Há um bom tempo, eu venho dizendo que, depois da final do Paulista 2018, não estou nem aí mais com o Paulistão (se o Palmeiras ganhar o campeonato, ok; se não ganhar, ok também) e não sinto mais aquela rivalidade de antes em relação ao ‘Lava Jato’. Senti tanto nojo aquele dia, e nos dias que se seguiram, por perceber, e depois confirmar, a imensa tramóia que ocorreu, que, para mim, o rival perdeu aquela condição de “o” rival. Se valer daquela sujeira toda para ganhar um Campeonato Paulista foi de uma indignidade imensa. Depois disso, acabou a tensão pré derby, acabou o desgosto imenso em caso de derrota, acabou o “comer os cantinhos dos dedos”, o “nem dormir direito na véspera”, o “melhorar, ou estragar, o meu ano” dependendo do resultado… perdeu a graça mesmo. Sei que a maioria dos palmeirenses não se sente assim, mas, pra mim, ele era rival quando podia respeitá-lo, temê-lo na bola e não por causa do apito (em 2018, foi só a pá de cal, porque a coisa já vinha de longe).
A derrota desse sábado, que nada teve a ver com o apito – o árbitro, milagrosamente, foi bem – me chateou sim, claro, mas como chatearia se o Palmeiras tivesse perdido para o Bragantino, o Red Bull, o São Caetano, que não são rivais do Palmeiras… me chateou pela derrota e não pelo adversário.
Em campo, o time adversário foi inofensivo, inoperante… e achou um gol (legal) numa bola parada (lance em que alguns jogadores palmeirenses estavam bem mal posicionados). O Palmeiras, por sua vez, foi inofensivo e inoperante… e não achou nada. Não conseguiu transformar em gols as suas muitas idas ao ataque, nem a posse de bola bem maior.
Jogo ruim, chato de assistir. Sem grandes emoções… O ‘Lava Jato’ se mantinha dentro da sua estratégia de se defender e jogar por uma bola (Cássio já fazia cera no começo do primeiro tempo. Alguns jogadores corintianos seriam amarelados durante o jogo por esse mesmo motivo)… o Palmeiras, não sei porque, burocrático, fazendo sempre a mesma coisa, jogando só na bola levantada na área (tem elenco para bem mais do que isso)…
Segundo li, o adversário finalizou 8 vezes (5 na direção do gol). O Palmeiras, com muito mais posse de bola (66%), finalizou 28 vezes (19 delas não foram na direção do gol), e uma única exigiu uma defesa de Cássio; o Palmeiras cobrou 15 escanteios, o adversário 1. Perder para um time que fez tão pouco na partida é pior ainda. A torcida palestrina reclama das muitas cabeçadas a gol que deram em nada. Mas não basta conseguir tocar a cabeça na bola para que se tenha uma grande chance de gol, boa parte dos cruzamentos tinham que ter sido mais precisos também.
Lucas Lima começou a partida muito bem, mas depois sumiu em campo. Era nítido que faltava criatividade para ele, para o Palmeiras (saudades do Mago). Quando um time toca a bola e o outro só se defende, ainda que não queira isso o que só se defende está chamando o adversário pra cima, e o Palmeiras não foi… não da maneira que deveria ter ido. Todas as jogadas iam pro Dudu, o tempo todo. Nossos laterais não estiveram bem. Borja não conseguiu finalizar a contento… Deyverson entrou depois e também não fez nada em campo, a não ser cuspir em Richard – depois de ter sido chutado por Henrique – e ser expulso aos 42′. (Ok que o árbitro deveria ter expulsado também também o Henrique que chutou Deyverson depois de pará-lo com falta, mas nada justifica cuspir no rosto de uma outra pessoa. Deyverson queimou o próprio filme). Carlos Eduardo também não conseguiu fazer boa partida. Parecia querer tanto acertar que acabava dando tudo errado. Mas era o primeiro clássico dele e esse pode ter sido o motivo do desacerto. Felipe Pires entrou no lugar dele depois e foi melhorzinho. Scarpa entrou no lugar de Bruno Henrique e achei que ele foi bem.
Mas enfim, foi uma tarde azeda, de uma partida azeda do Palmeiras… o time pecou bastante na criatividade, na finalização, Felipão não conseguiu acertar/mudar o que não estava funcionando… e o adversário, com duas linhas de 4 só se defendia… O placar ficou mesmo no 0 x 1.
Nós cansamos de pedir para a diretoria do Palmeiras não disputar o Paulista, colocar a molecada, o sub-17, o massagista, o roupeiro… e agora vamos mesmo ficar possessos porque Felipão talvez esteja só usando o Paulistão para observar algumas coisas, para acertar o time? Porque resolveu testar, ou “batizar”, alguns jogadores no derby?
Sei que muitos palestrinos ficaram ainda mais bravos porque era um derby, outros, como eu,não veem mais o adversário como o grande rival, no entanto, todos queremos ver o Palmeiras vencendo e, principalmente, jogando mais do que isso. Mas viremos a página e sigamos em frente… é só o começo da longa caminhada de 2019.
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