores, dividimos e fatiamos o time, esquecendo que, para a coisa dar certo, precisamos do pouquinho, ou do muito, que cada um tem para dar. Um sabe bater falta, o outro sabe fazer falta, desarmar; um corre mais, o outro pensa mais…É assim que tem que ser. Precisamos disso tudo, junto e misturado. SEMPRE!

E a coisa começa a ganhar contornos absurdos. No jogo diante do Ceará tive o desprazer de presenciar torcedores do Palmeiras trocando xingamentos entre si, e até mesmo um sopapo, lá na bancada do Canindé, como se inimigos fossem. Alguns xingam jogadores, outros xingam o técnico, e todos não admitem que um xingue o outro, ou que o outro xingue o um… Triste de se ver e difícil de entender…

Parece que estamos em guerra. E, este tipo de “guerra”, essa animosidade entre os irmãos de sangue esmeralda, eu ainda não tinha vivenciado nesta minha vida de torcedora do Palmeiras. Sabia que ela existia dentro do Palestra, dentro da política, mas jamais tinha visto seus reflexos, tão fortes, aqui fora.

E aí a gente fica se perguntando: Por quê? A gente fica procurando um culpado. Seria tão mais fácil se fosse apenas um o culpado, ou apenas um o motivo, não é mesmo? Isso significaria que não seria preciso mudar muita coisa. MAS É PRECISO SIM! E PASSA DA HORA! A cada ano frustrado, elegemos um grande vilão, que sai escorraçado do Palestra. Já foram tantos… Alex Mineiro, Luxemburgo, Muricy, Vagner Love, Diego Souza… já fizemos isso até com o grande Alex, e nada muda… Trocamos técnicos (que vão ganhar títulos em outros clubes), jogadores (que vão brilhar em outras paragens) e a coisa não engrena, não se acerta. As estruturas do Palestra precisam ser chacoalhadas! Tá tudo errado lá, a começar pela falta de profissionalização do futebol palestrino, futebol esse, administrado há décadas, pela mentalidade arcaica, petrificada, dos “palestrinos” sem amor ao clube.

E se é preciso que a gente arrume tudo, temos que começar a mexer na estrutura desse “prédio”, antes que ele venha abaixo e caia sobre as nossas cabeças, antes de querermos fazer o “acabamento”. Essa lambança toda que virou o futebol do Palmeiras, essa guerra que desgasta e destrói a nossa história de glórias, de time não nasceu para ser coadjuvante, tem sua origem na política podre praticada no Palmeiras e os seus “braços” se estendem para todos os lados, principalmente, para o cobiçadíssimo Depto de Futebol. Se o nosso futebol está uma bagunça, se está em desacordo com a nossa grandeza, nada mais lógico do que começar o ‘acerto’ pelo seu departamento. Estamos acompanhando o que tem acontecido desde o início do ano; nunca estivemos metidos em tantos escândalos, nunca houve tantos desmandos, tantos descontentamentos, tanta falta de respeito, de autoridade e boa vontade para conduzir as coisas.

Levar para um jogador, uma proposta de outro clube, na véspera de uma partida, quando ele está no hotel, concentrado com a delegação, como Tirone fez com Kleber, não é coisa de quem quer segurar o jogador, como o dirigente dizia aos microfones da imprensa (Sei que o jogador forçou a barra também e, imagino que, não demora muito, ele estará fora do clube). Falar uma coisa aos veículos de comunicação e, no Palestra, soprar outras aos ouvidos de alguns incautos e ingênuos torcedores, não é prova de confiança e nem a conduta correta a um diretor de futebol. É fazer intriga, fofoca! (Coisa tão comum no Palestra)  É falta de profissionalismo!

Motivados pelas intrigas, pelas declarações equivocadas, muitos entraram em rota de colisão com os nossos amadores dirigentes. Assunção, Lincoln, Kleber, Valdivia e Felipão. Todos eles, num momento ou no outro, estiveram no olho do furacão (Nem Deola escapou). Ora com declarações desastradas de Tirone, ora com Frizzo. E aí vieram as respostas, e o caos foi instalado! E, coincidentemente, com aqueles, cujas contratações foram criticadas pela gente que administra o Palmeiras, quando ela era apenas oposição; aqueles, cujos altos salários sempre foram motivos de críticas por parte dos atuais dirigentes. É tudo tão óbvio! E é óbvio também que isso interfere no trabalho e rendimento de todos, até mesmo no de Felipão, que não pode pensar o time, não pode pensar nos adversários da maneira que deveria, quando também tem que, na prática, fazer o que seria da competência do diretor de futebol. Quando tem uma guerra sem tréguas para lutar, caso queira “sobreviver” no Palmeiras.

E agora o que temos é isso! Essa baderna instaurada no Palmeiras! Essa guerra que chegou até à torcida! Que interfere nos resultados dentro de campo, que nos faz motivo de piadas para os rivais. A política nefasta e a falta de comando (delegaram a Felipão responsabilidades que não deveriam ser dele) que apequena o Palmeiras, estragaram o ambiente do grupo, fizeram inimigos os que deveriam ser “família”. E as suas consequências acabaram com o respeito de boa parte da torcida pelos jogadores, pelo técnico; acabaram com o respeito de jogadores pelo clube, pelo técnico, por companheiros, pelas coisas do Palmeiras… Difícil… Desanimador… De embrulhar o estômago… E sabemos que dessa maneira nunca vai dar certo. Pode até funcionar em outros clubes, mas no Palmeiras não! As coisas precisam mudar; e têm que começar lá dentro do Palestra, para que depois se mude o resto. Pelo bem do Palmeiras e por respeito à sua história…

O TORCEDOR QUER O SEU PALMEIRAS DE VOLTA!