O ano está acabando… vai esvaziando os seus dias… E nós, palmeirenses, estamos plenos, cheios de alegria pelo decacampeonato que conquistamos há menos de um mês, e que revivemos todos os dias…
Mas não conquistamos o décimo brasileirão (só) na partida contra o Vasco, quando a matemática carimbou nosso título. Não. Ele foi conquistado em todas as rodadas, em todos os dias, todos os momentos… desde que Felipão chegou ao time. Mais afável, mais tranquilo e flexível, transformando em energia, em combustível valioso, e muita sabedoria, as águas turvas de outros tempos, Felipão desenhou o deca desde que chegou ao Palmeiras – faço aqui um ‘mea culpa’ porque, sem levar em conta que, como um bom vinho, Felipão estaria ainda melhor agora, eu não queria a sua contratação… não achava que ele pudesse trazer algo novo (tolinha)…
O homem chegou e, sabendo aproveitar o excelente elenco que tinha nas mãos, fez o que nenhum outro tinha pensado em fazer antes… montou dois times, fez com que todos se sentissem importantes, fechou a “casinha” (a tranquilidade em campo começou a vir a partir do momento que paramos de tomar gols bestas) e conseguiu ir bem em todas as competições. Ao contrário do que vimos acontecer ano passado, Felipão procurou valorizar e estimular cada um de seus jogadores, o elenco todo… Abraçou o time e o time o abraçou… a torcida entrou no abraço… e o que se viu foi um Palmeiras gigante, deliciosamente protagonista. A Família Palmeiras, com sobrenome Scolari outra vez, estava mesmo de volta, para alegria de muitos e para a surpresa de outros.
“Ainn, o Palmeiras jogou feio”, disseram as bocas localizadas nas proximidades de cotovelos doentes, doloridos…
Mas não é o gol o momento mais bonito do futebol? O momento pelo qual anseiam todos os times quando entram em campo, e com o qual sonham todos os torcedores? Não são esses gols, e as jogadas que terminam em gols que trazem o encantamento ao esporte? Pois os gols, e todas as jogadas que os desenharam, foram nossos… por 64 vezes nesse Brasileirão… nenhum outro clube marcou tantos gols, produziu tanta beleza como o Palmeiras. Nenhum outro clube sofreu menos gols do que o Palmeiras (26)…
E não são as vitórias o objetivo de todos os times que disputam um jogo? Não é pensando nisso que alguns jogadores se benzem, beijam medalhas, apontam os céus, pisam primeiro com o pé direito… ao entrar em campo? Pois elas foram nossas também, por 23 vezes, em 38 partidas disputadas – 80 pontos conquistados -, nenhum outro clube venceu tanto… e nenhum outro clube perdeu tão pouco também… Em 37 partidas do Brasileirão 2018, o Palmeiras sofreu 4 derrotas, nenhuma sob o comando de Felipão, que levou o Palmeiras à melhor série invicta de toda a história dos pontos corridos: 23 jogos sem perder (o segundo turno inteirinho e mais um pouco).
E não podemos esquecer as torcidas… não são elas que, enlouquecidas de alegria e em demonstrações escancaradas de tórrida paixão, mostradas à exaustão nas imagens de jornais e TV, que fazem o esporte ser mais do que apenas e tão somente futebol? Pois nenhuma outra torcida foi tão e tantas vezes feliz quando a torcida palestrina…
Foi lindo sim! E lindo demais! Foram deliciosas as vitórias, maravilhosos os gols (teve cada golaço) e as jogadas, foram sensacionais as defesas… foram lindas as comemorações, os abraços, os aplausos, as rezas, as lágrimas de alegria…
E brilharam todos, cada um à sua maneira, em oportunidades diferentes, com tarefas diferentes, em lances diferentes – poucas vezes vimos um time nosso tão maduro, tão consciente em campo…. Esse deca tem a contribuição de todos. Uma vitória exuberante num dia, uma vitória mais apertada no outro, três pontos aqui, um pontinho ali, um adversário “sem conseguir balançar as nossas redes” acolá… e construímos o deca. Cada um contribuiu com alguma coisa em campo… e na arquibancada também… e sobrou raça, muita vontade, sobrou o “saber conduzir uma partida”…
Conquistamos o deca em altíssimo estilo, com sobras, com números maravilhosos, com time unido, focado, consciente, com alma, honra, amor… com orgulho.
Não montaríamos a nossa “árvore de Natal decacampeã” sem os ‘enfeites’ todos que os nossos jogadores colocaram nela… sem os craques, sem os “operários”, sem os gols, as defesas, os carrinhos, os desarmes, as faltas, os bate-bocas em campo, as encaradas no adversário, as piscadinhas, as comemorações com a torcida…
Mas ter visto os jogadores usando os seus talentos ao máximo (nosso craque, Dudu, por exemplo, o melhor jogador do campeonato, arrasou nas partidas)… o time ter se portado como se portou, ter se motivado como se motivou, ter acreditado como acreditou, ter esbanjado confiança como esbanjou, ter virado uma família como virou… não foi na sorte… Vermos (por várias vezes) um jogador substituído vibrar feito louco, de verdade, com o gol do cara que entrara no lugar dele, não foi por acaso… tudo isso teve uma assinatura… nossa maravilhosa árvore de Natal teve um “designer” responsável pela sua idealização e montagem… ele aproveitou todo o elenco que tinha à disposição, respeitou e valorizou cada profissional… e o time jogou o que jogou pra ele, por causa dele, e é justo que se diga:
Não teríamos conseguido nada disso, sem você, Felipão. Um ‘decaobrigado’ a você!! (Eu te devia essa, viu?)
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